por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo
O Mundo Botafogo
publicou ontem o artigo intitulado (Botafogo é recordista
de futebolistas convocados para a Seleção em 1968 e Copa do Mundo de 1934)
a propósito de certas frivolidades da comunicação social desportiva acerca da
história do Botafogo. Fiquei espantado, mas ainda mais espantado fico quando uma
parte de torcedores do Botafogo ignora a nossa Gloriosa história.
Vem esta
conversa a propósito de um debate nas redes sociais entre botafoguenses, os
quais concluíram que os cinco maiores presidentes da nossa história foram
Althemar Dutra de Castilho, Carlos Augusto Montenegro, Carlos Martins da Rocha
(o ‘Carlito Rocha’), Durcesio Mello e Emil Pinheiro – e alguém chegou mesmo a
alvitrar o nome de Maurício Assumpção, que deixou o Botafogo na banca rota e na
série B em dezembro de 2014.
Não vou
debater o assunto porque não há como discutir tais nomes perante um nome maior
ao qual o Botafogo deve os momentos mais importantes da sua história e aquele
que foi o Presidente que lançou o nome do Botafogo no mundo: Paulo Antônio Azeredo, Presidente em
1923, de 1926 a 1936 e de 1954 a 1963, isto é, 20 anos à frente dos destinos do
Glorioso Clube da Estrela Solitária.
E que
obra fantástica realizou?
A partir
de 1926 Paulo Azeredo reestruturou o Clube e foi o responsável, num tempo em
que o Botafogo não se recuperara inteiramente do golpe de 1911, por inaugurar a
Sede Social do ‘Casarão’, em terreno que havia sido doado pela prefeitura em
1912, mas cujo projeto somente foi aprovado, pela persistência de Paulo
Azeredo, no dia 28 de novembro de 1927 e inaugurado em 15 de dezembro de 1928
com grande baile de gala.
Em 1929 iniciou a caminhada para quebrar o jejum de 18 anos do Botafogo sem conquistar sequer um título carioca, que foi o nível de competição brasileira mais importante até finais da década de 1950.
Foi então
que contratou uma comissão técnica estrangeira que revolucionou o futebol do
Botafogo entre 1929 e 1933 e montou uma equipe fabulosa que viria a conquistar
o campeonato carioca de 1930 – quebrando o jejum que vinha de 1912 – e o
tetracampeonato de 1932-33-34-35.
A Visão
de Paulo Azeredo já nesse tempo era integrada e holística: tornar o Botafogo
num grande Clube Social, de Futebol e de outras modalidades Olímpicas. Em 1936,
ao deixar a presidência após uma década de realizações, o seu sucessor herdou um
dos Clubes que viriam a ser dos maiores do futebol brasileiro.
De 1936 a
1957, isto é, em 20 anos, o Botafogo tornou a ser um Clube de jejum
futebolístico, conquistando, na ausência de Paulo Azeredo, apenas um campeonato
carioca, em 1948, aquando da presidência de Carlito Rocha.
Com o
Clube necessitando de um Presidente ousado e dinâmico que lhe desse títulos e
relançasse o Clube na sua globalidade futebolística, olímpica e social, Paulo
Azeredo regressou à presidência em 1954 e apostou na contratação de grandes
atletas, de entre os quais se destacava Didi. E o título de campeão carioca
regressou em 1957 com um plantel de luxo e a maior goleada numa decisão de
campeonato carioca da Era Profissional: 6x2 sobre o arquirrival Fluminense.
E montou
as maiores equipes da história do Glorioso, lançando a Estrela Solitária ao
nível planetário do futebol: em 1958 o Brasil tornou-se campeão do mundo de
futebol pela primeira vez, contando com as estrelas botafoguenses Nilton
Santos, Didi e Garrincha, tendo Didi sido eleito o melhor Jogador da Copa e Garrincha
espantado o mundo com o seu futebol mágico.
Após a Copa contratou Zagallo e Amarildo e iniciou um amplo movimento de preparação de craques nas bases do Botafogo, na qual foram revelados, entre outros, Arlindo, Carlos Roberto, Dimas, Jairzinho, Mura, Othon Valentim, Paulo César, Roberto Miranda, Rogério, Valtencir, que foram tetracampeões cariocas de juvenis (atualmente juniores) de 1961 e 1964 e depois bicampeões cariocas de profissionais em 1967-68, campeões brasileiros em 1968 e três deles campeões do Mundo na Copa de 1970.
Foi esse
conjunto fabuloso de jogadores da safra Paulo Azeredo / Neca / Paraguaio que
fizeram autênticas magias em três Copas do Mundo e em inúmeras excursões por
todo o planeta.
Porém,
como se isso não bastasse, Paulo Azeredo impulsionou, paralelamente, uma
intensa vida social do Clube com manifestações teatrais, concertos, carnavais, festas
juninas, aulas de teatro e música, enfim, atividades permanentes na vida social
do Clube, bem como desde 1957 foram lançadas as Olimpíadas Botafoguenses, que
se repetiram pelos anos seguintes e decaíram após a saída de Paulo Azeredo,
colocando o Botafogo ao mais alto nível de modalidades como artes marciais,
atletismo, basquetebol, esgrima, halterofilismo, handebol, natação, polo aquático,
remo, voleibol, entre muitas outras modalidades que conquistaram títulos de
nível nacional e sul-americano.
No famoso
ano de 1962 o Botafogo conquistou 80 títulos de campeão e 40 vice-campeonatos
em todas as modalidades desportivas de natureza coletiva, além de inúmeros
títulos individuais.
Como se
tais e tantas atividades não bastassem para tornar Paulo Azeredo o eterno Maior
Presidente do Botafogo, foi na sua gestão que se lançou a segunda sede social
do Clube, a Sede do Mourisco Mar, obra do genial Óscar Niemeyer, no início da
década de 1960.
Paulo
Antônio Azeredo não foi apenas um presidente do Botafogo, ele foi – ‘O
Presidente’!
Divulguem,
caros leitores e amigos, porque a obra de Paulo Antônio Azeredo é
verdadeiramente estoica!
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