por ANGELO ANTONIO SERAPHINI & RUY MOURA
Colaborador & Editor do Mundo Botafogo
O
Manequinho foi criado em 1911 pelo escultor Belmiro de Andrade e é uma réplica
da estátua do Manneken Pis, esculpida em 1690 e que se encontra em Bruxelas.
Segundo a
lenda, a estátua foi encomendada por um príncipe local (noutra versão, um rico
burguês), cujo filho, ainda criança, desaparecera subitamente. Foram efetuadas
muitas buscas para encontrar a criança, mas não se obtendo resultados práticos,
o príncipe fez promessa de erguer uma estátua de criança na posição exata em
que o filho fosse encontrado.
A criança
acabou finalmente por ser encontrada fazendo ‘xixi’ de pé e a promessa do
príncipe foi cumprida.
Na década
de 1920, quando foi levada para o Mourisco, a estátua era um símbolo dos
remadores do Club de Regatas Botafogo, que faziam ponto no antigo Bar Sereia,
na esquina da Praia de Botafogo com a Rua Voluntários da Pátria e vestiam o
Manequinho sempre que conquistavam um título.
Após a
fusão operada em 1942 entre o Club de Regatas Botafogo e o Botafogo Football
Club, da qual resultou o atual Botafogo de Futebol e Regatas, o Manequinho não
foi esquecido e ganhou uma nova dimensão com a torcida organizada do Botafogo.
Em 1945,
Salvador Peixoto era um dos torcedores populares
mais influentes nas políticas do Clube, sendo uma espécie de catalizador para
transmitir às diretorias o sentimento e a paixão das torcidas. Nessa época, dirigiu
um apelo aos torcedores, na véspera de um jogo contra o Fluminense, para se
organizarem formalmente e, em 1946, foi oficialmente fundada a torcida
organizada, tendo por lema “Com o Glorioso – Para novas glórias”, sob a chefia
de Salvador Peixoto, tendo como incentivador o marujo José Ferreira Bogagi,
mais conhecido como o “Marinheiro do Botafogo”.
Em 1948, o
conhecido Jorge Kaiuca, comerciante do bairro, assumiu o comando da torcida
organizada e transformou o Manequinho no símbolo da jovem torcida do Botafogo,
introduzindo na pequena estátua a já tradicional uniformização oriunda dos
remadores do CRB.
No ano de
1957, o Manequinho uniformizado foi consagrado definitivamente por Didi e o
controle da torcida passou para o popular e inesquecível Tarzan, que chegava de
Belo Horizonte com a Estrela Solitária gravada no coração.
Em 1974
Tarzan passou a liderança da torcida para Celso, diretor da bateria, que
considerou o cargo excessivo para si e o passou a Russão, o último grande chefe
de torcida que o Botafogo conheceu.
Leia mais sobre o Manequinho e os chefes das torcidas organizadas clicando em cima das seguintes publicações do Mundo Botafogo:
Salvador Peixoto – 1º Chefe da Torcida Organizada do Botafogo
Torcidas organizadas de ontem e de hoje
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