sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

2 de Janeiro


No dia 2 de Janeiro de 1925 o Presidente da República, Dr. Artur da Silva Bernardes, sancionou o decreto do Congresso Nacional, autorizando o Governo a ceder ao Botafogo, por aforamento, o terreno do campo sito à rua General Severiano, nº 97, dando início ao sonho da construção de sede e estádio do Glorioso.

Artur da Silva Bernardes nasceu em Vila Viçosa a 8 de Agosto de 1875 e faleceu no Rio de Janeiro a 23 de Março de 1955. Foi Presidente da Câmara Municipal de Vila Viçosa em 1906, Deputado Federal em 1909-1910, Secretário das Finanças de Minas Gerais em 1910, novamente Deputado Federal entre 1915-1917, Governador de Minas Gerais entre 1918-1922 e Presidente da República entre 1922-1926.

Contrariando a sua vitória eleitoral, o movimento tenentista fez o chamado Levante do Forte de Copacabana e Bernardes teve que fazer frente à ‘Coluna Prestes’ do referido movimento. É curioso verificar que um dos destacados líderes da Coluna Prestes foi Djalma Dutra, ex-jogador botafoguense, que começou por se destacar no Botafogo Infantil, que fora fundado em 1908, após a extinção do Carioca F. C. fundado em 1905 e que havia sido a primeira escolinha de futebol do Rio de Janeiro, comandada por botafoguenses.

Além da oposição por parte da baixa oficialidade militar (incentivados pela revolução comunista), Bernardes ainda enfrentou uma guerra civil no Rio Grande do Sul e, mais tarde, novas tentativas de revolta em São Paulo e no Rio Grande do Sul, que o levaram a decretar o estado de sítio.

Deve-se realçar que Artur Bernardes foi o pioneiro da siderurgia em Minas Gerais e defensor da ideologia nacionalista e da preservação dos recursos naturais do país. Após cumprir o seu mandato foi eleito senador em 1929 e participou na chamada Revolução de 1930, que deslocou a oligarquia paulista do domínio federal. Como a vida e a política dão muitas voltas, coincidiu que da Revolução de 1930 tomaram parte os ex-adversários Artur Bernardes e… Djalma Dutra.

Djalma Dutra morreu nesse ano em combate e Artur Bernardes ainda participou na Revolução Constitucionalista de 1932. Após o fracasso deste movimento, Artur Bernardes foi obrigado a retirar-se para o exílio em Portugal, nunca mais obtendo o poder político daquela época após regressar ao seu país em 1934.

[Amanhã publicarei um texto sobre a figura de Djalma Dutra]

Foto: Presidente da República, Dr. Arthur Bernardes
Fonte: Acervo e pesquisa de Claudio Marinho Falcão e Rui Moura

2 comentários:

Fernando Lôpo disse...

Rui, de tudo que já li sobre o governo de Arthur Bernardes, a característica mais marcante foi o estado de sítio que durou por quase todo seu mandato. O governo dele foi conturbado e divide opiniões.

Até 1930, os governadores eram chamados presidentes dos estados. Por exemplo, Arthur Bernardes era presidente de Minas Gerais antes de ser presidente da República.

Uma curiosidade é que nessa tumultuada e distorcida 1ª República houve um caso inusitado. Prudente de Morais era o presidente (1894-1898, primeiro presidente civil) e o baiano Manuel Vitorino o vice. Numa ausência de Prudente, Vitorino assumiu interinamente e mudou a sede de Laranjeiras para o Catete, o que se manteve até a troca de capital para Brasília.

Valeu.

PS: achei um sítio com datas históricas.

http://www.sintrafesc.org.br/diadia_datas.php

Ruy Moura disse...

Amigo Fernando, dividiu imensas opiniões sim. Tudo muito conturbado. Curiosamente, a 1ª república em Portugal também foi conturbada e acabou em ditadura 16 anos depois. Que durou 48 infindáveis anos...

Sei que o cargo antes era de presidente do Estado, mas como talvez muitos leitores não o soubessem optei pela figura do Governador que existe hoje.

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