terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Entra técnico, sai técnico e...

por Blog do Bruno Voloch – UOL

“Entra técnico, sai técnico e nada muda no Botafogo.

O esquema é basicamente o mesmo e a única jogada é conhecida por todos.

Bola na área para Loco Abreu. Quando não dá certo, o jeito é arrumar uma boa desculpa.

Herrera já tinha sido barrado nos últimos jogos do brasileiro por Caio Jr, portanto não chega a ser novidade a escalação de Elkeson e Maicosuel juntos, com Renato e Marcelo Mattos na proteção.

Oswaldo de Oliveira poderia ter sido um pouco mais ousado. Não entendo a necessidade de manter dois volantes em campo contra o fraco Nova Iguaçu.

Andrezinho era um dos poucos jogadores criativos e foi mal substituído. Saiu com toda razão irritado e com cara de poucos amigos.

Felipe e Caio entraram e nada acrescentaram. Herrera é só correria, com disposição.

O Botafogo não tem banco e Oswaldo está claramente sem alternativas.

O time que sofreu uma pane em parte do jogo contra o Resende, fracassou diante do Nova Iguaçu.

Culpar o gramado chega a ser ridículo, afinal foi em Moça Bonita que o Fluminense deitou e rolou em cima do Friburguense.

Em Macaé, com campo encharcado, o Vasco fez 3 a 1 no Duque de Caxias.

Essa desculpa de jogar a responsabilidade pelo empate no gramado, é mais antiga do que cruzar bolas na área para Loco Abreu.”

Nota de Mundo Botafogo: tendo em consideração que muito recentemente Oswaldo de Oliveira disse que o Botafogo ia jogar com a bola no chão e deixar de enviar ‘chuveirinhos’ que ‘achem’ a cabeça de Loco Abreu, pode-se acrescentar ao artigo de Bruno Voloch os comentários do próprio Oswaldo de Oliveira:Como não conseguíamos trocar passes, pedi bolas diretas ao Loco Abreu. Mas não funcionou a estratégia”. Pergunto: Será que as bolas diretas são mesmo uma estratégia alternativa?...  Será que vamos conseguir trocar passes alguma vez ou… continuaremos com Loco Abreu plantado na área à espera dos passes milimétricos de Didi ou de Gérson?...

15 comentários:

Émerson disse...

Rui,

O time, a tática do treinador, a falta de opções no banco de reservas, a incompetência dos dirigentes, a (falta de) vontade dos jogadores é a mesma dos últimos jogos do ano passado. A continuar nesse compasso, lutaremos para não ser rebaixados no Brasileirão 2012.

Ruy Moura disse...

É, Émerson. Parece-me tudo exatamente na mesma. Espero que com o tempo o treinador possa ser diferencial, mas até agora não vi rigorosamente nada de bom prenúncio: os dirigentes são os memsos, os jogadores são os mesmos (menos Cortês e mais Andrezinho); o treinador ainda não mostrou uma única virtude em campo - nem que fosse esperança apenas.

Abraços Gloriosos!

Lorismario disse...

Rui. Entre n observações vou destacar apenas tres. 1- Jogadores muito distantes uns dos outros. Impossível tocar a bola e penetrar. Os passes ficam longos e o adversário marca nossos jogadores um a um.
2- Nenhum chute de fora da área. Ora, se não dá para penetrar na área, há que haver treinamentos para que alguem ajeite a bola para chutes de fora da área.
3- Só cruzamentos de bolas paradas. Cadê os treinamentos para troca de passes pelas laterais direita e esquerda com cruzamentos para trás e a chegada de jogadores do meio de campo para concluir juntamente com Loco.
Como cantava Gilberto Gil na sua música Procissão: " Olha lá vai passando a procissão (Botafogo), se arrastando como cobra pelo chão... E Jesus (Mauricio) prometeu um vestido novo pra Maria e um sapato pro Joâo... e entra ano sai ano e nada vem..." Loris

Ruy Moura disse...

Loris, nada a acrescentar, assino em baixo.

O que me faz muita, muita, muita, mas mesmo muita aflição é que nós - leigos - percebemos claramente que a equipa permanece há anos com o mesmo tipo de problemas e nenhum destes treinadores - supostamente profissionais - enxerga o que quer que seja.

Sei que nunca houve treinadores brasileiros realmente bons - os jogadores é que sempre foram fabulosos -, mas ultimamente estão exagerando, por desatualização e incapacidade de inovar seja no que for. Pelo menos poderiam fazer o 'feijão com arroz' e não inventarem.

Abraços Gloriosos!

Gil disse...

Rui,

Na contratação do Osvaldo li comentário, não recordo o local e quem escreveu, que concordo. Disse que o Osvaldo é o Caio Júnior com air bag, direção elétrica, ar condicionado digital, freio abs e ebd, etc...
No jogo contra o Resende não vi ele vibrando, gesticulando, dando bronca nos jogadores. O estilo parado, sem vibração é igual ao do Caio Jr.
Igual a você não entendo como grande parte da torcida aponta os mesmos problemas e erros de anos, porém os dirigentes nada vêem.
Outra situação que me irrita é a imprensa apoiar essa mesmice e mediocridade que está entranhada e GS.
Atualmente basta falar para os jogadores que a partida vale liderança que eles tremem e são acometidos de diarréia intestinal e mental.

Abs e Sds, Botafoguenses!!!

Ruy Moura disse...

Aliás, Gil, eles não andaram os dois por terras nipónicas e árabes? Sabe-se lá porquê...

No domingo eu notei essa falta de emoção no banco. Não gosto de treinador aos gritos, porque acho que tudo se prepara em treino (quem fala muito trabalhou pouco) e no campo é mais os jogadores que o técnico, mas ele não se mexeu nem um bocadinho...

Espero que ele melhore e dê rumo à equipa, mas confesso que não senti o mínimo entusiasmo, nem no período que antecedeu a sua contratação, nem depois, nem agora.

Se ele não abala a mediocridade instalada - e duvido que o faça - estamos outra vez tramados...

Abraços Gloriosos!

Lorismario disse...

Caro Rui. Outro dia você me lembrou das trocas de emails entre nós dois do time de 2007 e a tática usada pelo Cuca. Para que fique público gostaria de assinalar mais alguns pontos que já antevejo neste nosso Botafogo e que você citou no seu último comentário. É o X da questão. "O Brasil jamais teve bons treinadores. Os jogadores é que eram excepcionais". Agora que não existem mais jogadores excepcionais, muito menos grandes jogadores, e que os poucos bons jogadores que existem não se concentram mais em um ou dois times -como foi entre 1958 até 1970 com grupos de bons jogadores no Botafogo e Santos- é que os técnicos poderiam sobressair. Vamos pegar o exemplo da posse de bola, tão em moda e que era (não sei se ainda é)a menina dos olhos do Caio Jr. Posse de bola não é novidade. Pelo que lí, a seleção húngara de 1954 já adotava esta tática. Lí um relato de um jogador húngaro que eles ficavam próximos uns dos outros (não disse a distância) tocando a bola até que alguem dava um sinal e então outro jogador se deslocava para dentro da grande área do adversário, recebia e chutava em gol. Dos documentários que ví pela TV o número de gols de dentro da área dos húngaros foi muito grande. O objetivo de "ter a posse de bola" era para esperar o momento de alguém penetrar, com um sinal dado por um jogador chave, e chutar a gol de dentro da área. Não era apenas ter a posse de bola "contada em minutos". Cont. abaixo. Loris

Lorismario disse...

Cont. comentario anterior (Loris). Em 1974 quem fazia isto era a seleção holandesa. Aí eu me lembro pois ví pela TV que os jogadores estavam sempre agrupados em 4 ou 5 jogadores (Repp, Cruyff, Neskens, o número 5 e o 11) até aparecer a tal oportunidade de penetrar. Foi a melhor seleção que ví jogar. Recentemente a Espanha jogou assim. E mais recentemente o Barcelona detonou o Santos assim. Alguns dias antes do jogo Barça x Santos eu vi um treinamento de uma "Roda de Bobo" do Barcelona. O diâmetro da Roda de Bobo não era mais do que 10 m de distância. A Roda de Bobo tinha claramente um objetivo: ter a posse de bola e esperar o momento certo, além de treinar a recuperação da bola. Deu no que deu. 4 x 0 ficou barato. Pergunta : Qual treinador no Brasil assiste à Roda de Bobo? Aqui no Brasil a Roda de Bobo é feita para os jogadores fazerem gozações uns nos outros. Pode uma coisa estas? Loris

Ruy Moura disse...

É de ficar praticamente sem palavras perantes os seus comentários, Loris: acertou na mouche. Os treinadores brasileiros são meros curiosos e nada têm de estudiosos. São simplesmente ex-jogadores que tiveram razoável sucesso e nada mais.

Existem excelentes treinadores que fizeram as carreiras não como jogadores, mas como treinadores. E excelentes treinadores que foram excelentes jogadores. Mas os treinadores brasileiros foram apenas bons jogadores. Limitam-se a imitar, e sabemos que quem simplesmente imita, sem introduzir inovações contextualizadas, imita mal e acaba sem chama.

Por mim, o Botafogo gastava uma nota 'preta' e buscaria um treinador estrangeiro daqueles que quando chega abala seriamente o stato quo vigente. Estes Francos, Caios, Soares, Oliveiras não abalam nada. São sempre os mesmos desde o inexplicável Renato Gaúcho até ao inefável Hélio dos Anjos, para não falar em Andrades, PCGusmão, etc. Até o Joel do 'chutão', treinador preguiçoso para treinar, consegue fazer melhor do que eles devido aos eu estilo de intervenção. Espero enganar-me no caso do Oswaldo, mas...

Na verdade, não existem novidades no futebol, é como a moda: a mesma moda regressa de tempos a tempos, mas fá-lo com melhorias, com inovação. Mas é preciso ser-se realmente inteligente e estudioso. As grandes inovações estão associadas a metodologias de treino inovadoras para explorar ao máximo o potencial de cada jogador. E esse é um dos grandes vectores de distinção de um treinador.

Partilho a tua opinião: a Holanda, apesar de não ter sido campeã, foi a melhor seleção que vi jogar, com Cruyff e companhia. Pelo que sei, nas melhores seleções de sempre incluem-se a Húngara de 1954 e a Brasileira de 1958. Uma tinha Puskas e Companhia, a outra tinha Didi e Companhia.

Abraços Gloriosos!

Lorismario disse...

Rui. Para não ser injusto e incorreto na minha citação de Repp, Cruyff, Neskens, o 11 e o 5, fui até a Wikipedia e parece que o Cruyff era o número 11 e os outros dois jogadores principais da Roda de Bobo deles eram o Resenbrink e o Kroll. Quando do passe enfiado em geral pelo Resenbrink para o Cruyff ou Neskens após trocas de bolas a Roda se desfazia rapidamente e o Kroll se posicionava imediatamente como último jogador da defesa dos holandeses. Lembro também que vez em quando da Roda de Bobo o Cruyff, que era muito habilidoso, disparava com a bola e o Repp parece que tinha a função de disparar ou pela direita ou esquerda, conforme houvesse menos marcação. Ficava a critério do Cruyff se a bola iria para o Repp ou Neskens ou ele continuaria - na realidade o Cruyff era o técnico dentro de campo-. A recomposição era rapidíssima quando da perda da bola. Você não via o técnico da Holanda, Rinus Mitchell, esbravejar ao lado do campo. Isto acontecia porque as jogadas já haviam sido treinadas.Como você disse, local de preparar a equipe é durante o treinamento. Treinador que grita muito, é como você citou, não treinou o seu time. Abraços. Loris PS. Não há um único treinador no Brasil que treina jogadas à exaustão como faz o Bernardinho no volei.

Ruy Moura disse...

Sem dúvida que era assim, Loris. O Cruyff era o 'senhor' dentro de campo e participava imenso na preparação em treino. Aliás, as equipas fabulosas do Barcelona têm um pai: Cruyff foi quem construiu a 1º grande equipa do Barcelona e depois o clube soube manter o património imaterial que ganhara com Cruyff. Guardiola é um reptador de um legado. Por isso é que acho que o Mourinho será por muito tempo o melhor treinador do mundo: Guardiola ganhou um legado e uma plêiade única de jogadores (com eles, até o Del Bosque conseguiu ser campeão do mundo!); o Mourinho cria legados.

No Brasil não há um único treinador que faça o que o Loris diz. Nem Muricy nem Dorival Júnior, que são, talvez, os únicos dois aproveitáveis atualmente, embora eu não goste das equipas do Muricy. São 'feias'.

Defendi já vai para dois anos que o Diretor-Geral do Botafogo devia ser Bernardinho: não só a gestão mudava como ele até ensinaria os treinadores a trabalharem a sério e a terem uma postura realmente diferente. A manter-se esta coisa eu próprio deixarei de me interessar pelo futebol do Botafogo, porque estou cansado de tanta mediocridade e ainda por cima ouvir da diretoria que são exemplo de gestão profissional, e muitos torcedores ficarem ao lado deles sem saberem realmente o que já foi o futebol brasileiro.

Aliás, se o BFR é convidado para palestras sobre 'boa gestão', das duas uma: ou em termos de gestão o país vai muitíssimo mal ou então é propositado para continuarmos a gerir tão mal convencidos que somos o máximo. (tática de cathrtiforme)

Às vezes fico tão revoltado com tudo isto que até me afasto do blogue para não escrever asneiras. Aliás, já joguei para o lixo vários textos que escrevi sobre a gestão do futebol: são tão arrasadores que até receio publicá-los. Mas que eles mereciam que publicasse, mereciam.

Abraços Gloriosos!

Lorismario disse...

Pois é Rui. Creio que só nos restou o amor ao Botafogo. O problema é que tem gente que sabe observar futebol e não engole as pseudos explicações que treinadores e diretores dão. Dos jogadores nem falo. Triste fim do futebol brasileiro. E junto vai nosso querido Botafogo. Somos botafoguenses mas não somos cegos. Loris

Ruy Moura disse...

É verdade, Loris, o que me resta é o amor ao Botafogo. E o que me vale é que esse resto é incomensurável!

O meu cansaço é do mau futebol, mas sobretudo é das besteiras elementares que saem das bocas de dirigentes, comissões técnicas e atletas. Já para não falar dos outros, que não são botafoguenses (federações, arbitragens, média, etc.).

Eu diria que "somos botafoguenses, não cathartiformes". Os cathartiformes é que não têm massa crítica com o seu clube, e por isso bem se vê onde chegou o estado de coisas por lá. Se não fosse a mídia, a CBF, a Federação Carioca e as arbitragens a levá-los ao colo, estariam na 2ª divisão.

Mas acredito que o vanguardismo generalizado que existe entre os botafoguenses há-de reaparecer ao mundo. Por enquanto busca-se à massa do povo o lema de que "a esperança é a última coisa que morre.

Abraços Gloriosos!

Gil disse...

Rui, Loris,

Belos comentários!
Com a reeleição da mesmice e mediocridade estou quase parando de frequentar os estádios. É uma dor muito grande quando o jogo acaba e ter a sensação que vi mais um péssimo vídeo tape.
Muitas vezes me questiono se vale deixar a família para ver o Botafogo dos últimos anos.

Abs e Sds, Botafoguenses!!!

Ruy Moura disse...

Gil, nos anos sessenta eu estive no Maracanã com 140.000 pessoas. Hoje vejo 15.000 pessoas a assistirem a um clássico BFR x CRF. Na Europa é ao contrário: nos anos sessenta estavam lá 15.000 pessoas e agora esgotam os estádios. A decadência do futebol brasileiro é aflitiva e lamentável, e o nosso Botafogo não foge à regra.

Os clubes maios valiosos do mundo são todos europeus! Como pode não haver clubes brasileiros valiosos? Mas realmente não há. E muitos dos nossos torcedores, que não conhecem o futebol brasileiro de outrora não conseguem avaliar adequadamente o beco sem saída a que chegámos. Lamento muito.

Abraços Gloriosos!

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