por
Raul Quadros
Placar
Magazine, nº 233, 06.09.1974
“O urologista Nader
Nahar confirmou que Jairzinho tem vários focos infecciosos que provocam
constantes distensões musculares. A situação é agravada pela vida desregrada.
Conforme
diz o experiente massagista Mário Américo […] talvez [Jairzinho] possa voltar a jogar, mas nunca mais será o craque invejado no mundo
inteiro. ‘O caso dele é muito sério e tem causas profundas. Na Copa, com todo
aquele tempo de recuperação, já foi difícil colocá-lo em campo. E daquele jeito
que todo mundo viu, sem a explosão que o transformara no Furacão da Copa de 70’.
[…]
Mais
do que ninguém, ele queria acertar [na Copa de 74] – simplesmente não tinha
condições físicas para fazer mais do que trombar com os beques e recorrer à
arrogância de quem, sem humildade, pressente o fim.
[…]
[Jairzinho teve] problemas
[…] ao
longo de uma vida desregrada, incompatível com sua condição de atleta. […]
É
preciso reconhecer que a culpa nem sempre foi dele. A violência dos beques e a
complacência dos juízes deixaram-no muitas vezes de fora, com as pernas
estropiadas. Jairzinho, inegavelmente, foi uma das maiores vítimas da violência
empregada por jogadores medíocres e incentivada por treinadores incapazes.
[…]
Quem
mais perdeu foi o Botafogo, […] quando
[Jairzinho] se começou a contundir com
mais frequência. […]
O
que ganhou foi suficiente para que Jairzinho chegue ao fim da carreira sem
problemas financeiros – um justo prêmio para um jogador que deu tantas alegrias
à torcida brasileira com o seu futebol valente e brilhante.”
Notas do Mundo Botafogo: Alguns craques das décadas de
1950 e 1960, principalmente, podem queixar-se de duas realidades que encurtou,
ou pelo menos diminuiu em qualidade, as suas carreiras. A primeira é de
natureza externa: os árbitros deixavam ‘criminosamente’ que os zagueiros e os
laterais batessem sem piedade em grandes goleadores como Pelé, Garrincha e
Jairzinho para os travar; a segunda é natureza interna: alguns desses jogadores
levaram vida desregrada que, indubitavelmente, afetou as suas carreiras em
termos de sucesso e duração.
2 comentários:
O repórter Ronaldo Castro disse inúmeras vezes que ele era um caneleiro numa prova clara de puro recalque desse radialista meketrefe e ninguém do Botafogo veio a público até hoje para defender nosso eterno ídolo, revoltante
Eu desconhecia isso, Marco, mas nada me admira vindo do 'inimigo'. Sujeitos assim nem merecem o chão que pisam.
Abraços Gloriosos.
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