por CARLOS VILARINHO
especialmente para o
Mundo Botafogo
sócio-proprietário e
historiador do Botafogo de Futebol e Regatas
[A narração que se segue
reporta-se ao ano de 1963]
No
dia 3 de Outubro, diante do promotor, Saldanha afirmou que, na decisão de 1957,
seus jogadores, à exceção de Servílio, Nilton Santos e Garrincha, jogaram
dopados, sobretudo Paulinho, autor de 5 gols. […]
Quando
o delegado pediu que ele citasse os nomes dos demais, Saldanha retificou a
declaração: “Não sei se eles usaram estimulantes. Posso garantir, porém, que,
indagados a esse respeito, não negaram, nem confirmaram”.
[…]
Ouvido
por Everardo Guilhon, Ricardo Serran (O Globo) comentou: “Engraçado que só
agora o Saldanha venha contar isso. Por que ele não falou do doping ao tempo em
que era técnico? Saldanha tá parecendo o Carlos Lacerda depois que deixou o
Partido Comunista. Quando o Lacerda saiu do PC, cagateou todo mundo”.
[…]
No
mesmo dia, Adalberto, Thomé, Edson e Quarentinha declararam que não se
recordavam “de ter tomado antes, durante ou depois do almoço, ou mesmo no
vestiário, antes do jogo, qualquer comprimido estimulante”
[…]
Estellita
declarou que, em matéria de bolinha, só conhecia a “bolinha de gude”, embora,
há quase 40 anos, não brincasse com uma. Esclareceu
que, quando Saldanha era técnico do time, esteve sempre ao seu lado, mas nunca
soube da existência do assunto. Sergio Darcy reagiu asperamente: “Na época, o
dono indiscutível do Botafogo era ele, Saldanha, e ninguém melhor do que ele
para dizer como os jogadores conseguiram a droga para entrarem dopados em
campo”.
Fonte do excerto: VILARINHO, C. F. (2016). O Futebol do Botafogo 1961-1965. Edição
do Autor: Rio de Janeiro, p. 180-181.
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