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O clássico do Maracanã teve duas partes distintas. Na primeira parte Obina perdeu três oportunidades de gol aos 35’, 43’ e 46’, enquanto o Botafogo jogou muito atabalhoado, mas foi alvo de uma penalidade máxima não assinalada pelo árbitro.
A arbitragem foi igual ao costume: além do penalty claro não assinalado, o juiz fez ‘vista grossa’ a duas faltas do Flamengo à entrada da área na segunda parte, não marcando a favor do Botafogo. Além de ver a flagrante penalidade máxima, ainda tive que ouvir o locutor do PFC dizer: “É. O jogador do Flamengo botou a mão no Túlio, mas se eu fosse árbitro não marcava penalty, não, porque a queda foi espectacular demais”. Sem comentários, além de dizer que o comentarista deveria ser proibido de relatar devido à afirmação irresponsável, bem como aconselhar os botafoguenses – como eu próprio fiz – a desligarem o som do televisor e ouvir o relato no Canalfogão.
Um segundo aspecto importante relaciona-se com Lúcio Flávio. Antes eu gostava muito de o ver jogar, depois considerei que o Botafogo jogava mal com ele e pior sem ele e, recentemente, manifestei o desejo de o ver no banco até recuperar a antiga forma. Porém, o Botafogo foi muito pior sem Lúcio Flávio e muito melhor com ele. Na verdade, a equipa habituou-se ao Lúcio Flávio e, parecendo que não, é ele que distribui o jogo. No ano passado o Botafogo estava viciado em Dodô, e por isso trabalhava-se quase somente para ele e para os seus gols bonitos. Valeu-nos muitas vezes o André Lima com os seus gols geralmente ‘não bonitos’.
Se jogar constantemente para o Dodô me pareceu muito mau, porque fazia a equipa depender excessivamente dele – e ele só fazia gols em ´situaçao ideal’ de ‘gol bonito’ –, jogar a partir do Lúcio Flávio tornou-se também um vício. Que convém mudar, porque senão o Botafogo fica exclusivamente dependente da inspiração de Lúcio Flávio.
No intervalo o Botafogo voltou com Lúcio Flávio e as jogadas fluíram muito mais a partir dele, embora Diguinho tenha feito uma boa partida, tal como Carlos Alberto na segunda parte – ressalvando a sua desafinada pontaria.
A segunda parte foi quase completamente do Botafogo. Aos 6’ Wellington Paulista chuta perigosamente, tal como Carlos Alberto aos 8’. Jorge Henrique desperdiça aos 13’ e um jogador rubro-negro salva o gol em cima da linha, assim como Wellington Paulista não consegue converter aos 34’ acertando na trave.
Como o Botafogo não marcou nas múltiplas oportunidades de gol, os rubro-negros resolveram equilibrar um pouco mais e também perderam a oportunidade de gol aos 38’ e 42’. Finalmente, aos 43’, quase em frente ao gol, Jorge Henrique acobardou-se em rematar e centrou para ninguém.
Ney Franco tem muito que trabalhar a pontaria dos jogadores, a saída de bola e a qualidade do passe. Uma equipa concentrada e madura teria ganho ao Santos, empatado com o São Paulo e ganho ao Flamengo. Em vez de dois pontos teriam sido sete, porque as equipas em disputa do campeonato facilitam muito nas suas defesas e abrem verdadeiras ‘avenidas’.
Acertar a saída de bola da defesa, melhorar a qualidade de passe a meio-campo e afinar a pontaria dos atacantes são prioridades absolutas.
Além disso, Wellington Paulista tem que ser o homem da área, com Zárate ou Gil, e Jorge Henrique tem que jogar entre o meio-campo e o ataque. WP é um jogador muito esforçado, mas só dentro da área é que pode render gols. Os gols de longe podem ficar a cargo de outros, quer dos meias quer dos laterais – desde que tenham capacidade de recuperação.
Este Botafogo tem futuro, mas Ney tem que se impor rapidamente sobre certos hábitos e arrumar a equipa com muito mais eficiência e eficácia do que a que possui. Não obstante todas as vicissitudes recentes, o Botafogo tem potencial para disputar um campeonato tranquilo e, quiçá, disputar a Copa Sul-Americana com alguma ambição.
Góias, Atlético Paranaense e Figueirense são os próximos adversários. São acessíveis e poderemos subir consistentemente na tabela classificativa. Estamos ansiosos por isso…
FICHA TÉCNICA
Botafogo 0x0 Flamengo
Estádio Mário Filho, o ‘Maracanã’; 27/07/2008
Arbitragem: Sálvio Spínola Fagundes Filho; Ricardo Maurício de Almeida e Ediney Guerreiro Mascarenhas
Cartões amarelos: Triguinho e Jorge Henrique (Botafogo); Obina e Cristian (Flamengo)
Flamengo: Bruno, Leo Moura, Fábio Luciano, Ronaldo Angelim e Juan; Jailton, Cristian, Jônatas e Ibson; Maxi (Éder) e Obina. Técnico: Caio Júnior
Botafogo: Castillo, Alessandro, Renato Silva, André Luís e Triguinho; Túlio (Gil), Diguinho, Zé Carlos (Lúcio Flávio) e Carlos Alberto; Jorge Henrique e Wellington Paulista. Técnico: Ney Franco
A arbitragem foi igual ao costume: além do penalty claro não assinalado, o juiz fez ‘vista grossa’ a duas faltas do Flamengo à entrada da área na segunda parte, não marcando a favor do Botafogo. Além de ver a flagrante penalidade máxima, ainda tive que ouvir o locutor do PFC dizer: “É. O jogador do Flamengo botou a mão no Túlio, mas se eu fosse árbitro não marcava penalty, não, porque a queda foi espectacular demais”. Sem comentários, além de dizer que o comentarista deveria ser proibido de relatar devido à afirmação irresponsável, bem como aconselhar os botafoguenses – como eu próprio fiz – a desligarem o som do televisor e ouvir o relato no Canalfogão.
Um segundo aspecto importante relaciona-se com Lúcio Flávio. Antes eu gostava muito de o ver jogar, depois considerei que o Botafogo jogava mal com ele e pior sem ele e, recentemente, manifestei o desejo de o ver no banco até recuperar a antiga forma. Porém, o Botafogo foi muito pior sem Lúcio Flávio e muito melhor com ele. Na verdade, a equipa habituou-se ao Lúcio Flávio e, parecendo que não, é ele que distribui o jogo. No ano passado o Botafogo estava viciado em Dodô, e por isso trabalhava-se quase somente para ele e para os seus gols bonitos. Valeu-nos muitas vezes o André Lima com os seus gols geralmente ‘não bonitos’.
Se jogar constantemente para o Dodô me pareceu muito mau, porque fazia a equipa depender excessivamente dele – e ele só fazia gols em ´situaçao ideal’ de ‘gol bonito’ –, jogar a partir do Lúcio Flávio tornou-se também um vício. Que convém mudar, porque senão o Botafogo fica exclusivamente dependente da inspiração de Lúcio Flávio.
No intervalo o Botafogo voltou com Lúcio Flávio e as jogadas fluíram muito mais a partir dele, embora Diguinho tenha feito uma boa partida, tal como Carlos Alberto na segunda parte – ressalvando a sua desafinada pontaria.
A segunda parte foi quase completamente do Botafogo. Aos 6’ Wellington Paulista chuta perigosamente, tal como Carlos Alberto aos 8’. Jorge Henrique desperdiça aos 13’ e um jogador rubro-negro salva o gol em cima da linha, assim como Wellington Paulista não consegue converter aos 34’ acertando na trave.
Como o Botafogo não marcou nas múltiplas oportunidades de gol, os rubro-negros resolveram equilibrar um pouco mais e também perderam a oportunidade de gol aos 38’ e 42’. Finalmente, aos 43’, quase em frente ao gol, Jorge Henrique acobardou-se em rematar e centrou para ninguém.
Ney Franco tem muito que trabalhar a pontaria dos jogadores, a saída de bola e a qualidade do passe. Uma equipa concentrada e madura teria ganho ao Santos, empatado com o São Paulo e ganho ao Flamengo. Em vez de dois pontos teriam sido sete, porque as equipas em disputa do campeonato facilitam muito nas suas defesas e abrem verdadeiras ‘avenidas’.
Acertar a saída de bola da defesa, melhorar a qualidade de passe a meio-campo e afinar a pontaria dos atacantes são prioridades absolutas.
Além disso, Wellington Paulista tem que ser o homem da área, com Zárate ou Gil, e Jorge Henrique tem que jogar entre o meio-campo e o ataque. WP é um jogador muito esforçado, mas só dentro da área é que pode render gols. Os gols de longe podem ficar a cargo de outros, quer dos meias quer dos laterais – desde que tenham capacidade de recuperação.
Este Botafogo tem futuro, mas Ney tem que se impor rapidamente sobre certos hábitos e arrumar a equipa com muito mais eficiência e eficácia do que a que possui. Não obstante todas as vicissitudes recentes, o Botafogo tem potencial para disputar um campeonato tranquilo e, quiçá, disputar a Copa Sul-Americana com alguma ambição.
Góias, Atlético Paranaense e Figueirense são os próximos adversários. São acessíveis e poderemos subir consistentemente na tabela classificativa. Estamos ansiosos por isso…
FICHA TÉCNICA
Botafogo 0x0 Flamengo
Estádio Mário Filho, o ‘Maracanã’; 27/07/2008
Arbitragem: Sálvio Spínola Fagundes Filho; Ricardo Maurício de Almeida e Ediney Guerreiro Mascarenhas
Cartões amarelos: Triguinho e Jorge Henrique (Botafogo); Obina e Cristian (Flamengo)
Flamengo: Bruno, Leo Moura, Fábio Luciano, Ronaldo Angelim e Juan; Jailton, Cristian, Jônatas e Ibson; Maxi (Éder) e Obina. Técnico: Caio Júnior
Botafogo: Castillo, Alessandro, Renato Silva, André Luís e Triguinho; Túlio (Gil), Diguinho, Zé Carlos (Lúcio Flávio) e Carlos Alberto; Jorge Henrique e Wellington Paulista. Técnico: Ney Franco
6 comentários:
olá, rui!
fiquei, daqui, ansioso para ver seu texto sobre o jogo.
realmente, o time jogou mal sem o lúcio flávio na primeira etapa. mas, penso eu, ele jogou bem no segundo tempo como poucas vezes vi neste ano. então, isso me leva a entender que talvez o banco que ele pegou tenha dado uma motivação a mais.
acho, então, que estávamos certos ao pedir que fosse sacado.
ainda que não tenha sido uma apresentação emblemática, se ele jogar sempre como jogou ontem sempre, ninguém ficará pedindo que ele vá pro banco. nem eu. hehe
agora, me bateu uma dúvida.
se você deseja ver gil ou zárate com wellington paulista, e o jorge henrique vindo de trás, quem você vai tirar?
digo isso porque, nessa formação, teríamos de abrir mão de um meio-de-campo e seria muita exposição da nossa - já não tão forte - linha de defesa.
é por isso que eu acho que a formação do ataque é mesmo com jorge henrique e w. paulista, com diguinho, túlio, carlos alberto e lúcio flávio ou zé carlos.
outro ponto: concordo com as prioridades que você relatou.
sobre a primeira, que é saída de bola, não é possível que possamos melhorar nesse quesito com renato silva lá atrás.
os outros dois pontos são fundamentais e, sinceramente, não vejo como um técnico pode aprimorar um fundamento como esses em jogadores profissionais, quando, sugere-se, eles já devam conhecer bem essa técnica.
mas é notório que são fundamentos que comprometeram nos jogos que você acusou.
também acho que essa equipe tem potencial de disputar um campeonato tranqüilo e, quem sabe, ser campeão da sulamericana.
seguimos na torcida.
forte abraço e sds. botafoguenses!!!
O JH, o Gil e o Zárate são um problema, realmente!... Ainda bem para o Ney...
Quando fiz a escalação eu tirei o LF. Eu propusera:
"Diguinho, Túlio, Carlos Alberto;
Jorge Henrique
Wellington Paulista e Gil”
Entrando o LF a coisa complica-se... Há várias hipóteses: a que está acima, sem LF; outra com LF e CA a armar, WP e JH à frente com Gil e Zárate a substituirem-nos em momentos específicos; outra sem LF com Gil a apoiar CA na armação e com JH e WP à frente; outra ainda sem Jorge Henrique, porque atacante a perder gols como ele não serve para nada...
Vamos ver como evolui a estratégia e as táticas do Ney. É essencial que ele estabilize um padrão de jogo - evidentemente ofensivo, mas com muita atenção á nossa 'miserável' defesa.
Na verdade, embora haja diferenças entre eles, eu não gosto de ninguém naquela defesa, seja RS, AL, Triguinho ou Alessandro. Para mim, o único defesa decente que tivemos sacudimo-lo da equipa: Ferrero.
SAUDAÇÕES BOTAFOGUENSES
Rui,
Para mim, a melhora da equipe está condicionada a saída do Zé Carlos que estava jogando muito mal. O Ney tem a opção de escalar o LG, Túlio e Diguinho (assim, esses dois últimos teriam mais liberdade para atacar);ou então, experimentar o Lucas Silva ao lado do CA.Na hipótese de não nos livrarmos do LF, acho que esse teria que se reposicionar em campo, jogando do meio para trás, organizando a saída de bola do time (como faz o Pirlo),portanto, deixando a criação das jogadas ofensivas para o CA.
Parbéns pela marca do seu excelente blogue.
Patrick
Patrick, penso que o Ney vai experimentar o Lucas Silva, sim. Porém, o Leandro Guerreiro nunca mais voltou à forma antiga.
Por outro lado, como alternativa, concordo com esse reposicionamento do LF, mas acho que o CA tem que melhorar a criação. Mas continuo a não gostar do JH no ataque. São gols perdidos uns atrás dos outros. Porque não o JH a armar com o CA deixando na frente o WP com o Gil ou o Zárate?... O JH era bom como 'garçom' em 2007...
Saudações Botafoguenses
Rui, como sempre uma análise perfeita, você tem uma visão de jogo ótima e fluência em expor aquilo que viu. Vi três penltis: dois do Fábio Luciano, um no WP e outro no JH e o pior de todos, claro, do Juan no Túlio. Infelizmente, esse tipo de arbitragem equivocada principalmente contra o Flamengo parece que faz parte da sina atual. Entretanto, acho que se nossas finalizações melhorassem, teríamos mais sucesso. O problema de finalizações é cronico desde 2005. No segundo tempo do jogo de domingo o Fla só equilibrou o jogo e teve oportunidades, graças a ousadia do NF que abriu o meio-campo para tentar a vitória. Gostei dessa ousadia. Acho que o NF teve pouco tempo para ajustar a equipe, mas mesmo assim tem conseguido muito bons resultados. Ainda não confio totalmente na nossa zaga, principalmente no RS. Estive pensando, não seria o caso de tentar o Lendro Guerreiro como zagueiro no lugar do RS. O que você acha? Acho o LG um bom jogador que foi sacrificado este ano por escalações equivocadas do Cuca, além do fato de ainda estar fora de forma quando foi escalado. Ano passado em algumas oportunidades o LG atuou como zagueiro e se saiu bem. Outra virtude do LG é que ele tem boa saída de bola. Acho que melhor que o RS ele sería como jogador de defesa. Grande abraço e Saudações botafoguenses! Nossa partida de botão continua de pé, casao eu vá a Portugal ou você venhaao Brasil. Estou montado o meu escrete.
Estimado amigo, o NF foi ousado, sem dúvida, mas, sinceramente, receio bastante tais ousadias tendo em consideração que o nosso BFR ainda não tem consistência. Imagine que aquela cabeçada do Fla entrava na baliza aos 43 minutos...
Confesso que não sou tão ousado. Confio mais numa defesa segura e em contra-ataques rápidos. O BFR não é time, ainda, para pressionar o tempo todo e em toda a extensão do terreno.
A sua observação sobre o LG é pertinente. por mim, experimentaria tudo no lugar do RS, porque pior só o Bruno Costa e esse já se foi. Porém, quero dizer-lhe que o Cuca prejudicou o LG pensando fazer uma coisa boa para ele; o que o Cuca fez foi colocar como titular um dos seus 'protegidos' logo que pôde, mas como o rapaz estava sem ritmo, afundou-se. E o Cuca insistindo...
Sobre o futebol de botão será um gozo muito grande, mas terei qe jogar com um time emprestado, porque não tenho jogadores desde que vim do Brasil... Treinador falhado... eheheh...
SAUDAÇÕES BOTAFOGUENSES
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