quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Montar um time supercampeão

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A fonte do texto encontra-se no final, mas as letras maiúsculas a negrito são destaque meu; de ambas as vezes que Paulo Antônio Azeredo (foto) foi presidente do Botafogo montou uma estrutura campeã. De ambas as vezes inovou nas comissões técnicas e nos jogadores contratados – Nilo, Carvalho Leite, Garrincha, Didi, Amarildo, etc. são dos tempos desse fantástico presidente, que sabia que um grande esquadrão se faz contratando uma comissão técnica verdadeiramente competente e craques para desequilibrar jogos.

“A eleição de Paulo Azeredo, em 1926, havia trazido alma nova ao Botafogo. Entusiasmado e empreendedor, o dirigente percebeu no comecinho de 1930 que estava na hora do clube voltar a conquistar títulos. E MONTOU UMA EFICIENTE COMISSÃO TÉCNICA, FORMADA POR UM DIRETOR ESPORTIVO, O MÉDICO VICTOR GUISARD; UM TÉCNICO, O INGLÊS CHARLES WILLIAMS, E UM SUPERINTENDETE, O HÚNGARO NICOLAS LADANYI. Este chegou de tal forma cercado de prestígio que Williams, enciumado, pediu demissão. Assim, o veterano Nilo Murtinho Braga passou a auxiliar Ladanyi, embora seguisse como jogador.

A estrutura montada por Azeredo permitiu ao Botafogo alcançar quatro títulos de campeão carioca. Os números dos dois primeiros campeonatos, disputados contra os grandes clubes, são incontestáveis. Em 1930, o time obteve 15 vitórias, dois empates, três derrotas, 60 gols pró e 30 contra. Em 1932, 15 vitórias, seis empates, uma derrota, 59 gols pró e 24 contra. O time-base dessa época de glória: Vítor, Benedito e Rodrigues; Afonso, Martim e Canali; Álvaro, Paulinho, Carvalho Leite, Nilo Murtinho Braga e Celso.

Em 1933, ocorreu uma grave cisão no futebol do Rio que provocou a disputa de dois campeonatos distintos, até 1936. O Botafogo, "em nome das tradições do desporto carioca", permaneceu ao lado dos clubes que repudiaram o profissionalismo, implantado em janeiro de 1933. E disputou o torneio da Associação Metropolitana de Esportes Atléticos (AMEA), então a entidade oficial, filiada à Confederação Brasileira de Desportos (CBD), representante dos interesses do futebol do país junto à Fifa.

O Botafogo também foi campeão em 1933, 1934 e 1935. Foram vários os craques que desfilaram sua categoria ao longo desses três campeonatos: o goleiro Alberto, o zagueiro Nariz, os centro-médios Pamplona, Ariel, Martim, Canali e os atacantes Leônidas da Silva, Carvalho Leite, Nilo Murtinho Braga, Russinho, Patesko e Jayme Terra. Durante a campanha dos cinco títulos (inclui o de 1930), o alvinegro obteve 75 vitórias, 22 empates, 16 derrotas, 320 gols pró e 176 contra. Carvalho Leite marcou 79 vezes.

No dia 28 de agosto de 1938, o Botafogo inaugurou o Estádio de General Severiano, com vitória de 3 x 2 sobre o Fluminense, em amistoso. A turma dos quatro títulos cariocas começou a se aposentar no início dos anos 40. Mas, em compensação, estreava o atacante que centralizaria as atenções dos alvinegros por quase toda a década: Heleno de Freitas.”

Fonte: http://futebolfanatico.zip.net/

4 comentários:

Antonio Oswaldo Cruz disse...

Não esqueçamos que meu bisavô Paulo Antonio Azeredo também foi presidente no período 1954-1963, tendo montado neste período o esquadrão da época de ouro do Alvinegro e, em 1962, ter conduzido o clube a conquistar mais de 100 títulos nas mais variadas categorias esportivas profissionais e amadoras.

Lembro também que o Estatuto do Clube honra Paulo Azeredo com a título de "Patrono dos Presidentes do Clube".

Sem dúvida foi o maior presidente que este clube teve até hoje em sua gloriosa história.

SA
Antonio Oswaldo Cruz

Ruy Moura disse...

Claro, Antonio. As gestões de Azeredo deram-nos "apenas" oito títulos cariocas e os craques de 1957 a 1962.

E, em minha opinião, foi o responsável pela emergência dos juvenis, Jairzinho, Roberto Miranda, Othon e tantos outros potenciais garotos.

Duas notas, ainda:

1. Historicamente há muitas incorreções. Os apregoados 120 títulos de 1962, na verdade não são. Há época achava-se que "vice-campeão era título, mas não é. Na verdade, os 120 títulos são 80 títulos de campeão e 40 títulos de vice-campeão. O que é uma enormidade para qaulqer clube brasileiro e um recorde absoluto. Ninguém foi campeão 80 vezes num ano. A etiqueta 'títulos' do blogue tem um artigo que especifica tudo.

2. Paulo Antônio Azeredo, completamente esquecido e desconhecido dos torcedores mais jovens, foi, em minha opinião, o único presidente da segunda metade do século XX com visão estratégica. De ambas as vezes que foi presidente, Azeredo foi responsável pelo tetra-campeonato, pelo Botafogo de 1957-1962 e, ainda, indiretamente, pela equipa de 1967-68 que beneficiou dos juniores campeões estaduais ainda no tempo de Azeredo.

Eu tenho uma paixão tão grande pelas duas fases de gestão de Azeredo que está bem exmplificada neste blogue. Clique em 'Azeredo' na parte superior esquerda do blogue - busca - e verá a quantidade de informação acerca de Azeredo, o 1º gandula do time do Botafogo de 1904!

Ele foi o maior presidente, e daí ter o título de presidente dos presidente, tal como Mimi Sodré tem o título de atleta mais exemplar de todos os tempos. Eles são Botafogo puro.

É ele que falta hoje ao Botafogo. Seríamos campeões brasileiros com ele. NÃO TENHO NENHUMA DÚVIDA sobre isso.

Abraços Gloriosos!

Pedro disse...

É um prazer ao exercer minha leitura diária do seu blogue me deparar com uma justa homenagem ao meu bisavô.
Infelizmente não pude conhecê-lo vivo, mas ratifico o que o primo Holzmeister disse: foi o maior presidente de nossa gloriosa história. Dirigia o clube como se estivesse em jogo a sua vida.

E fico feliz de saber de sua admiração por ele, Rui. Realmente por sua importância ele deveria ser mais lembrado, assim como o é o folclórico Carlito Rocha, amigo pessoal do vô Paulo.

S.A.
Pedro Alijó

Ruy Moura disse...

Pedro, é claro que todos nós temos o Carlito Rocha no coração, desde o dia em que jogou com 40º de febre, foi internado e quase morreu, passando pela sua presidência fantástica e, mais tarde, por tudo que continuou fazendo pelo Botafogo. Ele era emoção pura que contagiava, mas em termos de visão estratégica, capacidade de gestão e resultados, Paulo Antônio Azeredo é o grande presidente botafoguense - é o mais emblemático presidente de como se deve ser presidente, em minha opinião.

Por exemplo, naquela simples cena em que ele considerou o Bangu e o América times grandes, e foi chamado à atenção por um membro da diretoria que referiu que eles eram apenas clubes médios, Azeredo respondeu que considerando-os grandes não criava problemas com eles nem os 'ofendia' e, além disso,considerando-os assim seriam moeda de troca com os outros três grandes, que assim já não seriam tão grandes e permitiram a Azeredo negociar melhor a matéria que estava em pauta a favor do Botafogo. Simples e notável! Comparar isto com as negociações fragilizadas que o Botafogo faz desde há 20 anos anos a esta parte, é comparar o céu com a Terra.

Oito títulos cariocas, vários craques, comissões técnicas notáveis, revelações de base que foram campeões do mundo mais tarde. Tudo Paulo Azeredo fez com rigor e eficácia.

Tenho um artigo, já preparado há algum tempo - mas é difícil colocar tudo porque ainda tenho dezenas e dezenas de artigos em fila de espera (mais de 3-4 postagens por dia é exagerado...) - que mostrará bem a capacidade de visão e gestão de Paulo Azeredo. E se os membros da família quiserem publicar artigos sobre Azeredo, o blogue É VOSSO!

Abraços Gloriosos!

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