«Vamos remover o
bode hipócrita da sala. O Brasil não está falando de fair play financeiro
porque teve um acesso súbito de ética. Ou de preocupação com gestão e saúde dos
clubes. O problema é o Botafogo – e o algo misterioso modelo de negócio de John
Textor. […]
Muitos que hoje
gritam nunca se preocuparam com contas em dia. Quase todo clube brasileiro já
ganhou títulos endividado e pendurando a conta. Palmeiras e Flamengo têm
méritos inequívocos de gestão e, de certo modo, plantaram a boa semente que
forçou a concorrência a buscar soluções. A lei das SAF apresentou um caminho
para que entidades falidas atraíssem investidores. Botafogo, Vasco, Atlético-MG
e Cruzeiro se agarraram a essa tábua. Mas aí um gringo resolve botar dinheiro
grande e trazer talento pra cá… e o desequilíbrio vira problema? Antes não era? […]
A
questão é que futebol queremos para o futuro? Um que emule um modelo em que os
mesmos ganham quase sempre… ou algo mais parecido com as ligas americanas em
que o teto salarial equilibra a competição? É uma pergunta que soa quase
romântica na selva brasileira».
– Gustavo Poli,
in O Globo.
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