segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Finalmente, Maurício Assumpção!


Em 2009 escrevi neste blogue que a Copa do Brasil era prioridade, em 2010 reiterei essa prioridade, em 2011 tornei a sublinhar a importância da Copa do Brasil como um título nacional e de acesso direto à Taça Libertadores, competição continental sul-americana desejada por todos os botafoguenses.

E o que aconteceu? Sabemos o que aconteceu… A priorização ao ‘carioquinha’ em detrimento de uma competição com lugar sul-americano…

O final de ano que terminou trouxe-nos novas declarações ‘suicidas’: Antônio Carlos disse que face à pressão de não termos conquistado uma vaga para a Libertadores teríamos que conquistar o campeonato carioca e Lucas não fez por menos e elevou a ‘mentalidade vulgar’ dos anos anteriores ao máximo afirmando gratuitamente que “o Botafogo é um time grande e vai brigar pelo título de todas as competições da próxima temporada”.

Quer dizer… o Botafogo vai-se esfalfar no campeonato carioca e na Copa do Brasil ao mesmo tempo para ganhar e vai-se esfalfar no campeonato brasileiro e na Copa Sul-Americana também ao mesmo tempo para ganhar. Há aqui uma certa falta de perspectiva e prospectiva, não acham?

Porém, apesar desta ‘pequena mentalidade’ que impera no plantel – e talvez por isso tenham sido incapazes de assumir a ponta do Brasileirão por três vezes –, a diretoria reconheceu, finalmente, pressionada pela presença de Vasco da Gama, Fluminense e Flamengo na Libertadores, o seu erro estratégico nessa matéria e anunciou a emenda da situação caricata de cairmos na Copa do Brasil perante adversários com plantéis muitíssimo inferiores ao nosso (Americano, Santa Cruz, Avaí…).

André Silva já dera o mote: “Há uma necessidade clemente [penso que queria dizer ‘premente’] de uma conquista nacional. Tenho uma predileção pelo título da Copa do Brasil, que é inédito na história do clube.”

Maurício Assumpção confirmou que a prioridade no primeiro semestre é a disputa da Copa do Brasil: “Cometemos pequenos erros de estratégia nesses três anos, como não focar a Copa do Brasil. Vamos acertar isso nesse primeiro semestre. A competição terá um foco importante.

Claro que não foram cometidos, durante três anos, apenas “pequenos erros de estratégia” (em estratégia há ‘pequenos erros’?...), mas o reconhecimento do erro e a sua respectiva emenda é uma atitude louvável. Se a diretoria perceber que a persistência nos erros óbvios é uma estupidez e que se souber revertê-los e repor as prioridades isso é sinal de inteligência, então resta ganhar coragem para se analisar – sem auto-contemplações – os três últimos anos visando não se repetirem os erros estratégicos, quer no que respeita a prioridades competitivas quer no que respeita a aquisições e dispensas de atletas no plantel de futebol ou à contratação de treinadores claramente inadequados.

O senão é que… novos reforços só depois da Copa do Brasil e quando o Brasileirão já estiver a decorrer… o que significa que o foco da estratégia não coincide com os recursos necessários à referida conquista… Isto significa que o anunciado plane(j)amento para 2012 não contava inicialmente com esta estratégia, e só agora ela foi sancionada como válida.

Apesar disso, desejo, sinceramente, que o reconhecimento de Maurício Assumpção possa ser um novo alento para tornar as opções de gestão algo estrategicamente mais afinado com focos bem definidos e com a consciência que não temos envergadura para ganhar tudo – mas que podemos ganhar certas competições em 2012 e então sonhar mais alto para 2013.

Ah!... Querem saber o que seriam para mim as etapas a percorrer?...

1. Efetuar as contratações adequadas ao foco estabelecido no 1º semestre [e parece que a falha da estratégia inicia-se logo aqui…].
2. Treinar, preparar e afinar a equipa durante o campeonato carioca [estratégia, táticas, preparação física e psicológica, preparação de jogadas, treino de grandes penalidades, cobrança de faltas e escanteios].
3. Focar a Copa do Brasil. Para ganhar [seja qual for o plantel].
4. Efetuar novas contratações face ao foco estabelecido no 2º semestre [emendando as falhas de aquisição dos recursos necessários para o fim em vista].
5. Gerir uma classificação honrosa no campeonato brasileiro.
6. Focar a Copa Sul-Americana. Para ganhar.

A correr bem o ano de 2012, então poderíamos pensar em novos reforços de plantel para a Taça Libertadores e para o Campeonato Brasileiro em 2013. Perspectiva e prospectiva é algo essencial que se deve conquistar na gestão do Glorioso.

13 comentários:

Émerson disse...

"Pequenos erros de estratégia..."
Pequenos erros?

Ruy Moura disse...

Pois... é o que se lê... mas não há pequenos erros de estratégia... o que há são erros de processos e, quando muito, pequenos erros relacionados a táticas.

Abraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...

Mas se Maurício Assumpção for realmente capaz de impor a busca pelo título da Copa do Brasil e o alcançar, creio que será a altura de reconhecer que fez um percurso ascendente no domínio da gestão desportiva.

No entanto, Émerson, mantenho as minhas dúvidas no que respeita à gestão do futebol, porque a nova comissão proposta agora parece-me ter gente demais e um líder de menos. O presidente devia assumir a liderança do futebol e não deixá-la na comissão; não é preciso perceber muito de futebol, para o fazer, porque o fundamental é perceber de gestão, e MA não é estúpido e tem um curso de pós-graduação desportiva (não sei se já o terminou).

Abraços Gloriosos!

Gil disse...

Rui,

“Digas com quem andas que te direi quem és!”
Essa frase resume o que penso do atual presidente!

Estou mais pessimista quanto ao próximo triênio da (não) gestão do atual presidente. Ele já declarou inúmeras vezes que quem manda no futebol é o gerente de futebol, Anderson Barros. Esse senhor, desde que ascendeu ao profissionalismo, nunca conseguiu montar um razoável elenco por todos os clubes que passou. Ao contrário, tem um rebaixamento no seu currículo.
Gostaria de estar completamente enganado, mas a posição (ou mudança no discurso) do mandatário em priorizar a copa do Brasil é devido a todos os outros “co-irmãos” participar da mais importante competição sul americana, menos o Botafogo.
Essa sempre foi a sua postura! Ou seja, sempre correr atrás dos outros.
Não acredito no homem e muito menos no presidente Maurício Assumpção! Se realmente tivesse disposto a mudar, a primeira providência seria demitir o vice e o gerente de futebol por tudo que deixaram de fazer no mandato anterior.
Se tivesse realmente disposto a mudar, não retornaria ou daria cargos de confiança para ex-dirigentes que quase acabaram com o clube. Ex-dirigentes que nos rebaixaram, levaram a insolvência e destruíram as sedes do clube.

Gostaria muito de estar completamente enganado e estarei na torcida pelo crescimento continuo e de títulos do nosso amado Botafogo.

Abs e Sds, Botafoguenses!!!

Ruy Moura disse...

Eu acho que há aí um problema que se relaciona com o pouco conhecimento - assumido pelos próprios - da área desportiva, bem como da área da gestão estruturada de um negócio, neste caso o futebol.

Então, o Anderson Barros foi e é a tábua de salvação, mas na medida em que o BFR agora engendrou uma Comissão de gestão do futebol, parece-me que isso evidencia que há necessidade de mudar. Não radicalmente, porque como dizes, se a vontade fosse de mudança radical sem dúvida que os responsáveis do futebol teriam que sair. Mas acho que não saem: A. Silva é homem de confiança (não é homem de traições) e A. Barros, mal ou bem, tem andado no futebol e conhece o meio, por exemplo, o Eduardo Uram...

Maurício Assumpção sente fragilidades no domínio do conhecimento do futebol e da gestão e, por isso, entrega a liderança do futebol e dedica-se a outras atividades, nas quais o BFR tem tido algum sucesso.

Mas auguro um ano novamente mediano - espero enganar-me!

Abraços Gloriosos!

Lorismario disse...

Meu caro Rui. Para nós que estamos aqui neste imenso Brasil seria mais interessante gan har o campeonato Brasileiro. Aí teríamos a vaga para a libertadores e o título máximo disputado no Brasil. O que nos faltou para assumir a primeira colocação no Brasileiro foi time. Principalmente defesa. Veja que o time do Corintians é modesto mas o Tite tratou de não tomar gols. Resultando daí a defesa menos vasada e várias vitórias com diferença de um gol. "Um bom time começa com um bom goleiro, uma boa defesa e vai por aí... Loris

Ruy Moura disse...

Loris, se o que faltou foi time, se o que tem faltado é time, como queres ganhar uma competição tão dura e ainda lutar contra as arbitragens? Em minha opinião o Tite é mau, e o Corinthians foi campeão porque o Vasco da Gama foi literalmente assaltado pelas arbitragens, com gols limpos anulados e grandes penalidades não assinaladas.

Porém, é inquestionável que o nosso maior problema desde pelo menos há cinco anos é a defesa. Já quando os cuquistas andavam gamados no homem a minha crítica sobre ele era justamente porque tomava sempre gols, e eram 2, 3, 4... (lembras-te do 3x3 com o Flamengo e 4x4 com o Vasco da Gama, além das finais 2x2 com o flamengo?).

Mas agora ainda tenho um problema maior: o Oswaldo Oliveira disse que viu uns jogos do Botafogo e gostou muita da... ZAGA!!!

Em suma: eu apostaria nas competições de mata-mata que são mais fáceis, e depois de ter uma equipa motivada com títulos e reforçada para a Libertadores, então poderia arriscar o Brasileirão. Aí sem cavalo paraguaio...

Abraços Gloriosos!

Lorismario disse...

É meu caro Rui. Creio que o Andrezinho vai arrumar o meio de campo. Se o Jobson voltar só nos falta a zaga. Problema é que não temos dinheiro para comprar.
Claro que me lembro dos vários gols sofridos. Era uma tristeza. Os adversários cruzavam e já corriam para o abraço. Como esquecer da ruindade do Juninho nas bolas altas. Do Emerson fazendo gol contra. Do Asprilla. Meu Deus. Não merecia tanto. É claro que se não contratar não ganharemos nem campeonato de cuspe à distância. O Rever do Atl. Mineiro já estaria de bom tamanho. Eu jogaria com tres zagueiros. Rui. Aqui no Brasil, quase ninguem se importa com a Copa do Brasil. Não sabemos nem quando será iniciada. E olha que eu acompanho futebol de forma geral. Abraços. Loris

Ruy Moura disse...

Loris, acho que temos uns pequenos pontos de vista diferentes, neste caso.

1. Eu não quero o Jobson nem dado. Uma equipa que quer ser séria e reconstruir-se não pode admitir ter nas suas fileiras um recalcitrante como o Jobson. Jamais se disciplinará uma equipa assim e jamais o Botafogo se diferencia e galga o pódio do respeito agindo deste modo.

2. Sei que os brasileiros preferem um cariocazinho do que uma Copa do Brasil, mas é falta de perspectiva [é a visão da mera zoação]. A CB é uma competição importante e acabará por se impor: no curto prazo dá-nos vaga na Libertadores, no médio prazo deixa-nos inscrito numa taça que acabará por ser importante, especialmente quando os clubes perceberem que é um modo de conquistar títulos nacionais além do Brasileirão.

3. Discordo dos três zagueiros. Hoje publiquei um artigo sobre o Eduardo Húngaro e ele também pensa que o esquema de três zagueiros vicia os laterais no apoio e não os coloca na sua principal função, que é defensiva. Um 44-2 ou 4-3-3 obriga a reposicioná-los e a não desguarnecer a defesa. E é pelas alas que principalmente tomamos gols... à esquerda e à direita...

Abraços Gloriosos!

Lorismario disse...

Rui. Acho que os pontos de vista diferentes não são pequenos. São enormes. Veja. 1- Prefiro o Jobson ao corretíssimo Herrera. Garrincha jogaria com você no comando? 2- Quanto aos tres zagueiros. Se o meio de campo não cobrir a subida dos alas, pode-se jogar com dez zagueiros. É uma questão de como os treinadores escalam o meio de campo. Marcadores ou distribuidores. Por exemplo, o Renato é um distribuidor. Quem vai tomar a bola para ele distribuir? O Marcelo Matos é tecnicamente fraco. Quando lembro da bola que ele ajeitou para o Felipe do Atl. Goianiense fazer um dos gols eu fiquei abismado com a falta de qualidade técnica dele. Foram vários os lances falhos do MM. 3- O que o Eduardo Húngaro falou é que a prática de tres zagueiros não ensina os alas a marcarem. Ora, é só treinar a marcar na base. 4- Com o Joel, que é dito ser retranqueiro e gosta de tres zagueiros tomamos menos gols do que com o Caio, que não gosta. E o Joel não tinha o Renato, o Elkeson e o Maico -contundido por vários meses-. agora se você vai contra os fatos, a questão é outra. Provavelmente é a teoria em detrimento dos fatos. Abraços discordantes. Loris

Ruy Moura disse...

Loris, por partes:

1. Nada se pode comparar a Herrera, nem a Garrincha. Herrera é um horror e eu nunca gostei dele. Briga, briga e fica nisso. Nunca faria parte da 'minha' equipa. Garrincha, o mais genial e inimitável jogador da sua época, também não. No tempo dele era o tempo dele, nos tempos de hoje não teria condições de jogar numa equipa profissional devido ao seu comportamento e ao destempero físico com que jogava, muitas vezes devido às noites na casa da Marocas. Às vezes andava em campo... No futebol moderno não pode haver Garrincha, porque hoje a coisa é muitíssimo a sério profissionalmente falando. Veja como o Deco e o Ronaldinho Gaúcho foram dispensados do Barcelona para que a equipa fosse comandada por um indivíduo disciplinado e não frequentador da noite - Messi. Não é à toa que o Barcelona e o Real, as melhores equipas do mundo, são comandadas pelos dois melhores jogadores do mundo, que têm vidas muito regradas e cumprem as normas necessárias ao seu preparo físico e desempenho sempre a alto nível. Garrincha também não faria parte da 'minha' equipa HOJE. Portanto, nem Herrera, nem Jobson, nem Garrincha. Jobson é o inverso do profissionalismo, e nenhum clube de ponta o quer nas condições em que se encontra.

2. O 3-5-2 só funciona bem com equipas capazes de selecionar os atletas adequados para o efeito. Ao contrário do que o Loris diz, não é nada fácil treinar laterais para marcação num 3-5-2. Eles resistem, esquecem-se de marcar, aspiram a fazer gols, muitos gols, tal como o Cordeiro apregoou quando fazia parte do time. A flexibilidade tem que ser enorme para as táticas se conjugarem em sucessões de movimentos. Não há treino no Brasil para isso, nem treinador capaz de fazer a diferença no treino e durante o jogo.

3. O Duda foi muito claro: "temos é que evitar os três zagueiros". Não basta treiná-los na marcação, porque Duda refere-se mesmo é à própria 'formação' enquanto jovens. Depois de 'mal' formados é muito difícil focar na marcação. Não há Nilton Santos hoje em dia, mas o futebol brasileiro insiste que há, e com jogadores como... Alessandro ou Marcelo Cordeiro! Treiná-los para mudar?... Não creio...

4. Com o Joel funcionava razoavelmente precisamente porque é retranqueiro e não se abalança no ataque. É chutão para o ar por cima do meio campo, não uma equipa paz de se articular da defesa ao ataque. No dia em que o Joel tentar fazer essas articulações do futebol moderno e simultaneamente optar por três zagueiros, toma gol atrás de gol.

Estamos juntos!
Abraços Gloriosos!

Lorismario disse...

Caro Rui. Haveria conversa entre nós por uns tres meses sobre estes assuntos. Só dois ainda destaco. 1-Como creio que as pessoas podem mudar eu daria chances ao Jobson ad infinitum. Em último caso eu o matricularia em uma escola para pastores protestantes, já que é de família protestante. Levaria a mãe dele para morar com ele no RJ. Ela é quem o controla religiosamente. Faria realmente tudo para não ter o Herrera como titular. No mais ainda falaremos muito sobre táticas e individualidades. 2- O time do Joel dava chutão para a frente pois não havia jogador de meio de campo, como ainda não há. Penso que o Andrezinho vai fazer a bola passar mais por ele. É o jogador quem faz a bola passar por ele e não o técnico. Abraços. Loris

Ruy Moura disse...

Esta conversa faz-me lembrar aquelas que tivemos em 2008 via e-mail. Apesar de tudo, nesses nossos debates, o Cuca ainda merecia alguma nota, talvez um 5 ou um 6. Mas Eu dou muito valor ao que um homem é, antes do que seja como profissional. Jobson vale o que tem mostrado... e tem-se mostrado uma nulidade. Zero.

Andrezinho, talvez. Veremos. Gosto do Renato, a bola passa por ele. E se os treinadores soubessem explorar o potencial dos jogadores... Mas não há nenhum treinador brasileiro atualmente que saiba fazer isso. Se houvesse, o Elkeson seria um caso de evolução a considerar. Porque um treinador não faz a bola passar pelo jogador, mas explora-lhe o potencial e prepara-o para fazer passar a bola por si...

Abraços Gloriosos!

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