por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo
O Botafogo dominou total e completamente as operações na 1ª parte do jogo,
havendo apenas uma oportunidade para o Junior aos 6’ cara a cara com Gatito,
mas o nosso goleiro antecipou-se ao atacante por escassos centímetros e
resolveu o eventual problema, e aos 39’ Gatito também se antecipou por
centímetros ao colombiano, embora para todos os efeitos estivesse em
impedimento assinalado pelo assistente de arbitragem.
Aos 11’ Bastos tomou amarelo por um carrinho que, em minha opinião, embora de
modo desajeitado, Bastos afastou a bola antes de se enrolar nas pernas do
colombiano.
Aos 24’, Romero perdeu excelente oportunidade cara a cara com a baliza, escorregando, num gramado inclassificável, e rematando ao lado; aos 27’ Yarlen rematou de bicicleta e a bola também saiu
ao lado; aos 28’novo ataque desperdiçado; aos 30’ Tchê Tchê poderia ter aberto
o placar num chute cruzado, mas que tornou a sair rente ao poste.
Enfim, o Botafogo, com muito maior posse de bola e bem organizado,
explorava os espaços vazios que o Junior sucessivamente abria e as roubadas de
bola ao adversário.
Porém, os atletas da frente não conseguiam o domínio da bola em lançamentos
longos, e bem feitos, assim como falhavam tanto o último passe com os remates à
baliza.
Neste cenário dir-se-ia que pelo menos o goleiro colombiano se destacou.
Mas não… se o placar ficou em 0x0 na 1ª parte, as bolas rematadas com
enquadramento às duas balizas também ficarem em… 0x0!!!
Nenhum goleiro efetuou uma única defesa por remate enquadrado com a baliza
(!), o que demonstra que a nossa equipe, embora jogando bem e taticamente
organizada, tem muitas deficiências de natureza técnica a corrigir.
O Botafogo não deixou o Junior jogar devido a um bom esquema tático, mas
não se compreende que uma equipe difícil de bater, e tendo alguns desempenhos
interessantes na Era AJ, não consiga, em 90 minutos, rematar uma única vez com
enquadramento à baliza.
E insisto: necessita de reforços urgentes se o objetivo for uma campanha
bem sucedida em 2024.
O início do 2º tempo manteve o figurino do 1º tempo, mas mudou
completamente aos 60’. Diego Hernández, que em nossa opinião seria bem
substituído ao intervalo (ou substituído ao mesmo tempo que saíram Tchê Tchê e
Yarlen), fez uma entrada ‘estúpida’ e violenta em Enamorado, aos 56’, por
detrás, e tomou vermelho direto.
Se antes foi difícil o acerto à baliza com 11 jogadores, com 10 tornou-se
ainda mais difícil e, sobretudo, destruiu o espetáculo.
A posse de bola mudou claramente para o lado do Junior, embora também sem
eficácia no ataque, e alguns jogadores do Botafogo cansaram-se, tornando o
espetáculo morno. De tal modo correu o resto da partida que os remates
enquadrados à baliza continuaram a não ocorrer, com as duas equipes
aparentemente aceitando o empate, e tendo havido uma única exceção aos 68’ quando
Gatito saiu no cara a cara com o adversário e evitou o gol em desvio com o pé, no
único remate enquadrado à baliza no conjunto das duas equipes.
Em suma, sendo certo que jogamos com uma equipe mista, sobretudo devido a
baixas por lesão, ainda falta muito a estes jogadores para se tornarem
realmente eficientes e consequentemente eficazes nos remates à baliza, que é a
única forma de se ganharem os desafios.
E, diga-se, um empate quase inaceitável por um 1º tempo em que os atletas
tiveram tudo a seu favor para superarem um adversário bastante menos virtuoso durante
os 45 minutos iniciais.
Em todo o caso, a recuperação do Botafogo após as duas derrotas nos dois
primeiros jogos foi notável e deve-se realçar positivamente a mudança de
mentalidade imbuída por AJ e os resultados alcançados.
E em agosto, aquando das oitavas-de-final, é expectável que a equipe esteja
muito melhorada e com reforços adequados.
FICHA TÉCNICA
Botafogo 0x0 Junior FC
» Gols: –
» Competição: Copa Libertadores da América
» Data: 28.05.2024
» Local: Estádio Metropolitano
Roberto Meléndez, em Barranquilla, Colômbia
» Árbitro: Jesús
Valenzuela (Venezuela); Assistentes: Jorge
Urrego (Venezuela) e Tulio Moreno (Venezuela); VAR: Germán Delfino (Argentina)
» Disciplina: cartão amarelo – Bastos e Alexander Barboza (Botafogo) e Herrera, Fuentes e Mena
(Junior FC)
» Botafogo: Gatito
Fernández; Damián Suárez, Bastos, Alexander Barboza e Hugo (Mateo Ponte);
Gregore, Tchê Tchê (Marlon Freitas) e Óscar Romero (Luiz Henrique); Júnior
Santos (Tiquinho Soares), Yarlen (Fabiano) e Diego Hernández. Técnico: Artur
Jorge.
» Junior FC: Santiago Mele;
Edwin Herrera, Mena, Emanuel Olivera e Fuentes; Didier Moreno, Cantillo (Luis
González, depois Hinojoza) e Déiber Caicedo (Vladimir Hernández); Enamorado,
Carlos Bacca (Steven Rodríguez) e Homer Martínez (Vélez). Técnico: Arturo
Reyes.
2 comentários:
Gostei do time do Botafogo até a expulsão do Diego Hernandes; até aquele momento o Junior Barranquilla não jogou, uma pena o Botafogo ter perdido duas chances, uma com o Romero e outra com o Tchê Tchê, a bola passou tirando tinta da trave.
Sinceramente, não fiquei nem um pouco preocupado com o que o Artur Jorge fez em relação a escalação, pelo simples motivo que ele precisa conhecer os jogadores que tem jogando partidas importantes, embora seja importante a atuação em treinamento, mas é no jogo que se pode concluir do que o atleta é capaz de produzir.
Muita gente preocupada com ter ficado em segundo lugar e com o adversário da próxima fase, eu de minha parte penso que time que quer ser campeão não escolhe adversário e nem onde vai jogar. É vantagem jogar a segunda partida em casa, pode até ser, mas cansei de ver times sendo campeão no campo do adversário, lembrando que o Botafogo foi campeão em 95 jogando fora de casa e perdeu a copa do Brasil em 99 jogando em casa.
Vamos aguardar o que vem em termos de reforços para a segunda janela, pois ficou claro que há lacunas no elenco, coisa que o próprio AJ já detectou, e alguns precisam ser trabalhados.
Outro aspecto do jogo foi a péssima arbitragem, cujos critérios apareciam ser bem distintos . Pelo que tenho observado, o problema de arbitragem parece ser em todo continente sul americano, mas também vejo problemas na Europa. Abs e SB!
De acordo, Sergio.
O que me preocupa, falando do meio campo para a frente, é o último passe e a definição para gol. Sistematicamente, ano após ano (talvez com exceção do que chegamos a fazer no Brasileirão 2023), são duas coisas em que temos muitas deficiências.
A minha outra grande preocupação é a falta de verdadeiros titulares nas laterais.
E estou muito de acordo que campeão não escolhe adversário, mas também lhe digo que gostaria muito de termos ficado na liderança do grupo por uma questão simbólica.
Arbitragens?!...Nem é bom falar, dá-me logo agonias...
Abraços Gloriosos, Companheiro.
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