por CARLOS VILARINHO
especialmente para o
Mundo Botafogo
sócio-proprietário e
historiador do Botafogo de Futebol e Regatas
[A narração que se segue
reporta-se ao ano de 1963]
Octávio
Pinto Guimarães divulgou uma nota oficial: […] “Tendo em vista as declarações inverídicas
e as acusações infundadas, […] a
Diretoria […] resolveu, […] aplicar ao referido atleta a pena de multa
de 60% em seus vencimentos, bem
como suspender o seu contrato, o qual vem sendo rigorosamente cumprido. […] Garrincha quis guerra e a terá. Disse que
tem muito dinheiro e que não precisa de futebol. Vamos ver quem vencerá, se nós
ou ele”. […]
Após a confissão pública de
adultério, Garrincha procurou José Luiz de Magalhães Lins […] para representá-lo nas negociações com o
Botafogo. […] O banqueiro [foi] informado de que Mané, desde a volta do
Chile, recebera 10 milhões de luvas, […] nunca mencionara a pretensão de outros 10 milhões. O Botafogo […] exigia […] uma retratação pública. […]
[Mais tarde] Garrincha reconsideraria suas atitudes, voltando ao Botafogo e
aceitando a multa.
[Mas] Octávio comunicou a posição negativa da diretoria: “Não aceitamos os
termos de uma reconciliação nas bases propostas pelo jogador, já que ele fez
acusações sérias ao Clube e agora voltaria sem retratar-se do que disse”.
[…]
Aceita a quinta versão [do] documento Garrincha […] leu e assinou satisfeito. […] Negou que tivesse a mínima intenção de
atacar “as tradições, a glória e a dignidade do Clube”, não podendo ir contra
elas nem contra os dirigentes, cuja honradez conhecia”. […]
Estava selada a paz!
Fonte do excerto: VILARINHO, C. F. (2016). O Futebol do Botafogo 1961-1965. Edição
do Autor: Rio de Janeiro, p. 146-148-149.
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