por RUY MOURA |
Editor do Mundo Botafogo
O Botafogo jogou com o regulamento debaixo do
braço do primeiro ao último minuto, sobretudo para que os jogadores que estavam
‘pendurados’ não recebessem novos cartões amarelos que os afastassem da final.
E alcançou todos os seus objetivos: qualificação para disputar a sua primeira
final de Libertadores, nenhum novo cartão amarelo e nenhuma nova lesão.
Diz-se que para se chegar à final e ganhar a
Copa Libertadores da América é preciso saber jogá-la. Talvez, mas em todo o
caso não é preciso ter sabido jogá-la antes para se chegar à final – porque o
Botafogo nunca chegara à final, a sua comissão técnica era completamente virgem
em matéria de futebol sul-americano e os seus jogadores rumaram ao Rio de
Janeiro vindos de diversas partes do mundo.
E o Botafogo superou as diversas dificuldades
nas fases pré-eliminatórias; superou as duas derrotas iniciais na fase de
grupos, acabou vencendo um ex-campeão sul-americano (LDU) e classificou-se com
uma rodada de antecedência para as oitavas-de-final; bateu três ex-campeões nas
oitavas, quartas e semifinais (Palmeiras, São Paulo e Peñarol) com muitas
dificuldades, mas também com muita sabedoria; falta-lhe bater mais um ex-campeão
sul-americano na final (Atlético Mineiro).
Tal campanha inédita comprova que saber-se
jogar uma competição é perceber claramente os seus contornos, agir em
conformidade e jogar futebol com empenho, esforço, dedicação e espírito
coletivo.
O jogo de ontem, jogado à medida das
circunstâncias, incluindo a ‘derrota vitoriosa’, com meia equipe reserva, e
apesar de alguns erros comportamentais durante o jogo, evidencia que o Botafogo
tem sabido jogar tanto na dimensão do Campeonato Brasileiro como na dimensão da
Copa Libertadores.
Resta ao Botafogo saber jogar numa terceira
dimensão: ganhar um jogo único – de ida e sem volta – e alcançar a inédita ‘Glória
Eterna’!
VAMOS JOGAR JUNTOS EM
BUENOS AIRES!
OUSAR LUTAR, OUSAR
CRIAR, OUSAR VENCER!
PS: Não são desastrosas
apenas as arbitragens brasileiras; os jogos do Botafogo tiveram arbitragens
sul-americanas absolutamente primárias, errôneas e ‘perdidas’ em campo.
Excerto de comentário de Isabelle
Favieri | Lance!
“Apesar de ser um
estreante na final, o Botafogo carrega na bagagem o amadurecimento e a
mentalidade forte construída pela equipe de Artur Jorge após cada passo dado no
mata-mata. Mesmo empilhando vitórias e classificações, tanto o técnico quanto
os jogadores sempre presaram pelo pé no chão e o pensamento na próxima fase,
frisando que 'nada está ganho'.
O Glorioso foi se construindo com
a temporada em curso, com desfalques importantes por lesões e reforços chegando
na janela de transferência no meio do ano, o técnico foi formando o elenco
ideal que encaixou perfeitamente mesmo com pouco tempo de trabalho. É claro ver
que o time, hoje, não se desespera em momentos de pressão e se mantém obediente
taticamente até o apito final.”
FICHA TÉCNICA
Botafogo 1x3 Peñarol
» Gols: Thiago Almada, aos 87’ (Botafogo); Báez, aos 31’
e 65’, e Batista, aos 89’ (Peñarol)
» Competição: Copa Libertadores
» Data: 30.10.2024
» Local: Estádio Centenário, em Montevidéu (Uruguai)
» Árbitro: Piero Maza (Chile); Assistentes: Claudio Urrutia (Chile) e Miguel Rocha (Chile); VAR: Francisco Vejar (Chile)
» Disciplina: cartão amarelo
– Bastos, Matheus Martins,
Vitinho, Mateo Ponte e Thiago Almada (Botafogo) e Sosa (Peñarol); cartão vermelho – Aguerre, ao
intervalo (Peñarol); Mateo Ponte (Botafogo)
» Botafogo: John; Vitinho (Mateo Ponte), Bastos (Allan),
Adryelson e Alex Telles; Danilo Barbosa, Marlon Freitas e Tchê Tchê (Eduardo);
Matheus Martins (Thiago Almada), Tiquinho Soares e Savarino (Alexander Barboza).
Técnico: Artur Jorge.
» Peñarol: Aguerre; Milans (Avenatti), Javier Méndez,
Guzmán Rodríguez e Maxi Olivera (Lucas Hernández); Damián García (De Amores),
Rodrigo Pérez e Leo Fernández; Sequeira (Sosa), Báez e Maxi Silvera (Batista).
Técnico: Diego Aguirre.