quinta-feira, 26 de novembro de 2020

O melhor Botafogo oficial: 1962 – Torneio Rio – São Paulo (05)

Joel, Manga, Zé Maria, Nílton Santos, Aírton e Rildo (em pé, a partir da esquerda); Garrincha, Didi, Quarentinha, Amarildo e Zagallo (agachados)

por RUY MOURA

Editor do Mundo Botafogo

1962: TORNEIO RIO – SÃO PAULO

18.02.1962. BOTAFOGO 1x0 FLUMINENSE (RJ). Rio de Janeiro.

21.02.1962. BOTAFOGO 4x1 VASCO DA GAMA (RJ). Rio de Janeiro.

26.02.1962. BOTAFOGO 4x1 AMÉRICA (RJ). Rio de Janeiro.

01.03.1962. BOTAFOGO 2x3 FLAMENGO (RJ). Rio de Janeiro.

11.03.1962. BOTAFOGO 2x1 SÃO PAULO (SP). Rio de Janeiro.

14.03.1962. BOTAFOGO 1x0 FLAMENGO (RJ). Rio de Janeiro.

17.03.1962. BOTAFOGO 3x1 PALMEIRAS (SP). Rio de Janeiro.

BOTAFOGO CAMPEÃO DO TORNEIO RIO – SÃO PAULO.

ÚLTIMO JOGO

Botafogo 3x1 Palmeiras

» Gols: Quarentinha, aos 40”, e Amarildo, aos 51’ e 621 (Botafogo); Zequinha, aos 3’ (Palmeiras)

» Competição: Torneio Rio – São Paulo

» Data: 17 de março de 1962

» Local: Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)

» Público: 50.325 espectadores; 46.368 pagantes

» Árbitro: Romualdo Arppi Filho

» Botafogo:

Manga;

Joel (Cacá), Zé Maria, Nilton Santos e Rildo;

Ayrton e Didi;

Garrincha, Quarentinha (China), Amarildo e Zagallo (Neyvaldo).

Técnico: Marinho Rodrigues.

» Palmeiras:

Valdir;

Djalma Santos, Valdemar, Aldemar e Jorge;

Zequinha e Chinesinho;

Gildo (Zeola), Américo, Vavá e Geraldo.

Técnico: Maurício Cardoso.

10 comentários:

leymir disse...

Olá Ruy!


Toda vez que voce faz isso venho aqui babar, eu tava pensando aqui com meus botões e peço até ajuda.

Algum time no Brasil teve tantos personagens mitológicos juntos?

Nilton Santos, Didi, Garrincha, Quarentinha, Zagallo e Amarildo.

Fiquei na dúvida em colocar o Manga, sei que ele é um grande goleiro mas não sei se teve o vulto desses outros.

O Amarildo pra mim foi muito importante no título de 62 do Brasil, embora com a carreira um pouco abaixo dos outros cinco, merece na minha humilde opinião estar nessa lista.

Você apontou esse como o melhor Botafogo oficial, vou estudar o Santos de Pelé,pode ser que esse Botafogo seja o melhor time que algum clube brasileiro já montou.

O Pelé em si é um fator de desequilíbrio, é claro, mas acho que ele nunca teve ao seu lado craques desse tamanho nessa quantidade, tirando a seleção.

As academias do Palmeiras tbm não chegaram nisso, o Flamengo do final de 70 e início de 80, tbm não.

O Expresso do Vasco e o Vasco do começo do século XXI tbm não, não conheço outros grandes times para sequer comparar com este citado por ti.

Você chegou a ver esse time jogar?


Grande abraço!

Sergio disse...

Vendo esse time e a realidade atual do Botafogo, só me resta uma coisa: chorar e pedir que essa corja que comanda o clube suma de vez, pois o Botafogo que conhecemos acabou.
Naturalmente você já deve ter lido o absurdo da demissão do RD. Tão grave quanto é trazer o Barroca de volta. Pobre Botafogo! Abs e SB!

Ruy Moura disse...

Leymir, o seu último parágrafo deixou-me completamente arrepiado!

Porque... EU VI TODOS ELES JOGANDO!!!!!!!!!!!!

Tinha 9 anos em 1960 quando me tornei botafoguense. Meu pai me levou a vê-los jogar, embora ele fosse vascaíno,mas respeitava a minha escolha. E na grande equipe seguinte de 1967-70 eu tinha entre 16-19 anos (Gérson, Jaizinho, PC Caju, Roberto, Rogério...).

Concordo com a meia dúzia que escolheu, mas com a integração de Manga para fazer 7! 7 é o nº mágico do Botafogo!

Na verdade, Manga não teve mais projeção porque não venceu nenhum Copa do Mundo, tal como Quarentinha que se lesionou em 1962 e quem ocupou o seu lugar foi o Amarildo. Sorte do Possesso...

Realmente não creio que alguma vez tenha havido uma Seleção campeã do mundo com o ataque de um só clube. Veja que em 1962 o ataque tinha Didi, Garrincha, Amarildo e Zagallo! Pelé mal jogou, não foi preciso... Só o Vavá se intrometeu entre botafoguenses.

Quanto ao Santos de Pelé veja que o ataque do Santos não teve nenhum titular no ataque além de Pelé. Mengálvio, Dorval, Coutinho e Pepe, que faziam com Pelé o ataque do Santos, não jogaram na Copa do Mundo. Aliás, não é verdade que muitos dos campeões do mundo o tenham sido. Consideram campeão do mundo quem estava no elenco, mas muitos deles não jogaram, como foi o caso do ataque do Santos, pelo que considero absurdo que haja alguém campeão sem jogar...

Portanto, do quinteto santista só o fabuloso Pelé era craque. os outros quatro trabalhavam exclusivamente para ele. Daí tantos gols. Mas nenhum dos quatro tinha estatuto de campeão de Seleção como tiveram os bicampeões Nilton Santos, Didi, Garrincha e Zagallo.

Eu suma,o ataque botafoguense desse tempo foi, em minha opinião, o melhor do Brasil. Talvez o melhor do mundo a par do ataque da Hungria em 1954, que só não foi o país campeão porque como era um país comunista em tempo de guerra fria arrumaram maneira de servir um café para eles ao intervalo que os deixou se arrastando em campo. Tomaram virada de 3 gols dos alemães na segunda parte e foram derrotados. Mas na fase de grupos a Alemanha tinha tomado de 8x3 da Hungria...

Abraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...

Simples: o Barroca regressa porque certamente aceita ser o treinador do BFR na 2ª divisão. Planejamento antecipado... Ainda dizem que não há planejamento no Botafogo...

Abraços Gloriosos.

leymir disse...

Muito obrigado pelo post Ruy!

Post não, uma deliciosa viagem. Eu passei a tarde me dando ao luxo de pesquisar e estudar os times de Santos e Botafogo de 60 a 69, esse em destaque escolhido por ti é fenomenal, o Santos não teve um time tão poderoso e o próprio Botafogo que montou outros times fantásticos, tbm não em minha humilde opinião.

Não basta só no os nomes citados todos estavam perto do auge, ou no auge, os mais velhos eram MESTRE Didi com 34 e a ENCICLOPÉDIA Nilton Santos com 37, ambos se valeram ao longo da carreira do jogo extremamente técnico e não do jogo físico.

Esse espaço aqui é uma delícia para os amantes do futebol, muito obrigado!

Ruy Moura disse...

Concordo. Em minha opinião, as melhores equipes do Botafogo foram as de 1930-35, 1957-62 e 1967-70, mas as de 1957-62 são simplesmente a cereja em cima do bolo que Paulo Antônio Azeredo moldou pacientemente.

Quanto à Seleção Brasileira, não concordo com o que geralmente se afirma: que a Seleção de 1970 foi a melhor de todas. Eu penso que a de 1962 foi a melhor de todas! Aliás, foram as seleções de 1958-1960 que lançaram o Brasil no planeta, porque até ali era um país muito fechado ao mundo. E não foi Pelé, mas Garrincha e companheiros que fizeram isso. Sem querer deslustrar a formidável qualidade de Pelé.

Os títulos mundiais de basquetebol (1959, 1963), embora em menor escala, também ajudaram a abrir o país ao mundo. E o treinador foi o Kanela, que treinava a equipe de basquete do Botafogo na década de 1930 e que por má decisão do clube levou Kanela ao Flamengo, consagrando-se ao mais alto nível no Rubro-negro e na Seleção Brasileira.

Abraços Gloriosos.

leymir disse...

Querido Ruy!

Lamentavelmente perdi um comentário, esse segue meio como um café requentado, mas requentado com carinho! Hahaha

Pra mim sempre foi estranho que a melhor seleção brasileira de todos os tempos (1970), não contasse com dois dos maiores jogadores de todos os tempos juntos Pelé e Garrincha nos seus respectivos auges.

Sendo assim sempre fiquei em dúvida entre a seleção de 58 e 62 como a melhor de todas.

Como obviamente vc sabe e sabe melhor que eu, ambas são parecidas, diferenças no miolo de zaga , e nos 4 anos a mais de boa parte do time titular, o que pesou positivamente para alguns como o incrível Djalma Santos (Já maravilhoso em 58) e o mágico Garrincha que se já estava no Olimpo do futebol em 1958 em 1962 fez o inexplicável e o inenarrável naquela jornada.

Ainda assim e embora não tenha visto ambas seleções, meu imaginário fica com a de 58 por milímetros e são fundamentalmente 4 os motivos para isso:

A) A bentita estátua de Bellini a quem aprendi a respeitar desde a primeira vez que a vi, eu tinha 6 anos.

B) aqui dois motivos juntos, creio eu e sua correção é muito bem vinda, que Didi (mestre) e Nilton Santos (enciclopédia) embora fundamentais e craques em 62, eram ainda mais maravilhosos em 1958.

C) A ausência de Pelé em 1962, sobretudo no jogo final. Ainda que sua ausência não fosse sentida pela forma exuberante de Garrincha, que foi fudamental naquela copa como Pelé nunca tenha sido em copa alguma. E ainda que Pelé tenha sido substituído muito bem por Amarildo que deve ser sempre lembrado por isso, sua ausência na final de 62 e presença em 58 é o último peso que me faz ficar com a seleção de 58 como a maior de todos os tempos.

Sobre Kanela, não sei como é tratado no Botafogo mas no Flamengo é muito aquém do que merece.

Kanela é um Pelé dos treinadores e não só no Basquete, passou pelo futebol É ainda nos deu um tal de Domingos da Guia, simplesmente o Divino.

Aliás, que saudades de apelidos como Peito de aço, O Possesso, Alegria do Povo, Divino Mestre, Mestre Didi, Canhotinha de ouro, Galinho de Quintino, a Enciclopédia, Diamante Negro...

Por isso é tão bom passar aqui por esse Blog e bater esse papo contigo, um ótimo final de semana e um abração!

Ruy Moura disse...

Excelentes argumentos, Leymir!

Sempre considerei a Seleção de 1962 a melhor, mas confesso que os seus argumentos abalaram a minha avaliação. Efetivamente há uma diferença fundamental entre as Seleções de 1962 e 1958; a de 1962, devido à falta de Pelé desde o 1º jogo, levou Garrincha a decidir tomar a equipe às costas e conduzi-la ao título, tornando muito INDIVIDUAL esta conquista pelas suas extraordinárias explosões em campo, tal como fez Maradona anos mais tarde, acrescida da inidividualidade de Amarildo; a Seleção de 1958 tinha Nilton Santos e Didi no seu auge, Garrincha e Zagallo em ascensão, Pelé uma revelação, Bellini um 'senhor, isto é, foi uma Seleção de COLETIVO.

Então, como equipe, como coletivo, 1958 foi realmente a melhor de todas as Seleções. Mas a de 1962 será sempre a mais espetacular de todas, a Copa de Garrincha, atleta que mereceu ser questiona pelos chilenos: "De que planeta vens?..."

Kanela: no Flamengo não tem o destaque que merece, no Botafogo foi riscado do mapa. Quando um ídolo sai de um clube para o seu rival e nele também se torna ídolo, a tendência, no Botafogo e em todos os clubes brasileiros, é esconjurá-lo. Ademais, os clubes estão excessivamente dominados pelo futebol, e Kanela destacou-se, sobretudo, no Basquete - Rubro-negro e da Seleção. Estão praticamente esquecidos os grandes campeões, de basquete, de vôlei, de pólo aquático, de natação... E ainda assim, no futebol, nem todos são lembrados como merecem, basta ver como se fala às vezes de Garrincha e de Pelé, brandindo-se argumentos sobre as suas vidas pessoais não foram um exemplo. Creio que no Brasil só há um único ídolo desportivo consensual e amado por todos: Ayrton Senna.

Tenho um grande prazer em conversar consigo!

Abraços Gloriosos.

leymir disse...

O prazer é meu Ruy,o teu Botafogo que já me deu tanta admiração, mas tbm muita dor de cabeça! Hahahhaa

Me deu esse presente que é tua amizade.

Abração!

Ruy Moura disse...

Leymir, o melhor adversário desportivo que já conheci! É uma honra a tua amizade!
Grande Abraço!

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