segunda-feira, 25 de abril de 2022

Botafogo 1x1 Atlético Goianiense – comentários

Os Magníficos FOGOIANOS! [Captura de Tela, 24.04.2022]

por RUY MOURA

Editor do Mundo Botafogo

Talvez deva começar as minhas observações pelo que respeita à arbitragem por uma questão de clareza. Em minha opinião, as interpretações sobre o pênalti desmarcado e o gol de Chay são corretas porque estão de acordo com o que a lei prescreve. Outra questão é saber se em jogos dos clubes ‘mais queridinhos’ os critérios se mantêm. Se sim, perfeito, estou de acordo; se não, então é hora de mover fortes campanhas contra os responsáveis pelas arbitragens porque a locupletação do apito não pode continuar com o descaramento habitual de sempre.

Quanto ao jogo propriamente dito, eu diria que em condições normais deveríamos ter vencido. É simples de explicar: um deslize monumental de Diego Loureiro e outro monumental deslize no gol contra do Atlético, somados a um gol de Chay que seria absolutamente limpo se Diego Gonçalves não se tivesse mexido da ‘banheira escandalosa’ em que se encontrava, teríamos ganho por 2x1. Com merecimento. Mas o futebol tem destas coisas e quer Diego Loureiro quer Diego Gonçalves terão que se esforçar bastante mais para corrigir insuficiências primárias que não devem acontecer em alta competição.

O Botafogo dominou o jogo em toda a primeira parte e o Atlético limitou-se a marcar e a defender-se – embora num ou noutro lance tivesse ameaçado em contra ataque, sobretudo nas costas de Saravia, que tendo feito um jogo de grande dedicação deixa contudo espaço nas suas costas em virtude de ser muito ofensivo, o que obrigará a que outro jogador dê cobertura ao espaço vago quando Saravia avança. Porém, a eficiência do nosso domínio não se traduziu em eficácia, isto é, não me lembro de uma única oportunidade clara de gol nos primeiros 45 minutos.

Efetivamente, a posse de bola foi consequente e acompanhada de uma melhoria substancial nos passes e domínio de bola, mas praticamente todo o tempo fora da área do adversário. Nenhum escanteio levou perigo, nos cruzamentos não ganhamos as bolas aéreas e nos remates fora da área a impreparação ainda é muito grande. Por outro lado, a defesa adversária antecipava-se a maioria das vezes à bola e o Botafogo mostrava uma espécie de cansaço que o fazia chegar atrasado. Em suma, posse de bola ineficiente da nossa parte, além de um eficiente bloqueio à saída de bola do Atlético, mas, em contrapartida, bastante eficiência do Atlético a defender. Justo o resultado nulo ao intervalo num jogo movimentado, mas, de certo modo, estável demais porque o Botafogo não teve lampejos de ataque com transições rápidas nem variações de jogo para baralhar a defesa atleticana.

No segundo tempo o Botafogo esperava reproduzir o mesmo estilo de jogo e acabar por marcar, mas o Atlético surpreendeu entrando muito bem, com velocidade, com jogadas melhor trabalhadas e empurrando o Botafogo para a sua defesa. E desse assédio beneficiou o Atlético com o fiasco de Diego Loureiro, chutando mal uma bola, aproveitada pelo Atlético para inaugurar o marcador beneficiando do duplo falhanço de Diego Loureiro quando tentou abraçar a bola.

O Botafogo procurou reagir e reagiu. Retomou paulatinamente o seu modelo de jogo, o treinador efetuou ajustes importantes de modo a abrir mais o ataque. Houve então a jogada de eventual pênalti e do gol bem anulado, o que poderia ter desmotivado o Botafogo – mas isso não ocorreu porque o domínio mental da equipe está sendo bem trabalhado.

No entanto, quando se tornou visível que o empate poderia não chegar, Castro arriscou tudo como lhe competia e lançou Matheus Nascimento, mudando o esquema para uma espécie de 4-4-2. E curiosamente (ou não) o Botafogo reencontrou-se com um fôlego que ainda não tinha tido apesar da partida se encaminhar para o fim, ganhou velocidade em campo, passou a efetuar variações de flancos e de jogadas, tornou-se mais vertical em lançamentos de meia distância, conseguindo empurrar o Atlético para a sua defesa, ao mesmo tempo que segurou o meio campo e impediu qualquer veleidade dos atleticanos no ataque.

E como quem defende perante ousadias assumidas do adversário muitas vezes se dá mal, o Botafogo logrou, embora também por linhas tortas, chegar ao empate na última jogada – nunca desistiu e isso valeu-lhe forçar o gol que acabou por acontecer.

Saravia, Oyama e Daniel Borges foram os melhores em campo; Luís Castro esteve mais uma vez muito bem nas substituições, mas precisa conhecer mais rapidamente os jogadores para os escolher segundo critérios de treino e de progressão efetiva dos seus potenciais. A torcida continua sendo espetacular!

Últimas observações: o jogo foi rico em perceber o que é que já melhorou na equipe –passes, posse de bola, movimentação racional, confiança – e, sobretudo, o muito que falta no ajuste de táticas, de preparação física que não parece ser ainda a melhor, de treino de jogo aéreo no ataque e na defesa, de batidas de faltas e escanteios, de transições velozes para o ataque / contra ataque. É preciso tempo, mas creio que estamos na estrada certa.

FICHA TÉCNICA

Botafogo 1x1 Atlético Goianiense

» Gols: Leandro Barcia, aos 90+5’ (contra) (Botafogo); Marlon Freitas, aos 50’ (Atlético Goianiense)

» Competição: Campeonato Brasileiro

» Data: 24.04.2022

» Local: Estádio Antônio Accioly, em Goiânia (GO)

» Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira (SP); Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse (SP) e Alex Ang Ribeiro (SP); ​VAR: Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral (SP)

» Disciplina: cartão amarelo – Phillipe Sampaio (Botafogo) e Edson e Baralhas (Atlético Goianiense)

» Botafogo: Diego Loureiro; Saravia, Phillipe Sampaio, Kanu (Victor Cuesta), Daniel Borges; Luís Oyama (Matheus Nascimento), Lucas Piazón (Patrick de Paula), Lucas Fernandes (Chay); Gustavo Sauer (Diego Gonçalves), Victor Sá e Erison. Técnico: Luís Castro.

» Atlético Goianiense: Ronaldo; Dudu, Wanderson, Ramon Menezes, Jefferson; Edson (Gabriel Baralhas), Marlon Freitas, Jorginho (Shaylon); Airton (Leandro Barcia), Léo Pereira (Churín) e Wellington Rato (Rickson). Técnico: Umberto Louzer.

11 comentários:

Anónimo disse...

Boa noite!

Ele (LC) não deveria ter começado o jogo com alterações do time (da escala) do jogo anterior. E já q o fizera, deveria ter começado com Gatito na meta.

Outro assunto: vá em Fernando Ferreti, por gentileza, e mude o ano de nascimento dele em todas postagens.

Saudações Alvinegras Insulanas

Sergio disse...

Realmente o grande problema da arbitragem brasileira além da da sua enorme incompetência e a completa falta de critérios, que parece ser mais ligado a camisa em questão cedo que outra coisa. O pênalti não marcado, ainda que de forma correta, em 2020 dois pênaltis semelhantes foram marcados contra o Botafogo em jogos contra o Bahia e Bragantino, sendo que contra o Bragantino qu estava no bar era o mesmo juiz de ontem. Curioso ontem não marcar mas em 2020 assinalar o pênalti. Ora que critério é esse? Quanto ao lance do gol do Chay foi unânime pelos comentários tás de arbitragem que nem o DG tocou na bola e nem interferiu na defesa do goleiro. Escrevo isso porque é raro dado ao corporativismo desses árbitros raramente criticam com tanta veemência e declarando que errou ao anular o gol.
Do jogo especificamente eu tenho a impressão que o Castro ainda está em fase de testes com o elenco e quer ver a produção dos jogadores em partidas oficiais e não apenas em treinos, seguindo o mestre Didi: "treino é treino, jogo e jogo".
De minha parte eu acho que já deu para perceber quais os jogadores que podem ser titulares. Claro que falta entrosamento, preparo físico em vários atletas, mas vejo progresso.
A ofensividade do Saravia, que ontem fez um grande jogo, me lembra muito o Marinho Chagas, que no caso tinha o Dirceu que com fôlego privilegiado fazia a cobertura dos avanços do lateral.
Apesar das dificuldades ontem depois de um frangaço que muda toda a estratégia do jogo, gostei a da atitude do time e ao contrário de outros anos não se entregou em momento algum e ainda contou com as boas mudanças do Luis Castro.
Sobre a falha do goleiro e na minha opinião o erro da arbitragem veio a memória 2007, em que o Botafogo por falta de um bom goleiro e erros de arbitragem deixamos de ganhar e disputar títulos. Espero que esse fantasma não volte a nós atormentar. ABS e SB!

Ruy Moura disse...

Creio que Castro muda a equipe para avaliar todos os jogadores em 'tempo real' de jogo. Está no início e precoso conhecer bem jogadores que nunca viu atuar. Quanto ao Gatito, creio que o pretendia preservar ao máximo possível e só fazê-lo entrar em caso de emergência. Sobre o Ferreti verei amanhã.

Abraços Gloriosos.

Ruy Moura disse...

Sergio, amanhã respondo ao seu comentário.
Abraços Gloriosos.

Sergio disse...

Ruy, lembre-se de mandar seu endereço residencial para meu email. ABS e SB!

Insulano disse...

Ferretti nasceu em 1949.

Ruy Moura disse...

Enviei hoje. Obrigado.
Abraços Gloriosos.

Ruy Moura disse...

Alterei em Taça Brasil 1969, Campeonatos Cariocas de 1968 e 1967. Obrigado.
Abraços Gloriosos.

Ruy Moura disse...

E a falta de critérios, Sergio, deve-se não aos árbitros mas a quem os comanda. Interpretam como querem, muitas vezes à sua medida, sem padrão, e a Comissão de Arbitragem não os suspende, não os pune, não faz nada. É absolutamente facciosa e incompetente e 100% culpada. Agora demitiram 9 pessoas na CBF, mas resta saber se alguma coisa melhora ou é apenas ‘fogo de artifício’.

Pelos critérios brasileiros, que são muito voláteis, admito que a interpretação do árbitro até pudesse ser favorável ao Botafogo no pênalti e no gol anulado, mas pelos critérios europeus a anulação de ambos é absolutamente aceitável. E ainda admito que se fosse para o ’mais querido’ a decisão pudesse ser outra. Enfim, é um terreno muito pantanoso desde sempre.

Bem sacada essa afirmação do Didi! Creio que tens razão, que o Castro testa em ‘tempo real’. É normal fazer isso quando não se conhece os jogadores, e realmente em treino é uma coisa e no campo pode ser outra coisa, designadamente no que respeita a capacidade competitiva.

Sobre Saravia é isso mesmo. Se o treinador achar útil as suas subidas (e creio que sim), então terá que assegurar cobertura adequada.

Sobre goleiros lembramo-nos sempre desse ‘trauma’, e tudo porque o Cuca embirrou com o titular à época (já não me lembro do nome dele). E então até tivemos que suportar o Roger, entre outros goleiros maus. Lembro-me de uma bola escapar da mão do Roger, subir literalmente pelo braço acima, sair pelo ombro e entrar na baliza e ele incapaz de emendar a fífia.

A equipe é mentalmente outra nos últimos jogos. Espero que a consistência se fortaleça, mas não podemos ficar nesse tik-tak ineficiente. Posse de bola capaz exige precisão de passe, velocidade, variações e muito treino aéreo dos atacantes dentro da área adversária.

Abraços Gloriosos.

Insulano disse...

Boa noite!
Ainda Fernando Ferretti.
Mas ele nasceu 26 de abril de 1949 e não junho de 1954.

Ruy Moura disse...

Anotado.
Abraços Gloriosos.

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