quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Botafogo é Philadelphia


Na etiqueta ‘curiosidades’ publicou-se um artigo intitulado Rolling Stones são Botafogo no qual se relatava a divertida comparação feita pela Revista Placar entre clubes de futebol e bandas de música.

Agora inclui-se uma nova comparação entre equipas da NBA e clubes de futebol brasileiros, que, não sendo tão engraçada, merece ser apresentada porque contempla o nosso Botafogo na pauta de comparações. O Botafogo é comparado com a equipa de Philadelphia, uma cidade que conheço e que é muito acolhedora, devido a Mané Garrincha poder ser comparado com o Doutor J, um basquetebolista fora de série e verdadeiramente inovador.

Cita-se textualmente as 16 comparações:

"1) Lakers = Flamengo e São Paulo (pela popularidade e eficiência);

2) New York = Corinthians (pelo fanatismo da torcida);

3) Boston = Palmeiras (pela cor da camisa e número de títulos);

4) Chicago = Santos (pelo simples fato de ambos terem tido os dois maiores jogadores de todos os tempos);

5) Philadelphia = Botafogo (poucos títulos e dois gênios, Dr. J. e Garrincha);

6) San Antonio = Cruzeiro (fora do eixo principal, mas comendo por fora);

7) Miami = Sport (dois times praieiros e um título para cada um);

8) Clippers = Juventus (times de cidades grandes, mas nunca chegam);

9) Detroit = Grêmio (pelo jogo defensivo eficiente e por estar sempre ganhando e chegando);

10) Portland = Atlético-MG (um campeonato ganho, mais algumas finais e mais nada);

11) Seattle = Atlético-PR (um título e só);

12) New Jersey = São Caetano (sem torcida e quando chegaram, perderam);

13) Dallas = Portuguesa (quando foram à final, todos torceram por eles, mas acabaram perdendo);

14) Golden State = Fluminense (poucos títulos e ambos com sede em duas das mais lindas cidades do mundo - muito embora o Warriors seja de Oakland, a cidade fica na Grande São Francisco);

15) Milwaukee = Guarani (pelas cores, por terem apenas um único título e por viverem sempre em crise);

16) Houston = Internacional (pela cor do uniforme, pelos títulos e pela regularidade atual)."

O Philadelfia 76ers conquistou os seus títulos em: 1965-66, 1966-67, 1967-68, sendo Wilt Chamberlain o atleta destacado do tricampeonato; 1980-81, Julius Erving, o famoso Dr. J.; 1982-83, Moses Malone; 2000-2001, Allen Iverson.

O genial Dr. J. chamava-se Julius Erving e foi o antecessor de Michael Jordan, tendo inovado radicalmente na maneira de jogar basquetebol.

O Dr. J. nasceu em Hampstead, Long Island, subúrbio de Nova York numa família pobre, mas descobriu o talento para o basquetebol. Aos 13 anos jogava numa equipe da escola preparatória Roosevelt High e começaram a nascer os apelidos que pretendiam caracterizar a sua forma de jogar: ‘a garra’, ‘o Moisés negro’ e ‘a jóia’, mas nenhum perdurou.

Ainda adolescente, Erving conheceu um jogador que tratava por ‘professor’ por respeito, e ele devolveu-lhe a gentileza tratando-o por ‘doutor’ devido ao modo como operava sob a cesta. Mais tarde, Fatty Taylor, colega de equipa, agregou um J (Julius) e foi então que se formou o seu apelido definitivo ‘Doutor J’.

Logo em 1971, durante a sua primeira campanha como profissional, o ‘Dr. J’ foi o terceiro melhor anotador na ABA, terceiro em rebotes e foi votado como o Novato do Ano.

Erving esteve 5 anos na ABA, dois nos Squires e três nos Nets de Nova York. Em 1976 a ABA fundiu-se com a NBA e Erving para o Philadelphia 76ers, onde esteve 11 anos e conquistou títulos. Ao longo da carreira, o atleta anotou mais de 30 mil pontos, com uma média de 24.2 pontos por jogo (22 na NBA).


Será sempre lembrado por uma tarde inesquecível em que voou desde a linha de arremesso para encestar a bola. Essa cesta é absolutamente memorável, mas declarou que isso não era tão difícil assim. Quando afirmam que ele era capaz de encestar da linha de tiro sem tomar impulso, responde: “Impossível." – só um verdadeiro craque é assim tão modesto. O ‘Dr. J.’ dizia mesmo que a sua melhor forma de encestar era sem impulso, debaixo do aro e em revés.

Considera-se que de algunma forma, todas as super estrelas posteriores a Erving são ‘filhos’ do 'Dr. J.' Hoje, Julius Erving é dirigente executivo da Coca-Cola em Filadélfia e vice-presidente do Magic Orlando graças ao seu talento, trabalho duro e determinação.

Eis as honrarias da sua carreira:

· Três vezes o Jogador mais Valioso da ABA (1974, 75 e 76)
· Duas vezes o mais valioso nos playoff da ABA (1974-1976)
· Membro da equipe campeã da ABA (Nets em 1974 e 1976)
· Medias maiss altas de anotação na ABA (28.7)
· Melhor Jogador da NBA 1981
· Primeira equipa da NBA 1978 e 1980-83
· Duas vezes ganhador do troféu de Melhor Jogador no Jogos das Estrelas (1977, 1983)
· Membro do Salão da Fama desde 1993

Eis a grande frase que diz quase tudo acerca do homem: “Respect is a lot more important, and a lot greater, than popularity.”

Fontes
http://colunistas.ig.com.br/fabiosormani/?s=botafogo
http://en.wikipedia.org/wiki/Julius_Erving
http://www.achievement.org/autodoc/page/erv0gal-1
http://www.terra.com.br/esportes/atletas/erving.htm

7 comentários:

Vinícius Barros disse...

Um pouco maldosa essas comparações. E os Atleticanos que compraram essa revista? Certamente vão se revoltar!rs! Não sou nenhum especialista em história do basquete, portanto, quando se compara Dr. J com Garrincha, não sei se um menosprezo ou uma honra!

Abs!

Ruy Moura disse...

É uma honra, Vinícius, porque o Dr. J. mudou a forma de jogar basquetebol. Serem todos os craques a seguir a ele uma espécie de filhos dele diz tudo... As comparações são um pouco 'maldosas', sim, mas têm alguma piada. Mesmo a do Botafogo é um pouco 'marota' (poucos títulos...), mas a referência Garrincha - Erving é bastante feliz.

Na verdade, para os times que já teve, o BFR devia ter conquistado muito mais títulos - nos anos sessenta e em 2007 e 2008 também...

Saudações gloriosas!

Fernando Lôpo disse...

Eu particularmente detesto essas comparações, principalmente aquela das bandas, pois tenho horror a colonização cultural como acontece hoje no Brasil e em quase todo o mundo. Uma americanização asquerosa que é mais eficiente do que um exército de 1 bilhão de homens.

Porém, adoro basquete, e aqui vão duas curiosidades sobre Dr. J.

1 - É o grande ídolo de Michael Jordan.

2 - A silhueta do logo da NBA é o Dr. J.

Valeu.

Ruy Moura disse...

Fernando, completamente de acordo sobre a colonização cultural (eu não bebo coca-cola, não como hamburger, não uso jeans, não consumo os 'brinquedos' culturais americanos...). Aliás, os americanos foram à Lua precisamente para colocarem o mundo suspenso da 'grande' cultura americana. A bandeira americana tinha que ser a primeira lunar e a difusão do inglês foi o grande objectivo. Mas não entendo a comparação das bandas como colonização cultural, mas como uma brincadeira divertida.

É uma surpresa muito agradável para mim que o símbolo da NBA seja a silhueta do Dr. J. Excelente informação! Valeu!

Saudações gloriosas.

Fernando Lôpo disse...

Rui, ainda aproveitando seu ensejo sobre NBA, sugiro a quem ainda não viu que entre na página oficial da liga. É sensacional. Lá você pode navegar nas páginas oficiais dos times, tem todas as estatísticas, grandes jogadores da história, elenco dos times e mais.

O mais sensacional e é o que me deixou mais com "inveja" é a venda de ingressos, que eu não consigo entender como ninguém aplica aqui.

Cada time tem seu método, com vendas avulsas, pacotes, planos-famílias, etc.

Entrem na página oficial do Madison Square Garden. Notem que não escrevi página do Knicks, mas do Madison:

http://www.thegarden.com/seating/index.html

Você tem os setores divididos por cores, cada um com um preço, passando a seta por cima você tem a visão daquele local. Clicando, essa visão daquele local fica maior, quase tela cheia, para que o torcedor (cliente, espectador, consumidor) possa comprar de casa com tosda a comodidade sabendo exatamente onde se sentará e como verá o espetáculo.

Por meio da página oficial da Liga, você pode acessar a de cada time, no caso a do knicks: http://www.nba.com/knicks/

Aí, clicando em "tickets" você vê as várias opções disponíveis. Tem as regras de conduta no ginásio, calendário com todos os jogos da temporada, ou melhor, com todos os eventos da temporada.

O Botafogo deveria fazer o mesmo, não é tão difícil. Faça imagem de cada setor do Engenhão e ponha lá no mapa do estádio. E quando digo setor não meraemnte Sul, Norte, Leste, etc. O cara que senta na 1ª cadeira na linha do meio de campo não pode pagar o mesmo que o cara que senta na última lá perto da linha de fundo.

No mínimo, cada entrada daquelas deveria representar um setor, e isso numa divisão bem grosseira, pois tem de ter diferença vertical e horizontal.

Assim que a CBF divulgar a tabela do brasileiro, já deveria estar à disposição de todos a compra de ingressos para qualquer jogo, da 2ª à 38ª rodada (nesse ano devemos estrear fora e fechar em casa), assim como já deveria haver ingresso à venda para todos os jogos do Estadual.

Sei que tem o problema da (falta de) cultura do lugar marcado. Mas isso pode ser feito devagar. No início, subsetorizando o estádio. Sem lugar marcado, mas com o ingresso limitado àquele específico setor. Daí então começa-se a fazer acordos com empresas para cada parte do estádio. Hoje, o setor Oeste Inferior tem lugar marcado com a empresa Visa tomando conta, ams continua o problema do cara do meio pagar o mesmo que o cara do canto.

Assim podemos fazer setor a setor até que em 2010, sei lá, já tenhamos a cultura de lugar marcado, venda antecipada, planos decentes de sócio-torcedor e assim por diante.

Não é tão complicado, mas pra chegar lá tem de dar a partida, tem de começar.

Valeu.

Fernando Lôpo disse...

Correção: fui pesquisar imagem sobre esse negócio da silhueta da NBA ser do Dr. J. e descobri que na verdade é de Jerry West, jogador dos anos 1960 e 1970. Portanto, o cara da ESPN que disse isso há uns anos atrás me quebrou. Falou bobagem e repassei bobagem a vocês.

Valeu.

Ruy Moura disse...

Essas ideias são sensacionais, Fernando. Aliás, os americanos, no que respeitar a ganhar dinheiro das melhores maneiras, são imbatíveis. Penso que muita dessas práticas poderiam e deveriam ser alvo de benchmarking. O nosso Botafogo não precisa inventar: é imitar com inovação e aplicar ao nosso contexto. Mas as ideias no Botafogo são coisa fraca. O quadro de dirigentes, pelo menos do BFR, é sofrível. E penso que estão contratando mais sofríveis...

Saudações gloriosas.

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