segunda-feira, 11 de julho de 2022

Botafogo 0x2 Cuiabá

Mereciam melhor sorte.

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

Após ter assistido a um jogo pelo Brasileirão feminino muito pouco atrativo ainda levei com uma exibição inacreditável contra o Cuiabá pelo Brasileirão masculino.

Não há palavras para descrever mais uma desilusão, desde a inépcia de Luís Castro em compreender que as características do futebol brasileiro e respectivos clubes não são as características do futebol europeu, até ao desempenho de fraca combatividade dos jogadores nesta partida, nada se aproveitou – nem mesmo Gatito nem a disciplina dos jogadores, que andou muito mal em campo.

Entre um padrão de posse de bola e um padrão de contra-ataque, a equipe oscila sem saber quando fazer um ou outro, e como fazê-lo bem, o que adicionado à fraca evolução técnica só podia dar mau resultado: Cuiabá venceu por 2x0, muito justamente, porque o seu técnico tinha uma estratégia que cumpriu até ao fim com brilhantismo.

Por mais que eu queira ser tolerante, está difícil, porque o Botafogo de hoje ainda é o Botafogo de sempre: ganha aos fortes, perde com os fracos, e frustra a esperança e a dedicação dos botafoguenses, falhando em momentos decisivos quando os ânimos positivos da torcida crescem. Não é preciso ganhar sempre, mas há ocasiões em que perder é imperdoável.

Luís Castro defende-se, nos últimos jogos, com os desfalques e por estar jogando com atletas vindos da Série B. Mas… não foi assim desde o princípio, quando aparentemente a equipe parecia bem encaminhada?... O que não se vê realmente é um padrão de jogo adequado ao fim de 16 rodadas. E 7 derrotas nos últimos 10 jogos é obra, mas a reflexão técnico-tática para além dos desfalques não chegou ainda…

FICHA TÉCNICA

Botafogo 0x2 Cuiabá

» Gols: Alesson, aos 21’, e André Luís, aos 90+7’

» Competição: Campeonato Brasileiro

» Local: Arena Pantanal, em Cuiabá (MT)

Data: 10.07.2022

Público: 14.719 espectadores

Árbitro: Jefferson Ferreira de Moraes (GO); Assistentes: Fabrício Vilarinho da Silva (GO) e Cristhian Passos Sorence (GO); VAR: Daiane Caroline Muniz dos Santos (SP)

» Disciplina: cartão amarelo – Daniel Borges e Jeffinho (Botafogo) e Kelvin Osorio (Cuiabá); cartão vermelho – Hugo e Daniel Borges (Botafogo)

» Botafogo: Gatito Fernández; Philipe Sampaio (Jeffinho), Carli e Victor Cuesta (Klaus); Daniel Borges, Patrick de Paula, Del Piage (Chay), Hugo, Lucas Piazon (Luís Oyama) e Lucas Fernandes; Erison. Técnico: Luís Castro.

» Cuiabá: Walter; João Lucas (Daniel Guedes), Marllon, Joaquim Henrique, Uendel (Igor Cariús); Alesson (André Luís), Camilo, Rafael Gava, Kelvin Osorio (Marcão Silva); Valdivia (Alan Empereur), Rodriguinho. Técnico: António Oliveira.

12 comentários:

Sergio disse...

Longe de mim querer eximir o Castro pelos maus resultados, apenas acho que ele é uma das peças dessa engrenagem, tem culpa, mas futebol é uma via de mão dupla, tem o treinador mas tem os seus jogadores. Acho que no futebol atual o treinador tem um peso bem maior que no passado, principalmente no futebol brasileiro atual, mas acho que o treinador é 20 a 30% responsável, o resto depende muito da qualidade que tem disponível.
Aquela famosa pergunta do Garrincha: "seu Feola, o senhor combinou com o russos?" E aí fica minha pergunta:quem foi o fator de desequilíbrio naquela famosa partida em 58, o treinador ou o Garrincha?
Repito longe de querer tirar a responsabilidade do treinador pelo futebol taticamente confuso e mal jogado pelo time do Botafogo, não há como desconsiderar a fraqueza do elenco e a completa falta de melhores opções. Acredito que o Luís Castro ainda não tenha entendido o futebol brasileiro e principalmente os jogos contra times menos famosos, ou times cujo o único objetivo é de manter na série A, caso que infelizmente é o do Botafogo, e isso foi dito tanto pelo Textor quanto pelo Luís Castro. Esse é um elenco de segunda divisão, apesar dos reforços, esses ainda não mostraram o que se esperava deles.
Algo que me intriga é que sempre recai apenas sobre o treinador a responsabilidade das derrotas, mas são desconsideradas as falhas e as decisões equivocadas dos jogadores.
Temo que com esse elenco se reforços a briga seja para se manter na primeira divisão seja com qualquer treinador.
O mais interessante é que esse time do Botafogo conseguiu 21 pontos, a mesma pontuação do Flamengo que é um time e elenco bem superior e que a maioria joga junto há pelo menos 3 anos, e boa estão a 9 pontos do líder. Que decadência de futebol o nisso, nivelado por baixo. ABS e SB!

Ruy Moura disse...

Tem imensa razão no seu sábio comentário, Sergio. Todos nós sabemos da fraqueza técnica da equipe. Porém, quando se contrata um técnico internacional é para conseguir melhor do que os técnicos nacionais e emminha opinião as escolhas do Luís Castro têm sido equivocadas. Independentemente da fraqueza da equipe o técnico tem que se saber adaptar às circunstâncias mais difíceis e acrescentar valor. Por exemplo, o Vitor Pereira tem enfrentado imensas dificuldades, mas a capacidade de flexibilidade de que dispõe é bem superior à de LC. LC tem que saber pensar fora das caixas. Isso ele não aprendeu e é pena, porque a pessoa em si é espetacular. No Brasil ele não podia ser Fluminense, Vasco ou Flamengo. Certamente se fosse brasileiro era botafoguense, tem a cara do Botafogo. Pode ser que ainda venha a ter sucesso, mas como técnico não é afoito.Todavia, tenho a sensação - não tenho a certeza - que o melhor cargo para o seu perfil era o de chefe de todo o futebol botafoguense - aliás, foi contratado para gerir o projeto técnico todo. Então e o treinador, quem seria? Eu inclinar-me-ia para um técnico sul-americano (não brasileiro) com garra e tecnicamente bom.

Abraços Gloriosos.

Ruy Moura disse...

É claro, Sergio, que a minha opinião não vai mudar nada do que penso ser o futuro imediato: LC segue como treinador e Textor fará algumas contratações, talvez apenas aceitáveis e eventualmente com um nome maior para atrair os torcedores. E provavelmente chegaremos a um lugar para a Copa Sul-americano. Porém, no estado em que os clubes estão atualmente, seo Textor fosse afoito- que também não é - o Botafogo até poderia chegar à pré-Libertadores, e isso seria fantástico porque ultrapassaria largamente o objetivo traçado de manutenção na Série A.

Abraços Gloriosos.

Sergio disse...

Apesar do Luis Castro digamos, estar meio perdido e sendo um pouco teimoso, acho importante a sua manutenção, salvo que se avizinhe um desastre. Infelizmente é da nossa cultura culpar somente o treinador pelos desastres dos times e então troca-se o treinador. Hoje penso diferente e, ao contrário de muitos torcedores gosto da Castro e me cativou com características muito boas na minha percepção. Acho injusto compará-la ao Chamusca como muitos já fizeram, não só injusto mas irracional, pois o Chamusca disputava um segunda divisão contra times bem fracos ao contrário do LC que mesmo não fazendo o time jogar bem conseguiu 21 pontos e venceu adversários importantes.
É evidente que a ansiedade da torcida é natural, mas não se constrói nada de qualidade com pouco tempo e com material que não seja pelo menos razoável. Fora isso, os problemas de estrutura, montagem do elenco e esse enorme número de contusões, muitas delas serias dificultam muito o trabalho de toda a comissão técnica. Enfim, acho que um treinador que fez um bom trabalho no FC do Porto e no futebol sem muita expressão da Ucrânia merece um mínimo de consideração.
Repito, salvo um desastre no correr da competição não acho que o Luís Castro deve sair, e acho que essa é a opinião do John Textor! ABS e SB!

Ruy Moura disse...

Concordo, claro. Mais ainda tendo em consideração 3 aspectos: (1) Não faz sentido demiti-lo após contratação de reforços para ele; (2) o objetivo definido por Textor é manter-se na Série A, e o Botafogo está a meio da tabela e em posição de aceder à Copa sul-americana ou até mesmo à pré-lbertadores; (3) Textor não ia arriscar, suponho, uma demissão precoce que desacreditaria o seu 'faro' empresarial.

Dito isto, penso duas coisas mais: (a) o que quero mesmo é que LC saia das suas caixas táticas, porque apercebi-me que não sabe fazê-lo contingencialmente no quadro do futebol brasileiro e não percebeu os riscos que ele próprio corre - a teoria contingenciual faz imenso sentido no futebol; (b) ainda não percebi qual é o planejamento de que tanto fala o Botafogo - não identidico qual seja. O Sergio consegue identificar?... Receio que os erros do Botafogo estejam começando no Textor e terminem à frente da baliza dos adversários. Outras vezes até terminam no árbitro...

Abraços Gloriosos.

Ruy Moura disse...

Nota: É claro que a comparação com Chamusca é abuso emocional de torcedor, porque o que ele fez no Porto e depois em outros Clubes fora de Portugal não é comparável.

Rodrigo disse...

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Se puder conferir e compartilhar, nós agradecemos. Abraço!

Filipe disse...

Rui, saudações
Li todos os comentários e ponderações suas e do Sérgio, que refletem a nossa situação com precisão, tanto pelo lado estrutural como as críticas ao LC face sua postura estática nos jogos. O que me parece estranho é que percebe se uma oscilação no comportamento dos jogadores, em alguns jogos mostram raça e em outros apatia( o 1o Gol do Cuiabá ..apatia foi escandalosa) Parece que se escondem no altruísmo do LC ou nas deficiências estruturais, no entanto, esse ano estão desfrutando até de Voos fretados. Acredito que se fossem remunerados, ainda que em parte, por resultados concretos jogo a jogo a história seria outra. Nesse sentido a responsabilidade recai sobre a alta cúpula do Futebol.. Ainda acredito em uma recuperação nesse campeonato. Enfim..só nos resta torcer.
Abraços e Saudações gloriosas meu caro Rui

Ruy Moura disse...

Certo, Rodrigo. Publicitarei à tarde no blogue.
Abraço.

Ruy Moura disse...

Viva, Filipe!

Apesar das nossas críticas,eu acredito que, de um modo ou de outro, conseguiremos nos guindar mais alto com os reforços, isto é, com bom futebol e que quando perdermos ocorra por mérito adversário. Porém, penso que a gestão ainda não está sendo profissional, não foi feito planejamento após a SAF, JT é muito emocional, LC tem dificuldades em sair das suas 'caixas' e, sobretudo, espanto-me, tal como o Filipe, por os jogadores tanto ganharem na garra contra equipes superiores como perderem molengando contra equipes inferiores. Não consigo compreender. Não consigo porque a garra não tem relação direta com dificuldades táticas, já que pode haver garra com bons ou maus sistemas, como sabemos. Porque fazem eles isso?!...

Abraços Gloriosos.

jornal da grande natal disse...

Ler os comentarios do editor do blog e do analista Sérgio se torna um aprendizado constante. Mil a zero nos falas da TV, radio, jornal e sites...

Ruy Moura disse...

Que bondade a sua, Vanilson! Sinto-me muito honrado com sua preciosa apreciação. E creio ser certo que o Sergio também! Da minha parte, faço o melhor que posso, mas espero poder ainda progredir, tornando mais objetivas e coerentes as análises. Somos torcedores e consequentemente emocionais, mas como blogueiro tento conseguir uma objetividade que possa contribuir para um melhor entendimento de cada conjuntura, sem perder de vista a questão estrutural porque é dela que depende um futuro melhor. Muito grato!

Abraços Gloriosos.

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