domingo, 22 de setembro de 2024

Botafogo 1x0 Fluminense – sorte e persistência também contam

Crédito: Vitor Silva | Botafogo.

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

O Botafogo vinha de um jogo de intensidade ansiosa para um jogo bastante mais pausado e estrategicamente muito diferente. Foi, de certo modo, o que eu defendi na análise ao jogo anterior. No fundo era abandonar a sua intensidade ‘ansiosa’ em favor de uma intensidade ‘racional’ pautada por posse de bola, concatenando diversos ataques em rapidez súbita, desgastando o adversário e abrindo espaços de penetração em profundidade.

O Botafogo de AJ já havia feito isso de forma brilhante, por exemplo, quando venceu o robusto Fortaleza. Porém, nada disso aconteceu contra o Fluminense.

Basta observar a escalação, com Tiquinho Soares e Tchê Tchê, para se perceber que a estratégia era de jogo mais pausado, resguardando Thiago Almada e Igor Jesus para o próximo jogo contra o São Paulo, mantendo-se a titularidade de Luiz Henrique para conseguir desequilibrar e, quiçá, obter ou assistir um ou dois gols na 1ª parte, e acabar sendo também substituído na 2ª parte com vista ao próximo jogo.

Sucede que Luiz Henrique, que disse poder fazer na Seleção as “coisas extraordinárias que faço no meu clube”, se amedrontou com a fama de Marcelo – ou inibido por ter sido revelado pelo Fluminense e lhe ter declarado amor em tempos idos – e foi incapaz de o vencer, evidenciando que a nível mental tem muito por onde trabalhar, em vez de se deslumbrar com as “coisas extraordinárias” que diz que faz. Felizmente AJ é assertivo e frontal e deu-lhe uma tremenda bronca no vestiário, acabando por resultar em parte – e principalmente após a saída de Marcelo.

Curiosamente, Matheus Martins, que é da mesma safra de Luiz Henrique, e declarou amor ao tricolor, teve uma péssima atuação. Se esse aspecto de amor ao clube influenciou os dois jovens jogadores, têm que se mentalizar em tirar o coração tricolor dos jogos e usar a razão sempre que enfrentarem o Fluminense (quiçá, outros ex-clubes que futuramente venham a representar).

No desenrolar do jogo é certo que o Botafogo teve, no conjunto da partida, maior domínio de bola do que o Fluminense, mas sem a eficiência conhecida noutras partidas, seja por via de ausência de alguns titulares, seja devido à percepção de que não poderíamos jogar como fizemos contra o São Paulo.

Na verdade, foi um jogo bastante chocho na primeira parte, com muita perda de bola de ambos os lados e uma articulação de jogadas que pouco permitia finalizar em condições favoráveis. Ainda assim, o Botafogo começou melhor por intermédio de dois remates de Matheus Martins, aos 2’ e aos 9’, mas ambos desperdiçados com fáceis defesas de Fábio.

Apesar do domínio de jogo, o Botafogo parece ter-se cansado, e arrisco mesmo a dizer que parecia haver algum desinteresse, ou aversão à bola, por parte dos nossos atletas, e o Fluminense melhorou e equilibrou a partida. Aos 28’ ocorreu o que se pode considerar o ‘caso’ do jogo: o pisão intencional de Marcelo sobre Matheus Martins. Marcelo pisou, percebeu a visibilidade pública da agressão devido à sua experiência e atirou-se para o chão como se tivesse havido um choque entre ambos – ridículo! Fez-me lembrar Nilton Santos no Brasil x Espanha de 1962 quando cometeu pênalti e avançou imediatamente dois passos, conseguindo ‘transitar’ a falta para fora da grande área por virtude da sua grande experiência.

Marcelo deveria ter sido expulso; por muito menos já foram expulsos jogadores do Botafogo.

Esse pisão intencional aconteceu na virada de jogo a meio da segunda parte, quando o Fluminense se tornou mais perigoso e também desfrutou de duas oportunidades de gol, melhor concretizadas do que as de Matheus Martins, mas numa John espalmou e noutra conseguiu desviar a bola que ia entrando no canto da baliza.

Apesar disso, a primeira etapa foi chocha por via de muitos passes transviados por ambas as equipes, dificuldades de transição de parte a parte, pouca lucidez nas tramas ofensivas e a constatação de que a equipe do Fluminense ainda vai amargar durante este campeonato antes de ficar a salvo da degola.

No segundo tempo o Botafogo regressou novamente melhor do que o Fluminense, e aos 57’ Luz Henrique poderia, e deveria, fazer algo não muito extraordinário: enfiar a bola na baliza em cara a cara com o goleiro, mas falhou novamente.

Aos 55’, na ânsia de marcar um gol para mascarar a sua fraquíssima exibição – que já vem de longe –, Tiquinho Soares esqueceu-se que havia companheiros ao seu lado melhor colocados, ensaiou o remate e também falhou.

Talvez na única grande oportunidade da 2ª parte para o Fluminense, Cano proporcionou a John, aos 60’, uma grande defesa. Logo em seguida, aos 61’, Matheus Martins atrapalhou-se novamente com a bola e falhou um remate que poderia ter inaugurado o marcador.

O jogo tornou-se novamente incaracterístico, as duas equipes aparentavam aceitar o resultado e desenhava-se no horizonte a repartição de pontos, algo muito pouco desejável para o Botafogo, apesar de o empate ser um resultado aceitável pelo que (não) fizeram as duas equipes.

Eis senão quando, após o choque de cabeças entre Nonato e Marçal e dez minutos de paragem para atendimento, Felipe Melo entrou aos 91’ para o lugar de Nonato, aos 94’ recebeu uma bola atrasada por um companheiro, deixou-a escapar, recuperou-a, mas Gregore já iniciara a corrida para a posição do adversário, roubou-lhe a bola no corpo a corpo, depois, já praticamente no chão, ainda a roubou do goleiro, tocando-a para o meio da pequena área, onde Luiz Henrique, totalmente isolado, a empurrou para o fundo das redes.

Vale a pena rever o lance e perceber que quando Gregore parte em corrida na direção de Felipe Melo a ação é aparentemente inútil, porque o tricolor já retomou a posse do esférico. Porém, Gregore arrancou decidido, usou o corpo a corpo, e como Felipe Melo ainda estava desequilibrado pelo giro que fez sobre si próprio, apesar de já ter retomado a bola, acabou por cair em total desequilíbrio e o gol aconteceu.

Uma vitória muito à conta da sorte de uma bola mal dominada pela defensiva tricolor e, sobretudo, da insistência de um atleta que nunca desiste de uma jogada: Gregore – o homem do jogo!

E contra o São Paulo é “ousar criar e ousar vencer” com o nosso indiscutível melhor futebol!

PS: Somente hoje, às 19:30 de Brasília, assisti à Coletiva de AJ. Foi uma importante vitória pelas condições em que o jogo se desenrolou, mas desta vez vi um jogo diferente daquele que viu AJ. Eis como iniciou a Coletiva:

 «Uma vitória justíssima. Arrancada a ferros no último minuto. […] Foi um jogo em que nós tivemos o ascendente, tivemos o domínio, foi uma equipe extremamente sólida, muito competente naquilo que foram as suas ações, o plano de jogo, a intensidade que conseguimos colocar durante todos os noventa minutos.»

Que me desculpem AJ e os leitores que concordarem com o nosso treinador, mas confesso que discordo, palavra por palavra, do discurso inicial. Foi um jogo que a haver vencedor seria o Botafogo, mas houve equilíbrio de ações: de modo geral, o Botafogo foi melhor nas metades iniciais dos dois tempos, o Fluminense melhor nas metades finais dos dois tempos. Porém, a expressão ‘justíssima’ é exagerada. O gol dependeu da sorte que nos favoreceu com o ótimo azar de Felipe Melo e da insistência de Gregore, porque a jogada em si, ensaiada pelo Botafogo até a bola chegar a Felipe Melo, foi nula. O suposto domínio maior não foi tão grande assim, a equipe não foi sólida, errando inúmeros passes, atrapalhando-se em inúmeras jogadas, tal como o adversário. E se a equipe foi “muito competente” face ao plano de jogo, lamento dizê-lo caríssimo AJ, mas então o seu plano desta vez foi muito, muito modesto. E… intensidade dos noventa minutos?... Nos noventa minutos?!?!?! Creio que AJ deveria ser mais parcimonioso na análise em público para não parecer aquele tipo de treinadores que quando ganha considera que tudo foi muito bem (e quando perde é sempre por razões externas, a exemplo do que mostrou ontem Mano Menezes), e não devemos ter excessos de otimismo como em 2023, mas sim objetividade e racionalidade para se manter o foco. A assertividade e o enfrentamento da realidade exige outra postura de um técnico que, claramente, é de elevado nível pessoal e profissional. Espero que nos bastidores seja diferente, tal com fez na bronca a Luiz Henrique, e ligue o sinal amarelo para alguns dos atletas que tiveram desempenhos muito abaixo do que valem. Devido ao plano de jogo? – não sei. Devido à sua falta de entrosamento, onde Tiquinho Soares, Matheus Martins e até mesmo Luiz Henrique estiveram muito abaixo das suas reais capacidades? – não sei. Porém, espero vivamente que o ‘plano de jogo’ para enfrentar o São Paulo seja idealizado noutra perspectiva mais consonante com as grandes capacidades mostradas pela equipe e pelo seu treinador.

FICHA TÉCNICA

Botafogo 1x0 Fluminense

» Gols: Luiz Henrique, aos 94’

» Competição: Campeonato Brasileiro

» Data: 21.09.2024

» Local: Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)

» Público:  26.819 pagantes; 29.710 espectadores

» Renda: R$ 1.339.144,50

» Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (GO); Assistentes: Bruno Raphael Pires (GO) e Guilherme Dias Camilo (MG); VAR: Rodrigo D’Alonso Ferreira (SC)

» Disciplina: cartão amarelo – Tchê Tchê (Botafogo) e Felipe Melo (Fluminense)

» Botafogo: John; Mateo Ponte (Allan), Adryelson (Bastos), Alexander Barboza e Marçal (Alex Telles); Gregore, Tchê Tchê e Savarino (Thiago Almada); Luiz Henrique, Tiquinho Soares (Igor Jesus) e Matheus Martins (Carlos Alberto). Técnico: Artur Jorge.

» Fluminense: Fábio; Samuel Xavier, Manoel, Antônio Carlos e Marcelo (Fuentes); Bernal, Martinelli (Nonato, depois Felipe Melo) e Lima (Kauã Elias); Jhon Arias, Cano (Ganso) e Kevin Serna (Keno). Técnico: Mano Menezes.

7 comentários:

Sergio disse...

Com um pouco mais de capricho o Botafogo poderia ter inaugurado o placar, mas ontem o Mateus Martins não foi bem. Jogo equilibrado no primeiro tempo e sinceramente, em nenhum momento temi que o Botafogo pudesse perder o jogo, mesmo com o predomínio do Fluminense na segunda metade do primeiro tempo.
No segundo o Artur Jorge melhorou o posicionamento do time que predominou em boa parte, mas acho que as substituições foram determinantes para a melhora do time. A rigor o Fluminense teve duas chances mas sem ser muito claras, ao contrário do Botafogo que mais uma vez faltou a tranquilidade para a finalização. Porém, como dizia o tricolor Nelson Rodrigues, sem sorte o sujeito pode ser atropelado por uma carrocinha de sorvete (os mais velhos se lembrarão disso), e eis que o Gregory consegue roubar uma bola do FM e serve o LH para finalizar para dentro do gol, lance de sorte? Sim, mas a percepção do Gregory foi perfeita.Esse lance é interessante pois haviam 9 jogadores pressionando a defesa do Fluminense, e o Gregory um primeiro volante pisando dentro da área, esse tipo de pressão é uma das características do Botafogo do Artur Jorge.
Realmente o pisão do Marcelo foi absurdo, deveria ter sido expulso, mas como ele teve uma grande atuação artística no seu fingimento, a agressão passou desapercebida.
Não acho que a comissão técnica agiu de forma errada ao poupar vários jogadores importantes, então a falta de 5 titulares pesou um pouco no desempenho da equipe, mas nada que tenha sido absurdo.
Vamos ver como o Botafogo se comporta contra o SP noa casa deles, muito embora o atual time do Botafogo quando joga completo mesmo sendo na casa do adversário consegue apresentar um bom futebol. Tomara que não próxima quarta-feira seja assim.
Detalhe importante: a bronca do AJ no LH foi providencial, inclusive o treinador estava propenso a substitui-lo. Fica claro que temos comando técnico. Abs e SB!

Ruy Moura disse...

Desta vez não estamos totalmente de acordo, como é costume. Mas a realidade é isso mesmo: por mais que a gente coincida, haverá sempre perspectivas pessoais diferentes a debater.

Eu temi pelo empate, e acredito que milhares de pessas que estavam no estádio, ou em casa, ou a narrar o jogo, pressentiam que o empate já se desenhara, porque a partir de meados da 2ª parte o Botafogo tornou a conceder espaço ao Fluminense, que poderia ter marcado gol não fosse John Victor a defender tão bem o nosso arco.

Esta vitória era muito importante para levarmos como estímulo para Libertadores, isto é, conseguirmos continuar na liderança incólumes.

Não acredito que o plano de jogo tenha sido conseguido (depois do seu comentário ainda acrescentei um PS porque só às 19:30 de Brasília vi a Coletiva de Artur Jorge, e discordo da apreciação inicial que fez ao jogo. AJ sobrevalorizou o plano de jogo e o desempenho dos jogadores, quando era imprtante dizer que podem fazer melhor, apesar dos esforços realizados. Como é possível, por exemplo, ter elogiado o desempenho de Tiquinho e de Matheus Martins?... E assmir que cumpriram ao rigor oplano de jogo. Qual era o plano de jogo do qual não me apercebi com o Botafogo a errar inúmeros passes, coisa que não é costume acontecer, atrapalhando-se com a bola em frente à baliza como fizeram LH, TS e MM?...

Tal como confessou ter dado bronca no LH, também devia ter admitido 'algumas' falhas durante o jogo e assumir a necessidade de melhorarmos (Ruben Amorim diz recorrentemente nas coletivas que "ainda podemos melhorar", o que significa que, em simultâneo, mostra, por um lado, uma pontinha de um cartão amarelo e, por utro lado, realça que são tão bons jogadres que podem sempre melhorar - e eu considero que essa subtileza é extremamente inteligente)

Não foi errado poupar alguns jogadores como Almada e Igor, é necessário arriscar, mas o plano de jogo com os remanescentes é que não percebi qual era, já que AJ disse na Coletiva que foi cumprido à risca. Em minha opinião foi a sorte que esteve do nosso lado pelo erro crasso de FM e, evidentemente, pela sorte de termos Gregore como o jogador mais próximo de FM, que é o jogador da equipe que menos desiste seja de que jogada for. O jogo foi decidido a nosso favor pela sua estraordinária percepção. Até parecia um atacante!

Concordo quando fala sobre a pressão exercida pelo adversário, e que terá contribuído para o erro de FM, mas a virtude foi principalmente individual, já que a pressão do coletivo até perdera a jogada.

Mas, adiante, porque quarta-feira temos uma importante noite para os nossos anseios de classificação à próxima etapa da Libertadores. E aí o plano de jogo terá que ser forçosamente outro e muito mais rigoroso. Adivinho uma grande batalha, mas o estímulo de sermos líderes do Brasileirão poderá pesar no desempenho dos jogadores no âmbito do plano de jogo de AJ, que espero estar adaptado para enfrentar o São Paulo fora de casa e adaptado aos jogadores, saindo de lá com a vitória. É tudo o que desejo. Acredito na vitória, mas também acredito que o Botafogo não deva usar a mesma estratégia do jogo de ida, até por razões de não se desgastar excessivamente para o Brasileirão.

Abraços Gloriosos.

Ruy Moura disse...

Errata: no penúltimo parágrafo deve ler-se "pressão exerciada sobre o adversário", em vez de "pressão exercida pelo adversário".

Dinafogo disse...

Boa noite, blog! A princípio, quero começar dizendo que a postura da equipe não me satisfaz, mesmo sabendo que se tratava de uma equipe "mista" e que o contexto do jogo demandaria uma forma diferente do que foi contra o São Paulo, com mais paciência e levando em consideração que estávamos diante de um clássico e uma equipe motivada por uma vitória na competição continental. Apesar disso, esperava uma vontade e agressividade maior, mas no desenrolar da partida o desfecho que se desenhava era semelhante ao alcançado na última peleja, porém, dessa vez sem o mesmo brilho de outrora. Nos minutos derradeiros senti um gosto amargo de um empate apático e pouco interessante para às nossas ambições, quando derrepente escuto a comemoração efusiva do atendente da pizzaria, da qual me encontrava naquele momento, acompanhando pelo celular, uma vez que não possuo o premier na minha televisão.

É óbvio que comemorei o resultado, mas como dizem por aí: "tivemos mais sorte do que juízo". Nosso atual concorrente direto palmeiras também gozou um pouco dessa sorte no dia hoje, entretanto tiveram um jogo movimentado e em um contexto diferente, resolvendo a situação na etapa inicial.

Para além disso, esse jogo como de praxe, também foi recheado de polêmicas e protagonismo negativo por parte da arbitragem.

Esse campeonato exigirá muita paciência e motivação para alcançarmos a desejada taça. Jogos como esse serão mais constantes, a medida que os jogadores sentirem o desgastes e o emocional pesar. AJ terá que ser técnico, "psicólogo" e um bom "gestor" de elenco.

Por fim, concordo que na noite de ontem o nosso craque foi o Gregore, premiado por sua vontade e inteligência.

Seguimos! SAN 🔥🔥🔥

Ruy Moura disse...

Dinali, a sua sensação e o seu sentimento coincidem exatamente comigo. A sensação de que a vontade da equipe não era a mesma e isso refletiu-se na falta de 'agressividade', num desempenho chocho. O mesmo sentimento de desilusão, de "gosto amargo", com um empate injustificávelque se desenhava perante a equipe que temos (mesmo sendo mista) e tendo em conta o nível mediano do adversário - e quase todos pareciam conformados com esse resultado de um lado e do outro. Menos, certamente, Gregore!

Eu considero errado, como acontece em sites btafoguenses, tecerem-se loas a Luiz Henrique quando a sua atuação foi muitíssimo abaixo do que pode fazer, ficando agarrado a Marcelo - que nesta fase da sua vida já não tem argumentos contra LH se o nosso ponta jogasse o que sabe. Creio que tecer loas onde não se deve, somente nos prejudica, porque amansa a equipe.A mídia está tendo essa estratégia, e nós caímos nela. A crítica ou o elogio feitos à medida da verdade, são fundamentais e as pessoas recnhecem e aceitam; a crítica injusta e o elogio excessivo têm o efeito contrário. É necessário apontar as falhas, os pontos críticos mal desempenhados e exigir melhorias, realçando-se as qualidades que podem e devem emergir, colocar metas mais elevadas, mas alcançáveis, criticar quando isso é necessário.

Confesso que não gostei do jogo, e a equipe 'mista' não foi tão mista assim: zaga com Adryelson e Barboza, e depois Bastos; meio campo com Gregore, Tchê Tchê e Savarino, e depois Almada; ataque com Luiz Henrique, Tiquinho e Matheus Matias, e depois Igor Jesus. Esta equipe que jogou é substancialmente melhor que a do ano passado e vale bastantes mais milhões do que a de 2023.

Foi um alívio termos Gregore, autor de 95% do gol de LH; a minha alma ficou como se tivesse sido lavada subitamente. Porém, embora ambos tivessemos festejado a vitória, a sua frase foi perfeitamente definidora do jogo:

«Tivemos mais sorte do que juízo».

Só desejo que internamente o discurso apologético de AJ na Coletiva não se repita para dentro e que pressione os jogadores a terem a obrigação de melhorar se quiserem colocar títulos nos seus currículos. Estamos num momento crucial, não podemos vacilar e ao treinador exige-se - porque ele pode fazê-lo - que seja técnico, psicólogo e gestor do elenco com exigência. É para isso que lá está.

Abraços Gloriosos.

jornal da grande natal disse...

O futebol hoje exige muito mais "transpiração" por motivos diversos que todos estão cansados de saber. Quando o time não corre por estratégia o adversário exige. Se esmorecer perde...

Ruy Moura disse...

Exato, Vanilson. E o Botafogo ontem, após os 20-25 minutos iniciais, esmoreceu, como se não fosse preciso correr pela bola, esperando a vitória chegar. Chegou, mas 95% deve-se ao 'combatente' Gregore, que veio lá de trás para resolver o que os da frente não conseguiam fazer. Jogador espetacular que nunca se cansa de transpirar - porque percebe que esse é um fator crucial para o seu desempenho.

Abraços Gloriosos.

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