sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Fragmentos ‘futebol do botafogo 1966-70’: Garrincha era tricolor na sua meninice?!... [08]

por CARLOS FERREIRA VILARINHO
especialmente para o Mundo Botafogo
sócio-proprietário e historiador do Botafogo de Futebol e Regatas

Transcrevo um primeiro e inédito trecho do meu livro O Futebol do Botafogo - 1966-1970, III volume, ainda no prelo:

No time principal do Botafogo, em 610 jogos, Garrincha marcou 242 gols e entregou outros tantos aos companheiros. Por merecimento, ele conquistou o título de ‘Alegria do Povo’. Mas desde o instante em que a personagem cruzou o seu caminho, ele desfigurou-se como homem e atleta. Mané deixou General Severiano porque quis. Estava de cabeça virada. Porém, bem mais tarde, ele confessará: “Continuo Botafogo, ele mora no meu coração” (in Jornal do Brasil, de 18/12/1973).

A propósito desta importante declaração, vale a pena recordar o que escreveu Sandro Moreyra em sua coluna no Diário da Noite (‘Diga-me qual é o seu segundo club’), em 3/12/1954: Diz o menino Garrincha que, antes de treinar em General Severiano, nunca se preocupara com o Botafogo. Seu club favorito era o Fluminense. Pelo tricolor discutia e brigava lá em Pau Grande. Tanto que, quando achou que dava para crack da capital, o primeiro club que procurou foi o de Zezé Moreira. Lá deu as caras, com sua chuteira embrulhada em jornal, muito mais confiante que nervoso. Mas ninguém fez fé nas suas pernas tortas e Garrincha nem chegou a treinar. Drama igual ele viveu no Vasco e no América. Não tinha pinta e não queriam perder tempo com um garoto, ainda mais todo empenado. A esperada chance ele foi ter no Botafogo, levado por Araty, amparado no pistolão de Julinho Azevedo. Dois treinos e estava no team de cima. Dois jogos e era cobra, ídolo, cartaz, tudo que um crack deseja ser. Daí ter esquecido o Fluminense, ou melhor, trocado o Fluminense pelo Botafogo. Este, que não era nada, virou o preferido. O outro caiu para segundo. É o seu segundo club, mas sem merecer mais uma defesa nos seus papos com a velha turma da Raiz da Serra.

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Mas veja-se também como Garrincha se posicionou em relação à decisão do super-super de 1958. Está na página 254 do meu livro O Futebol do Botafogo – 1951-1960, I volume:

A maioria do time iria torcer pelo Flamengo no sábado, exceto Garrincha. Ele não ligaria nem rádio, nem televisão: “Para mim, tanto faz que ganhe o Flamengo ou o Vasco”.

Excerto autorizado pelo autor. In: VILARINHO, C. F. O Futebol do Botafogo 1966-1970. III volume. Rio de Janeiro: no prelo (está à venda nas melhores livrarias do Rio de Janeiro o I volume da obra completa, intitulado O Futebol do Botafogo 1951-1960), e o II volume intitulado O Futebol do Botafogo 1961-1965.

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