por RUY MOURA |
Editor do Mundo Botafogo
«Patético
eu estar recebendo mensagens de ódio. […] E a minoria raivosa será sempre a minoria raivosa.» – Caro John
Textor, nada mais incorreto. São apenas mensagens de protesto legítimo de uma
torcida revoltada com o desastre bimestral do futebol botafoguense. Não há
minorias raivosas nem de ódio. É quase patético chamar a torcida de raivosa e enviando
ódio.
Não são apenas os torcedores reclamando,
também a mídia botafoguense e não botafoguense reconhece que é absurdo a SAF
Botafogo estar dois meses sem técnico e não elaborar um planejamento, excepto,
talvez, no que respeita a reforços, que foi apenas o que se viu, porque foram
dois meses dos quais nada se aproveitou, nada se elaborou, nada se evoluiu.
Sabe como reagiriam os torcedores do Real Madrid ou do Liverpool se isso
ocorresse com eles, caro John Textor?.
..
“Somos
os campeões, venham-nos pegar.” – Pois, e já fomos pegados pelo Pachuca,
Flamengo e duas vezes pelo Racing, sempre com excessiva facilidade para o
estatuto de campeões que ostentamos. Até no campeonato estadual fomos
facilmente pegados por clubes de modesta expressão competitiva. É sobre isso
que a torcida reclama – sermos muito facilmente pegados e nada construirmos para
o porvir.
«Diria
que estou bem chocado com alguns dos protestos, porque eles se tornam altamente
pessoais.» – Novamente nada mais incorreto, caro John Textor. As faixas
diziam: ‘Dois meses sem técnico!’ e ‘Planejamento de merda!’ Não há nisso nada de
altamente (ou baixamente) pessoal, são apenas fatos constatados: estamos há
dois meses sem técnico e sem planejamento capaz.
Nós estimamo-lo, caro John Textor, tivemos os
títulos que não pensávamos ter tão cedo, e agradecemos-lhe do fundo do coração
o seu grande desempenho em 2024. Porém, isso não pode servir de álibi para dois
meses inúteis de futebol e sem nenhum plano gizado, pelo contrário, o que foi
alcançado, graças primordialmente a si, devia exigir da sua parte maior
responsabilidade, mais atenção e muito carinho para manter elevada a moral da
equipe e o seu espírito vencedor.
É justo o seu espírito predominantemente
empresarial, mas a SAF Botafogo não é uma qualquer indústria de produção de
canivetes ou de armamento pesado destinado a confrontos letais, mas uma
indústria de futebol que move a emoção de milhões de pessoas em todo o mundo,
que é lúdica, que é exemplo de vida para a juventude e que deve ser gerida de
modo bem diferente de uma indústria qualquer – por profissionais, do topo à
base, que percebam profundamente toda a fascinante amplitude que envolve o futebol.
O técnico Renato Paiva, que acabou de ser
contratado por si, disse o seguinte: «A
relação com a torcida é muito simples. É ganhar. […] Ganhar e jogar bem. […] Eu
acho que é importante a torcida de um gigante destes ter este tipo de desejo,
de pressão, de querer ganhar sempre.» – Peço-lhe, caro John Textor, que
entenda a nossa torcida desse modo, e jamais com raiva ou, muito menos ainda,
com ódio – mas sim, e sempre, com o espírito de vencer e emocionar-se com as conquistas
de um grande Clube histórico de nível mundial.
De certo modo sou meio parecido ao Felipe
Neto, que quer o seu bem, mas – segundo as próprias palavras de John Textor –
discorda de mais de metade das suas decisões sobre o funcionamento da SAF
Botafogo.
Nós somente queremos o seu bem, caro John
Textor, nunca o seu mal, porque querer o seu bem é querer o bem para todos os
torcedores do Glorioso da Estrela Solitária.
The Botafogo Way!
2 comentários:
Perfeito. Ruy Moura como porta-voz interpreta muito bem os anseios e reclamações do torcedor alvinegro e Glorioso!
É um grande elogio, Vanilson! Fico muito contente se consigo interpretar os torcedores alvinegros nossos irmãos. Obrigado!
Abraços Gloriosos.
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