No domingo, dia 7 de novembro [de 1954], o Botafogo teve
tudo para vencer o Flamengo, mas esbarrou em sua Senhoria. (…) Logo no início,
Nilton Santos manda à boca da meta. Vinícius é claramente empurrado por Pavão
na marca do pênalti. Mas o suíço Joseph Guilden “não vê”. O couro vem a Rubens,
mas Paulinho o desarma e serve a Vinícius, que cruza alto. Jordan rebate fraco.
Garrincha recolhe, deriva para o centro e atira. Embaixo do travessão estão
Garcia, Tomires e Pavão. Este ainda tenta salvar, mas ajuda a empurrar para o
fundo do filo. O soprador, posicionado no corredor esquerdo da grande área,
apita impedimento… de Carlyle! Justamente de Carlyle, que tinha os três
rubro-negros entre ele e a linha de fundo. O Botafogo sente que lhe bateram a
carteira.
O Flamengo tira proveito e numa falta de Bob em Zagalo, o
ponteiro manda no travessão. Na volta, Evaristo cabeceia à queima-roupa, mas
Joselias encaixa. Sensacional! Depois é Zagalo quem cruza do fundo e Nilton
Santos tira o pão da boca de Evaristo. Servido por Paulinho, Carlyle prefere
passar para Garrincha, quando a chance de desempatar era toda dele. Guilden
irritou o Botafogo com inversões e marcações sempre a favor do infrator, o Flamengo.
Sola de Roarinho é falta. Sola de Pavão não é. No último lance da partida,
Vinícius manda à boca da meta. Jadir afasta. Dino chega na carreira e com o gol
escancarado, atira uma bala mas o tijolo quente passa raspando o travessão. Que
injustiça!
No vestiário a revolta foi geral. Bob: “Mas o Botafogo
está mesmo de pouca sorte. No dia em quer faz a sua melhor exibição, sofre a
pior atuação desse juiz”. Dino não mediu as palavras: “Mas vejam vocês. Esse
juiz chegou ontem, veio lá de longe e já é Flamengo. Assim, quem é que pode?”
[Nota do Mundo Botafogo sobre o
excerto publicado: Aparentemente, Dino não sabia que os árbitros também se
vendem, ou se compram, e não são necessariamente ‘torcedores’, ou só apenas
torcedores. As armas ilegítimas do Flamengo não têm
fim e vêm de longa data…].
[O livro pode ser adquirido nas
melhores livrarias do Rio de Janeiro e a partir do sítio www.ofuteboldobotafogo.com]
Excerto autorizado pelo autor. In: VILARINHO, C. F.
(2013). O Futebol do Botafogo 1951-60. Rio de Janeiro: Edição do Autor, pp. 107
e 108.
5 comentários:
Rui. Um dos maiores "desastres" favoráveis ao Flamengo foi em uma decisão contra o América ( não sei se em 64 ou 65). De cara, quebraram a perna do melhor atacante do America: Alarcon. Aos 8 ou 10 min. do primeiro tempo. Jogou todo o jogo com 10 pois naquele tempo não havia substituição. O zagueiro do Flamengo que quebrou a perna (acho que foi um cara chamado Tomires) nem advertido foi. Loris
É assim desde sempre, Loris. Uma absoluta vergonha as arbitragens do flamengo e os tapetões do fluminense.
Abraços Gloriosos!
Rui. As datas a que me referi foram os anos de 1954 ou 1955 e não 64/65 como escrevi anteriormente. Desculpe-me. Loris
Rui. As datas a que me referi foram os anos de 1954 ou 1955 e não 64/65 como escrevi anteriormente. Desculpe-me. Loris
Fica a retificação. Nos anos 60 temos também a final Bangu x Flamengo de 1966 em que o Almir desatou ao pontapé a todo o mundo para o jogo ser suspenso e o flamengo não apanhar de cinco ou mais. O Bangu foi campeão com o jogo em 3x0.
Abraços Gloriosos!
Enviar um comentário