
Em 2007 Zé Roberto excedia-se no álcool e nos atrasos aos treinos e em 2008, Diguinho excedia-se nas noites e André Luiz na indisciplina em campo. São apenas alguns exemplos, entre outros. Foi algum desses jogadores punido pelo clube devido a tais comportamentos?...
E, no entanto, trata-se de profissionais que são remunerados para que joguem bom futebol, o qual só pode acontecer se fizerem uma vida serena, sem noitadas, sem álcool, sem cigarros, sem indisciplinas… Os melhores jogadores do mundo fazem uma vida privada e profissional muito disciplinada, e por isso conseguem fazer render os seus atributos em campo e ao melhor nível.
Creio que se um clube não se fizer respeitar pelo seu elenco não tem um bom futuro desportivo, porque é prejudicado pelos excessos dos seus jogadores, quer dentro quer fora de campo. E acontece às vezes que a maioria acaba por sair no final do ano para outros clubes…
Quem me lê sabe que sou a favor da imposição de uma grande disciplina aos jogadores do Botafogo, sem o que não haverá torcedores comemorando títulos. O tempo do ‘futebol romântico’ em que os craques jogavam alcoolizados ou chegavam ao campo vindos do leito da ‘menina’ de um bordel – não faltam desses exemplos no nosso próprio Botafogo do passado – está completamente ultrapassado.
O futebol ‘caseiro’ de muitos jogadores, que continuam a pensar que podem chegar ao estrelato do mesmo modo como ocorria nos anos sessenta ou setenta do século XX, está condenado ao fracasso. Um exemplo recente: Zé Roberto – que é tecnicamente um bom jogador – saiu do Botafogo pelas razões que conhecemos e na Europa limitou-se a ficar no banco do Schalke 04 – e de regresso ao Brasil é elogiado pelo mesmo treinador que sugeriu a sua suspensão no Botafogo e, mais tarde, reivindicou o seu regresso. Sem mais comentários…
Li ontem que o jogador argentino Leandro Grimi, adquirido pelo Sporting Clube de Portugal ao Milan, foi afastado da titularidade da equipa para o jogo de hoje por algo que se passou fora do campo e na sua vida privada – mas que não é algo à margem da ética e do profissionalismo necessários a um jogador de futebol. Lê-se, no jornal Record, a propósito de Grimi ter sido detido pela polícia a conduzir com 1,24 gramas de álcool no sangue, o seguinte:
“O lateral-esquerdo argentino Grimi recebeu este sábado a primeira punição por ter sido apanhado a conduzir com excesso de álcool no sangue na madrugada de quinta-feira: não foi convocado pelo técnico Paulo Bento para o jogo da Taça da Liga com o P. Ferreira, no domingo, no Estádio José Alvalade.”
A palavra ao treinador:
"Grimi teve um momento que não foi bom e foi decidido que não faria parte da convocatória para este jogo" – confirmou Paulo Bento, indicando que os demais aspectos relacionados com o caso, sobretudo eventuais sanções disciplinares, serão avaliados pelos administradores do clube.
Foi o mesmo Paulo Bento que disciplinou o vestiário do Sporting, que encetou o desmascaramento da arbitragem favorecedora de alguns clubes, que fala de olhos nos olhos com os seus jogadores e com os jornalistas, que considerou que o último gol do Sporting não devia ter sido validado devido a impedimento do marcador.
Talvez sejam algumas destas razões que guindaram o Sporting à liderança do campeonato português a meio da prova, apesar de não ser um dos favoritos à partida e de o seu rival mais próximo – o Benfica – ter ganho o último jogo com um gol ilegal, além de ter sido favorecido por uma grande penalidade inexistente e de não ter sido alvo de punição com duas grandes penalidades feitas sobre jogadores do Braga, seu adversário.
Deposito algumas esperanças neste ‘novo’ Botafogo – Administração, Comissão Técnica e elenco de futebol –, mas a (re)dignificação do Botafogo deve começar por uma grande disciplina em todos os domínios da sua vida.
Não é possível continuar a permissão dos desmandos a que assistimos em 2007 e 2008, cuja responsabilidade maior coube justamente à Administração e à Comissão Técnica, por excesso de tolerância que levou a manifestações públicas ridículas como a do chororô.
Se é certo que Maurício Assumpção será o grande timoneiro do clube, é certo também que Ney Franco será o grande timoneiro da equipa de futebol. Sobretudo de ambos depende o bem do clube no curto prazo e a esperança dos torcedores num clube a caminho da profissionalização e de um lugar de relevo no panorama nacional.
Porém, sem disciplina jamais se conseguem bons resultados nos dias que correm. Desejo a M. Assumpção e a N. Franco que permaneçam de olhos bem abertos para dignificarem a nossa grande Estrela Solitária – mesmo quando dormem.
Nota: A foto, de autoria de Michael Spencer Jones, é inspirada numa música do Oasis, Cigarettes and Alcohol, e mostra os membros da banda descontraídos em um quarto.
E, no entanto, trata-se de profissionais que são remunerados para que joguem bom futebol, o qual só pode acontecer se fizerem uma vida serena, sem noitadas, sem álcool, sem cigarros, sem indisciplinas… Os melhores jogadores do mundo fazem uma vida privada e profissional muito disciplinada, e por isso conseguem fazer render os seus atributos em campo e ao melhor nível.
Creio que se um clube não se fizer respeitar pelo seu elenco não tem um bom futuro desportivo, porque é prejudicado pelos excessos dos seus jogadores, quer dentro quer fora de campo. E acontece às vezes que a maioria acaba por sair no final do ano para outros clubes…
Quem me lê sabe que sou a favor da imposição de uma grande disciplina aos jogadores do Botafogo, sem o que não haverá torcedores comemorando títulos. O tempo do ‘futebol romântico’ em que os craques jogavam alcoolizados ou chegavam ao campo vindos do leito da ‘menina’ de um bordel – não faltam desses exemplos no nosso próprio Botafogo do passado – está completamente ultrapassado.
O futebol ‘caseiro’ de muitos jogadores, que continuam a pensar que podem chegar ao estrelato do mesmo modo como ocorria nos anos sessenta ou setenta do século XX, está condenado ao fracasso. Um exemplo recente: Zé Roberto – que é tecnicamente um bom jogador – saiu do Botafogo pelas razões que conhecemos e na Europa limitou-se a ficar no banco do Schalke 04 – e de regresso ao Brasil é elogiado pelo mesmo treinador que sugeriu a sua suspensão no Botafogo e, mais tarde, reivindicou o seu regresso. Sem mais comentários…
Li ontem que o jogador argentino Leandro Grimi, adquirido pelo Sporting Clube de Portugal ao Milan, foi afastado da titularidade da equipa para o jogo de hoje por algo que se passou fora do campo e na sua vida privada – mas que não é algo à margem da ética e do profissionalismo necessários a um jogador de futebol. Lê-se, no jornal Record, a propósito de Grimi ter sido detido pela polícia a conduzir com 1,24 gramas de álcool no sangue, o seguinte:
“O lateral-esquerdo argentino Grimi recebeu este sábado a primeira punição por ter sido apanhado a conduzir com excesso de álcool no sangue na madrugada de quinta-feira: não foi convocado pelo técnico Paulo Bento para o jogo da Taça da Liga com o P. Ferreira, no domingo, no Estádio José Alvalade.”
A palavra ao treinador:
"Grimi teve um momento que não foi bom e foi decidido que não faria parte da convocatória para este jogo" – confirmou Paulo Bento, indicando que os demais aspectos relacionados com o caso, sobretudo eventuais sanções disciplinares, serão avaliados pelos administradores do clube.
Foi o mesmo Paulo Bento que disciplinou o vestiário do Sporting, que encetou o desmascaramento da arbitragem favorecedora de alguns clubes, que fala de olhos nos olhos com os seus jogadores e com os jornalistas, que considerou que o último gol do Sporting não devia ter sido validado devido a impedimento do marcador.
Talvez sejam algumas destas razões que guindaram o Sporting à liderança do campeonato português a meio da prova, apesar de não ser um dos favoritos à partida e de o seu rival mais próximo – o Benfica – ter ganho o último jogo com um gol ilegal, além de ter sido favorecido por uma grande penalidade inexistente e de não ter sido alvo de punição com duas grandes penalidades feitas sobre jogadores do Braga, seu adversário.
Deposito algumas esperanças neste ‘novo’ Botafogo – Administração, Comissão Técnica e elenco de futebol –, mas a (re)dignificação do Botafogo deve começar por uma grande disciplina em todos os domínios da sua vida.
Não é possível continuar a permissão dos desmandos a que assistimos em 2007 e 2008, cuja responsabilidade maior coube justamente à Administração e à Comissão Técnica, por excesso de tolerância que levou a manifestações públicas ridículas como a do chororô.
Se é certo que Maurício Assumpção será o grande timoneiro do clube, é certo também que Ney Franco será o grande timoneiro da equipa de futebol. Sobretudo de ambos depende o bem do clube no curto prazo e a esperança dos torcedores num clube a caminho da profissionalização e de um lugar de relevo no panorama nacional.
Porém, sem disciplina jamais se conseguem bons resultados nos dias que correm. Desejo a M. Assumpção e a N. Franco que permaneçam de olhos bem abertos para dignificarem a nossa grande Estrela Solitária – mesmo quando dormem.
Nota: A foto, de autoria de Michael Spencer Jones, é inspirada numa música do Oasis, Cigarettes and Alcohol, e mostra os membros da banda descontraídos em um quarto.
6 comentários:
RUY COM CERTEZA TEREMOS, OU MELHOR A DIRETORIA TERÁ QUE AGIR DE MANEIRA ENERGICA, POIS JÁ TEMOS ESSE EDUARDO COMO UM JOGADOR PROBLEMÁTICO MAS QUE CONTINUA SENDO A APOSTA DO TREINADOR - SEM RESPEITO AOS COLEGAS E A SI MESMO NÃO SE CHEGA A LUGAR NENHUM - E CADA DIA QUE PASSA O SPORTING É MAIS A CARA DO BOTAFOGO TANTO NA ALEGRIA QUANTO NA TRISTEZA - MARCOS VENICIUS
com a escassez de qualidade no futebol brasileiro, tudo se perdoa e tudo se acoberta...até porque quem gera mais transtorno e dá trabalho fora de campo, geralmente são as estrelas de suas equipes...e Comissão Técnica e Diretoria ficam reféns de seus craques, mesmo que eles abusem da vida noturna ou de outros males...
abraço!!
Venícius, eu só desejo que, um dia, o BFR fique tão bem estruturado como o SCP está hoje. Bom presidente (pena ir sair), bom dep. de futebol, bom treinador, equipa bem estruturada, com padrão de jogo, coesa e... disciplinada! Seríamos campeões várias vezes!
Saudações Gloriosas!
É verdade, Fernando. Os treinadores ficam reféns dos jogadores melhorzinhos. Por isso Cuca fez aquela cena absolutamente não profissional em 2007 quando pediu à diretoria para suspender o Zé Roberto, mas como começou a perder pediu à diretoria que revisse a situação. Ma sisso mostra que falta profissionalismo ao jogador (indisciplina), ao treinador (que por medo cedeu), à diretoria (que aceitou dar o dito pelo não dito).
Mas, por exemplo, o Sporting tem um jogador chamado Vukcevic que logo que regressou à equipa imprimiu um novo ritmo e em pouco tempo o SCP emparelhou no 1º lugar do campeonato. Ele abre o jogo da equipa muito bem, mas só regressou depois de meses de banco castigado por indisciplina. E só quando reconheceu os seus erros é que o treinador o pôs a jogar. Perdeu-o durante meses, é certo, mas perdê-lo-ia para sempre se tivesse cedido ao facilitismo. Agora tem um novo jogador 'em pleno'. Isto chama-se profissionalismo.
Abraços Gloriosos!
Rui, novamente o Zárate sumiu do Botafogo e a diretoria já deu declarações do tipo "vou fazer isso e aquilo". Pelas informações da imprensa, é caso para o jogador não mais atuar pelo clube. Porém, continuo achando que o clube não deve dasr declarações desse tipo. deveriam tomar as providências necessárias e se decidirem pelo afastament, vir a público e dizer "afastamos o jogador".
Por mim, o jogador não jogaria mais no Botafogo, mas isso não deve ser dito dessa maneira. Ele foi caro, os parceiros do Botafogo pagaram alto por ele e é justo que num momento desses o prejuízo seja minimizado, e não aumentado.
Poderiam emprestá-lo ao sport, que disputa a Libertadores, ou a um clube de séria A como Goiás, Coritiba (que está perdendo keirrison), Náutico ou qualquier outro. De repente ele faz um bom campeonato e o dinheiro investido pode retornar. e o sala´rio não é alto, 40 mil qualquer clube paga. A diretoria pode alegar excesso de atacantes ou desgaste para emprestá-lo.
Mas fazer um estardalhaço sobre indisciplina e rescisão de contrato não é a melhor maneira de minimizar ou evitar prejuízo. Ao contrário, é anunciá-lo bem alto publicamente.
Sobre o Eduardo, é hora de tentar consertar o rapaz. Deu certo com o Renato Silva, mas muito mais pelo Cuca e pelo Túlio, do que pelo próprio Botafogo. Túlio até ia com ele às vezes nas sessões de terapia para dependentes. Já com Zé Roberto e Diguinho, infelizmente continuam com os mesmos comportamentos.
O retrato da passagem de Zé Roberto pelo Schalke é essa reportagem:
http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Futebol/alemao/0,,MUL469441-9843,00.html
Valeu.
Fernando, a gestão do Botafogo ainda não se profissionalizou. Se esta for capaz disso é um grande passo. Mas, na verdade, não sabem fazer as coisas. O meu lema seria 'pouca conversa e opções claras'. Para que se começasse a perceber que quem quer brincar com o clube acaba chamuscado. Enquanto houver jogadores a fazer o que faz/ia o Zárate, o Diguinho, o Zé Roberto, etc., não haverá Botafogo para disputar títulos com seriedade e segurança. Ponha-se numa casa de família o pai a fazer o que quer, a mãe a sair e a entrar quando quer, o filho a berrar o quanto quer, a filha a ameaçar quanto quer, o cão a urinar onde quer e... veremos o resultado.
Saudações Gloriosas!
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