domingo, 14 de dezembro de 2008

Pensando 2007-2008, sonhando 2009


por Claudio Marinho Falcão
Escrito para o Mundo Botafogo

O nosso Botafogo de Futebol e Regatas ficou conhecido nos anos de 2007 e 2008 como o ‘time do quase’, ou seja, chegava próximo às conquistas, mas não as concretizava. Infelizmente, como várias vezes foi ressaltado no ‘Mundo Botafogo’, nossas comissões técnicas e nossa diretoria jamais priorizaram uma competição, contribuindo para que nos últimos dois anos não conquistássemos qualquer título de futebol de primeira divisão.

Comparando com os anos imediatamente anteriores, acredito que tivemos algum progresso, já que a direção do clube procurou manter o treinador Cuca, de bom trânsito entre os jogadores, conquistando um percentual considerável de bons resultados, mas que rapidamente viu seu padrão de jogo neutralizado pelos técnicos adversários, e optando agora por Ney Franco transitar para os projetos de 2009. Nota-se aí a coerência de Bebeto de Freitas, que manteve por um bom tempo em 2004 o treinador Levir Culpi, nosso técnico durante todo o Campeonato Brasileiro da 2ª. Divisão de 2003. Ressalto que sou particularmente contrário às constantes mudanças no comando técnico da equipe, como ocorre com muita freqüência entre nós. Como conseguir um bom padrão de jogo com os treinadores permanentemente de corda no pescoço, sendo a todo momento substituídos?

Alguns diriam que, por vezes, fomos tremendamente prejudicados por arbitragens, com maior destaque na decisão do Campeonato Estadual do ano passado, em que um tento legítimo do goleador Dodô foi anulado, sob alegação de impedimento, culminando com a expulsão do mesmo por ter concluído à meta após o apito do juiz, e sua conseqüente exclusão do rol de cobradores dos pênaltis decisivos da disputa, e na segunda partida das semifinais da Copa do Brasil, em pleno Maracanã, contra o Figueirense, em que aquela ‘bandeirinha’ de triste memória e uma falha clamorosa do nosso arqueiro à época, nos tiraram a chance de decidir a competição contra o Fluminense, o que, caso fôssemos vitoriosos, nos conduziria à disputa da Taça Libertadores da América de 2008.

Embora associado do Clube há ininterruptos 34 anos, confesso não participar da política clubista, nunca tendo ouvido falar do ‘cabeça’ da chapa recentemente vencedora das eleições para comandar o nosso ‘Glorioso’ no próximo triênio, dr. Maurício Assumpção. Creio que seja uma pessoa gabaritada, visto que foi apoiado por alguns ‘figurões’ da nossa agremiação, porém prevejo que o mesmo atravessará mares bastante tormentosos até colocar o Botafogo no patamar elevado que merece. Espero que os associados que se julgaram derrotados no pleito, muito embora apenas uma chapa concorresse ao mesmo (vejam a incoerência do que acabo de relatar!), se unam em torno daquela figura que estará à frente dos destinos do nosso clube pelos próximos três anos.

Por esses dias anunciou-se a criação de um fundo de investimentos em parceria com uma firma de eventos esportivos, mas não a tempo de evitar o verdadeiro desmanche que ocorre em nossa equipe de futebol, com a saída de Túlio, Renato Silva e Jorge Henrique e a ameaça da perda de Diguinho (a meu ver o nosso maior destaque no corrente ano), de Lúcio Flávio e de Wellington Paulista. É mais que meio time, ou seja, os futuros dirigentes, aliados aos próximos parceiros, terão imenso trabalho para montarem um plantel de respeito para a disputa das competições em que estaremos envolvidos.

Gostaria ainda que o eterno ‘colaborador’ Carlos Augusto Montenegro, presidente por ocasião da conquista do nosso principal título no futebol, em 1995, comporte-se tão-somente como um colaborador de fato e não como um torcedor fanático, como qualquer um de nós, simples mortais ‘doentios’ da estrela solitária, porque aquelas declarações prestadas no calor de maus resultados, são tão desastradas, que nem parecem partir do vitorioso empresário que todos sabemos que Montenegro é. Seria muito bom que ele se mantivesse em silêncio logo após os eventuais insucessos, só se pronunciando após encontrar-se com os ânimos serenados e na base de argumentações verdadeiramente imbatíveis.

Desejando ao nosso futuro presidente, dr. Maurício Assumpção, todo sucesso na espinhosa missão que terá pela frente a partir de janeiro, faço eco das palavras de Ruy Moura e de outros freqüentadores do blogue ‘Mundo Botafogo’: QUEREMOS O NOSSO BOTAFOGO DE VOLTA!

Rio de Janeiro, dezembro/2008

11 comentários:

Chico da Kombi disse...

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O Botafogo, na era Bebeto de Freitas, não conquistou muitos títulos mas evoluiu estruturalmente, principalmente com a aquisição do Estádio Olímpico João Havelange por 20 anos, renováveis por mais 20, mais 20...
Os títulos certamente virão.

FELIZ FOGÃO 2009!

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Vinícius Barros disse...

Rui, escrevi hoje sobre o AI-5 que completou 40 anos ontem. Já que não vivi essa época, convido você a comentar sobre tal decreto e sua influência no futebol!

Saudações Alvinegras!

Ruy Moura disse...

Chico, embora com a reserva de criticar bastanteoúltimo ano e meio da diretoria botafoguense, creio que o balanço dos seis anos é positivo. Além do Engenhão, o BFR voltou a incomodar e reafirmou-se no futebol carioca, arredando o Vasco e o Flu de finais e títulos. Fizemos um campeonato carioca, duas Taças Guanabara e uma Taça Rio em três anos. Entre q998 e 2005 fizeramos NADA!

E se não fossem os árbitros... E os goleiros...

Saudações gloriosas.

Ruy Moura disse...

O famoso AI-5. Desde aí o BFR não ganhou nada. Só ganhou quando as diretas se concretizaram em 1989. Não gostamos da ditadura nem ela de nós...

Saudações gloriosas.

Fernando Lôpo disse...

Vincius, o assunto é bem amplo.

É importante a gente deixar claro que a mistura de política e futebol sempre foi ruim para o esporte e em geral ruim para os clubes. Mas pode ser bom para alguns, como o São Paulo de Laudo Natel.

A ditadura vai de 1964 a 1985, e a associação Botafogo e ditadura é meio complicada. Fomos bicampeões em 1967 e 1968 (ano do AI5) e ganhamos Taça Brasil no mesmo período. No começo dos anos 1970 ainda tínhamos bons times (nesta época, governo do assassino Médici). A situação ficou ruim pra gente a partir do meio dos anos 1970 (já era Geisel) até 1989 (primeira eleição presidencial direta desde 1960).

Esse período de 21 anos não foi inédito pro Botafogo. Ficamos de 1912 a 1930 sem um Carioca e entre 1935 e 1957 temos apenas um título, o de 1948, ao qual dou grande valor. Esses vácuos podem ser explicados pela origem do Botafogo e pelo amadorismo que até hoje não foi embora como deveria.

Nos anos 1970, havia a frase "onde a Arena vai mal, mais um time no Nacional", que fez o brasileiro chegar a algo em torno de 91 ou 92 clubes. Bizarro.

Charles Borer era irmão de Cecil Borer, um policial que por muitos anos perseguiu o comunista João Saldanha.

Armando Nogueira, que hoje os jornalistas esportivos chamam de "mestre", foi quem demitiu Saldanha (acho que na Tv Globo ou no jornal O Globo, não lembro) e se recusou até a dar entrevista para o biógrafo de João. Nogueira também estava na Organização Globo quando esta participou de um esquema tentando fraudar a eleição de 1982 (Brizola x Moreira) e também na época da edição criminosa do debate de 1989.

A Copa de 1978 talvez seja um exemplo ainda maior de influência e promiscuidade nas relações entre uma ditadura e futebol.

Para mim, o império Globo, o fim da representatividade e a despolitização das pessoas foram as maiores heranças do período. Enfim, um golpe duro na democracia.

Abraços.

Vinícius Barros disse...

Obrigado Fernando. Pesquisei sobre a Copa de 1978. Só comprovo o quanto a ditadura se interessa pela "felicidade cega" do povo. Exemplo melhor que esse, em minha opinião, só aquele Flamengo x Atlético-MG pela Libertadores de 1981!

Abs!

Vinícius Barros disse...

*Só comprova o...

Ruy Moura disse...

Obrigado, Hangman. Aproveitarei este título conquistado pra postagens subsequentes.

Saudações gloriosas.

Anónimo disse...

Rui,

Talvez venha mais um título para outro Botafogo:

http://www.jornalpequeno.com.br/2008/12/15/Pagina93551.htm

Ruy Moura disse...

Excelente, Hangman. Obrigado! Vamos torcer pelo Botafogo de Anil!

Saudações gloriosas.

Ruy Moura disse...

Hangman, o Botafogo de Anil empatou o jogo da primeira mão em 1x1.

Saudações gloriosas.

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