por CARLOS VILARINHO
especialmente para o
Mundo Botafogo
sócio-proprietário e
historiador do Botafogo de Futebol e Regatas
[A narração que se segue
reporta-se ao ano de 1963]
Quando
deixou a Rádio Mauá, Garrincha foi abrigar-se na residência de sua
“conselheira”, na Urca. A imprensa deu o serviço a Nair. Humilhando-se, a humilde
(mas honrada) mulher enviou à cantora este bilhete: “Você já botou uma mãe em
desespero. Pelo amor dos nossos filhos, deixe o meu marido em paz para poder
educar as meninas. Estou grávida de seis meses, aguardando o oitavo filho, sem
o conforto da presença do meu marido, que, por causa de você, afastou-se do
nosso lar” […]
A
personagem leu o bilhete e declarou à Última Hora: Até agora, fizeram dele um
otário, simples caçador de títulos, e muitos falsos amigos viveram à sua custa.
Não sou sua dona, mas não deixarei que continuem enganando-o. Sei que ele é
casado”. […]
Garrincha
cavou mais a sua sepultura: “Estou cansado de ser palhaço. Não voltarei ao
Botafogo para ser explorado. Tenho 20 milhões no Banco Nacional de Minas
gerais. Sou um homem rico, independente. Posso viver sem o futebol. Tenho
condições para isso e trabalhei, durante todo o tempo, pensando assim. Não devo
ficar triste. De maneira nenhuma ficarei triste”. Então, era isto: palhaço,
explorado, mas rico.
Fonte do excerto: VILARINHO, C. F. (2016). O Futebol do Botafogo 1961-1965. Edição
do Autor: Rio de Janeiro, p. 147.
LOCAIS DE AQUISIÇÃO DA OBRA: É
distribuída pela Editora e Distribuidora Mauad X (ver portal) e pode ser adquirida nos portais das
grandes livrarias do Brasil, na Internet,
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Livraria Pontes. Também pode ser adquirido na tradicional Livraria Folha Seca, na Rua do
Ouvidor nº 37.
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