quinta-feira, 7 de abril de 2022

A uniformização do ‘Manequinho’ e a torcida organizada do Botafogo

O Manequinho

por ANGELO ANTONIO SERAPHINI & RUY MOURA

Colaborador & Editor do Mundo Botafogo

O Manequinho foi criado em 1911 pelo escultor Belmiro de Andrade e é uma réplica da estátua do Manneken Pis, esculpida em 1690 e que se encontra em Bruxelas.

Segundo a lenda, a estátua foi encomendada por um príncipe local (noutra versão, um rico burguês), cujo filho, ainda criança, desaparecera subitamente. Foram efetuadas muitas buscas para encontrar a criança, mas não se obtendo resultados práticos, o príncipe fez promessa de erguer uma estátua de criança na posição exata em que o filho fosse encontrado.

A criança acabou finalmente por ser encontrada fazendo ‘xixi’ de pé e a promessa do príncipe foi cumprida.

Na década de 1920, quando foi levada para o Mourisco, a estátua era um símbolo dos remadores do Club de Regatas Botafogo, que faziam ponto no antigo Bar Sereia, na esquina da Praia de Botafogo com a Rua Voluntários da Pátria e vestiam o Manequinho sempre que conquistavam um título.

Após a fusão operada em 1942 entre o Club de Regatas Botafogo e o Botafogo Football Club, da qual resultou o atual Botafogo de Futebol e Regatas, o Manequinho não foi esquecido e ganhou uma nova dimensão com a torcida organizada do Botafogo.

Em 1945, Salvador Peixoto era um dos torcedores populares mais influentes nas políticas do Clube, sendo uma espécie de catalizador para transmitir às diretorias o sentimento e a paixão das torcidas. Nessa época, dirigiu um apelo aos torcedores, na véspera de um jogo contra o Fluminense, para se organizarem formalmente e, em 1946, foi oficialmente fundada a torcida organizada, tendo por lema “Com o Glorioso – Para novas glórias”, sob a chefia de Salvador Peixoto, tendo como incentivador o marujo José Ferreira Bogagi, mais conhecido como o “Marinheiro do Botafogo”.

Em 1948, o conhecido Jorge Kaiuca, comerciante do bairro, assumiu o comando da torcida organizada e transformou o Manequinho no símbolo da jovem torcida do Botafogo, introduzindo na pequena estátua a já tradicional uniformização oriunda dos remadores do CRB.

No ano de 1957, o Manequinho uniformizado foi consagrado definitivamente por Didi e o controle da torcida passou para o popular e inesquecível Tarzan, que chegava de Belo Horizonte com a Estrela Solitária gravada no coração.

Em 1974 Tarzan passou a liderança da torcida para Celso, diretor da bateria, que considerou o cargo excessivo para si e o passou a Russão, o último grande chefe de torcida que o Botafogo conheceu.

Torcida no Maracanã, 1969

Leia mais sobre o Manequinho e os chefes das torcidas organizadas clicando em cima das seguintes publicações do Mundo Botafogo:

A história do Manequinho (I) 

A história do Manequinho (II) 

Salvador Peixoto – 1º Chefe da Torcida Organizada do Botafogo 

Torcidas organizadas de ontem e de hoje 

Tarzan, um torcedor extraordinário 

Russão – uma lenda viva 

Russão para sempre! 

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