quinta-feira, 13 de julho de 2023

Botafogo 2x0 Patronato: operários alvinegros de fio a pavio

Crédito: Vitor Silva / Botafogo.

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

Ontem a zebra não entrou na piscina Presbítero Bartolomé Grella. Seja com a equipe principal ou com uma equipe mista, seja adversário forte ou adversário fraco, a zebra é um animal em extinção nos jogos do Botafogo. O Botafogo joga para vencer contra qualquer adversário onde, como e quando for – seja nas alturas, ao nível do mar ou nas piscinas esburacadas da Argentina.

E consegue jogar contra árbitros, assistentes e árbitro de vídeo, seja por claros pênaltis negados a seu favor, seja pela violência exercida pelos adversários que nem por isso são expulsos – e sem chamadas de VAR para aferir as ocorrências.

É um Botafogo que joga a dança do opositor, isto é, acomoda-se às táticas e aos diversos níveis de qualidade dos adversários, preocupado apenas em focar jogo a jogo, sempre apontado a uma simples oportunidade surgida para selar a vitória.

Foi assim também na piscina Presbítero Bartolomé Grella, dominando completamente a partida e permitindo apenas uma única oportunidade de gol ao adversário, resolvida como habitualmente pelo excelente Lucas Perri.

E com gols marcados por dois não titulares. E sem Tiquinho Soares nem Adryelson. Não é uma equipe apenas, mas um elenco coeso e sempre disponível para dar o seu melhor em cada momento.

Num dia, retranca, esperando o erro do forte adversário, que sempre acontece e é necessário saber aproveitá-lo; noutro dia, domínio absoluto do adversário modesto, do início ao fim. Em ambos, mentalidade forte, jogo coletivo, cooperação interindividual como não se via há largos e largos anos.

Antigamente entediava-me mencionar sempre os mesmos erros jogo a jogo e nunca serem corrigidos, e por vezes até rejeitei efetuar análises e publiquei apenas a ficha técnica; atualmente, não sendo nada entediante, enfrento um problema inverso mas semelhante: elogiar jogo a jogo, repetir os acertos jogo a jogo, apologizar este fantástico elenco, que entre atletas de grande, média e modesta qualidade consegue fazer com que todos brilhem, se superem e entendam cada jogo focados apenas nos 3 pontos e nada mais, ou simplesmente em ganhar para superar uma eliminatória. E consegue que cada um do elenco seja feliz!

Apenas uma palavra particular sobre Carlos Alberto. Gostei do atleta desde o primeiro jogo que fez e nunca entendi por que razão o Inominável deixou de o escalar, seja a titular seja como substituto durante os jogos. Prefiro um Carlos Alberto a dois Luís Henrique, mas segundo outras fontes, o Inominável terá barrado Carlos Alberto pela mesma razão que o América MG o terá ‘sacudido’ emprestando-o ao Botafogo: desrespeito à tática definida e ou comportamento pessoal desadequado. Que tem futuro, parece-me que sim, desde o primeiro momento que o vi jogar. E três gols em três jogos contra uma equipe superior, uma equipe média e uma equipe modesta, não é para qualquer um – a não ser que se dê pelo nome de Tiquinho Soares. Diz-se – e é muito plausível – que Cláudio Caçapa o recuperou por indicação de Lúcio Flávio, e se assim for, aplaudo ambos. E outro aplauso ao jovem Janderson cujo gol foi muito importante para nós e provavelmente um enorme ânimo para ele próprio. Merecido!

Se o jogo de ontem tivesse sido realizado num estádio daria uma goleada a favor do Botafogo. Foi mais difícil, mas o Glorioso também sabe jogar nadando, e crê-se que alguns atletas vão ser emprestados aos esportes aquáticos para que Durcesio Mello ressuscite a natação e o polo aquático extintos oficialmente pela sua direção há ano e meio, devido ao legado da dupla Mufarrej / CEP que deixou a piscina quebrada e ao abandono sem possibilidades de uso por nadadores com bola e sem bola. Só faltam os gorros na cabeça, ensinar-lhes a nadar ainda melhor e fazê-los entender que também podem jogar com as mãos, porque… este Botafogo ajusta-se a qualquer imprevisto!

E, finalmente, mais um ineditismo deste Clube fantástico que possui as mais belas histórias de vida: ter um bilionário na arquibancada torcendo contra o ‘patronato’ é uma das “coisas que só acontecem ao Botafogo!”

FICHA TÉCNICA

Botafogo 2x0 Patronato

» Gols: Carlos Alberto, aos 51’, e Janderson, 65’

» Competição: Copa Sul-Americana

» Local: Estádio Presbítero Bartolomé Grella, no Paraná (Argentina)

» Data: 12.07.2023

» Árbitro: Gery Vargas (Bolívia); Assistentes: José Antelo (Bolívia) e Edwar Saavedra (Bolívia); VAR: Andrés Cunha (Uruguai)

» Disciplina: cartão amarelo – Diego Hernández (Botafogo) e Ojeda, Valdez Chamorro, Domingo e Rodolfo de Paoli (Patronato)

» Botafogo: Lucas Perri; Di Placido (JP Galvão), Philipe Sampaio, Victor Cuesta (Luís Segovia) e Marçal (Hugo); Danilo Barbosa, Breno e Eduardo (Gustavo Sauer); Carlos Alberto (Diego Hernández), Janderson e Júnior Santos. Técnico: Cláudio Caçapa.

» Patronato: Budiño; Ghirardello, Domingo, Ojeda e Geminiani; Fábio Vázquez, Barinaga, Novero e Esquivel; Arce (Pereyra) e Valdez Chamorro (Russo). Técnico: Rodolfo de Paoli.

6 comentários:

Sergio disse...

Realmente o elenco do Botafogo está me impressionando e creio que também a grande maioria dos botafoguenses, pois tem demonstrado uma dedicação, garra e busca incessante por bons resultados, o nos que emociona.
Interessante que o Cláudio Caçapa lançou mão de vários atletas que pareciam ter sido descartados pelo fulano de tal, e o mais interessante, achando novas funções aos jogadores como no caso do Carlos Alberto que foi utilizado como centro avante. E nesse caso não podemos deixar de reconhecer a importância do Lúcio Flávio nessas descobertas.
Parece que o time do Botafogo disputar esse play off foi de certa forma benéfico tal como ter disputado a taça rio, pois dá para rodar o elenco, dar ritmo de jogo e poder conhecer melhor o elenco em jogos oficiais.
Acrescentando a isto o que foi muito bem observado no presente texto: o time vence todos os obstáculos que lhe tem sido impostos: campo, arbitragem, excesso de número de jogos, contusões.
Sobre a arbitragem só posso dizer que o que se tem visto nessa copa Sul Americana é uma vergonha, tal o número de infrações sérias a favor do o Botafogo que são simplesmente ignoradas pela arbitro e pelo var. E o que falar daquele charco onde foi realizado aquele confronto de ontem. Foi uma coisa deprimente assistir algo que seria uma ofensa chamar de "partida de futebol". Acho que nem nos campos de várzea aqui da região serrana existem campos tão horrorosos como o de ontem, e o Botafogo conseguiu vencer mais esse obstáculo, e com um time alternativo.
E realmente há coisas que só acontecem ao Botafogo. Quando em qualquer time nesse país veríamos o acionista maior da SAF assistir um jogo junto aos torcedores e vibrar do jeito que vibrou, só mesmo esse glorioso clube , o Botafogo de Futebol e Regatas.Abs e SB!

Ruy Moura disse...

Essa busca é verdadeira, Sergio, mas, em minha opinião é menos na garra do que na capacidade de racionalização do jogo. Antes ganhavamos na garra, isto é, usavamos mais a emoção,e umas vezes funcionava e outras não, mas agora usamos principalmente a razão, fazemos o que é lógico de se fazer, e, sim, umas vezes funciona, e outras vezes funciona, sim! (rsrsrs)

Em suma, são dedicados, ousados e buscam a vitória com persistência, mas ao contrário do uso quase exclusivo da emoção (que dava jogos eletrizantes para vencer ou para perder), agora fazem-no pacientemente, sem nunca se afobarem, usando predominantemente a razão. Eu me emociono muito com isso também, mas é o que chamo viver a emoção dentro da razão. (o Sergio sabe que eu uso muito a lógica)

O Caçapa é muto sensato. Penso que o Textor é um líder e um gestor muito capacitado e sabe escolher bem, e a prova são as boas escolhas do fulano de tal, do Caçapa e, espero, do Lage. E também de outros dirigentes com menos visibilidade, mas também essenciais e muito capazes.

Pensei o mesmo sobre os playoff, isto é, o melhor seria tê-los evitado, mas não sendo possível era preciso usar a inteligência para aproveitar o melhor possível a situação, e o Caçapa soube fazê-lo! Fora a história do 'cheirinho' a título - que contraria toda a mentalização anterior a ele - não detetei nenhum erro dele. O que é muito raro em quem nunca foi verdaeiramente treinador, mas apenas assistente técnico.

Vergonha autêntica o piscinão em que jogamos, assim vmo vergonhoso foi o árbitro boliviano mais o VAR uruguaio. A Confederação Su-americana é de terceiro mundo. O Marcelo de Lima Henrique é bem mais inteligente e discreto a favorecer o 'mengão' do que os árbitrs hispânicos.

Julgo que temos o melhor acionista maioritário em clubes de futebol brasileiro e coincidentemente, apesar do Durcesio ter afirmado que o Montenegro é o maior botafoguense de todos os tempos - o que é quase 'criminoso' para as memórias de Paulo Azeredo, Sergio Darcy, Ademar Bebianno, Carlito Rocha e muitos outros -, apesar disso considero que tem conduzido muito bem o seu 'reinado' e realiza muito bons esforços para recuperar as mais tradicionais modalidades desportivas do Glorioso, que nelas conquistou campeonatos mundiais, vários campeonatos sul-americanos e muitos campeonato brasileiros, além de recordes e títulos individuais dos seus atletas.

Coisas que só acontecem ao Botafogo... (rsrsrs)

Abraços Gloriosos.



Anónimo disse...

Kd a sonja????

Anónimo disse...

As assertivas de Sérgio continuam interessantes. Mas não tem como não rir das "aquáticas" menções. Aproveito para informar que em artigo no blog JORNAL DA GRANDE NATAL demonstro como a campanha botafoguense "contaminou" os torcedores por este Brasil afora, em especial no interior do Rio Grande do Norte.

Ruy Moura disse...

A Sonja?...
http://mundobotafogo.blogspot.com/2012/08/sonja-martinelli-torcedora-n-1.html
Abraços Gloriosos.

Ruy Moura disse...

A vida passa-se entre a seriedade, o riso e também a ironia. No caso do Sergio foi sempre muito assertivo e nunca destratou fosse quem fosse. As observações dele são sempre muit valiosas. Assim como as suas. Gostei muito da sua publicação! Parabéns!
Abraços Gloriosos.

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