sexta-feira, 3 de julho de 2020

Botafogo nos 70 anos do Maracanã!

Créditos: RioOnWatch

por CARLOS EDUARDO
Crõnicas de Quinta, no Mundo Botafogo

Hoje é dia de falar do principal palco do futebol brasileiro e um dos mais importantes do mundo dos esportes, o Maracanã.

Mais do que um cartão-postal do Rio de Janeiro e do Brasil, o estádio construído para a Copa de 1950 viu, nessa mesma Copa, um grande silêncio ensurdecedor após Giggia marcar o 2° gol uruguaio naquele jogo, o gol do título daquela Copa de 50 para o time celeste.

O estádio que leva o nome do jornalista Mário Filho foi também terra fértil para os companheiros de profissão ao escreverem belos textos sobre os clubes e os atletas que ali pisaram e fizeram história. Quem nunca correu para as bancas de jornais para ler os textos escritos por Nelson Rodrigues, João Saldanha, Armando Nogueira e tantos outros?...

E é impossível falar de Maracanã sem falar do craque mais ‘maracanesco’, o encantador de plateias pelo mundo, Mané Garrincha. Embora tivessem sido vários os craques pisando no gramado do Maraca ao longo do auge do futebol brasileiro no topo do mundo (entre 1950-1970), Garrincha foi a alma que deu vida àquele corpo chamado Maracanã.

O estádio via-se agraciado e agradecido por tamanha arte jogada com os pés que o Botafogo e seus esquadrões produziam. O velho Maraca não piscava sequer ao ver os lançamentos de Didi e Gérson; contemplava embevecido a sabedoria de Nilton Santos; quedava boquiaberto com as defesas impossíveis de Manga, as arrancadas de Jairzinho e tantos outros craques daquele Botafogo que era a cara do Brasil.

Diz-se até que o Maracanã era enganado pela ginga de Garrincha!!!

Aqueles festivais de bandeiras em preto e branco davam vida ao estádio, o coração batia no tremular de bandeiras.

Entre gingados, furacões e bailados nesse estádio, o MARACANÃ e o BOTAFOGO ainda tiveram que esperar 21 anos para poderem se abraçar novamente em torno de uma conquista relevante.

1989 era o ano, 12 minutos do segundo tempo marcava o relógio. Mazolinha pela direita cruza, a bola sobe... o tempo para. Todo mundo olhando a bola. A torcida se levanta, o Maracanã, como se soubesse o que estaria para acontecer, cala-se. Todos prendem a respiração.

A bola encontra os pés de Maurício que faz o gol, o GOL DO TÍTULO. O GOL MAIS IMPORTANTE DO BOTAFOGO e do MARACANÃ.

A explosão no grito de GOL mais sincero de uma torcida que não acreditava que o pesadelo estava acabando. O que era aguentar mais 30 minutos de jogo para quem suportou 21 anos, não é mesmo?...

O mais simbólico de tudo daquele dia foi Maurício a comemorar o gol sapateando, pisando em cima daquele jejum. E o Maracanã viu ali, também, a alma botafoguense sendo lavada através das lágrimas de Paulinho Criciuma ao fim daquele jogo.

Pronto! O Maracanã podia finalmente abraçar o botafoguense e vice-versa naquele eterno 21/06/1989.

O Maracanã ainda viu o Botafogo, sempre respeitado no mundo inteiro, finalmente ganhar uma taça internacional em 1993. Na força da torcida, e de um elenco que entendeu a real GRANDEZA do BOTAFOGO.

49 anos depois do silêncio de 1950, o Maracanã assistiu à repetição do mesmo silêncio no fim daquela final de Copa do Brasil em 1999…

E 21 anos após o título de 1989, o velho e ainda verdadeiro Maracanã viu de perto um pênalti de ‘cavadinha’ tirar o fôlego do Brasil inteiro, e jogar para bem longe qualquer ‘apitazzo’ que acabasse com as chances de título do clube, vide os três anos anteriores de sonegações escandalosas. O último título do outrora e ainda ‘velho MARACANÃ’ teve assinatura do BOTAFOGO!!!

Ao Maracanã: Te demoliram, te reconstruiram, e aquele brilho que existia em você, sumiu, um brilho feito de povo.

Seus geraldinos e arquibaldos sentem falta do antigo Maracanã, porque eram parte integrante do espetáculo e não meros espectadores teatrais.

Maracanã, seu corpo está aí, novíssimo em mais de 70 anos de história, mas te falta o principal, a ALMA!!!

4 comentários:

Sergio disse...

Excelente artigo. O final é a mais pura verdade: tiraram de nós o velho e bom Maracanã, tiram-lhe a alma, Perfeito. Outro dia escrevi não me lembro onde, algo parecido sobre geral e arquibancada: sem isso o Maracanã perdeu o brilho, deixou de ser o Maracanã eternizado pelos grandes craques. Abs e SB!

Lúcia Costa disse...

Antes de qualquer outro comentário, deixo aqui registrado a minha alegria por te ver de volta ao MUNDO BOTAFOGO.
Que bom, as CRÔNICAS DE QUINTA, estavam fazendo falta no cenário do blogue.
Parabéns pelo texto. Infelizmente, o Maracanã não é mais tão GLORIOSO como foi um dia...
Grande abraço,

Carlos Eduardo disse...

Sérgio, não é puro saudosismo dizer mas quem acompanhou os aureos tempos de Maracanã sabe que a geral era o grande diferencial do estádio!!! Depois que botaram o estádio definitivamente ao chão para a Copa de 2014, o estádio que está lá continua sendo o Maracanã, mas apenas no nome. Abraços!!!

Carlos Eduardo disse...

Que prazer ver a Lúcia sempre comentando aqui no "Crônicas de Quinta". Estamos sentindo falta é das suas brilhantes crônicas aqui no mundobotafogo... Grande abraço pra vc!!!

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