por CARLOS VILARINHO
especialmente para o
Mundo Botafogo
sócio-proprietário e
historiador do Botafogo de Futebol e Regatas
[A narração que se segue,
esteticamente semelhante a muitas outras narrações ao longo do livro, reporta-se
ao ano de 1962]
Na sexta-feira, Paulo Azeredo dirigiu-se
até à concentração para pedir aos jogadores que fizessem uma grande partida
contra o Palmeiras, levando o Botafogo a conquistar pela primeira vez o título
do Rio-São Paulo. […]
Amarildo recebe e manda à boca da meta. Entrando
na carreira, entre Carabina e Aldemar, Quarentinha toca de leve: 1x0. […]
Vavá […] atrasa na
intermediária para Zequinha, que atira um foguete, vazando a forquilha
esquerda: 1x1. […]
Na segunda etapa, aos 6, recebendo um esticão de
Didi, Amarildo finta Valdir e atira uma bala, vencendo no esforço de Aldemar:
2x1. Gol de Amarildo! O Botafogo imprime um ritmo alucinante, com raça e
altíssima classe. Logo em seguido, em novo passe de Didi, Amarildo vence
Carabina e ganha a área penal. Vai marcar! Sai Valdir e agarra suas pernas com
os dois braços. Pênalti! O juizinho apita córner! Aos 13, Garrincha dribla uma
porção de marcadores, invade a área e queima o goleiro. Valdir solta e China,
na sua cara, chuta para fora. Didi lança para China, mas Valdir mergulha aos
seus pés e evita o remate. Garrincha agride pelo miolo e entrega a Amarildo.
China recebe na tabela e atira. Defende Valdir. China volta a chutar. Salva
Jorge! Córner! Mas aos 17, Garrincha passa por todos os marcadores e rola do
fundo para Amarildo desviar com um leve toque: 3x1. A partir daí o Botafogo
deitou e rolou, fazendo por algum tempo, apesar dos berros de Marinho, a festa
dos alvinegros (mais de 50 mil). Olééé!
Botafogo campeão do Rio-São Paulo Finalmente! Amarildo foi o artilheiro
88 gols).
Fonte do excerto: VILARINHO, C. F. (2016). O Futebol do Botafogo 1961-1965. Edição
do Autor: Rio de Janeiro, pp. 84-85.
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