por RUY MOURA |
Editor do Mundo Botafogo
Resumo da coisa: o segredo do Botafogo para
vencer o Atlético Mineiro é conseguir uma expulsão que nos deixe em desvantagem,
jogar pouquíssimo e num golpe de asa construir a única jogada capaz durante toda
a partida e marcar o gol da vitória que desfez completamente o Atlético.
Globalmente foi um mau jogo de parte a parte,
e não fosse a magnífica jogada do gol, o empate a zero seria o resultado justo
para duas equipes que não jogaram praticamente nada no conjunto da partida.
Pode-se dizer que o Atlético foi ligeiramente
superior na 1ª parte, embora Vitinho pudesse ter dado outro destino à partida
se não perdesse uma claríssima oportunidade de gol aos 19’, perfeitamente
enquadrado com a baliza e frente a frente a Everson, a passe fantástico de Montoro.
Fora isso o Botafogo nada mais fez na 1ª
parte, o Atlético teve mais volume de jogo, mas verdadeiramente só teve um
lance de gol. Aos 32’ Reinier recebeu a bola de Hulk e rematou um tirambaço
contra a trave. E foi essa a 1ª e única oportunidade real de gol para o
Atlético.
E aos 45’ tivemos déjà-vu de Buenos Aires: Chris Ramos acertou uma cotovelada
absolutamente desnecessária em Ivor Gomes e levou cartão vermelho. O meu
cérebro fez imediatamente ligação direta a Buenos Aires e o desfecho
repetiu-se.
Iniciada a 2ª parte, aos 48’ Marlon Freitas
fez uma transição rápida em lançamento longo para Álvaro Montoro pela esquerda,
o craque progrediu, livrou-se espetacularmente da marcação e centrou milimetricamente
para Santi Rodríguez fulminar de cabeça as redes de Everson. Botafogo 1x0.
E em toda a 2ª parte o Botafogo conseguiu
gerir a partida, sem que nenhuma das equipes tivesse uma verdadeira oportunidade
de gol. Talvez Cuibano pudesse tê-lo feito aos 89’ após driblar vários
adversários, mas rematou fraco para a defesa de Everson.
O Atlético estava surpreendentemente ‘morto’,
abusando da lentidão, da lateralização e do chuveirinho improdutivo para a área
com todas as bolas afastadas pela zaga. O Botafogo limitou-se a gerir o jogo e
nos últimos cinco minutos regulamentares e mais 7 de acréscimos marcou
fortemente as tênues tentativas do Atlético, afastando a bola sempre com muita
segurança.
Vencemos, somamos três preciosos pontos, mas
a equipe não esteve bem, mantendo o padrão insuficiente dos últimos jogos (se
exceptuarmos o 1º tempo contra o Mirassol) e tendo a sorte de defrontar um
adversário lerdo, sem acutilância nem imaginação.
Urge reanimar o futebol da nossa equipe, porque
apesar da desastrosa gestão do nosso Clube em 2025, ainda há quem consiga
produzir jogadas brilhantes e tenha capacidade de resiliência nas adversidades.
Homem do jogo: indiscutivelmente, Álvaro
Montoro.
FICHA TÉCNICA
Botafogo 1x0 Atlético Mineiro
» Gols: Santi Rodríguez, aos 48’
» Competição: Campeonato Brasileiro
» Data: 20.09.2025
» Local: Estádio Olímpico Nilton Santos, no Rio de Janeiro
(RJ)
» Árbitro: Flávio Rodrigues de Souza (SP); Assistentes: Fabrini Bevilaqua Costa (SP) e Luiz Alberto
Andrini Nogueira (SP); VAR: Thiago Duarte Peixoto (SP)
» Público: 9.923 pagantes; 11.816 espectadores
» Renda: R$ 395.180,00
» Disciplina: cartão amarelo – Marlon Freitas, Santi Rodríguez, Marçal,
Álvaro Montoro e Léo Linck (Botafogo); Lyanco e Hulk (Atlético Mineiro);
cartão vermelho – Chris
Ramos (Botafogo)
» Botafogo: Léo Linck; Vitinho, Kaio Fernando,
Alexander Barboza e Marçal; Newton, Marlon Freitas e Savarino (Joaquín Correa);
Santi Rodríguez (Allan), Chris Ramos e Álvaro Montoro (Cuiabano). Técnico:
Davide Ancelotti.
» Atlético Mineiro: Everson; Natanael (Bernard), Lyanco
(Gustavo Scarpa), Junior Alonso, Vitor Hugo e Caio Paulista (Guilherme Arana);
Fausto Vera, Alan Franco e Igor Gomes (Rony); Reinier (Biel) e Hulk. Técnico:
Jorge Sampaoli.
2 comentários:
Boa tarde, Blog! O jogo não foi um primor, longe disso. O Atlético-MG dominou as ações em alguns momentos e pressionou bastante. Após a expulsão, fiquei um pouco preocupado, mas percebi que os jogadores estavam com a animosidade elevada por causa da Libertadores, daquele jogo do Brasileiro no ano passado, e demonstraram muita vontade (mais do que técnica) de vencer. Fizeram como no jogo contra o PSG: lutaram, cometeram faltas e seguraram o placar. É uma vitória que traz alívio, tanto pelo resultado quanto por nos colocar temporariamente no G4, mas o futebol segue abaixo e precisamos discutir 2026.
Dinafogo, em minha opinião, o jogo foi uma feira de horrores. Incapacidade coletiva de parte a parte. Só vi uma jogada realmente de nível: a do gol. No último jogo deixaram-se empatar por falta de 'malandragem'. Ao imitarem a 'malandragem' feita contra o PSG apareceu um pouco mais de raça necessária para esta equipe que, às vezes, parece que não tem sangue na veia.
Salvou-se a vitória, mas continuamos à espera de melhores dias, porque a continuar como nos últimos jogos o desgaste emocional vai chegar à torcida. Que só almeja tornar a jogarmos como em 2025 e não regressar ao passado dos altos e baixos
Abraços Gloriosos.
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