terça-feira, 31 de agosto de 2010

Como começou 1957…

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O Botafogo não era campeão carioca desde 1948 e já haviam passado oito anos. Paulo Antônio Azeredo fora eleito presidente em 1954 e Renato Estelita assumiu a vice-presidência de futebol.

Ambos decidiram recolocar o Botafogo na rota dos títulos, tal como Azeredo já fizera no início dos anos trinta, após ser eleito em 1926. Estelita convidou o jornalista desportivo João Saldanha para técnico da equipa, a qual foi entretanto reforçada com Servílio, Paulinho Valentim e… Didi!

Saldanha foi questionado pelo vice-presidente sobre o que é que precisava para o Botafogo ser campeão. A resposta foi célere: – “Compre o Didi do Fluminense e eu garanto”.

Didi era o futebolista mais caro do futebol brasileiro, mas Estelita falou com Adhemar Bebiano – patrono do Botafogo e dono da fábrica de tecidos Nova América – para viabilizar a compra. Assim foi feito e Didi veio para o Botafogo.

Saldanha acertara no alvo e a gestão do futebol também. Didi foi o grande construtor da coluna vertebral da equipa e o Botafogo foi campeão. Na decisão do campeonato, apesar dos cinco gols de Paulinho Valentim, Didi foi o craque da final.

Clique abaixo e veja a cobertura da final Botafogo 6x2 Fluminense em 1957, pelo Canal 100: http://www.youtube.com/watch?v=ZC8ChBNUEnw

2. João Saldanha era o técnico da seleção brasileira. Foi o primeiro técnico que trabalhou a garra e a moral dos jogadores que, por isso, ficaram conhecidos como “As Feras do Saldanha”. Time pronto e treinado para a Copa de 1970. Mas o presidente-general Garrastazu Médici – que gostava de futebol – resolveu se meter. Deu uma entrevista dizendo que Saldanha deveria convocar e colocar o Dario –Dada – de centro avante. Saldanha respondeu dizendo ao repórter: -Eu não me meto nos soldados do exército dele, e ele não deve se meter nos jogadores de meu time. Resultado: -Saldanha foi demitido. Entrou Zagalo, técnico do Botafogo, que com a base criada por Saldanha levou o Brasil a ser Campeão Mundial em 1970.

3. A moda dos cabelos grandes começou a ser usada pelos jogadores de futebol. Eram os Beatles, Rolling Stones, os Black Power, etc... João Saldanha, técnico da seleção brasileira, foi entrevistado e disse que o cabelo grande prejudicava os jogadores. O vento abanaria suas cabeleiras e prejudicaria a visão, e o cabelo Black Power como o de Zequinha, (que era ponta direita do Botafogo), acolchoaria a bola na hora da cabeçada. A TV o entrevistou e Saldanha repetiu tudo isso. Clique em seguida, e conheça a entrevista que Saldanha deu à TV sobre os cabeludos no futebol.
http://www.youtube.com/watch?v=a5ttfPtUPus

Pesquisa de Rui Moura (blogue Mundo Botafogo)

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Gestão e superstição


por João Saldanha
excerto de Os subterrâneos do futebol, Livraria José Olympo Editora

O campeonato estava começando. Faltavam dois dias e nos reunimos com Renato Estelita e o presidente Paulo Azeredo para traçar planos. O time estava engrenado. Com a entrada do Didi, Paulo Valentim e Servílio (que já estava vindo do Norte onde fora fazer uma "ponte" para tapear o Flamengo que não venderia direto ao Botafogo), quem sabe, com um pouco de sorte daria para se chegar bem colocado e até ganhar. A excursão a Caracas tinha sido ótimo treinamento. Jogos de seis em seis dias e ninguém machucado. Faltava somente esclarecer a questão dos bichos.

Renato apresentou uma sugestão:

– Oito mil contra os grandes e três contra os pequenos. Se ganharmos todos os jogos, dá dois milhões e cem mil. Parece muito, mas ganhando tudo seremos campeões.

O Dr. pulou:

– Pronto. Lá vêm os "irmãos Rockefeller" com as idéias astronômicas. Ganhamos o campeonato e vamos à falência. Isso não seria de todo mal. Mas, se a gente ganha só no começo, "eles" botam o dinheiro no bolso e depois desandam a perder. Não, não dou. É muito – disse o presidente do Botagogo.

Discute dali, discute daqui, e Renato engrenou a segunda:

– Então cinco mil para os jogos grandes e dois para os pequenos. São cinco grandes e seis pequenos. Claro que o Botafogo não conta.

– Aonde é que tem seis clubes grandes?, perguntou Paulo Azeredo.– Tirando o Botafogo só restam três: Flamengo, Vasco e Fluminense.

Então ponderei:

– Mas hoje mesmo eu li uma entrevista do senhor a um jornal, falando em seis clubes grandes que tinham chance no campeonato carioca.

– O, João (João Saldanha)! Você parece criança. Para mim vocês são mesmo uns meninos. Todos os anos eu dou esta entrevista no começo do campeonato. E eu não vou dizer que o América e o Bangu não são grandes, não é? Para quê? Para eles ficarem com raiva de mim? América e Bangu são duas panquecas. Deixa eles pensarem que são grandes. Mas para efeito de bicho, pra mim, são pequenos. Vou fazer uma proposta: cinco mil para os três grandes, três para América e Bangu e dois para o resto. Mais, nem um tostão. Em caso de empate, a metade. Que tal?

Na saída, Renato comentou:

– Eu comecei propondo oito porque ele baixaria na certa. Acho que cinco mil está bom. Depois, se a coisa engrenar, a gente aumenta. Ganhando, tudo irá bem. Mas ... escuta uma coisa: que tal se nós contratássemos o seu Valdemar? Aquele macumbeiro de Catumbi, um que já trabalhou para o Vasco. Ele é bom...

– Ora, Renato, não enche. Se macumba resolvesse em futebol, o campeonato baiano terminaria empatado!...

domingo, 29 de agosto de 2010

Botafogo 0x1 Internacional

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A autoridade para me pronunciar sobre o jogo no Beira-Rio é nenhuma: não ouvi nem vi o jogo devido à hora adiantada na Síria e ter que retomar o meu percurso turístico cedo.

Não obstante, li os comentários de alguns companheiros e parece que quando perdemos é menos mérito dos adversários e mais demérito nosso. Desde há vários anos temos problemas com goleiros, com defensores pífios, com atacantes desafinados em frente ao gol, com arbitragens parciais, com comissões técnicas que erram em situações elementares e com as opções da diretoria em termos de contratações.

Perder para o Internacional no Beira-Rio seria normal se ontem não voltassemos aos erros de escalação e de substituições e à preferência ininteligível por figuras como Fahel e… Edson!

Não parece que o treinador seja ousado, corajoso e ofensivo como (falsamente) apregoa. O treinador não é ousado nem corajoso quando escala na titularidade nomes como Fahel e… Edson!

Os responsáveis pelo departamento de futebol, apoiados pelo presidente, talvez sejam a fonte explicativa de certas situações caricatas que às vezes ocorrem. Mas, enfim, como disse, não vi o jogo. Porém, a escalação e as substituições seguem na ficha técnica para que não restem dúvidas sobre a insistência em Fahael e num tal de Edson…

E sem Jobson é mais complicado na quarta-feira.

FICHA TÉCNICA
Botafogo 0x1 Internacional
» Gols: Leandro Damião 23’
» Competição: Campeonato Brasileiro
» Data: 28.08.2010
» Local: Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre (RS)
» Público: 16.580 espectadores
» Renda: R$ 240.770
» Arbitragem: Sandro Meira Ricci (DF); Enio Ferreira de Carvalho (DF) e Cesar Augusto de Oliveira Vaz (DF)
» Cartões amarelos: Jobson, Fahel, Edson, Loco Abreu e Fábio Ferreira (Botafogo); Derley, Índio, D'Alessandro, Bolívar e Éverton (Internacional)
» Botafogo: Jefferson; Antônio Carlos, Leandro Guerreiro e Fábio Ferreira; Alessandro, Fahel (Caio), Somália, Maicosuel e Edson; Jobson (Edno) e Herrera (Loco Abreu). Técnico: Joel Santana.
» Internacional: Renan; Nei, Índio, Bolívar e Kleber; Tinga, Glaydson, Derley e D´Alessandro; Rafael Sobis (Andrezinho) e Leandro Damião (Éverton). Técnico: Celso Roth.

sábado, 28 de agosto de 2010

Botafogo ao mar

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por Roberto Porto
http://www.riototal.com.br/coojornal/memoria-esporte006.htm


Hoje em dia, após aplicado exercício de reflexão, este repórter passou a ter a mais completa e absoluta das certezas de que Miguel de Cervantes (1547-1616) e William Shakespeare (1564-1616) foram cidadãos dotados de poderes premonitórios. Por que, haverão de perguntar os leitores? Pois bem: é de Cervantes a frase "Não creio em bruxarias, mas que elas existem, existem". E é de Shakespeare, por sua vez, a sentença "Há mais coisas entre o céu e a terra do que possa supor a nossa vã filosofia". Em poucas e resumidas palavras, o espanhol e o inglês, com séculos de antecedência, previram o surgimento no Brasil do clube da estrela solitária e da máxima que o acompanha; "Há coisas que só acontecem ao Botafogo", de autoria desconhecida, pelo menos até o momento.

Em 1955, após vitoriosa excursão à Europa, a delegação do Botafogo voltou ao Brasil de navio, após os jogadores terem visitado o local onde o avião do Torino chocara-se com uma montanha, matando toda a delegação que retomava de um jogo pela Copa da Europa em Lisboa. Tomados de pavor, os jogadores pediram ao chefe da delegação, o jornalista Sandro Moreyra (1919-1987), que permitisse a substituição do Constellation da Panair do Brasil pelo transatlântico Conte Grande. Sandro percebeu que, caso não concordasse, os jogadores não embarcariam. Ocorrida há 52 anos, esta é a história do dia em que o Botafogo fez-se ao mar, não para honrar o nome regatas que carrega em sua identidade. Mas por um profundo medo de avião.

Só ao Botafogo acontecem certas coisas...

Sandro Moreyra, um chefe de delegação muito amigo

O Campeonato Carioca de 1954 só foi terminar em fevereiro de 1955 e o Botafogo ficara mal colocado. E logo após a recontratação de Zezé Moreira, para dar um jeito no departamento de futebol, o clube tinha pela frente um sério compromisso: uma exaustiva excursão à Europa, acertada pelo empresário José da Gama, com nada menos de 18 jogos a cumprir em curto espaço de tempo. É óbvio que o treinador pouco ou nada pôde fazer. Formou um grupo, convocou alguns reservas imediatos e tomou o rumo do Velho Mundo. A base da equipe era a do ano anterior, ou seja, Gilson (Lugano), Orlando Maia, Gérson dos Santos (Thomé) e Nilton Santos; Pampolini (Danilo) e Juvenal; Garrincha (Neivaldo), Ituarinho [*], Vinícius, Dino e Hélio (Quarentinha).

A chefia da delegação, estrategicamente, foi entregue ao jornalista e benemérito do clube Sandro Moreyra. Por que estrategicamente? Porque Sandro, além de cobrir o clube diariamente para o Diário da Noite, tinha comprovada ascendência sobre os jogadores. E a diretoria do Botafogo estava cansada de saber que não bastariam Zezé Moreira e Paulo Amaral, que fariam o papel dos durões, para controlar um grupo tão heterogêneo por quase três meses de perambulação européia. Sandro sabia lidar com os jogadores e tinha especial relação com dois dos maiores astros daquele time: Nilton Santos e Garrincha. Na verdade, porém, todos eram seus amigos e o respeitavam. Ele era uma espécie de homem da alta sociedade metido no curioso mundo do futebol.

Na delegação que viajou às pressas para a Espanha, com estréia marcada contra o poderoso Real Madrid, no Estádio Santiago Bernabeu, viajavam três jogadores com extraordinária vocação de artilheiros: Dino da Costa, goleador do Campeonato Carioca de 1954 com 24 gols, apesar das más atuações do Botafogo; Luiz Vinícius de Menezes, que viera fugido de Minas Gerais e se escondera em General Severiano até sua situação ser regularizada; e nada menos do que Valdir Cardoso Lebrêgo, o Quarentinha, até hoje o maior artilheiro da história do clube. Estava para começar ali, dia 20 de maio de 1955, em Madri, uma das mais gloriosas façanhas do Botafogo, infelizmente hoje relegada ao limbo do esquecimento.

Time quase chega atrasado à primeira partida em Madri

O avião que conduziu a delegação do Botafogo até a Europa, um pesado e resfolegante Constellation da Panair do Brasil, chegou ao Aeroporto de Barajas, em Madrid, com horas de atraso. A rigor, pode-se dizer que o Real Madrid já estava em campo enquanto os jogadores do Botafogo tiravam o paletó e a gravata do terno de viagem e colocavam às pressas o uniforme. O torcedor madrileno já começara uma sonora vaia, reclamando do atraso, quando o Botafogo, com Lugano (goleiro reserva) e Dino da Costa à frente, entrou em campo carregando a bandeira espanhola. Foi um sucesso. Vieram os aplausos, que se transformariam em espanto ao final da partida, quando os brasileiros, mais mortos do que vivos, arrancaram um inesperado empate de 2 a 2.

Ao longo das 18 partidas, o Botafogo jogou na Espanha, França, Dinamarca, Holanda, Suíça, Itália e Tchecoslováquia. Mas não havia lógica no roteiro, ou seja, o time atuava na Espanha, viajava para a França, regressava novamente para cumprir um compromisso na mesma Espanha e assim por diante. Foram ao todo 12 vitórias, quatro empates e apenas duas derrotas, uma para o Tenerife (2 a 1), na costa da África, e outra para o Racing de Paris (4 a 2). Lá pelas tantas, perdido em viagens de trem, ônibus e aviões, sem a mínima idéia de idiomas, países e atormentado com a diferença do fuso horário, o ponteiro-esquerdo Hélio - que tinha o apelido de Boca de Sandália - perdeu a noção de tempo e espaço. Já não sabia quando havia deixado o Brasil.

A história, obviamente, foi contada a este repórter pelo brilhante Sandro e, como tal, vou passá-la na íntegra aos leitores. Um certo dia, cabisbaixo, Hélio aproximou-se de Sandro e perguntou: "Chefe, há quanto tempo estamos viajando?" Sandro foi curto na resposta: "Dois anos, Hélio". Simplório ao extremo, o jogador se queixou: "Olha, seu Sandro: a essa altura minha mulher e meus filhos, lá em Olaria, devem estar pensando que eu morri". De imediato, o chefe da delegação alvinegra encontrou a solução: "Escreve uma carta para a família, rapaz...". Foi então que Hélio apresentou um problema insolúvel: "O caso, seu Sandro, é que nós estamos viajando há tanto tempo que esqueci o endereço de casa..."

Um passeio turístico dos mais sinistros em Superga

O mais grave, porém, estava para ocorrer. Na manhã seguinte à brilhante vitória do Botafogo por 4 a 0 sobre o combinado Juventus-Torino, em Turim, um guia turístico teve a infeliz idéia de levar a delegação brasileira à Basílica de Superga, numa elevação nas proximidades da cidade. Lá, em 1949, o avião do Torino espatifara-se na montanha, depois de bater de raspão com a asa na torre da basílica. Não houve sobreviventes no acidente que entrou para a história do futebol como a Tragédia de Superga. No ano seguinte, 1950, a delegação da Azzurra que participou da Copa do Mundo no Brasil exigiu viajar de navio. Em 1955, permaneciam na lembrança de todos os italianos – povo sentimental – os queridos jogadores do Torino.

Durante a visita à Superga, ocorreu uma surpresa desagradabilíssima: em torno da basílica, com a torre já reconstruída, ambulantes vendiam, como recordação turística aos visitantes, pedaços do avião que conduzira o Torino à morte. Aqui era um pneu, ali um enegrecido de uma poltrona, mais adiante parte da fuselagem (previamente dividida em dezenas de pedaços), fotos dos cadáveres carbonizados dos jogadores, objetos pessoais encontrados nos destroços, enfim, um sinistro e lúgubre comércio, digno de um dos filmes de terror do escritor americano Stephen King. O resultado? Pânico nas hostes alvinegras. Os jogadores, ainda com compromissos a cumprir na Tchecoslováquia, tremiam de pavor com a aproximação da viagem aérea de volta.

De volta ao hotel, depois do jantar, uma comissão formada por Nílton Santos, Danilo (ex-Vasco), Thomé, Pampoline e Neivaldo, os mais bem informados do grupo, procurou Sandro Moreyra. Não houve um xeque-mate, porque o chefe da delegação, embora afável, não toleraria insubmissão. Mas os jogadores queriam fazer um apelo: voltar ao Brasil de navio. Com mais quatro partidas para cumprir na Tchecoslováquia, Sandro cedeu. O Botafogo viajaria a bordo de um transatlântico que partiria de Bolonha. Os jogadores vibraram e, nos jogos restantes, o time venceu três e empatou o último, em Ostrawa, diante do Banik. E Sandro Moreyra teve que honrar a palavra empenhada. O Botafogo retornaria da Europa singrando, por duas semanas, o Oceano Atlântico.

A Coca-Cola de Garrincha virou Cuba-Libre no navio

O sucesso do Botafogo em gramados europeus foi de tal ordem que o clube faria ainda mais duas longas excursões ao Velho Mundo: 1956 (22 jogos) e 1959 (15 partidas). Daí em diante, ano a ano, abriu-se para o clube o mercado latino-americano, até porque multiplicaram-se as competições européias, desaparecendo as datas livres. Mas a série de vitórias de 1955 traria um grave problema ao alvinegro. Carecido de recursos, o Botafogo vendeu os passes de Dino da Costa (Roma) e Vinícius (Nápoles) para o futebol italiano. Até o amadurecimento de Quarentinha e o surgimento de Paulo Valentim, os torcedores alvinegros sofreram com atacantes como Casnock, Arlindo Baiaco, Gato e muitos outros dos quais nem mesmo fotografias restaram nos arquivos.

Conta o folclore - e às vezes a versão é mais deliciosa do que o fato em si - que a viagem a bordo do Conte Grande foi uma maravilha. A bordo de um navio de luxo, alojados em confortáveis camarotes, os jogadores conviveram 14 longos dias com milionários excêntricos, belas turistas estrangeiras, louras descompromissadas e desfrutáveis, e muitos drinques finos. Garrincha, por exemplo, estava sempre com uma garrafa de Coca-Cola nas mãos, sorvendo alegremente seu refrigerante. Só que, após subornar o garçom, a Coca-Cola misturada ao rum se transformava numa saborosa "Cuba-Libre", a bebida da moda. Exercícios? Sim, Paulo Amaral diariamente comandava uma sessão ao lado da piscina, sob o atento olhar do técnico Zezé Moreira, que não queria craques gordos.

Mas a verdade é que sem Dino e Vinícius, com Quarentinha emprestado ao Bonsucesso, o Botafogo cumpriu uma campanha desastrosa no Campeonato Carioca de 1955, no qual o Flamengo obteve o primeiro tri da história do Maracanã. No ataque, Garrincha era o que se podia classificar de uma estrela solitária. E o resultado é que nem mesmo para o terceiro turno o alvinegro se classificou, superado pelo modesto Bonsucesso. Só no ano seguinte, 1956, sob inspiração de João Saldanha, o Botafogo começou a se recuperar, contratando Didi, o argentino Alarcón e o paraguaio Cañete, além de escalar Paulo Valentim no comando do ataque. Mas o tão desejado primeiro título na Era Maracanã só viria em 1957, sob o comando do próprio João Saldanha.
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[*] Segundo o pesquisador Pedro Varanda nos informou, na escalação deverá ler-se 'Ruarinho' e não Ituarinho.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Na Síria

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Caros amigos, tenho algumas 'limitações internautas' por estas bandas orientais. Consigo publicar, mas não consigo incluir fotos nem responder a comentários - nem visualizar o blogue no meu ecrã. No entanto, podem continuar a comentar porque eu consigo ler os comentários e responderei quando chegar a Lisboa, além de os leitores poderem comunicar entre si. Lamento estas limitações, mas adianto que tenho umas novidades em texto e imagem para todos os leitores.
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Continuo muito contente com o jogo ruim ganhador do Botafogo, em vez do bom jogo perdedor de outros tempos recentes. Creio que melhores jogos virão, mas é preciso estar no topo para se conseguir esse equilíbrio: ganhar jogando bem.
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PS: Hoje estou conseguindo visionar o blogue e responder aos comentários através do estratagema de aceder por 'cache'.

Botafogo, sim senhor!

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por Iran Schleder
escrito para Mundo Botafogo

Caro Rui, antes de tudo quero lhe parabenizar pelo ótimo blog, sou leitor assíduo. Depois de ler alguns textos sobre a primeira camisa resolvi mandar meu próprio sobre o assunto. Sou desses botafoguenses que sofrem mesmo, que choram com as ‘roubalheiras’ dos homens do apito, que odeiam a ‘flapress’, enfim, que tem no Botafogo a mais funda paixão e a convicção de que somos diferenciados da ‘massa bovina’. Como já avisou o alvinegro Armando Nogueira: “Amar um clube é muito mais que amar uma mulher”. E eu sigo à risca o conselho do mestre. Ao longo da vida, já me casei, troquei de namoradas, sei lá, dezenas de vezes. Outras tantas fui trocado por elas, mas a recíproca não está em jogo, agora. Jamais trocaria o Botafogo, nem por outro clube, nem por nada, neste mundo.

Guardo até hoje, íntegro, o sentimento do primeiro encontro. Foi na cozinha da casa da minha mãe, enquanto a própria passava roupa, na noite de 21 de junho de 1989. Tinha eu apenas dez anos, e não estava muito interessado com aquele time, do goleiro Ricardo Cruz ao atacante Maurício, todos eles jogadores medianos, mas todos traziam no peito uma estrela de cinco pontas, radiosa como a luz daquela noite iluminada que fez em Curitiba naquela data.

O jogo era, pra se esperar, Botafogo e Flamengo. Decisão do carioca daquele ano.

Naquela época, até então, o Botafogo ainda não tinha me enfeitiçado, apesar de eu já ter desfilado anteriormente com o manto alvinegro por “ordem” do meu pai. Eu tinha tudo pra não ser botafoguense: meu pai tinha recém separado da minha mãe, o Botafogo vinha de mais de duas décadas em sua história sem a conquista de um único título, e os times do momento Corinthians, São Paulo, e o próprio Flamengo, encantavam o país.

A partida teve início e eu da cozinha sentia que aquela noite entraria definitivamente em minha história. O Maracanã estava lotado com mais da metade do público presente trajando rubronegro. Comecei a ver o jogo como mero espectador, mas o destino resolveu dar a cartada final em meu coração, pois aos 21 minutos do segundo tempo me veio a revelação com o gol de Maurício. Meu coração transbordou, meus olhos encheram-se de lágrimas, e eu, enfim, me apaixonei. Aquilo me marcou profundamente e sempre que revejo o velho VHS daquele campeonato as lágrimas me cobrem o rosto, pois rememoram uma época de minha vida.

Hoje, mais de vinte anos depois, eu me pergunto, por mera curiosidade, por que será que não escolhi torcer pro Flamengo? Afinal, o Flamengo era o time mais querido do Brasil. Dava ibope torcer pro Flamengo. Tinha uma constelação de craques, de Zico a Junior o time era um assombro. Era certeza de alegria pela frente. Eu, no entanto, resolvi trocar o certo pelo duvidoso. Afinidades eletivas, meus amigos. Premonição, talvez. Enfim, coisas do coração, pois no final do jogo era o Botafogo que dava a volta olímpica no Maraca, campeão invicto.

Ali nascia minha grande paixão, sentimento que me destroça por inteiro numa derrota, mas me leva ao êxtase numa vitória. O título de 95 me fez transbordar, transcendeu meu amor, mas o gol de Maurício é especial até hoje, é como o primeiro beijo, nunca esquecerei o sorriso cúmplice de minha mãe quando viu minhas lágrimas naquela noite. Meu amor pelo Botafogo tem de tudo um pouco, porém, é mais que tudo. Meu amor pelo Botafogo é de plena entrega, mas também sei rir na desgraça quando sofremos com times medíocres e piadas alheias.

O Botafogo tem tudo a ver comigo, é supersticioso, eu também sou. O Botafogo é bem mais que um clube – é uma predestinação celestial como já disse o sábio. Seu símbolo é uma entidade divina. “Feliz da criatura que tem por guia e emblema uma estrela. Por isso é que o Botafogo está sempre no caminho certo. O caminho da luz. Feliz do clube que tem por escudo uma invenção de Deus”.

O torcedor do Botafogo tem um coração repleto de memoráveis alegrias: convivem, na mesma estrela, craques que não só nos orgulharam, botafoguenses, mas toda a nação brasileira, de Heleno de Freitas à Túlio Maravilha, passando por outros tantos, como Garrincha, Didi, Quarentinha, Maurício, etc, etc… Não sou da geração privilegiada que viu Garrincha, Didi e o Nilton jogar (meu pai só de lembrar de uns jogos já começa a chorar), nem do timaço de 77/78 com PC Caju e Jairzinho que bateu o recorde de invencibilidade, mas sou da geração de Maurício e de Túlio Maravilha, jogadores que me trazem um sorriso no rosto pela simples lembrança.

Da cozinha de casa naquela noite de 1989 até os dias de hoje foram muitas as lágrimas, tanto de desespero quanto de fulgor. O Botafogo tem o dom de me levar do inferno ao paraíso, e vice-versa. Ele é como eu: é preto no branco, é 8 ou 80. Somos assim, ou é agonia ou é êxtase.

Nota: Iran Schleder, 31 anos, jornalista e, acima de tudo, oriundo de uma família de alvinegros dos pés à cabeça. Do meu falecido avô que viu Heleno, do meu pai que viu Garrincha, e de mim e meu irmão que vimos Túlio Maravilha e esperamos que Jobson e Maicosuel sejam os próximos a entrar nessa seleta lista.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Por que eu torço para dois times de futebol?

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por Gustavo do Carmo
[flamenguista alvinegro...]

Hoje é aniversário do meu pai. Por isso, vou homenageá-lo falando de futebol e reprisando uma crônica publicada no Dia dos Pais do ano passado, na qual tentei explicar porque eu torço para dois clubes aqui no Rio de Janeiro: Flamengo e Botafogo.

Sempre fui uma daquelas crianças que "viravam a casaca”. Ainda não entendia de futebol, mas queria torcer de qualquer maneira por um time. Só que, indeciso, mudava de time a cada semana. Já torci até para o Cruzeiro, sem saber que ele era de Belo Horizonte e de outro estado. Minha mãe comprou uma camisa do clube mineiro, daquelas da coleção da Hering. Depois, com um pouco de influência da minha mãe e da televisão, que dava grande destaque a boa fase do Flamengo no início dos anos 80, decidi torcer para o rubro-negro. Mas, logo depois, dizia que torcia para o Vasco, para o Fluminense e, depois de algumas conversas com o meu pai, virava botafoguense doente como ele.

A paixão pelo rubro-negro acabou ficando. Decidi que ia torcer definitivamente para o Flamengo. Para o desgosto do meu pai que, procurando manter o respeito e a sua autoridade na família, além de querer me educar, me proibia de mencionar o nome do meu time. Dizia que era palavrão.

Com o tempo, o meu pai respeitou a minha torcida pelo Flamengo. No estresse do trabalho, nem tinha tempo para falar de futebol. Precisava se preocupar com coisas mais importantes.

Veio a decisão do Campeonato Carioca de 1989. O Botafogo tinha a primeira chance e, talvez a última, de acabar com o jejum de 21 anos sem título. Indiferente ao martírio alvinegro, eu ia torcer para o meu Flamengo. Na época, já gostava de Fórmula 1 e colecionava o álbum de figurinhas. Claro que eu era dependente financeiramente do meu pai e não podia comprar várias de uma vez. Solidário, meu pai se dispôs a ajudar a completar o álbum comprando um grande maço de figurinhas com a condição de... o leitor deve imaginar qual.

Torci como nunca. Para o Botafogo. Fim de jogo e comemorei com Coca-Cola, ao lado do meu pai, o fim do jejum de duas décadas e as novas figurinhas que enriqueceriam o meu álbum. Meu pai cumpriu a promessa. No mês seguinte já torcia de novo para o Flamengo.

Flamenguista, eu só teria direito à camisa do clube pedindo para a minha mãe. Ir ao Maracanã, nem pensar. Eu mesmo tenho medo. Só podia comentar sobre o meu time com uns poucos colegas de escola. Os mais próximos não gostavam de futebol. Dos que gostavam, a maioria era vascaína.

Na família, só tenho três primos flamenguistas. Bem mais velhos do que eu e de pouco contato pessoal. Outros primos eram vascaínos. Já o único primo da minha idade é botafoguense. Assim como o pai, o tio e o primo dele e o pai português de um dos meus dois primos flamenguistas. Eu parecia torcer sozinho.

Aos quase quinze anos, a minha idade já pedia para não ficar mudando de time.

Com tanta influência alvinegra, decidi assumir a minha torcida dupla. A decisão do Campeonato Brasileiro de 1992 foi a final dos meus sonhos. Dois clubes cariocas e pelos quais eu torço. Escolhi o Botafogo para torcer porque ele ainda nunca havia sido campeão brasileiro. O Flamengo conquistara quatro vezes. Acabou vencendo pela quinta vez e fiquei feliz do mesmo jeito.

O sonho do título brasileiro do Botafogo tornou-se realidade três anos depois. A expectativa pelo título coincidiu com outro bom momento alvinegro: a reinauguração e a volta para a antiga sede da Rua General Severiano, que estava abandonada há anos. O clube lançou uma intensa campanha para atrair novos sócios e o meu pai resolveu comprar um título em meu nome. E eu aceitei.

Ele até queria comprar um título do Flamengo (na Gávea), mas eu preferi o Botafogo por achar mais perto e a condução (desde Bonsucesso) mais fácil. No ano seguinte eu estudaria em uma faculdade do bairro e acreditava que freqüentaria mais o clube. Puro engano. A faculdade ficava muito distante. Era possível ir a pé, mas a caminhada era longa. Quando eu ia ao Rio Sul, passava sempre por perto, mas sempre faltava um comprovante de residência, um recibo de pagamento, uma foto ou simplesmente encontrar a secretaria aberta. Nunca fiz a carteira de sócio. Deixei até de pagar. Achei melhor apenas torcer para o Botafogo.

E foi torcendo para ele que fui ao Maracanã apenas duas vezes na minha vida. A primeira foi em um amistoso que terminou empatado contra o Palmeiras e a segunda, a decisão da Taça Guanabara de 1997 contra o Vasco. O Botafogo venceu por 1 a 0 e conquistou, não só o turno disputado no jogo, como também o próprio campeonato estadual.

Quem leu esse trecho da crônica deve ter concluído que eu virei a casaca mais uma vez e me assumi exclusivamente botafoguense. Enganou-se. Também fiquei muito feliz com os estaduais de 1996, 1999, 2000, 2001, 2004, a Copa Mercosul de 1999, a Copa dos Campeões 2001 e a Copa do Brasil de 2006, conquistados pelo Flamengo. O Estadual de 2007 foi mais uma decisão que me deixou feliz com qualquer resultado. E o Flamengo ganhou nos pênaltis, acabando com o sonho do bi do Botafogo.

Às vésperas do dia dos pais do ano passado ganhei uma camisa nova do Botafogo. Branca, oficial da Kappa, com o patrocínio da Liquigás. Era um presente do meu primo flamenguista para o meu pai. Acabei ficando com o uniforme. Somou-se às três camisas (duas oficiais dos anos 90) do Flamengo e uma do Botafogo (comprada na reinauguração de General Severiano, em 1995, por 42 reais) que eu já tinha.

Neste ano a decisão do estadual se repetiu. Desta vez, ganhou um ingrediente a mais: as cobranças de um terceiro primo flamenguista para torcer pelo Flamengo. Mas continuava torcendo para os dois. Dentro de campo, o tempero foi o canto do "chororô" que o Botafogo ganhou na final da Taça Guanabara, quando houve uma briga envolvendo os botafoguenses Jorge Henrique e o goleiro uruguaio Castilho e o rubro-negro Souza. A fama aumentou quando o presidente do alvinegro ameaçou renunciar e quase cumprir a promessa ao tirar licença. Mesmo também sendo botafoguense, eu também achava (e ainda acho) que o Botafogo reclama demais.

A decisão do campeonato não teve chororô. Eu, como "botafoguista" e "flamenguense" torci para qualquer um. Mas fiquei com pena quando o Botafogo perdeu. Ao mesmo tempo, fiquei feliz com o bi do Flamengo que escapara do Botafogo no ano passado.

Satisfação dupla tive quando a mídia começou a tratar o clássico como a maior rivalidade do futebol carioca, superando a rixa entre Flamengo e Vasco.

É mais um motivo para a maioria monoclubista me chamar de louco. Mesmo assim, continuo sem ter vergonha de dizer que torço para dois times de futebol. Quando alguém me pergunta o motivo eu respondo que sou flamenguista para torcer sozinho e botafoguense para torcer com o meu pai.

7 de Junho de 2008

Fonte: http://tudocultural.blogspot.com/2008/06/por-que-eu-toro-para-dois-times-de.html

5x3: um Land Rover de pontos consecutivos

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É bom acordar em Damasco e poder ler sobre a 5ª vitória consecutiva no campeonato brasileiro. Daqui, estou vendo 3,5 milhões de Manequinhos/as sorrindo muito. Tenham todos excelente dia, amigos/as!

FICHA TÉCNICA
Botafogo 1x0 Ceará
» Gol: Jobson 50’
» Competição: Campeonato Brasileiro
» Data: 25.08.2010
» Local: Estádio João Havelange, ‘Engenhão’, no Rio de Janeiro
» Público: 16.460 (pagantes); 19.468 (presentes)
» Renda: R$ 347.444,00
» Arbitragem: Wilton Pereira Sampaio (DF); João Antônio Sousa e Renato Miguel Vieira (DF)
» Cartões amarelos: Marcelo Cordeiro, Marcelo Mattos (Botafogo); Oziel e Diego Sacoman (Ceará)
» Botafogo: Jefferson, Antônio Carlos, Leandro Guerreiro e Fábio Ferreira; Alessandro (Caio), Somália, Marcelo Mattos, Maicosuel (Edno) e Marcelo Cordeiro; Jobson e Herrera (Loco Abreu). Técnico: Joel Santana
» Ceará: Diego, Oziel, Fabrício, Anderson e Diego Sacoman; João Marcos, Michel (Geraldo), Heleno e Camilo; Wellington Amorim e Washington (Magno Alves). Técnico: Mário Sérgio.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Dois clubes...

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Roberto Dinamite torcia pelo Botafogo quando era criança e o seu ídolo foi Jairzinho. Parece que o ex-craque ainda pretendeu desmentir, mas as fontes sobre o assunto são várias. E que mal há em que uma criança mude de clube, especialmente quando se torna uma das maiores glórias de outro clube? Claro que Dinamite é vascaíno, mas já foi botafoguense. Tal como Cantarellli.

Cantarelli, o goleiro flamenguista com mais jogos (557) disputados nessa posição, era botafoguense. Quem descobriu Cantarellli, em 1969, foi o massagista Mineiro, do Botafogo, que percorria o interior à procura de revelações. Cantarelli era não só botafoguense como fã de Manga. Cantarelli contou que se “amarrava no estilo do Manga, sua segurança, seu arrojo”.

Porém, com 15 dias de escolinha do Botafogo, Cantarelli foi dispensado por Neca sem ter tido uma única oportunidade. Acabou indo para o Flamengo, tornando-se flamenguista.

Exemplos contrários também existem. Ninguém duvida, pelas próprias declarações e sentimentos de ambos, que Didi e Garrincha partiram deste mundo como botafoguenses. Mas Didi era fluminense antes de ingressar no Botafogo, e no Fluminense consta que tinha que entrar pela porta detrás por ser negro.

Quanto a Garrincha, era flamenguista, mas foi recusado pelo clube rubronegro e aprovado pelo clube alvinegro, tornando-se o melhor atleta botafoguense de todos os tempos – e o maior futebolista do planeta.

Um último exemplo: Gérson, o ‘canhotinha de ouro’, sempre foi torcedor do Fluminense e terminou a carreira nas Laranjeiras, mas brilhou realmente foi no Botafogo, de onde saiu para comandar a selecção brasileira na conquista do seu terceiro título mundial.

Recentemente, a propósito de uma brincadeira feita com ele durante um jogo que ouvi pela rádio Globo, respondeu: “Sou 50% Fluminense e 50% Botafogo”.

As voltas que o mundo dá…
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Texto e pesquisa de Rui Moura

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O meu querido amigo Paulo Marcelo Sampaio, o botafoguense que ama cada dia mais o Botafogo e que publicou dois excelentes livros que eu trouxe para Damasco, enviou-me uma nota que eu não poderia deixar de publkicar. Aí vai a referida nota:

GARRINCHA, BOTAFOGUENSE DESDE PEQUENO

Dia desses, o Sarau, programa apresentado por Chico Pinheiro na Globo News reuniu Elza Soares e Lobão. Lá pelas tantas a cantora disse com toda a certeza que Garrincha torcia por um certo clube da beira da Lagoa, como bem o denomina o meu amigo Roberto Porto.

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A verdade é que dois de seus melhores amigos - Suingue e Pincel - era rubro-negros. Chegavam até a fazer apostas com Mané. E perdiam, na maioria das vezes.

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Sempre me intrigou essa história de Garrincha não torcer pelo Glorioso. Mas a Manchete Esportiva 104, de 16 de novembro de 1957, numa reportagem de Ronaldo Bôscoli, revelava naquela época qual era o time do craque. “Casado, com quatro filhos e sócio proprietário do Pau Grande. Admite que tenha sido sempre Botafogo. Simplesmente porque as côres do Glorioso coincidem com as do Esporte Clube Pau Grande”, escreveu Bôscoli.

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Papo encerrado: Garrincha foi Botafogo desde pequeno e não se fala mais nisso!

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A cada novo dia amo mais o Botafogo!
Paulo Marcelo Sampaio Andrade

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O meu querido amigo Maurélio também decidiu fazer o seu contributo, que se segue:

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"O Tromba, era Botafoguense quando criança, em Juiz de Fora (MG). Nilson Dias me disse que era flamenguista, quando criança lá no Bairro do Engenho de Dentro, mas se tornou botafoguense por que tudo que tem, agradece ao Botafogo. O Runco médico do Flamengo, figuei sabendo que é botafoguense. Antônio Lopes é Botafoguense. Joel Santana é vascaíno, segundo seu filho Felipe, que é botafoguense.

Na Síria

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Caros amigos, estou absolutamente fascinado com a Síria. Isto são as mil e uma noites. Mas não consigo aceder ao blogue em circunstâncias normais. Estou a utilizar um estratagema para poder publicar diariamente, pelo menos um artigo, mas não conseguirei introduzir fotos. Lamento as dificuldades que possam ocorrer.
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terça-feira, 24 de agosto de 2010

No armário do mundo

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por Mauro Axlace
escrito para Mundo Botafogo



Eu nem poderia falar sobre elas. Na verdade foram poucas. Na verdade mesmo, nem sei quando foi a primeira. Sei como era e o porquê vesti.

Era o fim da década de 70 quando meu avô, que, como já contei, era jornalista esportivo e presidente da ACERJ, ganhava muitos agrados e presentes. Alguns eram camisas de times e ele escolhia (ou pedia) as infantis. Ele tinha dois netos e trazia pra gente. Eu tinha uns 7 ou 8 anos. Sabia de futebol o que eu jogava no tabuleiro de botão. Sabia que a bola era redonda. Mas pra que servia o futebol? E eu lá sabia isso?

Mas assim comecei. Lembro das primeiras: Guarani, Goiás, Corinthians, Fluminense (meu avô era tricolor), América do Rio... Tinha uma amarela que eu não lembro qual era o time e antes que pensem que era da Seleção Brasileira aviso: Brasil eu já sabia que existia, vi a Copa de 78 e aquela camisa não era da seleção. Até do Olaria A.C. eu ganhei.


Mas cadê a do Botafogo? Devia pensar meu pai. E devem pensar vocês. Meu avô sempre visitava a gente nos Domingos, e para agradá-lo eu vestia uma camisa qualquer que ele havia me dado. Mas eu sentia tristeza por não ter a do time do meu pai. Sentia.

Não sei quem me deu a primeira, não foi meu pai. Mas ela apareceu e como novo ainda que eu era, não sabia que time era aquele, não havia letras, não havia nome, só aquela estrela branca. A camisa era listrada em preto e branco, preto, branco... Preto... Branco... Como poderia me esquecer? O escudo era costurado bem no meio da lista preta. – “É do Botafogo, filho!” – disse minha mãe.

Correção: Eu já sabia...


Já não sentia mais a tristeza de não agradar ao homem mais especial que já passou na minha vida. E ainda passa. Sempre vai passar. Eu podia não ser botafoguense ainda, mas já estava botafoguense por dentro e secretamente. Até pra mim.

Mas e daí? A camisa se foi. Sumiu. Não sei como acabou. Se rasguei-a em minhas brincadeiras. Se desbotou e foi jogada fora. Não sei. Só sei que usei com amor. Usei por gosto. Usei porque quis. Embora igual às outras pelo fato de tê-la ganhado, foi a única que senti falta por não ter e a única com motivo para usar.

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Mas não é essa a camisa da foto. Tive outras. Quando a dádiva de ser botafoguense foi percebida, não mais usei outras. Lembro que tive uma da Copa União. Com patrocínio da Coca-cola. Foi a primeira camisa branca. Tinha uma gola preta enorme. Mas antes das ‘novas’ camisas alvinegras, uma tentativa de me transformar em alguém que eu não era e nunca fui, aconteceu. Um tio, que já não está entre nós, talvez por acreditar que a década de 80 foi justa, que seu time realmente conquistava títulos em campo e não em acordos, me enchia de presentes vermelhos e pretos. De meias à gorros. Bandeiras e flâmulas. Também vesti. Queria agradá-lo. Mas não surtiu efeito e o estarrecido tio desistiu.

Isto posto, foi necessário. Pois por ironia do destino, quis a vida que esse meu tio chamado Edison, que era sócio do time da beira da Lagoa, em 1996, sabendo que alguns jogadores do Botafogo vez por outra almoçavam na churrascaria Estrela do Sul (se não me falha a memória) comprou uma camisa do Botafogo branca da 7UP com o escudo da CBF à manga e o número 7 às costas. Ele conhecia o Gonçalves desde o tempo da Gávea. Num dos almoços ou jantares, se aproximou do zagueiro que prontamente o recebeu.


A camisa foi autografada por todos os 5 que estavam à mesa: Gonçalves, o goleiro Wagner, Mauricinho, Wilson Gottardo e Túlio Maravilha. Presente de aniversário.

A camisa é usada apenas no meu aniversário, Natal e Ano Novo para atrair boas vibrações para o ano que começa. Não a uso. Os autógrafos estão ficando muito claros e não quero perdê-los. Guardada fica, guardada vai ficar. Um beijo no escudo dia ou outro, e agora do armário para o Mundo.

Até sempre, Geninho

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O amigo Geninho partiu. Apresento publicamente os meus profundos sentimentos à filha Fabrícia, que sempre me colocou a par do estado do nosso querido amigo. Desejo muito que Geninho tenha sido inteiramente feliz na vida, e que a sua paixão clubista tenha sido uma verdadeira saga de emoções. Porque o que importa realmente é se a vida foi vivida com intensidade. Até sempre, Geninho.
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PS: Gostaria de homenagear Geninho com fotos que tenho dele com a camisa alvinegra, mas como não as tenho comigo recorri à foto do Cantinho Botafoguense do Rodrigo Federman.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Pólo aquático campeão da II Copa Sul-Americana

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A equipa sub-17 (atletas nascidos em 1993) de pólo aquático do Botafogo de Futebol e Regatas sagrou-se campeã invicta da II Copa Aquática Sul-Americana, organizada pelo Club Aquatica Sports Center e realizada na piscina do clube, no bairro de La Mollina, em Lima, no Peru, entre 20 e 22 de agosto.

Equipas em disputa:

» Aquapolo de Antofagasta (Chile)
» Aquatica Sports Center (Peru)
» Botafogo (Brasil)
» Deportivo Champ de Mars (Peru)
» Stadio Italiano de Santiago Chile)

A arbitragem foi comandada por Wilmer Bem e Follegati Aldo.
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Campanha do Botafogo

1ª Fase
» 20.08.2010: Botafogo 22x01 Deportivo Campo de Marte (Peru)
» 20.08.2010: Botafogo 18x04 Aquatica Sports Center (Peru)
» 21.08.2010: Botafogo 18x02 Stadio Italiano (Chile)
» 21.08.2010: Botafogo 25x02 Aquapolo Antofagasta (Chile)

Semifinal
» 22.08.2010: Botafogo 24x04 Deportivo Campo de Marte (Peru)

Final
» 22.08.2010: Botafogo 18x02 Aquatica Sports Center (Peru)

Equipa: William Nascimento, Vinícius Bruno, Leonardo Moniz, Frederico Lino, João Saback, Lucas Viveiros, Leonardo Ferreira, Henrique Lopes, Felipe Benetti, Lucas de França, Leandro Pereira, Bruno Vieira e Marco Antônio Júnior. Treinador: João Brandão.

Classificação Final

BOTAFOGO (Brasil)
2º Aquatica Sports Center (Peru)
3º Stadio Italiano (Chile)
4º Deportivo Campo de Marte (Peru)
5º Aquapolo Antofagasta (Chile)

Texto e pesquisa de Rui Moura (blogue Mundo Botafogo)
Fotos gentilmente cedidas por Ique, Diretor do Departamento
Resultados de Touca 14

Ela é Botafogo


– PC ou Mac?
– PC.
– Doce ou salgado?
– Doce.
– Praia ou serra?
– Serra. Não, praia. Ah, sei lá… viajar.
– Vasco ou Flamengo?
– Vasco ou Flamengo??? Como assim Vasco ou Flamengo? Só existe a PORRA desses dois times no Rio???

Foi com essa gafe que eu, apaixonado e tentando conquistá-la, fiquei sabendo que minha Lontra torcia pelo glorioso Botafogo de Futebol e Regatas. Desde então a garbosa equipe alvinegra entrou na minha vida com mais propriedade. Não que já não estivesse. O primeiro jogo de futebol que eu assisti no Maracanã foi uma derrota de 2×0 do meu Fortaleza para o Botafogo. E justamente há 18 anos, no dia 21 de junho (*) de 1989, o Botafogo se tornaria meu segundo time oficial no Rio, por conta da conquista do título estadual daquele ano. Mas tergiverso. Não é de mim que vim falar aqui, inclusive porque eu apenas estou de substituto hoje na coluna.

O caso de amor da Thania com o Botafogo, nem de perto, passa por qualquer momento que eu tenha tido com qualquer time. Para começar, eu tenho um amor em cada porto, como diz a Adriana Calcanhotto – um time em cada cidade. A Thania só torce para o Botafogo, assim como fazia o falecido professor Arthur Thaddeu, seu pai. Torcer para o fogão, para ela, foi natural. Nada foi imposto. Ser torcedor do Botafogo, isso sim, não é coisa para qualquer um, como já disseram o Dapieve e o Arnaldo Bloch em freqüentes crônicas nas suas colunas n’O Globo. Hoje, por exemplo, a geração da Thania, como eu citei, comemora a maioridade de um título histórico para o clube.

Ser botafoguense é como viver dentro de uma ópera, uma tragédia diuturna pintada das cores fortes do drama – que nesse caso, são o preto e branco que acompanha a melancólica estrela solitária símbolo do clube (**). O prof. Thaddeu era um torcedor apaixonado, mas não como os que conhecemos. Ele costumava ouvir os jogos em um ensurdecedor silêncio, fechado em sua biblioteca escura, acompanhado apenas de um radinho fuleragem com egoísta (***). Jogos do glorioso causavam sempre 90 minutos de uma tensão absurda no solar dos Thaddeu. E quando a família chegava a ir ao estádio, o velho professor assistia ao jogo absolutamente calado, como se seu coração estivesse para explodir a qualquer momento, o que ocorria apenas nos gols. Sua única interação era com a atenção ao espetáculo.

Não bastasse essa paixão, ainda havia a rivalidade com a família do cunhado – os primos da Thania – que eram flamenguistas doentes. Para piorar, a época em que a Thania passou a acompanhar futebol não poderia ser mais dura. Desde 1968 o Botafogo – que foi, no Brasil, o único time a rivalizar com o Santos de Pelé – não conquistava nenhum título. Pior: era um verdadeiro saco de pancadas. Exilado de sua bela sede do palacete de General Severiano, na zona sul do Rio, para um período nefasto no distante subúrbio de Marechal Hermes, a auto-estima do clube era nenhuma. A diáspora botafoguense ainda se prolongou por longuíssimos anos, passando por Niterói e Ilha do Governador, até a volta gloriosa à sua sede original e a premente possibilidade de vir a administrar um novíssimo estádio aqui no Rio. Bom, mas isso é assunto para amanhã. Retornemos à história.

Como eu dizia, entre 68 e 89, o Botafogo amargou 21 anos terríveis. Mas sua torcida, acostumada ao sofrimento, suportou de tudo. Por muito menos que isso, times tradicionais cariocas como o América e o Bangu praticamente se extingüiram. Mas não o alvinegro. A volta do Botafogo ao panteão dos campeões, contudo, não se daria com facilidade, principalmente na cabeça de seus fiéis torcedores. O campeonato de 1989 é um exemplo claro de que o botafoguense sofre mesmo diante da vitória. Naquele ano, o Botafogo – de jogadores como Paulinho Criciúma, Maurício, Mauro Galvão e Gotardo – conquistou o campeonato de forma invicta, ou seja: sem qualquer derrota. Para os botafoguenses, cada jogo ganho só conseguia trazer uma pergunta: quando virá a derrota? Mas a derrota não vinha e afinal, não veio. Na conquista do campeonato em 1989, a Thania viu seu pai chorar e interagir com a família pela primeira vez durante um jogo. Todos se abraçaram na hora do gol decisivo (foto). Ninguém que passasse na rua Arujá naquela hora teria dúvida de que ali só moravam botafoguenses.

Outra coisa que une a maioria dos botafoguenses é a superstição. As coincidências do dia 21 de junho de 89 – quando, no Maracanã sob 21º de temperatura e depois de 21 anos na fila, o gol saído aos 12 (21 ao contrário) minutos do segundo tempo, marcado de cabeça por Maurício (camisa 7 – a mística de Garrincha), após o cruzamento de Mazolinha (camisa 14… 14+7=21), encerrava a fase mais sombria da história do clube – levaram os botafoguenses à loucura. Não houve no Rio quem não se comovesse com a festa e, com exceção dos irredutíveis mulambos derrotados, não houve quem na cidade que não tivesse torcido pelo Botafogo.

O resto é história. Bicampeão em 90, vice brasileiro em 92, campeão brasileiro em 95 – com uma máquina que contava com o ídolo artilheiro Túlio, outro camisa 7 – o Botafogo voltou a empolgar torcedores, a atrair jovens, a arregimentar multidões. Nem mesmo o descenso para a série B em 2003 arrefeceu os ânimos. Naquele ano, inclusive, a torcida recrudesceu e as vitórias na segunda divisão acabaram fazendo com que os torcedores voltassem a se acostumar com elas. O prof. Thaddeu acabou falecendo antes de ver seu querido time ter que jogar na segunda divisão. Ele chegou a acompanhar do hospital os últimos jogos da péssima campanha que ocasionou rebaixamento do clube e fechou seus olhos para sempre antes de ter que ver o glorioso naquela situação. Por outro lado, nossa família renasceu com a chegada do Léo, e foi com a alegria de tê-lo por perto que vimos o time também renascer e voltar à primeira divisão. Meu filho com a Thania, óbvio, já nasceu botafoguense. Nem havia outra possibilidade.

E é a coisa mais linda ver a Thania torcendo por seu time. Por duas vezes eu estive no estádio com ela, em partidas do glorioso. Em 2002, contra o Fortaleza em Niterói, ela provou que me amava ficando comigo na minúscula torcida cearense, com camiseta do Fortaleza e tudo. Tudo era farra e, afinal, o fogão ganhou de 3×1. Mas era nítido seu desconforto, principalmente quando uma equipe de TV resolveu entrevistar os torcedores do Leão. Ela fugiu correndo. Depois me contaria que seria um grande desgosto para o pai dela vê-la paramentada daquele jeito contra o próprio time. Eu, por minha parte, retribuí a gentileza assistindo um Vasco x Botafogo na torcida alvinegra, no Maracanã. O jogo terminou empatado em 2×2, eu quase apanhei, mas isso não vem ao caso.

O caso é que talvez não haja no país uma torcida como a do Botafogo. Que sem ser apaixonada como a fiel corinthiana, sem ser aguerrida como a do Grêmio, sem ser presente como a do Atlético-MG, sem formar nações como a do Flamengo, ou defender seu clube com sangue como a do Palmeiras, é uma torcida que realmente ama – com tudo o que pode significar essa palavra, de bom e de ruim – o seu time, suas cores, sua história e sua estrela. Não à toa, Vinícius de Moraes, na música sobre sua famosa entrevista com o embaixador americano – Olhe aqui, Mr Buster – definiu o que palavras não explicam: O Sr. sabe lá o que é torcer pelo Botafogo?

* Também foi num 21 de junho que a seleção de 70 conquistou em definitivo, a taça Jules Rimet.
** Direto da escola Tino Marcos de jornalistas-esportivos-poetas.
*** Nem adianta procurar na Wikipédia. Pergunte ao porteiro do prédio.

21 de Junho de 2007

Fonte
http://pirao.wordpress.com/2007/06/21/ela-e-botafogo/

sábado, 21 de agosto de 2010

FÉRIAS!

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Caros amigos botafoguenses, vou fazer a 2ª parte das minhas férias em terras do mundo Oriental (´férias de risco’ para quem gosta de coisas algo ousadas) e espero continuar a ter acesso à rede. Quem acompanha o blogue há mais tempo recorda-se que eu sempre tenho alguns problemas de acesso em determinados países e regiões até conseguir estabilizar o acesso a um servidor fidedigno, especialmente quando faço férias com deslocações diárias em território adverso (que é o caso presente).

Em consequência, pode acontecer que faça publicações com atraso de horas ou que tenha dificuldades de acesso. Por outro lado, creio que a pesquisa diária de resultados de competições a decorrer, especialmente aos fins-de-semana, não terá a celeridade habitual.

Receio que os diversos destinos da viagem me dificultem esse trabalho, mas, não obstante, espero publicar diariamente, porque nestes dois anos e oito meses de blogue, apesar de umas vinte saídas para o estrangeiro, o problema tem tido sempre resolução.

Saudações botafoguenses!

Botafogo no pódio

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Gostei do jogo. O Avaí mostrou porque é que estava em 3º lugar e o Botafogo provou porque é que alcançou o 3º lugar do Avaí.

É certo que a criatividade não imperou e as oportunidades de gol foram muito poucas de parte a parte, mas isso deveu-se a fortes e eficazes marcações de ambas as equipas.

O Botafogo foi sempre pressionante em toda a extensão do tapete verde e o Avaí quase nunca conseguiu entrar na área botafoguense, mas nem por isso os catarinenses deixaram de manter as suas linhas avançadas sempre à espera de uma oportunidade. A qual acabou por surgir e fazer Jefferson brilhar com duas defesas sucessivas por reflexo que deve ter agradado muito a Mano Menezes, espectador no Engenhão, mas sobretudo agradou a todos os alvinegros – que ovacionaram, uma vez mais, o nosso goleiro.

A defesa manteve-se coesa e solidária entre si, mostrando tranquilidade e capacidade de gerir o jogo todo o tempo, anulando qualquer eficácia da boa organização do Avaí que nunca desistiu do gol.

O Botafogo tem finalmente um padrão de jogo, posiciona-se bem, faz marcações cerradas, mantém uma atitude forte e consolida-se estruturalmente. Continuando assim o G4 é uma forte possibilidade de ser a ‘casa’ do Glorioso por largo tempo.

FICHA TÉCNICA
Botafogo 1x0 Avaí
» Gol: Fábio Ferreira 31’
» Competição: Campeonato Brasileiro
» Data: 21.08.2010
» Local: Estádio do Engenhão
» Público: 30.664 pagantes (35.518 espectadores)
» Renda: R$ 821.830
» Arbitragem: Nielson Nogueira Dias (PE); Jossemmar Jose Diniz Moutinho (PE) e Ubirajara Ferraz Jota (PE)
» Cartões amarelos: Marcelo Mattos e Jobson (Botafogo); Leandro Bonfim, Emerson, Bruno Silva (Avaí)
» Botafogo: Jefferson, Antônio Carlos, Leandro Guerreiro e Fábio Ferreira; Somália, Marcelo Mattos, Renato Cajá (Caio), Maicosuel (Abreu) e Marcelo Cordeiro; Jobson e Herrera (Edno). Técnico: Joel Santana.
» Avaí: Renan; Marcos, Gabriel, Emerson e Pará; Diogo Orlando, Bruno, Batista e Leandro Bonfim (Sávio); Cristian (Valber) e Vandinho (Leonardo). Técnico: Antônio Lopes.
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Foto: Jorge William / O Globo

Botafogo vence o IV Circuito Estadual de Natação


No último fim-de-semana – 14 e 15 de agosto de 2010 – realizou-se, na piscina do Botafogo, em 25 metros, a IV Rodada do Circuito Estadual Infantil e Juvenil de Natação.

O Botafogo venceu ambas as categorias e reforçou a sua posição, especialmente devido à ausência do Fluminense. Os resultados foram os seguintes:

Infantil

Botafogo: 2.193 pontos – 31 ouro, 31 prata, 15 bronze
2º Flamengo: 1.388 pontos – 20 ouro, 15 prata, 20 bronze
3º Tijuca: 422 pontos – 6 ouro, 5 prata, 6 bronze

Juvenil

Botafogo: 1.706 pontos – 29 ouro, 22 prata, 14 bronze
2º Flamengo: 729 pontos – 19 ouro, 15 prata, 5 bronze
3º C. Funcionários: 248 pontos – 5 ouro, 2 prata, 4 bronze

Após a IV Rodada, os resultados gerais, por categoria, ficaram assim ordenados:

Classificação Geral Infantil

1º Fluminense: 7.929,5 pontos
Botafogo: 7.784 pontos
3º Flamengo: 5.476,5 pontos

Classificação Geral Juvenil

Botafogo: 10.471 pontos
2º Flamengo: 6.788,5 pontos
3º Fluminense: 4.836,5 pontos

Pesquisa e tratamento de Rui Moura (blogue Mundo Botafogo)

O ‘Furacão’ apresenta-se

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Eis algumas fotos da noite de ontem no restaurante La Fiorentina, no bairro do Leme, com a presença de alguns dos meus amigos botafoguenses homenageando o nosso ‘Furacão da Copa’, Jairzinho.

Na oportunidade o ‘Furacão’ recebeu uma réplica da sua estátua, que será inaugurada hoje, sábado, no Estádio João Havelange, o nosso Engenhão.
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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Glória eterna a Jairzinho

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Jairzinho, campeão do mundo em 1970, no México. Único artilheiro que assinalou gols em todos os jogos de uma equipa numa Copa do Mundo. Jairzinho, glória botafoguense.

Engenhão, 21 de Agosto de 2010. Jairzinho terá uma estátua inaugurada no estádio do Botafogo em Engenho de Dentro.

Edgard Duvivier foi o escultor (foto reproduzida de Globoesporte.com).

PARABÉNS, JAIRZINHO!

Confira o perfil do craque em: http://mundobotafogo.blogspot.com/2009/11/jairzinho-o-furacao-botafoguense.html

Leia mais artigos sobre ‘Jairzinho’ em: http://mundobotafogo.blogspot.com/search/label/memorial%20jairzinho
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A primeira camisa você nunca esquece

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por Marcos Venícius

escrito para Mundo Botafogo


Quisera eu ter podido possuir uma camisa do Botafogo na minha adolescência, mas por mais estranho que possa parecer, para mim era mais importante ter a bandeira do Botafogo do que a camisa.

Ia sempre aos jogos de camisa branca e bandeira a tiracolo juntamente com três rapazes que eram filhos de Richard, ou Richarde para alguns, advogado e ex-jogador do Botafogo. Portanto, éramos quatro bandeiras a tremular sempre no Maracanã.

O tempo passou e o futebol foi esquecido um pouco pela sua intensidade.

Mas o próprio tempo fez retornar essa intensidade quando passei a ser médico do clube, do time da minha paixão – o Botafogo.

E como não poderia deixar de ser, a primeira camisa veio dessa oportunidade.

Eu poderia ter pego qualquer uma com o Paulo – massagista – ou qualquer outra pessoa. Mas esperava que algum jogador me desse aquela camisa.

Tinha amigos de verdade naquele time – Renato Sá, Mendonça, Edson, Wecsley, Ziza, Paulo Sérgio, Wanderley Luxemburgo – sempre de carona para a faculdade após os treinos em Marechal Hermers – e Marcelo.

Pois foi num jogo do campeonato carioca de 1980 que Marcelo, após marcar um gol da vitória sobre o Olaria, me oferece a camisa ao fim do jogo.

Eu não sabia se sorria ou chorava com o presente. Era a primeira – era linda –, estava suada, suja, mas era a minha primeira camisa.

Logo depois também recebi camisas de Wescley, Paulo Sérgio e Gil.

Mas o presente de Marcelo permanece como a primeira e única gloriosa na minha coleção de camisas alvinegras gloriosas.

Ela continua, a cada ano que passa, mais linda.

Já se foram 30 anos e só está cada dia mais linda, vejam vocês!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Botafogo recordista brasileiro no remo

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No dia 16 de Junho de 1969, na Lagoa Rodrigo de Freitas, uma guarnição botafoguense estabeleceu um novo recorde brasileiro de remo, na categoria ‘yoles a 8’, percorrendo os 2000 metros da prova em 6’29” (vencedores na foto).

Pesquisa de Rui Moura (blogue Mundo Botafogo)

O eterno e incontornável Garrincha

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De ‘Botafogo em Debate’ cito um excerto do amigo JIM:

“Alfredo Di Stéfano, um dos cinco mais destacados atacantes que glorificaram o futebol, numa reportagem a uma revista especializada na Espanha, e perguntado qual teria sido melhor – Pelé, Maradona, Puskas, Cruyff ou ele mesmo...

“Don“ Alfredo Di Stéfano não pensou duas vezes e concluiu:

Pelé e Maradona foram geniais, Puskas e Cruyff sensacionais, mas o maior de todos foi o “ homem das pernas tortas – Garrincha. Nunca vi ninguém fazer com uma bola o que ele fazia”...

Gabriel Hanot, considerado o maior jornalista esportivo da história do futebol europeu, numa entrevista à L´ Equipe:

“Não há comparações possíveis. Pelé fazia coisas que um ser humano faz. Garrincha certamente veio de outro planeta... Jamais houve e certamente jamais haverá um outro Garrincha”...

E, para terminar, Nestor Rossi, extraordinário meio campista da seleção argentina na década de 60:

“Vicente da seleção portuguesa, Trapattoni, da italiana, Delacha da esquadra argentina, foram capazes de marcar Pelé. Nunca vi nenhum jogador capaz de marcar Garrincha”...”

Fonte: http://botafogoemdebate.forumeiros.com/mane-e-outros-manes-n1472.htm

Parabéns, Internacional!

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Caros amigos, permitam-me esta exceção ao nosso botafoguismo, pela razão de ter previsto, ainda em março, o Santos ou o Palmeiras como os mais fortes à conquista da Copa do Brasil, e ter desejado, também, que o Internacional fosse campeão das Américas - o que se concretizou cinco meses e meio depois.

Torci sempre pelo Internacional nesta competição sul-americana porque considero inteiramente justa a conquista do título por um clube que, em poucos anos, se profissionalizou e encontrou - essa sim - uma gestão de excelência que rapidamente conseguiu ultrapassar os 100.000 sócios, colocando-se como o 6º clube do mundo (a par do Sporting de Portugal) a ultrapassar essa marca.

Quanto a mim, se quisermos atribuir o título de 'excelência gerencial' a clubes brasileiros no âmbito do futebol (evitando a venda de 'gato por lebre') não tenho dúvidas de que escolheria Cruzeiro, Internacional e São Paulo devido ao trabalho desenvolvido neste século - porque será que os três clubes se encontram, persistentemente, ano após ano, no G4 do campeonato brasileiro de futebol?

Se o nosso Botafogo quer a 'excelência' que realmente não tem, que faça benchmarking. A partir de fora pode imitar - inovando - a gestão do FC Porto ou do Sevilha (para não falar nos 'gigantes' Barcelona e Manchester que possuem muito dinheiro); a partir de dentro fazer-nos-ia muito bem imitar, com capacidade inventiva, o 'campeão de tudo'. Que o é em razão de uma gestão absolutamente exemplar.

- Para que também nós pudéssemos viver, um dia, a mesma alegria imensa que os colorados vivem hoje dentro dos seus corações.

Parabéns aos torcedores e à diretoria do Internacional!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

CONVITE


Convido cada um dos leitores de Mundo Botafogo a escrever sobre a sua 1ª camisa botafoguense ou sobre a camisa mais importante da sua vida. O texto pode ser acompanhado de fotos.

Endereço: http://mundobotafogo.blogspot.com/

Botafogo campeão do Desafio RJ x Baixada

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A equipa de futebol 7 society, que ascendeu da 3ª à 1ª divisão estadual em apenas 1 ano e 8 meses, conquistou a sua sétima competição durante esse período.

Ao vencer o Garra FS por 6x2, após perder ao intervalo por 1x2, o Botafogo venceu o ‘Desafio Rio de Janeiro x Baixada’ e tornou a evidenciar a grande envergadura do seu futebol society em tão pouco tempo. A ambição é tornar-se na segunda potência desportiva do clube.

Confira todas as competições em que o Botafogo participou acedendo a: http://botafogosociety.blogspot.com/

No Mundo Botafogo, a etiqueta 'z.futebol society' apresenta pormenorizadamente os resultados das competições.

Pesquisa de Rui Moura (blogue Mundo Botafogo)
Fonte e foto: http://botafogosociety.blogspot.com/

Os outros futebóis…

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As enquetes de Mundo Botafogo geralmente recebem entre 250 a 350 votos. Desta vez atingiu-se o recorde do ‘rebaixamento’: escassos 34 votantes.

Como interpretar?...

Direi simplesmente que os indícios apontam para que os botafoguenses se cinjam a gostar de futebol e pouco mais. Há alguns botafoguenses (resultados de outra enquete) que também gostam de basquetebol e voleibol, mas poucos apreciam a natação, o pólo aquático e o remo. Ainda menos apreciam as variações do futebol tradicional.

Confesso-vos que não partilho deste absolutismo do futebol no meu clube, embora compreenda, já que parece uma 'febre' que tomou conta de quase todos os clubes multi-desportivos do mundo que praticam futebol. Amo muito mais o meu clube do que gosto de futebol. Nunca consideraria que em 2010 temos 106 anos de futebol em detrimento de 116 anos de clubismo [dever-se-ia estranhar que a diretoria não tenha realçado os 116 anos de clube a 1 de julho e destaque intensamente os 106 anos de futebol a 12 de agosto]. Foi precisamente há 116 anos que se originou a herança da formidável Estrela Solitária que nos conduz e da qual todos nós nos orgulhamos.

“Eu não gosto de futebol, gosto é do Botafogo.” – Lúcio Rangel.

Eu gosto de futebol, mas a minha paixão é tudo o que se relacione com o Botafogo. Seja que modalidade for, eu estou vibrando sempre com a Estrela Solitária e com os belíssimos uniformes negro (oriundo do remo) e preto-e-branco (oriundo do futebol).

Sobre os resultados, o já ‘clássico’ futsal ficou disparado à frente com metade da votação, mas deve-se referir o futebol 7 society como o novo grande acontecimento ‘futebolístico’. Está em pleno crescimento, ganha adeptos em todo o Brasil, pode vir a ser o desporto das multidões vibrantes, mas pacíficas e com valores, albergando todos os que querem se afastar das multidões violentas e ‘analfabetas’ que campeiam dentro e em torno dos estádios de futebol - para não falar nas corrupções que alastram desde a FIFA aos mais baixos escalões nacionais, segundo uma publicação recente acerca do assunto.

Eu votei ‘futebol 7 society’, mas também confesso que fui praticante e ainda sou admirador do futsal.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Gérson: a grande figura do Bi-Bi

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Gérson de Oliveira Nunes, conhecido por ‘Canhotinha de Ouro’, e campeão do mundo em 1970, no México, nasceu em Niterói a 11 de Janeiro 1941 e foi um dos maiores jogadores do Botafogo na posição de armador de jogo.

Rei dos lançamentos longos com a sua famosa perna canhota, Gérson sempre teve um enorme sentido estratégico e uma organização impecável de jogo, Os seus passes eram certeiras e perigosíssimos, porque era capaz de lançar a bola para o peito de um centroatacante a 40 metros de distância.

Passes precisos, chutes fortes e colocados, cobranças perfeitas de faltas e liderança da equipa fizeram de Gérson um verdadeiro campeão botafoguense e brasileiro. Gérson destacou-se no Flamengo, mas em rota de colisão com Flávio Costa, acabou sendo comprado pelo Botafogo numa transação sensacional. E foi no Botafogo que Gérson começou a atingir verdadeiramente o estrelato mundial.

Gérson foi amado e odiado. E, campo impunha a sua liderança e orientava constantemente a equipa, razão pela qual ganhou o apelido de ‘Papagaio’. Os elogios foram muitos e a idolatração intensa, mas ‘choviam’ crítica são seu ‘mau caráter’.

Claro que a fama de violento não ocorreu no Botafogo – onde se destacou a nível mundial –, mas no Flamengo, que já nessa altura tinha figuras como Almir e outros jogadores violentos. Em 1962, durante um treino, Gérson partiu a perna de Mauro, um atleta juvenil.

Gérson foi o herdeiro de Didi, que, mais tarde, disse que ele corria demais, mas depois chegou à perfeição. Todos sabemos que Didi entendia que quem devia ‘correr’ era a bola e não tanto o jogador. Ainda hoje isso verdade, quando a maioria julga que é a velocidade o ponto central do ataque.

Em 1970, acabado de sair do Botafogo, Gérson atingiu o estrelato mundial absoluto ao tornar-se campeão do mundo pelo Brasil.


FICHA TÉCNICA DE GÉRSON


Os títulos:


» Campeão da Taça Brasil (1968)
» Bicampeão Carioca (1967-1968)
» Bicampeão da Taça Guanabara (1967-1968)
» Campeão do Torneio Rio-São Paulo (1964 e 1966)
» Campeão do Quadrangular Magalhães Pinto (BH) (1964)
» Campeão do Torneio Jubileu de Ouro da Associação de Futebol de La Paz (1964)
» Campeão do Quadrangular do Suriname (1964)
» Campeão da Taça Círculo de Periódicos Esportivos de Caracas (1966)
» Campeão da Taça Carranza de Buenos Aires (1966)
» Campeão do Triangular de Caracas (1967)
» Campeão do Hexagonal do México (1968)

Competições, Jogos e Gols:

» Taça Brasil (1963, 1967 e 1968): 6 jogos e 1 gol
» Campeonato Carioca (1964 a 1969): 89 jogos e 34 gols
» Torneio Rio-São Paulo (1964 a 1966): 31 jogos e 12 gols
» Taça Guanabara (1965 a 1968): 23 jogos e 9 gols
» Torneio Roberto Gomes Pedrosa (1967 e 1968): 17 jogos e 3 gols
» Amistosos e Torneios Oficiais: 82 jogos e 37 gols
TOTAL: 248 jogos e 96 gols

Estreia pelo Botafogo:

BOTAFOGO 0x1 BAHIA E.C.
» Gols: -
» Competição: Taça Brasil
» Data: 17.10.1963
» Local: Estádio Fonte Nova.
» Botafogo: Manga, Joel, Zé Carlos, Nílton Santos e Rildo; Élton (Ayrton) e Gérson; Jairzinho, Amoroso, Quarentinha e Zagallo.

Decisões mais importantes:

BOTAFOGO 3x2 SANTOS
» Gols: Roberto (2) e Jairzinho
» Competição: Torneio Rio-São Paulo 1964
» Data: 10.01.1965
» Local: Estádio do Maracanã
» Botafogo: Manga, Mura, Zé Carlos, Paulistinha e Rildo; Élton e Gérson; Garrincha (Zagallo), Jairzinho (Adevaldo), Arlindo e Roberto (Hélio Dias). Técnicos: Zoulo Rabello e Geninho.

BOTAFOGO 3x0 VASCO DA GAMA
» Gols: Jairzinho (2) e Parada
» Competição: Torneio Rio-São Paulo 1966
» Data: 27.03.1966
» Local: Estádio do Maracanã
» Botafogo: Manga, Paulistinha, Zé Carlos, Dimas, Rildo, Élton, Gérson, Jairzinho, Bianchini (Zélio), Parada (Sicupira), Roberto (Afonsinho). Técnico: Admildo Chirol.

BOTAFOGO 3x2 AMÉRICA
» Gols: Paulo César 1’, 70’ e 105’
» Competição: Taça Guanabara 1967
» Data: 20.08.1967
» Local: Estádio do Maracanã
» Público: 82.421 espectadores (70.254 pagantes)
» Árbitro: Cláudio Magalhães
» Gols: Paulo Cézar (três), Edu e Eduardo
» Botafogo: Manga, Moreira, Zé Carlos, Leônidas e Waltencir; Carlos Roberto e Gérson; Rogério, Roberto, Jairzinho e Paulo Cézar. Técnico: Mário Zagallo.

BOTAFOGO 2x1 BANGU
» Gols: Roberto e Gérson (Botafogo)
» Competição: Campeonato Estadual de 1967
» Data: 18.12.1967
» Local: Estádio do Maracanã
» Público: 91.881 pagantes
» Renda: 220.902,00 cruzeiros
» Árbitro: Antonio Viug
» Botafogo: Manga, Paulistinha, Zé Carlos, Leônidas e Valtencir; Carlos Roberto e Gérson; Rogério, Roberto, Jairzinho e Paulo Cézar.

BOTAFOGO 4x1 FLAMENGO
» Gols: Gérson (2), Zequinha e Roberto (Botafogo)
» Competição: Taça Guanabara 1968
» Data: 18.09.1968
» Local: Estádio do Maracanã
» Público: 94.535 pagantes
» Árbitro: Armando Marques
» Botafogo: Cao (Wendell), Moreira, Zé Carlos, Leônidas (Dimas) e Waltencir; Carlos Roberto e Gérson; Zequinha, Roberto, Jairzinho e Paulo Cézar. Técnico: Mário Zagallo.

BOTAFOGO 4x0 VASCO DA GAMA
» Gols: Roberto 14’, Rogério 33, Jairzinho 62’ e Gérson 65’
» Competição: Campeonato Estadual 1968
» Data: 09.07.1968
» Local: Estádio do Maracanã
» Público: 141.689 espectadores
» Renda: NCr$ 513.379,25
» Arbitragem: Armando Marques; António Viug e Amílcar Ferreira.
» Botafogo: Cao, Moreira, Zé Carlos, Leônidas e Waltencir; Carlos Roberto e Gérson; Rogério, Roberto, Jairzinho e Paulo César. Técnico: Mário Zagallo.

Despedida pelo Botafogo:

BOTAFOGO 0x2 VASCO DA GAMA
» Gols: -
» Competição: Campeonato Carioca
» Data: 04/06/1969
» Local: Estádio do Maracanã
» Expulsões: Leônidas (Botafogo)
» Botafogo: Cao, Moreira, Zé Carlos (Chiquinho Pastor), Leônidas e Waltencir; Carlos Roberto e Gérson; Zequinha (Ferretti), Roberto, Jairzinho e Paulo Cézar.

Texto: Rui Moura (blogue Mundo Botafogo)
Ficha técnica do atleta: Pedro Varanda e Rui Moura

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Meu dia de botafoguense


por Rica Perrone

Era 1995. Final entre Botafogo x Santos e eu assistia em casa, rodeado de amigos. A enorme maioria palmeirenses, corintianos e tricolores. Havia um santista, chato pra caralho e que eu detestava. Nunca tive nada contra o Fogão, pelo contrário, e nem tinha amigo botafoguense.

Resolvi torcer pro Botafogo. Verdade, quase que eu morri por causa disso. Mas, foi divertido.

Independente de erro de arbitragem e outros detalhes do jogo, eram dois times muito bons. O Botafogo, que tinha Gotardo, Gonçalves, Wagner em grande fase, Beto, Sergio Manoel, Donizete e Túlio ganharia o Brasileiro hoje em dia com 10 rodadas de antecedência. É triste ver como o nível despencou em míseros 13 anos no Brasil… Hoje, destes citados, todos estariam jogando na Europa, Catar, Zambia, Guatemala, menos no Brasil. Enfim…

Sai de casa no intervalo do jogo porque uma filha da puta de uma menina que eu namorava na época disse pra vermos na casa dela o segundo tempo. O idiota foi, e chegando la o viado do pai dela solta: "Não gostamos de futebol”. Vontade de dizer: "Não perguntei sua opção sexual! Liga essa merda na Globo pelo amor de deeeeeeeeus!!!”. Mas não. Eu me controlei, e não vi a porra do segundo tempo. Desculpem os palavrões, mas eu me irrito só de lembrar dessa história.

Quando acabou, eu muito puto, ouvi pela rua. A galera gritando e o viado do pai dela vendo filme. Eu desci correndo pra saber, e disseram que tinha dado Botafogo, 1×1. Eu comemorei, porque lembrei do amigo chato que eu ia encontrar. Só que o bar da esquina da casa dela estava lotado de santista.

Eles vieram na minha direção xingando, dizendo que eu era corintiano, ai eu fiquei mais puto ainda. Eu tinha 17 anos, por ai. Eu corri viu…. Mas eu corri a Cardeal inteira até chegar no Largo da Potato e entrar no primeiro ônibus que eu vi. Desci 3 ruas e parei na porta de casa, branco!!!

Chego lá, encontro um santista chato falando do juiz. Entrei rindo da cara dele e fui pra casa.

Meu pai tava no Rio a trabalho sábado. Chegou domingo e me deu a camisa do Túlio. Imagina né? Meti a camisa e fui pra rua. Eu queria meeesmo apanhar aquele dia.

Me lembro que virei a esquina da padaria e um policial me parou mandando eu voltar. Tinha santista pra todo lado na rua, e eu ali querendo ser Botafogo. Bom, passou.

Alguns dias depois fui passar o ano novo na Barra da Tijuca. Viajei bêbado porque virei a noite anterior na balada. Meu pai desconfiou que eu não falava no carro por isso, mas… até hoje não tocou no assunto. Chegamos no dia 31 e lá fomos pro hotel. A noite, o babaca aqui quis se sentir em casa e meteu a camisa do Flamengo pra virar o ano.

(Todo ano viro com a do SPFC e meia noite eu beijo o símbolo e desejo sorte e feliz ano novo. Desde molequinho. Primeiro pro SPFC, depois pra família, namorada, amigos, etc. Este ano quis me adaptar ao local que eu estava, e mifu)

Entrei na praia todo “raça fla” e olhei pro lado. Tinha uma reunião de botafoguense naquela merda e todos eles começaram a me olhar. Eu ali, fingindo que não era comigo, e cantando o samba da minha Mocidade que tocava na praia. Deu meia noite eu abracei meu pai correndo, meu irmão e fui indo pra calçada.

Meu pai indo atrás, até hoje eu lembro: “Vem aqui porra! Nao acabou os fogos!!!”. E eu correndo dali: "Não, agora é fogos, jaja vai ser tiro!!! Vem!!”. E meu pai saiu da praia comigo 3 minutos após o ano novo. Nem comemoramos, com medo dos botafoguenses que queriam matar um aliado!!! Afinal, eu torci pros caras!!!!

Mas tudo bem. Não sei porque diabos lembrei disso hoje, nem porque diabos escrevi. Mas já que escrevi tudo isso… então vai pro ar.

Pesquisa de Rui Moura (blogue Mundo Botafogo)
Fonte: http://ricaperrone.wordpress.com/2008/11/19/meu-dia-de-botafoguense/