terça-feira, 11 de outubro de 2016

A interdição da vergonha

por PEDRO CHILINGUE

5 de outubro de 2016

Preto no Branco

Eu aposto que nenhum botafoguense está surpreso. Mas, segundo um novo estudo, realizado pela DFA Engenharia e pela Controlatto e divulgado pela Rádio CBN, a interdição do Estádio Nilton Santos em 2013 não era necessária. Dessa forma, foram gastos R$ 100 milhões em uma obra que não precisaria existir. E, acreditem, esse foi o menor prejuízo dessa história toda.

O déficit técnico e financeiro do Botafogo foi absurdo. Reza a lenda que, à época, o clube negociava uma generosa venda de Naming Rights - ou seja, receberia um excelente dinheiro em troca do nome do seu estádio. Além disso, nos tomaram na marra a nossa casa no ano em que montaríamos nosso time mais competitivo, nos obrigando a jogar no Maracanã durante duas longas temporadas.

De concreto, sabemos que a Odebrecht, através da alemã SBP, entregou à Prefeitura um laudo. Nele, a empresa alegou que a cobertura do estádio corria riscos de desabar em caso de ventos com mais de 63 km/h. Na mesma hora, o prefeito Eduardo Paes lacrou o local e deixou o Glorioso sem sua casa.

A mesma Odebrecht havia vencido a licitação do Novo Maracanã. Com o fechamento do Niltão, os clubes se viram obrigados a fecharem contratos com o novo consórcio, mesmo que engolindo a seco diversas desvantagens.

Durante todo o processo, o pior presidente da história do Botafogo de Futebol e Regatas, Maurício Assumpção - que, por acaso, era filiado ao mesmo partido do prefeito, o PMDB - permaneceu calado e completamente omisso. Até hoje, é um mistério o fato de ele não ter sequer se manifestado de forma contundente contra o escândalo que aconteceu no Estádio Olímpico.

Agora, fica a pergunta mais importante: quem pagará o prejuízo? Num país sério, ninguém impune. Investigações severas e profundas às práticas ostensivas em relação ao nosso estádio deveriam estar rolando a pleno vapor. Da mesma forma, esperamos da atual diretoria uma postura séria em defesa dos nossos direitos, incluindo o ressarcimento de todo o valor perdido.

Desde o fechamento indevido do nosso estádio, caiu a grade do Morumbi, caiu o Eduardo Cunha, caiu a Dilma, caiu o Eduardo Paes, caiu a ciclovia, caiu o Vasco, caiu o Fluminense (e não pagou), caiu o WhatsApp, mas o Niltão continua lá; de pé, imponente, sobrevivendo também a ventos muito mais fortes que 63 km/h.

Não esperamos nada além da justiça.

Fonte: http://espnfc.espn.uol.com.br/botafogo/preto-no-branco/11159-estudo-comprova-o-obvio-sacanearam-o-botafogo

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