quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Camisa Gloriosa nos países bálticos: as perseguições à ciência (III)

 
Crédito: Acervo de Ruy Moura, Mundo Botafogo.

Compilação e montagem de textos de RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

Excertos de Wikipédia (Lituânia)

Em 1568, a nobreza da Lituânia solicitou aos jesuítas que fundassem uma academia em Vilnius ou em Kaunas. No ano seguinte Walerian Protasiewicz, bispo de Vilnius, adquiriu várias casas no centro da cidade e iniciou a construção da Academia de Vilnius. Inicialmente, a Academia tinha três divisões: trivium (gramática, retórica e dialética ou lógica), filosofia e teologia. Os primeiros estudantes foram matriculados na Academia em 1570. Uma biblioteca universitária foi criada no mesmo ano; a maioria de seus livros foi doada pelo seu fundador.

Em 1 de abril de 1579, o Rei Stephen Báthory melhorou a qualidade da academia e garantiu-lhe os mesmos direitos conferidos à Universidade Jagiellon, de Cracóvia. O seu édito foi aprovado pela bula papal de Gregório XIII, em 1579. O primeiro reitor da Academia convidou muitos cientistas notáveis de todas as partes da Europa e ampliou a sua biblioteca com a colaboração de muitas pessoas importantes: Sigismundo II da Polônia, Bispo Walerian Protasewicz e Marechal da Coroa, Kazimierz Lew Sapieha.

Crédito: Acervo de Ruy Moura, Mundo Botafogo.

Em 1575, o Duque Mikołaj Krzysztof Radziwiłł e Elżbieta Ogińska contribuíram para o estabelecimento da primeira editora da academia e em 1595 o primeiro livro em língua lituana foi produzido.

O período de crescimento da Academia durou até o século XVII. Após um período dramático de matriculados a Academia reergueu-se e por volta do ano de 1823 era uma das maiores da Europa, ultrapassando a Universidade de Oxford em número de estudantes. Porém, em 1832, depois da Revolta estudantil de Novembro, a Universidade foi fechada pelo Tsar Nicolau I da Rússia.

Algumas faculdades foram desmembradas, como a Academia de Medicina e Cirurgia e a Academia Católica Romana), mas logo também foram proibidas. A repressão que se seguiu à derrota da revolta resultou na proibição do uso das línguas polonesa e lituana e toda a educação nesses idiomas foi suspensa. Finalmente, a maior parte dos bens da Universidade foi confiscado e enviado para a Rússia (a maioria para São Petersburgo).

No século XX a área foi anexada pela Polônia e a Academia de Vilnius foi renomeada para Universidade Stefan Batory, em 1919. A Universidade rapidamente se recuperou e reganhou prestígio internacional.

Crédito: Acervo de Ruy Moura, Mundo Botafogo.

Após a invasão da Polônia durante a Segunda Guerra Mundial a Universidade foi fechada pelos alemães em 1941. Depois, com a ocupação da União Soviética, a maioria dos professores retornaram e quase todas as faculdades foram reabertas. Porém, logo após a anexação da Lituânia pela União Soviética, a maioria dos professores foram presos e enviados para prisões e gulags na Rússia e no Cazaquistão.

A cidade foi ocupada pela Alemanha em 1941, e todas as instituições de ensino superior para os não alemães foram fechadas.

Contudo, os professores que permaneceram organizaram um sistema secreto de educação com aulas e avaliações sendo realizadas em residências particulares. Os diplomas das universidades clandestinas foram aceitos por muitas Universidades polonesas depois da Guerra. Em 1944, muitos dos estudantes participaram da Revolta de Vilnius. A maioria dos estudantes foi presa mais tarde pela NKVD e deportada para a União Soviética.

Depois da guerra, a Universidade foi renomeada para Universidade da República Socialista Soviética da Lituânia. Embora sujeita ao sistema soviético, a Universidade de Vilnius cresceu e ganhou importância, começando a libertar-se da ideologia soviética em 1988, graças à política do glasnost.

Em 11 de março de 1990 a Lituânia declarou a sua independência e a Universidade obteve autonomia. Desde 1991, a Universidade de Vilnius tem sido uma signatária da Carta Magna das universidades europeias e é membro da Associação das Universidades Europeias e da Conferência dos Reitores das Universidades do Báltico.

Fontes da série “Camisa Gloriosa nos países bálticos”: https://en.wikipedia.org; https://es.abcdef.wiki; https://es.wikipedia.org; https://it.wikipedia.org; https://pt.wikipedia.org; https://travelshelper.com; https://www.itinari.com; https://www.magnusmundi.com

2 comentários:

Sergio disse...

Essas histórias são muito interessantes, se não visse o Mundo Botafogo muito provavelmente nunca conheceria esses fatos sobre a Lituânia. ABS e SB!

Ruy Moura disse...

Que bom gostar destas 'foto-reportagens'. Neste caso é um modesto contributo para evidenciar a importância da ciência na vida humana, porque qualquer regime totalitário, de direita ou de esquerda, acaba por submeter o livre pensamento acadêmico, absolutamente decisivo para os progressos humanos, e até mesmo encerrar as instituições de ensino superior (IES). Em democracia, como não se pode submeter facilmente nem fechar as IES, a técnica é fazer cortes orçamentais nas IES públicas para as estrangular financeiramente. Porém, a ciência acaba sempre por vencer, mais cedo ou mais tarde, porque constitui a suprema forma de pensar, especular, inventar e transformar sonhos e utopias em realidades concretas a bem dos cidadãos.

Abraços Glorosos.

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