terça-feira, 24 de novembro de 2009

Oldemário Touguinhó – brilhante jornalista botafoguense

Oldemário Vieira Touguinhó nasceu em Campos, em 8 de Novembro de 1934, filho de Mário Gomes Touguinhó e Oldema Vieira Touguinhó, tendo falecido em 2002 com 68 anos.

O pai era dono de um açougue, mas como os negócios não iam bem mudou-se para o Rio de Janeiro quando o filho Oldemário tinha apenas cinco anos. Touguinhó tornou-se jornalista e um dos mais famosos e apaixonados jornalistas botafoguenses de todos os tempos.

Touguinhó morava no Catumbi, fez os primeiros anos de estudo na Escola Municipal Estados Unidos e o secundário no Colégio Vera Cruz, na Tijuca. Nas férias ajudava o pai na quitanda da família. Mas a bola era a sua paixão, fazendo o seu arquivo de recortes e fotos de seus ídolos desde novo. O seu vizinho Antônio Andrade, fotógraf no Jornal do Brasil referenciou-o ao editor de Esportes, Carlos Lemos, e Touguinhó entrou para o jornal de onde nunca mais saiu.

Touguinhó casou com Georgina Martins, a qual conheceu no Clube Caçadores, no Catumbi, tendo tido as filhas Hilda (empresária) e Sandra (professora), assim como quatro netos. O jornalista tinha a obsessão por informar e cobria com facilidade qualquer matéria, fosse um jogo de futebol, o lançamento de um foguetão no Cabo Canaveral ou a inauguração de Brasília.

Em 1968, cobrindo os preparativos dos Jogos Olímpicos no México acabou por ser o repórter que descreveu a luta dos estudantes na rua protestando contra a realização dos jogos, saldando-se os confrontos com a polícia em 100 mortos e Oldemário relatou as cenas pungentes na capital mexicana.

Em 1972, cobrindo os Jogos Olímpicos de Munique, o jornalista encontrou-se no meio do atentado dos palestinos à delegação israelense. Mostrando toda a sua versatilidade profissional, Touguinhó vestiu um uniforme de atleta e entrou pelos corredores do subterrâneo, tornando-se o único repórter que penetrou na Vila Olímpica em que residiam os israelenses.

Entre outros casos, também se tornou famoso por Pelé ter anunciado ao mundo, através do compadre e amigo Oldemário Touguinhó, o seu primeiro casamento. Ou quando anunciou, em primeira mão, a convocação de Romário por Zagallo quando todos os jornais do país defendiam o contrário. Touguinhó era um obcecado pelo trabalho e nada o dispensava do dever de informar. E fazia-o com a mesma qualidade quer se tratasse de um jogo decisivo do campeonato nacional ou um simples treino do Botafogo. Além do mais, diferentemente dos jornalistas desportivos de hoje, sabia ser imparcial e ganhou a maior admiração de todos os craques do seu tempo.

Oldemário trabalhou 41 anos no Jornal do Brasil, mas também foi colaborador dos jornais Estado de São Paulo e Jornal da Tarde por 36 anos; presidiu por duas vezes a Associação dos Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro; cobriu 10 Copas do Mundo (1962 a 1998) e várias Olimpíadas; ganhou diversos prémios, entre os quais os Esso de Informação Esportiva de 1981 e 1983; escreveu dois livros: “As Copas que eu vi” (1994) e Maracanã (1998), que narram as copas do mundo e a história do estádio, respectivamente; publicou artigos no The New York Times, no France Football e no Number (Japão).

Botafoguense apaixonado e adepto da escola de samba da Mangueira, Touguinhó também foi amigo íntimo de Garrincha e um dos organizadores do Jogo da Gratidão com que, em Setembro de 1973, se homenageou o ‘Anjo das Pernas Tortas’. Fonte: Blog do Oliveira Ramos (http://www.jornalpequeno.com.br)

12 comentários:

Fernando Lôpo disse...

Rui, ontem eu e Thiago Pinheiro fomos lá nos lançamentos dos livros e decidimos lançar uma campanha: "Rui Moura, escreva um livro sobre o Botafogo".

Abraços!!

Thiago Pinheiro disse...

Peguei pouco da carreira do Oldemário. Aliás, o que eu vi foi no "Camisa 9", um programa que passava à tarde na CNT na década de 90.

Engraçado é que eu não fazia a menor idéia da importância dele para o jornalismo brasileiro. Só tomei conhecimento quando da sua morte.

Ele, assim como muitos outros, faz muia falta.

Anónimo disse...

JUSTA HOMENAGEM SUA A UMA DAS FIGURAS MAIS IMPORTANTES DO GLORIOSO.ADMIRADO POR TODOS ERA CAPAZ DE SEPARAR A SUA PAIXÃO PARA CRITICAR OU DEFENDER SEU TIME.JUNTAMENTE COM SANDRO MOREYRA E JOÃO SALDANHA FORMAVAM UM TRIO ALVINEGRO DE JORNALISTAS IMBATIVÉIS.SAUDADES DE ALVINEGROS DE RAÇA, PURO SANGUE, BRIGADORES QUE ERAM CAPAZES DE IR AO CLUBE E TIRAR SATISFAÇÃO DOS PRESIDENTES SE FOSSE NECESSÁRIO PARA MELHORAR O CLUBE.NÃO ESSA CORJA QUE SE INSTALOU EM GS QUE É UM CÂNCER - ME DESCULPE O CÂNCER PELA COMPARAÇÃO - .SAUDAÇÕES GLORIOSAS - MARCOS VENICIUS

Anónimo disse...

~Ruy não sei voce, mas eu NÃO QUERO NEM DE GRAÇA dodô no GLORIOSO.Dinheirista que siga sua vida pelas colinas ou em outros locais e deixe nossa gente sossegada.Traidor, judas não pode vestir nunca mais o manto sagrado.SAUDAÇÕES ALVINEGRAS - MARCOS VENICIUS

Ruy Moura disse...

Foi uma personagem muito interessante e que tinha muita discreção. Acompanhava a turma de jornalistas botafoguenses discretamene´, mas estava sempre lá. Um verdadeiro ás do jornalismo.

Abraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...

Eu iria mais longe, Venícius: até pagava para não ver Dodô entrar em General Severiano. A ética e a honra sempre foram desígnios do Botafogo. E esamos insistindo em perder essas qualidades 115 anos depois da nossa heróica fundação.

Abraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...

Também pagava para ver certos dirigentes saírem de General Severiano para sempre!

Abraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ruy Moura disse...

[Removi o comentário anterior porque seguiu com muitas gafes. Vai novo comentário.]

Thiago e Fernando, sinto-me muito honrado com a vossa iniciativa e muito vos agradeço a deferência. Um livro sobre o Botafogo, envolvendo originalidade, é algo muito envolvente.

Além das minhas várias atividades também tenho publicações técnico-científicas diversas. O ano passado publiquei três livros e este ano tenho duas investigações que terminarão em Março com textos para dois livros.

Claro que pode haver espaço para um livro do nosso amado Glorioso, tal como consigo espaço para manter o blogue, mas exigiria muita dedicação e, penso eu, articulação com pessoas no Brasil, no sentido de envolver uma equipa de projeto, apesar de eu possuir muitíssimas matérias facilmente transformáveis numa orientação estratégica para todo o livro.

E seria uma grande honra, obviamente!

Abraços Gloriosos!

Gil disse...

Rui,

Lembro-me muito bem do Oldemário, Sandro e João Saldanha.
Apuravam, na essência da palavras (averiguar, examinar minuciosamente, aperfeiçoar) as matérias a serem publicadas.

Lembro de um debate esportivo, pela TV, em que um dirigente tentou negar uma notícia dada. O bicho pegou!!!
Esses eram jornalistas e machos!

Claro que dou a maior força para o livro.

Abs e Sds, BOTAFOGUENSES!!!

Ruy Moura disse...

Obrigado pela força, Gil!

Os botafoguenses épicos eram a essência do BFR. Parece que hoje quem faz a nossa história está nas antipodas desses homens gloriosos.

Abraços Gloriosos!

Unknown disse...

O Oldemário é uma das minhas referências no jornalismo assim como muitos outros jornalistas também alvinegros. Talvez eu seja jornalista por causa deles...talvez...porque botafoguense já era antes ehehe
Leonel.

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