
por Aílton Medeiros, em 27/02/2008
O flamenguista Leonardo Seabra enviou um comentário nada edificante para este Blog. Publiquei no espaço destinado ao leitor.
Aqui vai minha resposta.
Nunca na história deste país um time foi tão prejudicado pela arbitragem como o Botafogo.
O ano de 2007 foi inesquecível. Começou com a decisão do Carioca. Vi os dois jogos, o primeiro nas cadeiras especiais do Maracanã. O lance ainda permanece na minha memória: Dodô sozinho, cara a cara com Bruno, no momento de botar a bola para dentro, é surpreendido com o apito do juiz interrompendo a jogada e exibindo o cartão vermelho. O relógio marcava 47 minutos do segundo tempo. O Botafogo foi para os pênaltis com os nervos a flor da pele.
Estranho, né?
Agora a história se repete. Como farsa.
O pênalti a favor do Flamengo existiu? Sim. Mas há um porém: minutos antes Wellington Paulista foi agarrado dentro da área do Flamengo e o juiz não marcou nada. ”Não viu”.
Na primeira fase, o goleiro Bruno segurou com as mãos uma bola atrasada pelo lateral Leonardo Moura numa clara infração. O ladrão de preto ignorou os dois toques sob os protestos dos alvinegros e até do comentarista Arnaldo César Coelho, um notório flamenguista.
Os erros continuaram como a expulsão de Zé Carlos, injusta, assim como o cartão amarelo para Lúcio Flávio. O que fez Zé Carlos? Nada, nadica. E Lúcio Flávio? Criticou a expulsão injusta do companheiro.
Ora, ora, o futebol nunca foi para este escriba uma questão de vida e morte. É puro lazer como cinema, teatro e literatura.
Hélio Fernandes, jornalista e Flamengo até morrer, atribuiu a derrota do Botafogo ao juiz. Não, não quero comparar você ao articulista da “Tribuna da Imprensa”. Longe disso. Receio você indagando: Quem diabo é Hélio Fernandes?
Sei lá.
A verdade é que o Flamengo sempre contou com a cumplicidade dos árbitros. E não é de hoje.
O Atlético Mineiro que o diga. Nos anos 80 o clube mineiro foi vítima dessa “cumplicidade”. Há um outro episódio sujo na história de Flamengo e Botafogo.
Na decisão do Brasileiro de 1992, um dirigente rubro-negro molhou a mão do zagueiro Renê.
O desfecho dessa história é conhecido de todos: Flamengo campeão e Renê banido definitivamente do futebol.
Qualquer pessoa que acompanha de perto o futebol do Rio sabe das picaretagens de seus dirigentes. O Botafogo é exceção.
Costumo dizer que a diferença entre botafoguenses e flamenguistas é ética.
Para o torcedor alvinegro não basta ganhar, mas saber ganhar.
Para o rubro-negro, o que é importa é ganhar, custe o que custar.
E como custa.
[Nota de Mundo Botafogo: os rubro-negros têm várias manias, entre as quais se destacam as que veiculam que são os melhores (maiores seria possível um dia, melhores jamais…), que sentem o clube mais do que os outros (o que todos sabemos ser um absurdo de alma) e que os outros têm raiva do Flamengo; pessoalmente não tenho nenhuma – e até simpatizei outrora com a bonita história do Flamengo –, mas sinto bastante desprezo por uma parte importante de torcedores desse clube face à simples razão dos argumentos do autor do artigo: é que não me admira nada que haja 'raiva' de um clube que ganha títulos sucessivamente devido a ‘erros’ elementares e grosseiros de arbitragens que destroiem muito trabalho alheio com 'apitos subdesenvolvidos' – para variar, todos desejamos que hoje não seja um desses dias.]
Fonte
http://www.ailtonmedeiros.com.br/a-etica-rubro-negra-e-nao-ter-etica/2008/02/27/
O flamenguista Leonardo Seabra enviou um comentário nada edificante para este Blog. Publiquei no espaço destinado ao leitor.
Aqui vai minha resposta.
Nunca na história deste país um time foi tão prejudicado pela arbitragem como o Botafogo.
O ano de 2007 foi inesquecível. Começou com a decisão do Carioca. Vi os dois jogos, o primeiro nas cadeiras especiais do Maracanã. O lance ainda permanece na minha memória: Dodô sozinho, cara a cara com Bruno, no momento de botar a bola para dentro, é surpreendido com o apito do juiz interrompendo a jogada e exibindo o cartão vermelho. O relógio marcava 47 minutos do segundo tempo. O Botafogo foi para os pênaltis com os nervos a flor da pele.
Estranho, né?
Agora a história se repete. Como farsa.
O pênalti a favor do Flamengo existiu? Sim. Mas há um porém: minutos antes Wellington Paulista foi agarrado dentro da área do Flamengo e o juiz não marcou nada. ”Não viu”.
Na primeira fase, o goleiro Bruno segurou com as mãos uma bola atrasada pelo lateral Leonardo Moura numa clara infração. O ladrão de preto ignorou os dois toques sob os protestos dos alvinegros e até do comentarista Arnaldo César Coelho, um notório flamenguista.
Os erros continuaram como a expulsão de Zé Carlos, injusta, assim como o cartão amarelo para Lúcio Flávio. O que fez Zé Carlos? Nada, nadica. E Lúcio Flávio? Criticou a expulsão injusta do companheiro.
Ora, ora, o futebol nunca foi para este escriba uma questão de vida e morte. É puro lazer como cinema, teatro e literatura.
Hélio Fernandes, jornalista e Flamengo até morrer, atribuiu a derrota do Botafogo ao juiz. Não, não quero comparar você ao articulista da “Tribuna da Imprensa”. Longe disso. Receio você indagando: Quem diabo é Hélio Fernandes?
Sei lá.
A verdade é que o Flamengo sempre contou com a cumplicidade dos árbitros. E não é de hoje.
O Atlético Mineiro que o diga. Nos anos 80 o clube mineiro foi vítima dessa “cumplicidade”. Há um outro episódio sujo na história de Flamengo e Botafogo.
Na decisão do Brasileiro de 1992, um dirigente rubro-negro molhou a mão do zagueiro Renê.
O desfecho dessa história é conhecido de todos: Flamengo campeão e Renê banido definitivamente do futebol.
Qualquer pessoa que acompanha de perto o futebol do Rio sabe das picaretagens de seus dirigentes. O Botafogo é exceção.
Costumo dizer que a diferença entre botafoguenses e flamenguistas é ética.
Para o torcedor alvinegro não basta ganhar, mas saber ganhar.
Para o rubro-negro, o que é importa é ganhar, custe o que custar.
E como custa.
[Nota de Mundo Botafogo: os rubro-negros têm várias manias, entre as quais se destacam as que veiculam que são os melhores (maiores seria possível um dia, melhores jamais…), que sentem o clube mais do que os outros (o que todos sabemos ser um absurdo de alma) e que os outros têm raiva do Flamengo; pessoalmente não tenho nenhuma – e até simpatizei outrora com a bonita história do Flamengo –, mas sinto bastante desprezo por uma parte importante de torcedores desse clube face à simples razão dos argumentos do autor do artigo: é que não me admira nada que haja 'raiva' de um clube que ganha títulos sucessivamente devido a ‘erros’ elementares e grosseiros de arbitragens que destroiem muito trabalho alheio com 'apitos subdesenvolvidos' – para variar, todos desejamos que hoje não seja um desses dias.]
Fonte
http://www.ailtonmedeiros.com.br/a-etica-rubro-negra-e-nao-ter-etica/2008/02/27/
10 comentários:
Digno amigo Rui,
nada mais do que verdadeiro este post,parabenizo o autor e a você por
estas palavras.Todo botafoguense,como eu,com mais de cinquenta anos,cansou de ver o Glorioso aplicar surras inesquecíveis,principalmente na década
de sessenta.Agora,é fácilmente evitada
a derrota já que os jornais sé querem
é bajular os times de grande torcida e
meia dúzia de juízes ordinários são pinçados nas federações.Nos dez últimos jogos contra eles os juízes,se é que assim podemos
chamá-los,assaltaram o Botafogo.Onde a
canalha midiática inventou que temos mania de perseguição,chororô,etc.
Vamos ver logo mais.
Forte abraço!
Rui, meus parabéns por esse post espetacular! E a sua nota no final é PERFEITA!
Abs e SA!!!
Simplesmente perfeito.
Muga, o que eles não perdoam foram as surras dos anos sessenta. Os urubus só começaram realmente a ser alguém desportivamente com a ditadura. Foram beneficiados todos os dias entre os cariocas; tal como o São Paulo entre os paulistas. São gente do 'ancient regime'; são gente que, a maioria, não sabe o que é cidadania e disputa transparente.
Abraços Gloriosos!
Rodrigo, também achei boa a resposta do blogueiro. Por isso a reproduzi. É serena e claríssima.
Abraços Gloriosos!
Oi, Bruno!... Os botafoguenses são sempre perfeitos!... rsrsrs...
Abraços Gloriosos!
Meu querido Rui, os urubus vociferam porque sabem que a verdade dói, e dói muito. No fundo, no fundo, eles morrem de inveja da gente, pois só conseguem ganhar do Botafogo quando estamos em crise e com a ajuda das arbitragens. A verdade dói, e eles não se conformam com isto. Abs e SB!
Sérgio, o que se pode esperar de pessoas que se identificam com urubus, aves feias e comedoras de carne putrefacta?... Nas bandas de Lisboa os benfiquistas são da mesma espécie de torcedores, mas pelo menos têm por símbolo uma elegantérrima águia. Diferenças... abismais!...
Abraços Gloriosos!
PREZADO RUI ESTOU EM FALTA COM VC MAS LOGO ME REABILITO - PERFEITO SEU ARTIGO - SOMOS DO TEMPO QUE O URUBU NÃO DAVA NEM PRA SAÍDA E NÃO TENHO RAIVA DELES NÃO - INCLUSIVE CULTIVO ALGUMAS AMIZADES TAIS COMO ZICO E JUNIOR DESDE A EPOCA DA FACULDADE QUANDO O URUBU FAZIA SUA PRE TEMPORADA EM VASSOURAS E ME TORNEI AMIGO DELES - BEM APROVEITO O ESPAÇO PARA DESEJAR AO MEU AMIGO UM FELIZ DIA DOS AMIGOS AMANHÃ - COM A MAIOR SINCERIDADE E A CERTEZA DE QUE FOI UMA GRANDE AMIZADE DESCOBERTA GRAÇAS AO NOSSO BOTAFOGO - TAMBÉM EXTENSIVO AOS OUTROS TANTOS AMIGOS - SAUDAÇÕES ALVINEGRAS - MARCOS VENICIUS
É verdade, Marcos. O nosso Boatfogo e a Internet são responsáveis por grandes amizades.
Um grande abraço, meu querido amigo!
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