por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo
Em uma análise rápida direi
que o Botafogo tomou a posse de bola e fechou a saída de bola santista na 1ª
parte do jogo. Porém, quem marcou?
Confesso que não sou
minimamente adepto da possa de bola intensiva, especialmente quando a defesa
avança, recua mal nos contra ataques adversários e sujeita-se a tomar gol. A
posse de bola vã é inútil e até perigosa, e o Botafogo até sabe jogar bem sem
bola. Especialmente sem bola e em contra ataque. E foi assim, no contra ataque,
que o Santos inaugurou o marcador e foi para o intervalo com vantagem.
O Botafogo rodou muito bola
e o goleiro do Santos não fez uma única defesa durante 45 minutos. Fico
sonolento. Gosto mais de ver o adversário rondando, rondando, a nossa equipe
fechando os espaços e em súbita verticalidade enfia a redondinha no fundo das
redes. Mas não pode ser sempre assim porque os adversários também funcionam
muitas vezes do mesmo modo. O que significa que a nossa marca deve continuar sendo a
concentração, a resiliência, a mentalidade e a oportunidade.
No 2º tempo não houve
melhorias verdadeiramente significativas e o Santos bisou à semelhança da 1ª
parte. Bisou com falhas clamorosas de Adryelson e Marçal.
E o panorama era este: sem
Eduardo a criação inexiste; sem Victor Cuesta não há boa saída de bola da
defesa, porque Adryelson não sabe fazê-lo, e aparentemente também não joga tão
bem sem Cuesta.
Finalmente, após estar
derrotado por 2x0 o Botafogo acordou e empatou o jogo em dois minutos: no
primeiro gol com uma jogada espetacular de triangulação concluída por Tiquinho;
no segundo gol com uma cobrança de escanteio primorosa e uma portentosa
cabeçada de Adryelson para o fundo das malhas da baliza. Foi a redenção de
ambos.
Continuo achando que não
temos pontas. Luís Henrique é muito oscilante e Júnior Santos parece que já
mostrou o que tinha para mostrar. Ou melhor, não mostrou nada…
Poderíamos ter vencido sem
as falhas defensivas – e da melhor defesa do campeonato! –, e poderíamos ter
vencido ainda mesmo depois de empatar, mas aí já não estávamos ‘enraivecidos’ e
ficamos mesmo pelos 2x2. Uma coisa é certa: com este líder antes improvável e
inesperado, mas sobretudo resiliente, nunca o adversário conte com a vitória
antes do apito final.
Bruno Lage foi certeiro ao
reforçar o ataque e mantém-se invicto – longe das derrotas e longe das
vitórias…
Vamos lá vencer o Coritiba,
Bruno!
FICHA TÉCNICA
Botafogo 2x2 Santos
» Gols: Tiquinho Soares, aos 84’, e Adryelson, aos 86’
(Botafogo); Marcos Leonardo, aos 23’ e 81’ (Santos)
» Competição: Campeonato Brasileiro
» Local: Estádio da Vila Belmiro, em Santos (SP)
» Data: 23.07.2023
» Renda e público: Portões fechados
» Árbitro: Ramon Abatti Abel (SC); Assistentes: Guilherme Dias Camilo (MG) e Alex dos Santos
(SC); VAR: Rodolpho
Toski Marques (PR)
» Disciplina: cartão amarelo
– Adryelson, Marçal e Matías
Segovia (Botafogo) e João Lucas, Jean Lucas e Alex (Santos)
» Santos: João Paulo (Vladimir); João Lucas (Alex),
Joaquim, Messias e Dodô (Gabriel Inocêncio); Dodi, Jean Lucas (Luan Dias),
Rodrigo Fernández e Lucas Lima; Marcos Leonardo (Deivid Washington) e Mendoza.
Técnico: Paulo Turra.
» Botafogo: Lucas Perri; Di Placido (Carlos Alberto),
Adryelson, Philipe Sampaio e Marçal; Danilo Barbosa (Janderson), Marlon Freitas
e Tchê Tchê (Lucas Fernandes); Júnior Santos (Matías Segovia) Tiquinho Soares e Luís Henrique (Victor
Sá). Técnico: Bruno Lage.
8 comentários:
Anote: os adversários vão engatinhar as armas quase idênticas ao Botafogo: esperar o contra-ataque e uma falha alvinegra.
Ontem o Botafogo fez a sua pior partida no campeonato, embora tenha jogado razoavelmente até tomar o primeiro gol, percebi um time meio desligado, sem a vibração de jogos anteriores, e minha teoria é que a torcida com sua vibração fez falta, mas beneficiou o Santos que não sentiu a pressão de sua própria torcida.
Talvez por ainda não estar inteirado do seu elenco e dos times do futebol brasileiro, acho que escalar 3 volantes foi um grande erro, o time perdeu a criação e, acrescente-se a isso os péssimos desempenhos do Junior Santos e do Luís Henrique.
O que chama a atenção no jogo de ontem é que bastaram uns 15 minutos de um futebol minimamente lúcido para o Botafogo empatar e quase virar o jogo contra um Santos muito fraco mas que conseguiu através de falhas defensivas do time do Botafogo fazer dois gols. Ficou patente que o Eduardo faz falta, mas escalar um time sem um articulador no meio campo mostrou pela segunda vez que não dá resultados. E como fazem falta o Cuesta e o Eduardo, e o Felipe Sampaio não dá sustentação a zaga e percebe- se isso pelo desempenho do Adryelson e do Marçal que com o Cuesta não acontece.
Entretanto sobre o Bruno Lage há de se ressaltar a sua ousadia e leitura para modificar a maneira de jogar do Botafogo, as modificações foram boas. Não podemos deixar de destacar a evolução do Janderson, que tem se mostrado bastante útil ao time, com um gol e 3 assistências.
Acho que o Botafogo ter saído atrás do placar e mostrar força cadê reação, nos mostra que o elenco não vai aceitar resultados adversos sem lutar até o apito final, e isso é muito bom. Enfim, há um espírito vencedor nesse elenco, e isso é bom, é algo que felizmente retorna ao Botafogo: "não podes perder, perder prá ninguém". ABS e SB!
Acredito piamente que metade ou mais clubes farão isso. Vai ser mais difícil e a campanha das 13 vitórias em 15 jogos não se deverá repetir. Em todo o caso, também os adversáris mais perigosos sofrerão do mesmo problema, tais cmo Falmengo, Palmeiras, Grêmio...
Abraços Gloriosos.
Sergio, o Botafogo produz menos com posse de bola. A equipe foi preparado para, sobretudo, jogar sem bola.
O Botafogo não precisa de escalar 3 volantes. A zaga é boa.
Acordaram quando perceberam que estavam praticamente arrumados. Talvez tenha sido bom o Santos ter marcado o segundo para o Botafogo sair do seu estertor de balanço na rede comendo siri e bebendo cerveja.
Já cansei também de escrever que não temos pontas.
Cuesta é um ‘monstro’ discreto na defesa. Eduardo Tquinho são osmelhres da defesa para a frente.
Eu não dava grande coisa pelo Janderson, mas parece que me enganei.
Quando acordaram e decidiram reagir mostraram que este Botafogo, como dizia o Felipão, é difícil de bater.
O Bruno tem que se ajustar com mais celeridade de modo a que cada jogador se sinta confortável na sua posição. É difícil pegar uma equipe a meio de um campeonato e mexer nela num país com futebol diferente do europeu e com uma liderança disparada, mas foi ele que aceitou isso e portanto vai ter que se acomodar, sob pena de a torcida não só entrar no seu twitter, mas também forçar mais a barra.
Agora é conquistar 3 pontos contra o Coritiba.
Abraços Gloriosos.
A chave está em conseguir pelo menos mais quatro pontos ainda neste "turno" para administrar, passo a passo, o "returno", dentro das probabilidades dos jogos em casa e fora, pois não se há de vencer todos numa longa competição...
Parabéns, Rui Moura, por seu amor pelo Botafogo e pela qualidade de suas considerações.
Creio que havendo ainda dois jogos em casa contra Coritiba e Internacional no turno podemos ganhar os 6 pontos. E contra o Cruzeiro arriscava 1 ponto. Mas, claro, não podemos ganhar todos os jogos. E nesses 3 jogos estarão em causa jogadores suspensos ou lesionados e também o cansaço. vamos ver se a estrelinha da sorte continua por cá...
Abraços Gloriosos.
Alexis, parafraseando Roberto Porto, o Botafogo é a minha maior paixão imaterial desde criança, seja onde estiver, como estiver e com quem estiver. No blogue não falhei um dia de publicação desde há quase 16 anos para prestigiar o Botafogo e divulgar à torcida toda a nossa história e as nossas façanhas do passado e do presente. E com que prazer o faço. Só lamento a atual falta de tempo, com muitos projetos em mãos, e pouca tempo para pesquisas.
Sobre a qualidade das considerações, aplico o meu melhor para servir os meus Irmãos de Escudo, e se melhor não faço é porque não sei fazer melhor.
Muito obrigado, Alexis, pela saborosa síntese que conseguiu fazer numa curta e única frase! Abraços Gloriosos.
Enviar um comentário