por
RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo
Tiago Retzlaff Nunes nasceu no dia 15 de
fevereiro de 1980,em Santa Maria, estado do Rio Grande do Sul, e é treinador de
futebol, já contratado pelo Botafogo para a derradeira sequência de cinco
partidas pelo campeonato brasileiro.
Tiago Nunes não foi futebolista, o que à
partida me agrada bastante, porque acredito na profissão de treinador
estudioso, com formação inicial adequada e formação contínua ao longo da vida,
ao contrário de muitos futebolistas que evidenciam fraca preparação como
treinadores e insistem nessa segunda profissão.
Iniciou a sua carreira em meados da década de
2000 treinando equipes do interior, designadamente Sapucaiense, Nacional-AM,
Riograndense, Bagé e União Frederiquense. Em 2005 venceu o Campeonato Gaúcho –
Divisão de Acesso comandando o São Luiz, em 2009 conquistou o Campeonato
Mato-grossense pelo Luverdense e em 2010 foi a vez de se tornar campeão pelo
Rio Branco no Campeonato Acreano.
Entre 2013 e 2014 comandou as equipes de
sub-20 e sub-15 do Grêmio. Posteriormente treinou o Juventude, conquistando o
Campeonato Região Serrana, em 2014, passou pela Ferroviária, em maio de 2016
assumiu o São Paulo (de Riogrande) e em outubro o Veranópolis.
Aos 37 anos de idade, em 2017, foi contratado
pelo Atlético Paranaense para assumir a equipe sub-23. Em junho de 2018 foi
promovido a treinador principal, substituindo Fernando Diniz e realizando o
melhor trabalho da sua carreira com a conquista do Campeonato Paranaense
(2018), a Copa Sul-americana (2018), a Levain Cup/CONMEBOL (2019) e a Copa do
Brasil (2019).
Em novembro de 2019 foi contratado pelo
Corinthianas para a temporada de 2020, mas não chegou ao fim após maus
resultados, grande pressão exercida sobre ele e uma derrota para o Palmeiras em
setembro.
Em abril de 2021 Tiago Nunes substituiu
Renato Gaúcho no Grêmio e logo conquistou o Campeonato Gaúcho, mas entretanto
contraiu COVID-19, esteve ausente do banco na conquista da Recopa Gaúcha pelo
Grêmio e não regressou aos bons desempenhos quando iniciou o Campeonato
Brasileiro – e como é tradicional no país após maus resultados, Tiago Nunes foi
demitido em junho sob grande pressão, com o Grêmio na lanterna do campeonato.
Rumou então ao Ceará em agosto de 2021, mas
em março de 2022 foi demitido após eliminação da Copa do Nordeste e do
Campeonato Cearense.
Decidiu, então, aventurar-se no estrangeiro em busca de menos pressão, e em novembro assumiu o comando do Sporting Cristal, do Peru. Conseguiu a qualificação para a Copa Libertadores após eliminar o Nacional do Paraguai e depois eliminou o Huracán da Argentina. Foi eleito o melhor treinador do campeonato peruano nos meses de maio e agosto.
Em novembro de 2023 assume o risco de comandar
o Botafogo na reta final do campeonato brasileiro, após a equipe cair da
liderança que tinha com 13 pontos de vantagem, e lograr – quem sabe… – chegar
ao título brasileiro ou, no mínimo, integrar o G4 no final da competição.
Em suma, apesar de diversos sucessos, Tiago
Nunes busca reabilitar-se de insucessos recentes (Corinthians, Grêmio e Ceará)
após a trajetória vencedora no Athletico Paranaense.
Diz-se que defende um perfil de jogo
ofensivo, mas que também aprendeu a adaptar-se às circunstâncias, embora sem
perder a ideia de propor jogo.
Se assim for, e se isso conseguir, Tiago
Nunes é o ideal de dois mundos: ter sucesso como treinador de ‘tiro curto’ na
reta final do Brasileirão 2023 e também como treinador de ‘tiro longo’ em 2024,
acrescendo, na linha de preferências de John Textor, a sua boa experiência em
equipes de base que formam jogadores profissionais, designadamente no
Athletico, onde também foi gestor efetuando a conexão base-profissional com a
implementação do mesmo estilo de jogo na base e no profissional.
Recentemente foi considerado técnico híbrido
porque prioriza o jogo ofensivo, mas sabe adaptar-se às circunstâncias do adversário,
especialmente quando percebeu que no futebol brasileiro não há médio prazo para
se transformar as equipes e o ‘resultadismo’ impera à moda das monarquias
absolutistas.
Segundo analistas, Tiago monta as suas
equipes na variação do 4-2-3-1 com o 4-1-4-1. No 1º caso venceu a Copa
Sul-americana em 2028, tendo Marcelo Cirino, Raphael Veiga e Nikão atrás de
Pablo; no 2º caso conquistou a Copa do Brasil com Cittadini e Bruno Guimarães
junto de Nikão e Rony, com Ruben no ataque.
Isso indicia muito provavelmente que não vai
mudar significativamente o esquema 4-2-3-1 do Botafogo, embora no Sporting
Cristal, sob menos pressão, tenha ensaiado o 4-3-3 e o 5-3-2. Irá ‘inovar’?
Em todo o caso, as equipes de Tiago Nunes
saem jogando a partir do goleiro, preferencialmente com posse de bola em saída
de três, mas alternam em transições com poucos toques de bola e lançamentos rápidos
que ganham velocidade na chegada ao ataque.
Aquando de maior posse de bola as equipes de
Tiago fazem muitas inversões de ala, desposicionando os adversários e efetuando
cruzamentos rápidos em diagonal.
A questão central nesta reta final de
campeonato brasileiro é Tiago Nunes conseguir segurar melhor a pressão do que
no passado, pressão que tanto Bruno Lage como Lúcio Flávio não conseguiram
contornar.
O segredo do sucesso será mesmo ganhar a
aposta de ‘tiro curto’ em 2023 e desenvolver sustentavelmente o ‘tiro longo’ em
2024 – com sequência para o futuro.
Fontes: ge.globo.com; twitter.com/Mateus_fut93; www.wikipédia.org.
4 comentários:
Boa sorte para o Tiago Nunes, que ele consiga fazer um bom trabalho e estaremos torcendo para 5 vitórias que nos dará o título do campeonato brasileiro. ABS e SB!
É um sonho. Mas as grandes coisas nunca se fazem se não foram precedidas pela Utopia. Que assim seja!
Porém, um ex-árbitro já avisou que a CBF vem aí com toda a força. Ele diz que sabe isso porque esteve lá dentro. É preciso jogar muito mais do que os outros e ter acbeça fria para evitar expulsões.
Abraços Gloriosos.
Excelente o texto, como sempre, do Rui Moura, muito bem escrito, com esclarecedoras notícias/informações e ótima análise.
O que ficou muito bem destacado no fechamento:
`` segredo do sucesso será mesmo ganhar a aposta de ‘tiro curto’ em 2023 e desenvolver sustentavelmente o ‘tiro longo’ em 2024 – com sequência para o futuro.``
Obrigado pelo comentário, Alexis. O Tiago tem uma tarefa muito ingrata, porque apesar de não ter a obrigação de em cinco jogos endireitar o que outros estragaram, também é verdade que fica com ônus de não ter conseguido. Se conseguir, a passadeira vermelha abre-se esplendorosamente à sua frente.
Abraços Gloriosos.
Enviar um comentário