sexta-feira, 17 de maio de 2024

Botafogo 1x0 Universitario – empenho e superação

Empenh, Superação e Exultação. Crédito: Vitor Silva / Botafogo

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

Após a 2ª derrota em dois jogos, os pessimistas vislumbraram o Botafogo fora da Libertadores e da Copa Sul-americana; os realistas (como eu) admitiram que ainda podíamos conseguir a classificação para a Sul-americana; os otimistas mantinham o foco na classificação. Felizmente foram estes que desta vez acertaram, e tomara que acertem muito mais vezes.

Porém, diz-se – e até o treinador o disse em Coletiva – que jogamos mal. Pois é… E em alguma das partidas da Libertadores jogamos realmente bem?

Quando L. Castro chegou à liderança do Brasileirão em 2023 fizemos realmente algum jogo bom, ou oferecemos a posse de bola, segurámo-nos na defesa e espreitávamos uma falha adversária para marcar o gol da vitória, como, por exemplo, contra o Palmeiras?

Em boa verdade, ninguém jogou bem em Lima, porque ambas as equipes entraram no jogo muito condicionadas por saberem que quem perdesse ficaria eliminado na fase de grupos.

O Botafogo não jogou para fazer bonito, embora se admita ter melhor plantel do que o adversário, entrou tenso, tal como o Universitario, mas manteve o foco durante todo o jogo e numa jogada de toque perfeito de Savarino e remate cirúrgico de Jeffinho, venceu a partida.

Basta analisar as estatísticas do jogo e verificar que apesar do Universitario efetuar 16 remates, deter 57% de posse de bola e beneficiar de 11 escanteios, rematou apenas por duas vezes enquadrado na baliza e sem perigo; quanto ao Botafogo, fez apenas 5 remates, teve 43% de posse de bola, nenhum escanteio e apenas rematou uma vez enquadrado à baliza – e nesse remate inaugurou o marcador e ganhou a partida e a classificação.

O que se viu foi, sobretudo, duas equipes atuando para evitar levar um gol do adversário, truncando muito o jogo no meio campo de ambos, com lances muito repartidos e sem continuidade de ataque.

Desde o início do jogo o Botafogo não conseguiu controlar a partida e a distribuição a partir do meio campo era muito deficiente. No entanto, apesar disso, o Botafogo lograva maiores espaços, por conta dos ataques adversários que espaçavam mais as linhas, e houve um bom remate de Marlon Freitas que passou ao lado e, principalmente, um pênalti a nosso favor não assinalado por mão de Benedetto na área.

No entanto, pode-se dizer que o Universitario tentou mais vezes o ataque, mas a defesa do Botafogo não brincava em serviço, mantinha os peruanos afastados da baliza e concedia escanteios e laterais com alívios de primeira.

Garrincha tinha a famosa ‘jogada única’; o Universitario também, com ataques principalmente pelo lado direito para marcar em jogo aéreo, seja em jogo corrido ou em escanteios resultantes dessa jogada. A diferença é que a jogada única de Garrincha era puramente emocional e criativa, enquanto a jogada única do Universitario foi feita apenas de lógica tática e sem nenhuma qualidade técnica.

E assim o Botafogo foi dando mais posse de bola ao adversário, truncando o jogo a meio campo e despachando a bola sempre que ela chegava à defesa E de tantos ataques e remates do Universitario, quantos foram verdadeiramente perigosos?... O saldo foram dois remates à baliza, tranquilamente defendidos com ambas as mãos por John. Perigo verdadeiro foi zero.

Já o Botafogo, que fez uma primeira parte muitíssimo pouco inspirada, teve dois momentos sublimes para inaugurar o marcador no segundo tempo. Aos 63’ Júnior Santos recebeu um passe rápido e muito eficaz de Luiz Henrique, o nosso ‘Guerreiro-Mor’ passou por entre os dois marcadores mas atirou ao lado da baliza já no bico da pequena área adversária.

E depois entrou Jeffinho para definir a história do jogo. No meio campo, um jogador peruano aliviou mal a bola em direção aos seus companheiros, Savarino chegou como um raio entre dois peruanos que iam disputar a bola, enfiou-a de primeira para Jeffinho solto na ala direita, que disparou para a baliza e ainda teve o sangue-frio para ajeitar a bola e rematar vitoriosamente aos 77’.

E desde o gol de Jeffinho, foram os clássicos catimbeiros peruanos a querer repor a bola em jogo rapidamente, ainda com vontade de combater, mas sem armas para vencer a retaguarda botafoguense onde

Cinco destaques: Bastos, que imperou naquele que foi, provavelmente, o melhor jogo que fez pelo Botafogo; Savarino, na sua intercepção súbita e eficaz no passe para o gol; Jeffinho, com uma corrida perfeita e uma tranquilidade suficiente para marcar o gol da vitória; e… o combatente ‘Jacaré’, o ‘Guerreiro-Mor’ Júnior Santos, que parece estar em toda a parte; e finalmente, Empenho e Superação da Equipe numa competição exigente por si só e ainda mais exigente para se conseguir a redenção que poucos de nós esperávamos.

Parabéns à comissão técnica e a todo o plantel botafoguense!

O Guardião da Fortaleza. Crédito: Vitor Silva / Botafogo

FICHA TÉCNICA

Botafogo 1x0 Universitario

» Gols: Jeffinho, aos 47’

» Competição: Copa Libertadores da América

» Data: 16.05.2024

» Local: Estádio Monumental U, em Lima, Peru

» Árbitro: Cristián Garay (Chile); Assistentes: Alejandro Molina (Chile) e Gabriel Ureta (Chile); VAR: Christian Ferreyra (Uruguai)

» Disciplina: cartão amarelo – Danilo Barbosa e Bastos (Botafogo) e Di Benedetto e Ureña (Universitario)

» Botafogo: John; Damián Suárez, Lucas Halter, Bastos e Hugo; Danilo Barbosa, Marlon Freitas e Tchê Tchê (Patrick de Paula); Luiz Henrique (Jeffinho), Júnior Santos e Savarino (Yarlen). Técnico: Artur Jorge.

» Universitario: Britos; Corzo, Riveros e Di Benedetto; Andy Polo, Pérez Guedes (Calcaterra), Murrugarra (Concha), Ureña (Dorregaray) e Portocarrero; Edison Flores (Christofer Gonzáles) e Alex Valera (Rivera). Técnico: Fabián Bustos.

2 comentários:

Sergio disse...

O Botafogo do Artur Jorge foi pragmático, aprendeu pelo menos ontem o que é uma Libertadores, principalmente na casa do adversário, que se vale sempre de picotar jogadas com a complacência do árbitro e inteligentemente soube explorar o desespero do Universitário. Realmente o time não foi bem, parecia que faltava uma ligação no meio, mas eu pergunto: será que não foi isso mesmo que a comissão técnica e os jogadores queriam? O Universitário não teve a chance sequer ao longo de todo o jogo.
Realmente o Bastos foi um gigante, que zagueiro! Não poderíamos deixar de falar do autor do gol que que parte da torcida o quer longe,assim como também o LH. A falta de paciência de uma grande parte da torcida as vezes atrapalha o time, principalmente porque alguns jogadores ainda não adquiriram a forma depois de contusões e as vais não ajudam nem um pouco. A falta de paciência é tão grande que depois da derrota para o Cruzeiro já decretaram o Botafogo iria brigar para não cair, o mesmo quando perdeu para o Bahia.
Também gostei no jogo de ontem o Savarino, que passe preciso, de cinema, e do Marlon Freitas.
Agora a comissão técnica e o time terão pelo menos uma semana livre para treinar, algo que o Artur Jorge não breve desde que chegou. Estou gostando muito do trabalho do AJ, conseguiu em pouco tempo dar uma coesão maior ao time, e nas suas coletivas se mostra bastante lúcido e realista , sabendo que ainda há muito a ser feito. Abs e SB!

Ruy Moura disse...

Este Botafogo é realmente pragmático e faz lembrar muito o Botafogo/2023 antes do descalabro. A tática foi entregar jogo ao adversário, mas na verdade não surtiu muito efeito a nosso favor durante a maior parte do tempo porque jogamos com linhas desligadas e não controlamos o jogo. Verdade se diga é que o Universitario também não e este Botafogo mostrou ser osso duro de roer para qualquer adversário, apesar de continuar muito desequilibrado em termos de valores individuais e isso prejudicar a qualidade de jogo, o que pode ser amargo contra adversários muito bem organizados.

Veremos o que vem por aí, mas não estou muito confiante em novas contratações de qualidade suficiente na janela de transferências.

O Bastos tem a vantagem de ser um 'coringa', porque já jogou nas 4 posições da defesa ao longo da sua carreira. Não é um craque, mas mesmo que venha alguém melhor do que ele, será sempre uma mais valia para qualquer posição defensiva necessária.

O Savarino precisa que Botafogo tenha um melhor ataque para desenvolver as suas qualidades de assistência, mas quanto ao LH não sou da mesma opinião que o Sergio, porque para o dinheirão que custou está muito aquém dos benefícios que deveria nos dar. Um jogador tão propangadeado tem que dar mais, e receio que o JT tenha sido enganado. Esperemos que não e que o futuro justifique a aquisição.

O AJ encaixou bem no Clube e na equipe. Penso, aliás, que na Era John Textor foi o que mais depressa encaixou na nossa cultura clubista. O L. Castro levou muito mais tempo, e nunca encaixou verdadeiramente no nosso espírito. A conversa da "família Botafogo" nunca me pareceu natural, mas sim forçada. O Lage muito menos encaixou e não chegou a entender Botafogo, e o L. Flávio e o T. Nunes não encaixaram nem desencaixaram, estiveram perdidos desde o início até ao fim.

Tenho esperança que sejamos beneficiados com a paragem do Brasileirão, recuperando lesionados e, sobretudo, com tempo para treinar, para pensar novas jogadas, traçar novas táticas, consolidar a união do grupo e a sua capacidade de combate.

Abraços Gloriosos.

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