por CARLOS VILARINHO
especialmente
para o Mundo Botafogo
sócio-proprietário
e historiador do Botafogo de Futebol e Regatas
Aos
23, um lance decidiu o jogo [do campeonato carioca de 1958]. Joubert cede um lateral e permanece no
solo. Wilson Lopes de Souza o atende. Desatento, Nilton Santos quer bater logo,
mas Brun neves se aproxima e toma a bola de suas mãos, rispidamente. Nilton
Santos se espanta: “Vamos! Está parecendo até que você é Flamengo”. O indivíduo
provoca: “Venha apanhar a bola se você é homem”. Nilton Santos responde à
altura. Brun neves se queixa ao juiz e este exclui Nilton Santos. Enfurecido,
Amaury dá uma peitada no juizinho, que se recolhe. Nilton Santos enlouquece:
Você é Flamengo! Você é ladrão! Você não é homem!”. O bandeirinha responde: “Sou
mais homem que você”. Nilton Santos parte na direção do canalha: “Vou mostrar
que não é.” Os companheiros o impedem. Saiu faísca. […]
No
vestiário, Nilton Santos desabafou: “Eu não gosto de homens que correm e ainda
vamos nos encontrar para ver quem é mais homem; ele, que correu, ou eu”.
Nota do Mundo Botafogo: A imagem de ‘bonzinho que Nilton
Santos mostrava no crepúsculo vespertino da sua vida não tinha nenhuma correspondência
com a fogosidade da sua juventude e a prontidão que sempre teve para um
confronto, especialmente quando se tratava de árbitros de futebol. Nesse tempo,
quem andava no futebol não tinha frescura nem covardia, isto é, nenhuma
semelhança com o biltre Maurício Assumpção.
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Excerto autorizado pelo autor. In: VILARINHO, C. F.
(2013). O Futebol do Botafogo 1951-60. Rio de Janeiro: Edição do Autor, p. 242-243.
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