por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo
Artur Jorge
Torres Gomes Araújo Amorim nasceu no dia 1º de janeiro de 1972, na cidade de
Braga, em Portugal, atuou como zagueiro, é destro e mede 1,83m de altura. Após
encerrar a carreira enveredou pela profissão de treinador de futebol.
Em 20
anos de carreira como jogador de futebol pode-se dizer que jogou sempre na sua
cidade natal, já que apenas no último ano de carreira foi atleta do Penafiel,
mas atuando em 1 jogo apenas.
Artur
Jorge iniciou-se no Ginásio da Sé (1985-1986) aos 13 anos de idade, mas
rapidamente passou a representar o Sporting de Braga (1986-1990) e aos 18 anos
de idade foi promovido aos profissionais, integrando a equipe B do Braga
(1990-202), tendo atuado em 33 jogos e assinalado 5 gols.
Ao mesmo
tempo que jogava no Braga B também foi promovido à equipe principal
(1992-2004), onde desenvolveu praticamente toda a sua carreira (1992-2004), estreando
em 1992 na Primeira Liga com vitória por 2x1 sobre o Belenenses. Atuou pela
equipe principal em 240 jogos e assinalou 10 gols.
Durante
esse período foi convocado para a Seleção Portuguesa Sub-21, entre 1993-1994, e
atuou em 6 partidas.
Na temporada de 2004-2005 rumou ao Penafiel, atuou em 1 partida e pendurou definitivamente as chuteiras.
Artur
Jorge iniciou a sua carreira no Famalicão (2009-2010), da 3ª divisão, mas
falhou por um triz o acesso à 2ª divisão, já que na última rodada precisava de
uma vitória e saiu-lhe um empate.
Nas duas
épocas seguintes (2010-2012) retornou ao seu clube de futebolista, treinando os
juniores do Braga. Obteve um 2º e um 3º lugar no campeonato nacional, num total
de 59 jogos.
Em 2012 o
Braga tornou a competir com a equipe B na Segunda Liga e Artur Jorge assumiu a
equipe. Porém, embora se tenha iniciado com um empate frente ao Benfica B, em
nove jogos empatou 5 e perdeu 4, demitindo-se.
Na época
seguinte Artur Jorge foi anunciado pelo Tirsense (2013/2014), tendo realizado
10 jogos com apenas 3 vitórias. Houve um hiato na sua carreira nos anos
seguintes, durante os quais buscou estudos relacionados com a profissão, e em
2017 surgiu a treinar o Limianos, mas não conseguiu mais do que 3 vitórias em
10 jogos. Ainda assim, rapidamente o Braga o convidou para assumir
responsabilidades no comando da equipe júnior do clube (2017-2020), onde obteve
58 vitórias em 102 jogos.
Em 2020, após o treinador de então se ter demitido da equipe principal, Artur Jorge passou a treinador interino, tendo na última rodada vencido o campeão FC Porto por 2x1 e garantido o 3º lugar do campeonato, vencendo 3 dos 5 jogos em que comandou a equipe.
Na época
seguinte assumiu a equipe Sub-23 do Braga (13 vitórias em 27 jogos) e
posteriormente (2021-2022) passou novamente a liderar o Braga B (11 vitórias em
28 jogos). E em 2022 foi finalmente convidado a assumir a equipe principal do
Sporting de Braga (2022-2024), tendo obtido 62 vitórias em 99 jogos –
alcançando, finalmente, um patamar interessante de desempenho como treinador de
equipes principais.
Na época
de 2022-2023 o Braga teve a sua melhor temporada na Primeira Liga com 78 pontos
e garantiu o 3º lugar do campeonato nacional, qualificando-se para os play-offs
da Liga dos Campeões Europeus. Ainda nesta temporada o Braga chegou à final da
Taça de Portugal, que perdeu para o Porto por 2x0.
Num
espaço de 14 meses, muito em virtude do seu futebol deliberadamente ofensivo,
acabou sendo goleado por três vezes pelo Sporting Clube de Portugal por 5x0 nas
três ocasiões, mas isso não abateu Artur Jorge, que seguiu em frente em busca
do seu destino.
E na época 2023-2024 o Braga conquistou a Taça da Liga, derrotando o Sporting na semifinal e o Estoril na final, neste caso nos pênaltis. Na Liga dos Campeões conseguiu vencer o União Berlim por 3x2, após estar a perder por 2x0 – desvantagem que nenhuma equipe portuguesa havia conseguido recuperar. Apesar disso a equipe foi eliminada e relegada para a Liga Europa, da qual também foi eliminada pelo Qarabağ.
Surpreendentemente, dada a sua carreira ‘caseira’ como
jogador e como técnico, em março de 2024, embora fazendo uma boa campanha na
Primeira Liga, Artur Jorge aceitou o convite de John Textor e assinou pelo
Botafogo de Futebol e Regatas, depois do acionista maioritário do Botafogo ter
viajado até Braga para jantar com o treinador e o seu empresário e apresentar-lhes
o projeto de longo prazo que tem para o Glorioso.
Após uma carreira relativamente modesta durante 15 anos
como treinador, com sucessos e insucessos, e com passagem por diversas
categorias de base do Braga, parece que Artur Jorge, por entre diferentes
aprendizados, já se postara acertadamente no caminho que buscava, e John Textor
reconheceu nele a capacidade para imprimir uma nova lufada de ar fresco ao
futebol botafoguense.
Em entrevista à Placar, Artur Jorge definiu assim a
razão de sair da sua cidade natal, onde nasceu e cresceu, se fez jogador e
treinador de futebol, atravessando o Atlântico para desaguar num mundo
absolutamente novo em abril de 2024:
«Uma decisão tomada plena de ambição.»
E satisfeito pelo ápice com a liderança no Brasileirão
– no qual já venceu Flamengo e Palmeiras, os dois mais fortes candidatos ao
título – e a classificação às quartas-de-final da Copa Libertadores após
eliminar o Palmeiras, acrescentou:
«Temos ambição e determinação para chegar o mais longe possível, mas diria que aquilo que é o nosso grande compromisso é dignificar a camisa do Botafogo em cada jogo.»
Artur Jorge não queimou etapas na sua caminhada até ao
Botafogo, consciente, tal como Luiz de Camões, poeta português e um dos maiores
da Europa, que “as coisas árduas e lustrosas se alcançam com trabalho e com fadiga”.
Artur Jorge é, enfim, uma lufada de ar fresco indiscutível
em General Severiano, e assegura, na mesma entrevista à Placar, que «pelo
menos até dezembro de 2025 quero liderar o Botafogo porque tem-me dado imensa
alegria. Tem-me desafiado muito, também. Estou comprometido, é o único projeto
que tenho em mente.»
Aquando da conquista da Taça da Liga pelo Braga, o
treinador afirmou: «Conseguimos estar mais perto do sucesso pelo
que somos como jogadores, mas o fator determinante é o que somos enquanto
homens.»
Olhando-se para o seu passado e para o seu presente, afigura-se
que esta frase lapidar assenta como uma luva num Clube como o Botafogo, que
desde os heroicos tempos de Luiz
Caldas, em 1891-1894, lutou sempre por honrar o desporto e o nome do Clube – e assim
o Botafogo começou vencendo ainda no século XIX para se tornar no Clube campeão
em três séculos, “herói em
cada jogo, honrando as cores do Brasil de nossa gente”.
Fontes: extra.globo.com;
pt.wikipedia.org; Revista
Placar, edição 1513, de julho de 2024; www.zerozero.pt
2 comentários:
Esse "boy" vai longe. Espero que fique na história. Aguardemos...
Sim, Vanilson, aguardemos. Parece vir a ter ainda um futuro auspicioso, mas após tantas desilusões, aguardemos. O historial do AJ tanto pode constituir uma grande vantagem como uma grande desvantagem. Com desejamos que faça história no Botafogo, espero que seja uma grande vantagem ter percorrido muitas e variadas etapas na carreira até chegar a nós.
Abraços Gloriosos.
Enviar um comentário