quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

A Turma da Miguel Lemos

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A história da Turma da Miguel Lemos, repleta de botafoguenses, remonta aos anos quarenta quando Copacabana ainda tinha muitas casas e poucos edifícios. Nesse tempo existia o Açougue Kicê, na esquina da Miguel com a Avenida Nossa Senhora de Copacabana, e que mais tarde se tornou o Bar Kicê.

Bem ao seu lado havia o Bar Osmar, ponto de grandes figuras como Larry, Humberto Barroso, René, Sandro Moreyra, Alfredo Curvello e João Saldanha que se reuniam com Jamir Soeiro, o Macaé, o mais famoso de todos e dono do Biriba, o vira-lata que se tornou a principal personagem da mística superstição de Carlito Rocha.

Antes de cada jogo o Macaé era obrigado a largar o Biriba para que ele urinasse na trave do goleiro adversário e com isso ganhar o jogo. Nem sempre dava certo. Se o resultado era favorável, o Biriba estava com sorte, mas se era desfavorável a culpa era do cachorro que “não tinha feito direito a sua parte”.

Já todos partiram. “Todos foram para o andar de cima e, em alguma esquina do céu, o papo com certeza deve ser o mesmo: corridas de cavalos e futebol. Mais especificamente o Botafogo”.

A Turma criou alguns sucessos que o Rio da época conheceu devido à participação barulhenta e sadia dos seus membros.

“Lançamos e elegemos Cristiano Lacorte vereador em 1958 e Paulo Alberto Monteiro de Barros, o Arthur da Távola, que foi candidato e que se elegeu à Constituinte do Estado da Guanabara. Foram os dois únicos apoios políticos oficialmente avalizados pela Turma.”

“Fizemos na praia, sempre no último dia do ano, os jogos da fralda e do baby-doll onde o chuchu ganhava todos os concursos com aquela espanhola vermelha e preta do velho Edgard.”

“Soltamos o primeiro foguete quando fizemos a “batalha dos morteiros” e participamos das grandes “charutadas” todas as vezes que havia um acontecimento importante. Foi assim com o TV-Rio Ring das noites de domingo, com as lutas narradas pelo Luiz Mendes e apresentadas pelo Léo Batista, de gravatinha borboleta e tudo.”

“Tivemos um morador que recebeu um grande apoio e uma bela torcida quando participou do Programa “O Céu é o Limite” do J. Silvestre e da Marly Bueno. Lembram do Conde que respondia sobre a vida de Honnoré de Balzac?”

“Quem esqueceu do Jacy Campos com o famoso “Câmera Um” às sextas-feiras? Era teatro montado e representado ao vivo.”

“É impossível falar de tanta gente e esquecer do Nelson Mendes, o Menendez, com o Carnaval da rua que ele organizava e dizia que sempre dava prejuízo?”

“Fomos aos Cinemas Metro, Art Palácio, Copacabana, Riviera, Rian, Caruso, Ricamar, Bruni-Copacabana, Alaska, Royal e outros, antes que fossem transformados em lojas de Departamentos, Magazines, Templos Religiosos e outros ramos de negócios e atividades que não se importaram de ocupar a poesia e o romantismo que embalaram a nossa geração. Méritos ao Cinema Roxy que resistiu a essa mudança predatória e insensível.”

“Lembram das sessões especiais do cinema Metro à meia noite das sextas-feiras? E o festival do Tom e Jerry de todos os primeiros domingos de cada mês, pela manhã, e que eram ótimos quando faltava a praia nossa de todos os dias. E as camisas de Ban-Lon? E os suéteres de cachemir do Léo Farofa que tinha de todas as cores? E o Nono subindo na parede da padaria para tirar, com o pé, o dinheiro colado junto à marquise. Lembra que ele venceu no Flávio Cavalcanti e foi se apresentar no Japão no Programa dos Fora de Série?”

“Era no Tommy’s que comíamos nossa pizza e, numa charutada, lançamos a candidatura da Marta Rocha para Deputada Federal na época em que ela era paquerada pelo Ronaldo Xavier de Lima.”

Estas saborosas histórias são relatadas no sítio referido na fonte. A Turma pretende fazer o “rejuntamento desses cacos” e divulgar lembranças tão magníficas do Rio dos anos quarenta e cinquenta. Serão contadas com muita emoção e alegria, com certeza.

Fonte:

2 comentários:

Fernando Lôpo disse...

Segundo a imprensa, Zárate ganhava 40 mil e agora está fora do Botafogo. Carlinhos Bala ganha 60 e poderia ter vindo, teria sido bom reforço.

Além dele, há um tempo atrás eu citei o meia Marlos, que estava negociando renovação com o Coritiba. É muito jovem, às vezes firula, mas vale a aposta. Pois bem, o contrato acaba em maio e o São Paulo se prepara para contratá-lo sem custo.

Quem está sem dinheiro não pode desperdiçar boas oportunidades. São jogadores úteis que viriam sem necessidade de comprar nada nem dependência de parcerias que fatiam o jogador todo.

Ruy Moura disse...

Pois é, meu amigo, mas o BFR não me parece ainda conhecedor dos meandros das contratações e da pesquisa de jogadores disponíveis, interessantes e sem custos. É uma arte de gestão, e o BFR não tem gestão ainda. Pode ser que a venha a obter, mas por enquanto parece ter erros e acertos tal e qual antes.

Saudações Gloriosas.

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