sábado, 1 de julho de 2023

Je suis Matheus Borges no dia do ‘não fico!’

 

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

Técnico fulano de tal bloqueado para sempre no Mundo Botafogo. A maior desilusão do século XXI. Final póstumo com a marca dos contrários acerca de Ética, Caráter e Prestígio.

Um dia critiquei o fulano de tal por dizer que o Botafogo era uma ‘família’, cobrando profissionalismo e não ‘relações familiares’ paternalistas. Afinal tinha razão, porque só deixa uma boa família de livre vontade quem realmente nunca esteve nela e que, consequentemente, nela não acredita realmente.

E o projeto global? E a marca a deixar no Clube para sempre? E a gratidão a John Textor? E a gratidão ao Botafogo, o tal Clube “entre os maiores do mundo”? E a gratidão a tantos botafoguenses que o defenderam em momentos mais difíceis contra corneteiros irracionais e jornalistas maldosos?

Pode fulano de tal argumentar que verdadeiramente nunca perdoou ser tão maltratado e humilhado como nunca fora em nenhuma parte do mundo, mas quem é realmente nobre sabe que a galhardia de vencedor deve ignorar as pequenezas de quem o ofendeu e maltratou e deve doar-se a quem o apoiou no período de tempestade e não o deixou cair num momento em que sairia pela porta baixa e com mau currículo para o futuro.

Ficar, chama-se gratidão. Não ficar, chama-se traição.

E agora, no país em que os direitos humanos em geral, e das mulheres em particular, são palavras agrilhoadas, como vai fulano de tal discursar nas coletivas sobre a democracia, as injustiças sociais e a luta pelos direitos humanos como fazia nas suas coletivas? Omissão absoluta ou mudança tática de ideologia? Em qualquer dos casos, fraca ética, fraco caráter, fraco prestígio…

A 20 de junho escrevi no Mundo Botafogo: “Pelo seu passado arrisco dizer que […] não tomaria tal atitude de ‘ânimo leve’, sobretudo por respeito a John Textor, que o apoiou intransigentemente quando o humilharam e enxovalharam e, dentro do próprio Clube, se reuniram com o intuito de colocarem um ponto final no seu reinado, demitindo-o. E, obviamente, por respeito aos seus jogadores. […] Se me enganar, darei a mão à palmatória, mas confesso já que seria uma grande desilusão pessoal [vê-lo] demitir-se unilateralmente antes do fim do seu contrato.”

Nunca esperei, mas nunca mesmo, ter uma desilusão tão profunda relacionada a ética, caráter e prestígio de uma pessoa supostamente comprometida com a transparência e com um nobre projeto ao qual fez juras futuristas de engajamento total, sobretudo porque foi durante quinze meses a sua marca pessoal apregoada insistentemente no desenrolar do seu trabalho – afinal, mera retórica sem prática sustentada pela hipocrisia.

A rota do ‘Botafogo Renascido’ continuará intransigente e irreversível, e seremos muito felizes numa era de profissionais que estruturam o nosso Clube em suas múltiplas dimensões rumo à Glória, mas há que fazer o adeus final ao fulano de tal de modo exemplar.

Lembram-se de Matheus Borges, o corajoso rapaz que, em 2012, foi ao aeroporto com a Camisa Gloriosa para dizer a Vagner Love, acabado de chegar ao Flamengo e rodeado por um mar de torcedores rubro-negros, que “Vim desejar tudo de ruim”?


JE SUIS MATHEUS BORGES!

Matheus Borges no aeroporto em 2012 : https://www.youtube.com/watch?v=aDeHwc7ejUo

8 comentários:

Sergio disse...

Devo confessar que eu acreditava no fulano de tal e seu discurso que me parecia bastante ético, mas errei redondamente nesse julgamento e, a decepção é enorme. O curioso é ouvir um discurso que parecia ser de uma pessoa tão preocupado com valores civilizatórios e ir para um local contrário, e muito a seu discurso, e traindo aquele que o apoiou nos momentos mais difíceis.
Na verdade estou duplamente decepcionado: comigo por ter discernimento e caído nesse discurso que no final das contas eram palavras vazias, apenas um discurso vazio, e pela traição ao projeto que ele tanto exaltava. Mas como diria o saudoso João Saldanha "vida que segue", o Botafogo é grande demais para atitudes tão mesquinhas. ABS e SB!

Ruy Moura disse...

Ouvi o fulano de tal pela primeira vez há 9 anos e gostei. É inteligente e diz muitas coisas com sentido, mas como tem um traço narcísico emocionalmente piegas (segundo se sabe chorou várias vezes ao telefone após as ofensas públicas de que foi alvo) descontrolou-se e, na prática, em uma semana fez tudo ao contrário do que afirmou durante 15 meses. E isso é muito grave numa pessoa com um cargo de tão grande responsabilidade e abandonou Textor e todos os Botafoguenses que o apioaram. Poderia especular mais coisas sobre fulano de tal, mas não vale a pena, porque como diz, VIDA QUE SEGUE!

Abraço Gloriosos.

jornal da grande natal disse...

To zururu com o Fulano... Dizia uma coisa, fez outra. Alias, saiu pela porta dos fundos. Fato. Sem glória no Glorioso. Poderia ter ficado na história do clube.

Gil disse...

Grande Rui,

Sabes como sou irracional e totalmente emocional com tudo ligado ao Nosso Amado Botafogo.
Fico imaginando o que pensou Textor que, enfrentou uma Torcida querendo a cabeça do treinador, chegando a bloquear suas redes sociais devido aos insultos, ao ser comunicado da saída para outro clube.
Demonstrou uma covardia enorme ao não assumir decisão e jogando responsabilidade para o seu agente e advogado.

Como você e o Sergio comentaram, a decepção é maior pois a atitude é totalmente contrária ao discurso.

Será mais um a sentir o peso da "praga Botafoguense!"

Abs e Sds Botafoguenses!

Ruy Moura disse...

Também fiquei zururu, Vanilson. Que me lembre, é a maior decepção que eu tive com o Botafogo. Da galeria histórica onde ficaria certamente, até ao caixote do lixo da história, cometeu a proeza de o faer num único passo. O que prova que ser inteligente não basta, é preciso sobretudo ser discernente, ter ética e caráter.
Abraços Gloriosos.

Eduardo Samico disse...

Caro Ruy, realmente decepcionante a postura do ex-técnico. Nunca ouvira falar dele, mas desde a primeira entrevista que concedeu ao chegar no Botafogo muito me agradou com seu discurso.
Que, infelizmente, se revelou vazio e incapaz de resistir à proposta saudita.
Qual será o tom das entrevistas no novo emprego? Irá louvar a Revolução dos Cravos, as liberdades individuais e os direitos humanos?
Perguntas meramente retóricas. Desse cidadão não mais quero saber. A ele minha mais solene indiferença.
Que se vá, que seja logo virada essa página e que sigamos no rumo da reconstrução do Botafogo.
(E que história essa de chorar -literalmente?!- por conta de ofensas a ele dirigidas.)
Abs.

Ruy Moura disse...

Comportamento aberrante, Gil. Desejando que a praga de Matheus Borges atinja em pleno o fulano de tal.
Abraços Gloriosos.

Ruy Moura disse...

Um verdadeiro blefe, Eduardo, um ilusionista autodesmascarado. Longe de mim gente que não sabe resistir às adversidades e paga com traição quem lhe deu a mão nos momento difíceis. Não suporto pessoas assim. Nunca suportei e enfrentei sempre, de peito aberto, com honra e dignidade, os maldosos e todos aqueles que me queriam vergar a cervical da dignidade. Quando falta tudo a uma pessoa, há pelo menos sempre uma coisa que se pode e deve manter: a dignidade. E essa ele atirou-a voluntariamente para o caixote do lixo! É tão inacreditável que ainda hoje me parece um daqueles sonhos maus pelo qual esperamos acordar e ficarmos aliviados por ser um sonho. Não foi. Que a praga de Matheus Borges chegue à Arábia Saudita.

Li que, por várias vezes, chorava ao telefone (provavelmente com família, ou mesmo amigos) quando foi humilhado e ofendido por aqueles torcedores do costume que de boca fechada são verdadeiros poetas. Portanto, um chorão, bem à modo do outro que tivemos em 2008. E assim decidiu partir na primeira oportunidade. Tinha esse direito, obviamente, se pensarmos na proposta financeira. O que não tinha direito era de atirar para o lixo todos os seus compromissos propalados publicamente com base na ética, carácter e prestígio. Mas atirou. Como acreditar agora noutro personagem futuro que venha defender os mesmos valores? Esse fulano de tal prestou um enorme desserviço à ética, ao caráter e ao prestígio. Um defensor assim da democracia e da revolução dos cravos vermelhos devemos querer bem longe de nós, sob pena de prestar implicitamente um grande serviço às ditaduras...

Abraços Gloriosos.

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