domingo, 10 de novembro de 2024

Botafogo 0x0 Cuiabá: perícia escassa

Crédito: Vitor Silva | Botafogo.

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

Caros leitores, estamos à beira de um tempo histórico em que os erros podem sair muito caros a todos nós, e qualquer descuido, qualquer falta de concentração, qualquer incapacidade de alterar o rumo de um resultado desfavorável durante um jogo, e outros ‘quaisquer’ que surjam, podem ser fatais para as expectativas que estão sendo criadas na torcida, na mídia, nos jogadores.

Deve ficar claro, desde já, que estou – que certamente estamos todos – ao lado de John Textor, de Artur Jorge e de toda a equipe para as duas e duras batalhas em que nos envolvemos, não somente porque as campanhas têm sido muito boas como também queremos erguer taças significativas a nível nacional e internacional.

Dito isto, realço um excerto da minha análise ao Botafogo x Grêmio, mencionando a expressão ‘tolerância zero’, em virtude de claramente ter havido um erro de poupança de jogadores quando isso não se justificava, que nos fez perder dois preciosos pontos: – “Dir-se-á que estou a ser muito exigente depois de AJ nos conduzir à liderança do Brasileirão e chegar à semifinal da Libertadores. Em 1º lugar, já anteriormente havia escrito que o patamar a que chegamos, e tendo em conta todo o investimento feito por John Textor neste ano, a minha tolerância ao erro crasso seria ZERO.”

Nessa ocasião defini tolerância ZERO para óbvias decisões equivocadas, não contra as pessoas em si – comissão técnica e jogadores –, mas a favor de um apoio incondicional que não escamoteia a crítica necessária para que os responsáveis botafoguenses à beira do gramado e os protagonistas dentro do campo se movimentem mais quando as águas estagnam, que sejam mais rápidos quando o adversário se retranca, que se façam escalações para o que o jogo parece pedir antes de começar e, sobretudo, que se façam substituições em conformidade com o que o jogo pede durante o seu curso.

Dito isto, acrescento uma frase inicial da Coletiva de Artur Jorge: – “Hoje o resultado é extremamente injusto para nós.”

É certo que podíamos ter resolvido o placar a nosso favor com as oportunidades perdidas? É verdade! É certo que os adversários mais modestos lutam contra armas técnicas desproporcionais e consequentemente fazem antijogo e simulações exageradas nas quais os árbitros são cúmplices por incompetência ou por intenção? É verdade!

Porém, foi o que também Artur Jorge fez na semifinal da Taça da Liga de 2024 em Portugal quando jogou totalmente retrancado, viu os sportinguistas perderem inúmeras ocasiões e no único remate à baliza adversária, em contra-ataque, a sua equipe marcou o gol da vitória e qualificou-se para a final da competição – que Artur Jorge e seus comandados acabaram por conquistar.

Em suma, cada um joga com as armas que tem. E o que se ouve das bocas de vários responsáveis é que a ‘justiça’ não é algo decisivo no futebol, mas sim a eficácia do gol da vitória ou da retranca que ganha no mínimo um ponto.

Recordo também aqui o excerto da análise que fiz sobre o jogo contra o Vasco da Gama:

– “O Botafogo entrou soberbo, tal como, aliás, costuma entrar na maioria dos jogos, mas com uma diferença fundamental: em jogos de ‘equipe grande’ contra ‘equipe pequena’ a retranca é a estratégia eleita pelos adversários; em clássicos as ‘equipes grandes’ encaram-se mais de olhos nos olhos, e o resultado é que em jogo aberto não há equipe que resista ao Botafogo – como se viu contra o Peñarol.”

– “Na verdade, contra as ‘equipes’ grandes do Rio de Janeiro perdemos apenas um ponto e contra as ‘equipes grandes’ de São Paulo também  perdemos apenas um ponto até agora; derrotados por ‘equipes pequenas’ como Criciúma e Juventude, perdemos apenas dois pontos em sete jogos contra ao atuais classificados no G6 – zona de Libertadores e pré-Libertadores.”

Por incapacidade própria perdemos pontos absurdos para Juventude, Grêmio, Criciúma e agora Cuiabá, quando comissão técnica e jogadores sabem muito bem que as dificuldades do Botafogo são contra equipes modestas e não contra as melhores, mais abertas e que também querem vencer – e aí parece que somos quase imbatíveis.

Sejamos honestos: fomos burocráticos a jogar, repetindo o mesmo processo de passes lentos e previsíveis em vez de promovermos mudanças abruptas, guinadas repentinas de direção, troca mais rápida de alas. De tal modo foi ineficiente a nossa burocracia da posse de bola pela posse de bola (75%) que somente aos 38’ de jogo tivemos uma oportunidade de gol com Thiago Almada, depois aos 40’ com Igor Jesus a cabecear ao lado e finalmente aos 51’ com o remate de Marlon ao poste. E antes de tudo isso foi Marlon Freitas que se antecipou quase em cima da nossa linha da meta evitando o gol do Cuiabá. Em suma, o Botafogo criou oportunidades apenas durante 13 minutos.

Na 2ª parte o volume de jogo melhorou e as oportunidades foram aparecendo na mesma medida em que se foram perdendo, não por ‘justiça’ ou ‘injustiça’, não decisivamente pelo antijogo e as simulações do Cuiabá, mas porque fomos ineficaz em enfiar a bola dentro da baliza. Veja-se que as oportunidades não faltaram:

– Aos 48’, Igor Jesus não chega à bola mesmo à boca da baliza.

– Aos 51’, arrancada de Luiz Henrique que mais uma vez se deixou travar por demora.

– Aos 59’, Savarino efetua um remate frontal dentro da área por cima do travessão.

– Aos 73’, Luiz Henrique remata em arco rasando o poste.

– Aos 82’, Marlon Freitas chuta para as nuvens frontalmente dentro da área.

– Aos 89’, Luiz Henrique rematou simplesmente à figura de Walter.

Dir-se-á que tudo foi tentado para vencermos. Talvez. Talvez todos se tenham empenhado desde a comissão técnica aos jogadores, mas com soluções previsíveis dos jogadores e equivocadas de Artur Jorge – que embora se venha revelando um técnico de qualidade, comete erros que me parecem de certo modo elementares e custam pontos.

Da equipe, já o disse, houve muita posse de bola burocrática face à muralha cuiabana – muito bem organizada –, muita lentidão de passe, processo repetitivo de jogador para jogador, sem elementos criativos de surpresa nem dinâmica de jogo e em minha opinião substituições equivocadas: pergunto aos leitores se faz algum sentido substituir Savarino – o nosso ‘motorzinho’ com participação direta em 22 gols – para a entrada de Tiquinho Soares; pergunto se faz algum sentido colocar Eduardo em campo sem ter tido uma única jogada capaz das vezes que reentrou após a sua recuperação física; pergunto se faz algum sentido manter Igor Jesus em toda a partida, em dia de absoluta nulidade, havendo outros jogadores no banco que poderiam tentar a sua sorte.

Em suma, houve oportunidades, mas muitos erros, sabendo-se de antemão que contra equipes ‘menores’ a realidade é aquela que se viu: demérito nosso e consequentemente mérito do adversário com as parcas armas de que dispõe.

E a rude verdade emergiu quando, afinal, a equipe nem sequer tem jogadores 'pendurados' ou lesionados: o “melhor futebol sul-americano” foi incapaz de vencer a retranca do penúltimo clube da classificação geral do campeonato brasileiro.

O alerta está mais uma vez dado pelo Mundo Botafogo, sublinhando que nada está ganho e que tudo pode ser perdido – assim como tudo pode ser ganho com mais ousadia e criatividade.

Dispomos de equipe e comissão técnica para isso, mas a tolerância ZERO que se exige para os últimos cinco jogos, mais um na Libertadores, será determinante de modo a que a burocracia de uma posse de bola meramente formal dê lugar a dinâmicas variadas tendo em conta as características de cada adversário.

OUSAR LUTAR, USAR CRIAR, OUSAR VENCER!

FICHA TÉCNICA

Botafogo 0x0 Cuiabá

» Gols: –

» Competição: Campeonato Brasileiro

» Data: 09.11.2024

» Local: Estádio Olímpico Nilton Santos, no Rio de janeiro (RJ)

» Público: 34.928 pagantes; 41.899 espectadores

» Renda: R$ 2.949.695,00

» Árbitro: Rodrigo José Pereira de Lima (PE); Assistentes: Eduardo Gonçalves da Cruz (MS) e Schumacher Marques Gomes (PB); VAR: Wagner Reway (ES)

» Disciplina: cartão amarelo – Derik Lacerda, Denilson, Ramon, Bruno Alves, Bernardo Franco e Gabriel (Cuiabá)

» Botafogo: John; Vitinho (Eduardo), Bastos, Alexander Barboza e Alex Telles (Cuiabano); Gregore, Marlon Freitas e Thiago Almada (Júnior Santos); Luiz Henrique, Igor Jesus e Savarino (Tiquinho Soares). Técnico: Artur Jorge.

» Cuiabá: Walter; Matheus Alexandre, Marllon, Bruno Alves e Ramon; Filipe Augusto (Jadson), Raylan (Gabriel) e Denilson (Lucas Fernandes); Derik Lacerda (Jonathan Cafu), Pitta e Clayson (Lucas Mineiro). Técnico: Bernardo Franco.

10 comentários:

Filipe disse...

Meu caro Rui , ontem fui assistir o jogo na Arena Sampa Fogo aqui em Moema SP , pela 1o vez percebi nosso time aflito, como quem carrega um fardo enorme , tentando ilivrar-se de qq jeito, idem flashes dos semblantes da torcida, cuidadosamente selecionados pela mídia, até AJ pela 1o vez, na entrevista coletiva pos jogo, atacou o calendario CBF, essa é a atmosfera ideal que a grande midia e adversarios tanto almejam porque sabem que são inferiores ao Botafogo. É hora de trabalharmos a força mental .l!! Isolar o passado, Ousar vencer!! Abraços meu amigo!, vamos soltar esse grito nos próximos dias! saudações Botafoguenses

Ruy Moura disse...

O que é verdadeiramente espantoso para quem entrou em campo com 6 pontos de vantagem! É um Botafogo estranho, Filipe, que parece que se assusta quando está mais disparado na liderança.

Torçamos todos para que a mente se mantenha resiliente, que a comissão técnica perceba os erros que cometeram ela própria e os jogadores e que a dinâmica em campo melhore consideravelmente em relação a ontem.

Abraços Gloriosos.

Sergio disse...

Meu caro Ruy, nada a acrescentar em seu comentário, vimos o mesmo jogo. O futebol provavelmente é o único esporte em que ser melhor ou jogar melhor não garante a vitória. Ao longo de mais de 60 anos acompanhado esse esporte e em especial o Botafogo vi resultados que são absolutamente inexplicáveis do ponto de vista lógico, o futebol não é uma ciência exata, as variantes e as exceções são impressionantes.
Quem poderia prever por exemplo, na taça gb de 68 que o Flamengo com apenas um empate contra o Bonsucesso seria campeão, entretanto perdeu de 2X0, o resto nós conhecemos. Ou em 71 com uma vitória sobre o America, Botafogo seria campeão carioca com uma rodada de antecedência, e até os 41 minutos vencia, e tomou um gol do Renato, irmão do Amarildo e botafoguense declarado, mas acima de tudo era um jogador profissional que defendia o America.
Poderia citar mais uma dezena de resultados que parecem não ter lógica. Dito isto, eu acho que apesar do resultado ser, digamos, desagradável,não podemos desanimar, pois ainda depende do próprio Botafogo o sucesso na competição.
No jogo de ontem, apesar do anti jogo e da retranca do Cuiabá, o Botafogo não soube encontrar as soluções para definir a partida, e nas poucas vezes em que encontrou, esbarrou na ineficácia das finalizações.
Não achei que o time jogou mal, mas me pareceu que em alguns momentos alguns jogadores pareciam não estarem ligados na partida, em especial o Igor Jesus, que ontem foi muito mal, deveria ter sido substituído. E sobre as substituições, acho que não foram boas, por isso não surtiram efeito. Um outro aspecto que eu tenho percebido, aliás eu e muitos torcedores, e que o time arremata para gol de fora da área muito pouco. Outro detalhe que tenho percebido, é que o time nas últimas partidas não consegue repetir duas atuações semelhantes, não sei se é o cansaço ou o pouco tempo de treino para ajustar certas deficiências. Mas apesar disso, não vi o time esmorecer em nenhum momento, lutou até o fim, mas infelizmente não foi suficiente para conquistar os 3 pontos.
Sobre o calendário tão criticado pela maioria, em relação ao Botafogo existe uma agravante: se por um lado ser convocado para suas respectivas seleções valoriza os jogadores, por outro, o Botafogo é muito prejudicado, e para o próximo jogo, provavelmente 5 titulares não poderão jogar, e entre esse o quarteto de atacantes, e isso é um grande problema.
Enfim, só nos resta é torcer, e não cairmos em depressão, afinal a grande maioria dos torcedores do Botafogo vai da extrema euforia a extrema depressão e muitos, apesar da liderança e da diferença de 4 pontos, considera perdido o título. Abs e SB!

Ruy Moura disse...

Sergio, perdido obviamente que o título não está, porque continuamos a depender de nós próprios. Porém, uma coisa é certa, se continuarmos alternando jogos com dinâmicas burocráticas de posse de bola, lentidão nos movimentos, falta de futebol vertical e nenhuma capacidade para converter em gols cobranças de bola parada (faltas e escanteios tantas vezes decisivos no futebol), então a coisa não fluirá.

A não ser que os nossos concorrentes diretos também falhem em momentos importantes. Mas acredito que técnico e jogadores possam refletir seriamente sobre o que se passou ontem e emendem os equívocos.

Abraços Gloriosos.

Dinafogo disse...

O Botafogo precisa entender que, em jogos contra times retranqueiros, é necessário ter intensidade inteligente, velocidade e pontaria em dia, ou então resolver na bola parada. Esses jogos são decididos nos detalhes e raramente contarão com a boa vontade do adversário até que o primeiro gol saia e ele se desmorone, como aconteceu com o Peñarol no primeiro jogo. No entanto, temos visto que, contra times assim, o clube não só deixa de marcar, como, quando faz o gol, sofre o empate rapidamente, geralmente por displicência dos jogadores (quase sempre os mesmos). Também há situações como a que ocorreu contra o Vasco, em que, mesmo vencendo e obtendo um bom resultado, ficamos angustiados pelas chances desperdiçadas. São esses jogos que decidem campeonatos e podem tanto tirar o ímpeto dos adversários quanto aumentá-lo, dependendo dos resultados. Por isso, é preciso atenção e entendimento de que, no Brasileirão, independente do placar, a vitória vale três pontos. É importante ter saldo? Sim, mas é mais relevante ter uma vantagem de pontos sobre o adversário. Haverá partidas que permitirão o aumento do saldo, e é preciso aproveitar essas oportunidades, como o jogo contra o Vasco, no qual poderia ter sido feito bem mais que três gols.

É essa leitura e entendimento das partidas que falta ao Botafogo. Os jogos contra Cuiabá e Criciúma, por exemplo, eram para fazer o dever de casa, de forma simples e objetiva, sem necessidade de goleadas. Já contra o Vasco, apesar do bom resultado, o time poderia ter aproveitado a expulsão para pressionar e tentar ampliar o saldo. Em partidas contra Palmeiras, Internacional e Atlético-MG, dependendo do desenrolar, talvez seja necessário administrar o tempo e até fazer um pouco de cera. Hoje vimos um rival jogando uma final de forma objetiva, sem pretensões excessivas, esfriando o ímpeto do adversário até dar o bote certeiro. Assim deveríamos ter feito na segunda parte da semifinal ou devemos fazer contra o Palmeiras, caso joguemos com um time misto.

Outro ponto que me chama atenção é que, nesses jogos, nem sempre os mais talentosos serão os que resolverão. Contra times retranqueiros, às vezes, é preciso raça, embates físicos e vitórias ao estilo da Série B. O jogo contra o Bragantino, por exemplo, foi decidido por um passe de Romero e uma cabeçada de Gregore, um jogo brigado e com um placar magro, mas que garantiu três pontos, assim como foi contra o Vitória no Barradão.

Contra o Atlético-MG, na Libertadores, devemos jogar de forma inteligente, rápida e segura, tentando fazer o resultado logo no primeiro tempo. O Botafogo precisa deixar de querer dar emoção aos jogos; é preciso "nocautear", pois estamos em um momento chave da nossa história

É hora de ter foco, vontade, inteligência e controle emocional.

Saudações Alvinegras.


Ruy Moura disse...

Observações certeiras, Dinali. Um ponto muito frágil é que AJ não consegue reposicionar jogadores e alterar o esquema de jogo contra as retrancas. Falta variações e criatividade.

O único elemento que o Dinali refere e que me parece pouco significativo é a questão do saldo de gols. Não me lembro de títulos decididos por saldo de gols no Brasileirão por pontos corridos.

Abraços Gloriosos.

Alexis disse...

Excelentes considerações, Ruy Moura. Inclusive, acho que o Arthur Jorge deveria mesmo trabalhar fortemente no sentido das indicações que apontas.

Ruy Moura disse...

Estamos juntos, Alexis. Apesar do potencial de qualidade, o AJ ainda está meio 'verde' com técnico principal (nessa condição só treinou o Braga, que é apenas um clube mediano do futebol português). Espero/desejo que essa 'verdura' não nos prejudique e que o AJ perceba que tem um calendário dificílimo e que a posse de bola pela posse de bola não significa nada. A meio da semana passada o Sporting goleou o Manchester City por 4x1 na Liga dos Campeões com 33% de posse de bola... Quando a posse de bola se torna burocrática é fácil de anular e 'mata' as variações e a criatividade. Esperemos que a sorte esteja do nosso lado e que os adversários principais percam pontos nestas 'ultimas 5 rodadas.

Abraços Gloriosos.

Dinafogo disse...

Ruy, você tem razão, mas é que tenho o temor de o campeonato terminar empatado em pontos ou com uma diferença pequena na rodada final. Mas tenho confiança de que seremos campeões em breve e, em 2025, estaremos em busca do bi das Américas e do tetra do Brasileiro.

Tu és o Glorioso!

Ruy Moura disse...

Dinali, acredito no título se o AJ não cometer erros e os jogadores derem 100% do seu esforço. Mesmo que seja apenas com um ponto de diferença.

Abraços Gloriosos.

Botafogo Campeão Metropolitano Sub-12 (todos os resultados)

Equipe completa. Crédito: Arthur Barreto / Botafogo. por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo O Botafogo sagrou-se Campeão Metropolitano...