por LUAN DE CARVALHO
Toda vez que o
Botafogo me faz sofrer e ao mesmo tempo pular de alegria, eu me pergunto
seriamente: Por que sou botafoguense? Sinceramente, não lembro o motivo. Talvez
realmente tenha sido escolhido. O cara lá de cima olho e falou: “Se ferrou, vai
virar alvinegro para dar valor as coisas mais simples da vida”. E ser
botafoguense é isso. É você assistir um jogo por 10 minutos e ter a certeza que
vai ser goleado, mas se esperançar em um grau elevadíssimo só porque o time
roubou uma bola. É ter a certeza que o pênalti não vai entrar, mas ficar
eufórico gritando igual um louco quando o juiz aponta para marca da cal.
O Botafoguense, por ter um passado tão glorioso,
já nasce contando histórias, e com o tempo aprende a contar histórias
temporâneas que nem viu. Ele não vê o jogo, mas vai te contar cada detalhe,
principalmente a parte dramática, como se estivesse dentro do campo ouvindo
todos os diálogos. É pessimista por natureza. Por vezes nem assiste o replay do
gol. Tem certeza que a bola não vai entrar pela segunda vez.
E assim foi a partida de ontem. Botafogo com
apenas uma vitória na falida Taça Guanabara, enfrentaria um time que não perdia
há 19 jogos pelo campeonato nacional. O time sensação da Argentina não teria
dificuldade nenhuma em vencer o glorioso. Afinal, no primeiro jogo perdeu
por uma simples sorte (mal sabiam eles). Um chute do Erik aos 93 no parque
aquático do Nilton Santos que entrou na gaveta. E quando a bola rolou na terra
da prata, não teve um botafoguense ateu. Não sei se o Show da Fé que passou
antes do jogo do fogão na RedeTv que ajudou. Ou se foram as rezas pra São
Quarentinha. O que sei é que depois de ontem (20) provavelmente tem
botafoguense com promessa parcelada até 2027.
A bola não parava no pé alvinegro. Mas a gente
não estava nem ai pra bola, estávamos era de olho no relógio. Tinha gente
pedindo pra voltar o horário de verão, só pra adiantar uma hora e por o fim
logo naquele sofrimento. 507 passes trocados com precisão deixando o Botafogo
mais perdido que azeitona na boca de banguela. Faltava tudo. O que não faltou
foram xingamentos. no mínimo em 7 línguas, contando com o tupi-guarani, para
proferir contra a avenida do lado direito da zaga Parecia as ruas de Petrópolis
quando chove, buraco para todos os lados. Só melhorou quando ficamos com menos
um. Enfim, tínhamos certeza que seriamos desclassificados.
O que não contávamos, na verdade já contávamos
mas preferimos sofrer mesmo por antecedência, era com o pitbull do Jean arrumar
um passe de mais de 40 metros deixando o nosso “PelÉrik” na cara do gol. E
graças a graça mais uma vez de São Quarentinha, que a Crefisa, digo, Palmeiras
não quis ele. O cara tem faro pra gol em jogo decisivo. O cara cheira Botafogo.
Foi lá e guardou. Ainda converteu um pênalti sofrido pelo Senhor América Pimpão
(esse cara merece ser estudado. Doa todo o sangue nos jogos de mata-mata como
se fosse o último do planeta). Mais uma vez o Erik sendo o melhor da partida.
Porém não sendo a melhor parte da partida.
Alex Santana, já entrou para a história sendo o
último a marcar gol no mito Jefferson, coisa que nem Messi fez, mas com esse
torpedo do meio da rua merece uma placa, estátua, chuteira a mostra no
estádio, beijo do massagista entre outras homenagens por aí. Saber que o cara
chutava bem, a gente sabia. Já tinha feito um golaço na Copa do Brasil. Mas meu
amigo, do meio de campo, coisa que nem Pelé fez, o cara numa competição
Internacional, com um jogador a menos, olhar para o goleiro adiantado e guardar
na gaveta? Isso ai não existe. Quer dizer, pelo menos não na cabeça de
Botafoguense.
Passamos e mostramos que em jogo grande a
camisa pesa e não tem argentino, chileno, paraguaio, lunático, marciano nenhum
que apague a estrela solitária. E Que venha o próximo sofrimento.
Vamos, Vamos, Vamos Botafogo! Quero te ver
campeão de novo! Queremos o BI!
2 comentários:
Não há nada mais lindo no mundo que essa chama da loucura em forma estrelar que levamos no peito...
É verdade, somos meio loucos, sim! Ou talvez... completamente!!! (rsrsrs9
Abraços Gloriosos.
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