sexta-feira, 1 de julho de 2022

Botafogo 0x3 América Mineiro - os responsáveis são...

por RUY MOURA

Editor do Mundo Botafogo

Estava cansado, adormeci e não vi o jogo. Talvez houvesse um sexto sentido no meu organismo a querer me evitar o misto de acesso de desilusão e raiva.

Hoje vou ser menos político e mais aberto nos meus comentários, agindo paradoxalmente em relação à crítica que adiante farei a Luís Castro (LC). Porém, eu posso ser menos político nas minhas expressões quando melhor entender porque sou apenas torcedor, e torcedor pode ser politicamente incorreto.

Li hoje o que os meus amigos comentaram por whatsapp e também alguns locais de crítica decente – porque a indecente já não leio. E não gostei. Como não gostei que LC – uma pessoa sempre muito ética – venha mencionar em público determinados assuntos. Creio que está exagerando sobre o que se deve dizer em público devido à sua obsessão da transparência e assertividade. A transparência e a assertividade são atributos muito positivos, mas devem ser equilibrados com o sentido político e as solidariedades devidas, e politicamente falando LC não pode dizer em público o que disse do CT e da equipe da série B que jogou ontem.

Assuntos tão delicados devem ser discutidos com a direção e cobrados à direção. Parece que andam todos sob o efeito de soporíferos numa montanha russa entre vitórias excelentes e estrondosas derrotas. Textor tem a megalomania dos grandes nomes, mas de quem fala a esse nível são jogadores de 34 anos, em vez de ter contratado bons ‘olheiros’ para ir buscar gente de nível médio+ à medida das necessidades e do perfil que LC quer para montar uma equipe coesa e competitiva. Por sua vez, o departamento de futebol ainda não logrou alcançar conquistas durante este tempo em que o Botafogo é SAF, e pouco ou nada se viu de ações concretas. Do lado da comissão técnica parece que os seus membros não conseguem perceber as equipes brasileiras e não se joga com as fraquezas do adversário, que deve ser bem estudado, insistindo-se que o que interessa somos ‘nós’. Não, interessa muito o que eles são e como fazem para ser. Foi por eles nos estudarem bem que fizeram 3 gols.

Pelo que li, parece que a desmotivação ficou plasmada nos rostos de todos após o jogo. E de manhã ao espelho, olhando para mim, percebi que eu estava incluído. Ou o dono da SAF, o departamento de futebol e a comissão técnica tomam importantes decisões em conjunto, para ‘ontem’, ou entraremos em novo beco. Creio que altos, tão altos, e baixos, tão baixos, são mais catastróficos do que os altos e baixos normais de uma equipe em reconstrução. Porém, a reconstrução não está em evolução como eu sugeria na análise ao jogo contra o Fluminense.

Uma coisa é o tempo necessário para o efeito, outra coisa é a evolução não avançar, e mesmo tendo em consideração que há muitas baixas por lesões e suspensões, a verdade é que jogamos contra uma equipa de ‘vai e vem’ entre a 1ª e a 2ª divisão e que tem imensa dificuldade em marcar gols (2º pior ataque do campeonato brasileiro). Ou melhor, tinha, porque ontem marcaram três.

Em suma: Esta espécie de pântano de onde parece que tínhamos saído para retornar ontem, contra uma equipe de má qualidade, classificada no Z4 do campeonato e sem capacidade atacante, não isenta ninguém: Textor, departamento de Futebol e Comissão Técnica. E talvez até mesmo os jogadores, porque, pelo que li, ontem fizeram apenas seis faltas e por conta disso não travaram ataques cruciais do América.

Num horizonte onde o azul começara a ressurgir recentemente, nuvens cinzentas se perfilam por cima de General Severiano.

FICHA TÉCNICA

Botafogo 0x3 América

» Gols: Wellington Paulista, aos 5’, Danilo Avelar, aos 34’, e Alê, aos 58’

» Competição: Copa do Brasil

» Estádio: Arena Independência, em Belo Horizonte (MG)

» Data: 30.06.2022

» Público: 3.861 espectadores

» Renda: R$ 92.943,00

» Árbitro: Jean Pierre Goncalves Lima (RS); Assistentes: Leirson Peng Martins (RS) e Lúcio Beiersdorf Flor (RS): VAR: Daiane Caroline Muniz dos Santos (SP)

Cartões amarelos: Saravia (Botafogo) e Éder e Wellington Paulista (América)

» Botafogo: Gatito Fernández; Kanu, Carli e Philipe Sampaio (Jeffinho); Daniel Borges (Saravia), Kayque (Del Piage), Patrick de Paula, Chay e Hugo; Vinícius Lopes (Diego Gonçalves, depois Daniel Cruz) e Matheus Nascimento. Técnico: Luís Castro.

» América: Matheus Cavichioli; Patric, Luan Patrick, Éder e Danilo Avelar (Marlon); Lucas Kal, Juninho e Alê (Juninho Valoura); Everaldo (Felipe Azevedo), Wellington Paulista (Aloísio) e Paulinho (Matheusinho). Técnico: Vagner Mancini.

2 comentários:

Biriba disse...

Rui, excelente análise da situação e um retrato do sentimento de boa parte da torcida.

Saudações botafoguenses!

Ruy Moura disse...

Pois é, Luiz. Infelizmente parece que começamos todos a sentir o mesmo: tanto os corneteiros como os sóbrios e os otimistas. E esse é um consenso sempre de muito mau sinal. Vamos ver se todos os protagonistas da SAF - de Textor até aos reservas do plantel - se consciencializam que neste amadorismo, semelhante ao de sempre, ninguém sai a ganhar.

Abraços Gloriosos.

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