por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo
Técnico fulano de tal bloqueado para sempre no Mundo
Botafogo. A maior desilusão do século XXI. Final póstumo com a marca dos
contrários acerca de Ética, Caráter e Prestígio.
Um dia critiquei o fulano de tal por dizer que o Botafogo era
uma ‘família’, cobrando profissionalismo e não ‘relações familiares’ paternalistas.
Afinal tinha razão, porque só deixa uma boa família de livre vontade quem
realmente nunca esteve nela e que, consequentemente, nela não acredita
realmente.
E o projeto global? E a marca a deixar no Clube para sempre?
E a gratidão a John Textor? E a gratidão ao Botafogo, o tal Clube “entre os
maiores do mundo”? E a gratidão a tantos botafoguenses que o defenderam em
momentos mais difíceis contra corneteiros irracionais e jornalistas maldosos?
Pode fulano de tal argumentar que verdadeiramente nunca
perdoou ser tão maltratado e humilhado como nunca fora em nenhuma parte do
mundo, mas quem é realmente nobre sabe que a galhardia de vencedor deve ignorar
as pequenezas de quem o ofendeu e maltratou e deve doar-se a quem o apoiou no
período de tempestade e não o deixou cair num momento em que sairia pela porta
baixa e com mau currículo para o futuro.
Ficar, chama-se gratidão. Não ficar, chama-se traição.
E agora, no país em que os direitos humanos em geral, e das
mulheres em particular, são palavras agrilhoadas, como vai fulano de tal discursar
nas coletivas sobre a democracia, as injustiças sociais e a luta pelos direitos
humanos como fazia nas suas coletivas? Omissão absoluta ou mudança tática de
ideologia? Em qualquer dos casos, fraca ética, fraco caráter, fraco prestígio…
A 20 de junho escrevi no Mundo Botafogo: “Pelo seu passado arrisco dizer que […] não tomaria tal atitude de ‘ânimo leve’,
sobretudo por respeito a John Textor, que o apoiou intransigentemente quando o
humilharam e enxovalharam e, dentro do próprio Clube, se reuniram com o intuito
de colocarem um ponto final no seu reinado, demitindo-o. E, obviamente, por
respeito aos seus jogadores. […] Se me
enganar, darei a mão à palmatória, mas confesso já que seria uma grande
desilusão pessoal [vê-lo] demitir-se
unilateralmente antes do fim do seu contrato.”
Nunca esperei, mas nunca mesmo, ter uma desilusão tão
profunda relacionada a ética, caráter e prestígio de uma pessoa supostamente
comprometida com a transparência e com um nobre projeto ao qual fez juras
futuristas de engajamento total, sobretudo porque foi durante quinze meses a
sua marca pessoal apregoada insistentemente no desenrolar do seu trabalho –
afinal, mera retórica sem prática sustentada pela hipocrisia.
A rota do ‘Botafogo Renascido’ continuará intransigente e
irreversível, e seremos muito felizes numa era de profissionais que estruturam
o nosso Clube em suas múltiplas dimensões rumo à Glória, mas há que fazer o
adeus final ao fulano de tal de modo exemplar.
Lembram-se de Matheus Borges, o corajoso rapaz que, em 2012, foi ao aeroporto com a Camisa Gloriosa para dizer a Vagner Love, acabado de chegar ao Flamengo e rodeado por um mar de torcedores rubro-negros, que “Vim desejar tudo de ruim”?
8 comentários:
Devo confessar que eu acreditava no fulano de tal e seu discurso que me parecia bastante ético, mas errei redondamente nesse julgamento e, a decepção é enorme. O curioso é ouvir um discurso que parecia ser de uma pessoa tão preocupado com valores civilizatórios e ir para um local contrário, e muito a seu discurso, e traindo aquele que o apoiou nos momentos mais difíceis.
Na verdade estou duplamente decepcionado: comigo por ter discernimento e caído nesse discurso que no final das contas eram palavras vazias, apenas um discurso vazio, e pela traição ao projeto que ele tanto exaltava. Mas como diria o saudoso João Saldanha "vida que segue", o Botafogo é grande demais para atitudes tão mesquinhas. ABS e SB!
Ouvi o fulano de tal pela primeira vez há 9 anos e gostei. É inteligente e diz muitas coisas com sentido, mas como tem um traço narcísico emocionalmente piegas (segundo se sabe chorou várias vezes ao telefone após as ofensas públicas de que foi alvo) descontrolou-se e, na prática, em uma semana fez tudo ao contrário do que afirmou durante 15 meses. E isso é muito grave numa pessoa com um cargo de tão grande responsabilidade e abandonou Textor e todos os Botafoguenses que o apioaram. Poderia especular mais coisas sobre fulano de tal, mas não vale a pena, porque como diz, VIDA QUE SEGUE!
Abraço Gloriosos.
To zururu com o Fulano... Dizia uma coisa, fez outra. Alias, saiu pela porta dos fundos. Fato. Sem glória no Glorioso. Poderia ter ficado na história do clube.
Grande Rui,
Sabes como sou irracional e totalmente emocional com tudo ligado ao Nosso Amado Botafogo.
Fico imaginando o que pensou Textor que, enfrentou uma Torcida querendo a cabeça do treinador, chegando a bloquear suas redes sociais devido aos insultos, ao ser comunicado da saída para outro clube.
Demonstrou uma covardia enorme ao não assumir decisão e jogando responsabilidade para o seu agente e advogado.
Como você e o Sergio comentaram, a decepção é maior pois a atitude é totalmente contrária ao discurso.
Será mais um a sentir o peso da "praga Botafoguense!"
Abs e Sds Botafoguenses!
Também fiquei zururu, Vanilson. Que me lembre, é a maior decepção que eu tive com o Botafogo. Da galeria histórica onde ficaria certamente, até ao caixote do lixo da história, cometeu a proeza de o faer num único passo. O que prova que ser inteligente não basta, é preciso sobretudo ser discernente, ter ética e caráter.
Abraços Gloriosos.
Caro Ruy, realmente decepcionante a postura do ex-técnico. Nunca ouvira falar dele, mas desde a primeira entrevista que concedeu ao chegar no Botafogo muito me agradou com seu discurso.
Que, infelizmente, se revelou vazio e incapaz de resistir à proposta saudita.
Qual será o tom das entrevistas no novo emprego? Irá louvar a Revolução dos Cravos, as liberdades individuais e os direitos humanos?
Perguntas meramente retóricas. Desse cidadão não mais quero saber. A ele minha mais solene indiferença.
Que se vá, que seja logo virada essa página e que sigamos no rumo da reconstrução do Botafogo.
(E que história essa de chorar -literalmente?!- por conta de ofensas a ele dirigidas.)
Abs.
Comportamento aberrante, Gil. Desejando que a praga de Matheus Borges atinja em pleno o fulano de tal.
Abraços Gloriosos.
Um verdadeiro blefe, Eduardo, um ilusionista autodesmascarado. Longe de mim gente que não sabe resistir às adversidades e paga com traição quem lhe deu a mão nos momento difíceis. Não suporto pessoas assim. Nunca suportei e enfrentei sempre, de peito aberto, com honra e dignidade, os maldosos e todos aqueles que me queriam vergar a cervical da dignidade. Quando falta tudo a uma pessoa, há pelo menos sempre uma coisa que se pode e deve manter: a dignidade. E essa ele atirou-a voluntariamente para o caixote do lixo! É tão inacreditável que ainda hoje me parece um daqueles sonhos maus pelo qual esperamos acordar e ficarmos aliviados por ser um sonho. Não foi. Que a praga de Matheus Borges chegue à Arábia Saudita.
Li que, por várias vezes, chorava ao telefone (provavelmente com família, ou mesmo amigos) quando foi humilhado e ofendido por aqueles torcedores do costume que de boca fechada são verdadeiros poetas. Portanto, um chorão, bem à modo do outro que tivemos em 2008. E assim decidiu partir na primeira oportunidade. Tinha esse direito, obviamente, se pensarmos na proposta financeira. O que não tinha direito era de atirar para o lixo todos os seus compromissos propalados publicamente com base na ética, carácter e prestígio. Mas atirou. Como acreditar agora noutro personagem futuro que venha defender os mesmos valores? Esse fulano de tal prestou um enorme desserviço à ética, ao caráter e ao prestígio. Um defensor assim da democracia e da revolução dos cravos vermelhos devemos querer bem longe de nós, sob pena de prestar implicitamente um grande serviço às ditaduras...
Abraços Gloriosos.
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