domingo, 30 de junho de 2013
Botafogo, campeão carioca de futsal sub-15
Após se sagrar bicampeão carioca de futsal sub-20, o
Botafogo tornou a conquistar novo título, desta vez de campeão carioca de
futsal sub-15, em partida disputada no Ginásio do Grajaú Country, no dia 29 de
junho de 2013, ao golear inapelavelmente o Vasco da Gama por 8x2 no 2º jogo da
final, após ter vencido o 1º jogo por 5x2.
O Botafogo venceu a fase de Grupos à frente do
Fluminense com 6 vitórias, 2 empates e 2 derrotas. Nas quartas-de-final,
semifinal e final o nosso clube contabilizou 6 vitórias em 6 jogos, com 5
vitórias de goleada e uma média impressionante de 6.6 x 2.0 gols por partida.
Eis a campanha do Glorioso:
TURNO
Botafogo/Casa de España 6x4 EC Iguaçu/Celecau
» Gols: Wenderson Ferreira (2), Carlos
Gonçalves, Victor Oliveira, Matheus Xavier e ?
» Data: 16.03.2013
» Local: Iguaçu B. C.
Botafogo/Casa de España 3x4 ARFAB
» Gols: ?
» Data: 23.03.2013
» Local: C. S. S. Exército
Botafogo/Casa de España 3x4 América FC
» Gols: Wenderson Ferreira (2) e Davi Nunes
» Data: 27.03.2013
» Local: Ginásio do América
Botafogo/Casa de España 7x1 AABB Rio/K Esportes
» Gols: André Perrone (2), Nicholas Gama (2),
Marlon Nascimento, Davi Nunes e Wenderson Ferreira
» Data: 04.04.2013
» Local: C. S. S. Exército
Botafogo/Casa de España 3x2 Fluminense FC
» Gols: Carlos Gonçalves (2) e Ezequiel Silva
» Data: 13.04.2013
» Local: C. S. S. Exército
Botafogo/Casa de España 3x3 Montanha Clube
» Gols: Wenderson Ferreira, Victor Oliveira e
Nicholas Gama
» Data: 20.04.2013
» Local: Ginásio do Montanha Clube
RETURNO
Botafogo/Casa de España 4x1 AABB Rio/K Esportes
» Gols: Carlos Gonçalves (2), Wenderson
Ferreira e Matheus Lessa
» Data: 23.04.2013
» Local: Ginásio da AABB Rio
Botafogo/Casa de España 1x1 EC Iguaçu/Celecau
» Gols: Pedro Rodrigues
» Data: 27.04.2013
» Local: C. S. S. Exército
Botafogo/Casa de España 5x1 ARFAB
» Gols: Nicholas Gama (2), Wenderson Ferreira
(2) e Ezequiel Silva
» Data: 02.05.2013
» Local: Bradesco
Botafogo/Casa de España 5x0 América FC
» Gols: Pedro Rodrigues (2), Matheus Lessa,
Ezequiel Silva e André Perrone
» Data: 04.05.2013
» Local: C. S. S. Exército
Botafogo/Casa de España 6x2 Fluminense FC
» Gols: Wenderson Ferreira (3), Lucas
Rodrigues (2) e Ezequiel Silva
» Data: 14.05.2013
» Local: Ginásio do América
Botafogo/Casa de España 8x1 Montanha Clube
» Gols: Lucas Rodrigues (4), Victor Oliveira,
Caio Tupper, Wenderson Ferreira e Nicholas Gama
» Data: 25.05.2013
» Local: C. S. S. Exército
QUARTAS-DE-FINAL
Botafogo/Casa de España 8x4 ARFAB
» Gols: Caio Tupper (2), Ezequiel Silva,
Wenderson Ferreira, Nicholas Gama, Lucas Rodrigues, Carlos Gonçalves e André
Perrone
» Data: 29.05.2013
» Local: Ginásio da ARFAB
Botafogo/Casa de España 7x1 ARFAB
» Gols: Ezequiel Silva (3), Wenderson
Ferreira (2), Caio Tupper e Carlos Gonçalves
» Data: 01.06.2013
» Local: C. S. S. Exército
SEMIFINAL
Botafogo/Casa de España 9x1 Fluminense FC
» Gols: Caio Tupper (2), Ezequiel Silva (2),
Lucas Rodrigues (2), Wanderson Ferreira, Victor Oliveira e Carlos Gonçalves
» Data: 09.06.2013
» Local: Vila Olímpica Caxias
Botafogo/Casa de España 3x2 Fluminense
» Gols: Wanderson Ferreira, Caio Tupper e
Ezequiel Silva
» Data: 18.06.2013
» Local: América FC
FINAL
Botafogo/Casa de España 5x2 Vasco da Gama
» Gols: Caio Tupper (3) e Carlos Gonçalves
(2)
» Data: 22.06.2013
» Local: Grajaú Country
» Arbitragem: Principal – Diogo Teixeira de
Araújo Martins; Auxiliar – Rodrigo Costa Jander Guimarães; Anotador – Michele
Bezerra Monteiro; Cronometrista – Rodrigo Montariol Barbosa; 5º Árbitro – Jorge
Fernandes.
» Equipa completa do Botafogo na 1ª decisão
da final: Pedro Morais (1), Pedro Rodrigues (2), Lucas Rodrigues (3), Matheus
Xavier (4), Matheus Lessa (5), Marlon Nascimento (6), Caio Tupper (7), André
Perrone (8), Ezequiel da Silva (9), Brenno da Silva (10), Wenderson Ferreira
(11), Leonardo Peixoto (12), Victor Oliveira (15), Carlos Gonçalves (16).
Técnico: Bruno Lima. Preparador Físico: Márcio Lopes.
Botafogo/Casa de España 8x2 Vasco da Gama
» Gols: Caio Tupper (2), Carlos Gonçalves (2), Ezequiel Silva (2), Wanderson Ferreira e Victor Oliveira
» Data: 29.06.2013
» Local: Grajaú Country
» Arbitragem: Principal – Vitor Hugo Teixeira
Pereira; Auxiliar – Cláudio Fernando Lopes Silva; Anotador – Patrícia Machado
Saldanha; Cronometrista – Juliana de Souza Abreu; 5º Árbitro – Sérgio Costa de
Oliveira.
» Equipa completa do Botafogo na 2ª decisão
da final: Pedro Morais, André Perrone, Ezequiel Silva, Victor Oliveira, Matheus Lessa, João Marques, Caio Tupper, Matheus Xavier, Pedro Rodrigues, Brenno Silva, Wenderson Ferreira, Leonardo Peixoto, Nicholas Gama e Carlos Gonçalves. Técnico: Bruno Lima. Preparador Físico: Márcio Lopes.
Síntese: 18 jogos, 14 vitórias, 2 empates e 2
derrotas; 92 gols a favor e 36 gols contra. A média de gols por partida atingiu
o placar fantástico de 5x2.
Pesquisa de Rui Moura (blogue Mundo Botafogo);
fonte: sítio oficial da Federação de Futsal do Rio de Janeiro
sábado, 29 de junho de 2013
O futebol do Botafogo
[Nota preliminar do Mundo Botafogo: O
artigo que se segue constitui o contributo de André Ribeiro na Literatura na
Arquibancada – ver a ligação à publicação original no final do artigo – para a
divulgação do livro ‘O futebol do Botafogo (1951-1960)’, Carlos Vilarinho]
Um ‘mergulho’ na história do Botafogo.
Diferente dos livros dedicados a contar a história de um clube, “O futebol do
Botafogo” é, segundo o próprio autor, Carlos Vilarinho, uma “obra de reflexão e
de combate”. Vilarinho vai fundo em sua pesquisa, passando por diversos períodos
históricos do clube alvinegro: “Meu livro, ao contrário da maioria esmagadora
das obras sobre clubes de futebol, não promove a glorificação de quem quer que
seja. Situa as pessoas como elas agiram diante de fatos concretos,
perfeitamente verificáveis através do simples acesso às coleções de jornais.
Meu livro é engajado, não resta dúvida. Mas não foge à realidade, por mais dura
que seja para o Botafogo. Uma fonte de consulta permanente para jornalistas e
escritores. E para torcedores, dirigentes e atletas do Botafogo”, define
Vilarinho.
Serão oito volumes. A primeira edição
compreende o período entre 1951 e 1960, mas há explicação para isso também e
que você encontrará logo abaixo, na sinopse da obra. O próximo volume, que
trata do período 1961-1965, já está pronto e será lançado em 2014. O terceiro
volume (1966-1970), também já está sendo finalizado.
Sinopse:
“O FUTEBOL DO BOTAFOGO – 1951-1960, de autoria de Carlos Ferreira Vilarinho, aborda um decênio da história do
futebol do GLORIOSO (título conferido ao BOTAFOGO, após a conquista invicta do
campeonato carioca de 1910). Iniciado em outubro de 2009, com informações
recolhidas desde outubro de 2001, o livro foi revisto e finalizado pelo autor
em fevereiro de 2013. Há uma explicação para a escolha do período. Do período
anterior (1904-1950) já cuidou o inesquecível dirigente alvinegro Alceu Mendes
de Oliveira Castro. Um craque na comunicação social, dedicado colecionador,
Oliveira Castro (1906-1962), sem sombra de dúvida, é o pai da memorialística
botafoguense.
Na opinião de Carlos Vilarinho, os Anos
50, principalmente sua primeira metade, foram subestimados pela maioria dos
escritores que trataram da trajetória do BOTAFOGO, induzindo as novas gerações
a crer que se trata de um período de estagnação. Nada mais falso. Nos Anos 50,
o BOTAFOGO foi dirigido pela geração que o vinha conduzindo, com amor
extremado, desde os Anos 20. Uma geração provada na luta intransigente em
defesa do Clube, nos bons e maus momentos.
Para o autor, a tarefa de contar a
História do BOTAFOGO exige
rigorosa fidelidade aos fatos. Mas honestidade intelectual não se confunde com
neutralidade, muito pelo contrário. O FUTEBOL
DO BOTAFOGO – 1951-1960 é um livro engajado, mas que
não foge à realidade, expondo os dramas e alegrias do GLORIOSO.
Botafogo de 1955 (foto)
Por vários motivos, o BOTAFOGO não pode
ser explicado apenas com o recurso às ciências sociais. Não é propósito de
Carlos Vilarinho investigar que outras fontes forneceriam a chave para a
compreensão do destino do GLORIOSO, mas assinala que os mortos (ou melhor, a
memória de sua passagem pela Terra) exercem sobre o alvinegro uma notável
influência, preservando a sua identidade de “Patinho Feio”. “Sem a proteção dos
seus mitos, que se confundem com sua ideologia humanista, elaborada nos seus
primeiros trinta de vida, o BOTAFOGO já teria desaparecido” – assegura o autor.
As novas gerações devem estudar (e
velar) o passado do BOTAFOGO para
fazer respeitado o seu nome
glorioso, agora e no futuro, e melhor
defendê-lo, sem repouso, contra quem quer que seja. Como cantou o poeta Octacílio Gomes, autor da letra
do Hino GLORIOSO.
O FUTEBOL DO BOTAFOGO – 1951-1960, fundamentado em exaustiva pesquisa, se constitui em fonte segura para o
conhecimento das lutas, reveses e triunfos do GLORIOSO, e ao mesmo tempo,
fornece sólidos argumentos para a defesa das suas cores, na abordagem do passado
e na luta presente contra seus adversários, dentro e fora das quatro linhas”.
Literatura na Arquibancada destaca
abaixo um trecho da obra, escolhido pelo próprio Vilarinho. Entre tantas
histórias recuperadas nos dez capítulos ele destaca a passagem a respeito de um
tema importante na “identidade” do botafoguense: o hino do “Glorioso”, como é
conhecido o Botafogo. Os fatos relatados ocorreram entre 18 de setembro e 2 de
outubro de 1956.
O HINO ERA OUTRO
por Carlos Vilarinho
Botafogo de
1956 (foto)
Na terça-feira, toda a direção do
futebol se reuniu com Zezé. Adhemar Bebianno renunciou, mas recuou diante da
disposição de Paulo Azeredo de convocar o Conselho Deliberativo para escolher
um novo presidente. Na reunião de quarta-feira, informado de que, no Maracanã,
fora acusado diretamente pelos maus resultados, Bebianno entregou
definitivamente o cargo. Solidários com ele, Beaklini, Estellita e Saldanha
decidiram ficar só até o jogo do domingo.
Zezé sabia que as ondas contra o
Botafogo tinham origem na guerra particular contra ele. Então, o melhor a fazer
era ir embora. Na quinta-feira, Armando Nogueira (Diário Carioca)
saboreou a derrota do seu inimigo: “Crise por quê? Ninguém consegue entender o
Botafogo. A licença de Zezé Moreira e a renúncia de Adhemar Bebianno não têm
sentido”.
No mesmo dia, Geninho, que acabara de
obter o diploma de treinador. Assinou contrato na quinta-feira e assumiu o
cargo. Os aspirantes foram entregues a Paulo Amaral.
Na noite de sexta-feira, os jogadores,
com Geninho e Paulo Amaral à frente, foram até a residência de Bebianno,
convencendo-o a comparecer ao jogo de domingo, no Caio Martins. Bebianno foi
reconhecido pela massa e ovacionado. E o Botafogo descontou tudo no Canto do
Rio. Logo na saída de bola (30 segundos), o médio direito Ari, pressionado,
atrasa do meio de campo e Pedro deixa o couro passar entre as pernas: 1x0. Aos
9, Alarcón recebe de Didi e lança para Garrincha ampliar de sem-pulo: 2x0. Na
segunda etapa, Alarcón encobre o goleiro, mas o centro-médio Betinho salva em
cima da linha. Com a mão! Didi põe na marca e amplia: 3x0. João Carlos é
derrubado por Betinho. Na área! Didi, ao contrário de tantos cobradores neste
campeonato, não desperdiça: 4x0.
Adhemar Bebiano (foto)
No vestiário, a vitória foi dedicada a Bebianno.
Mantendo a pressão, no dia seguinte, uma comissão liderada por Paulo Azeredo e
Luiz Aranha foi até a sua residência. Ele reassumiu na terça-feira. Justamente
na semana rubro-negra.
Rolou a pelota na tarde de sábado. O
Botafogo parece indeciso. A partir dos 10 minutos, o Flamengo exerce terrível
pressão, atirando duas bolas muito próximas às traves de Amaury, mas
rigorosamente, sem merecer a abertura do placar. O Botafogo suporta bem a
sucessão de cargas, tanto que Amaury não pratica nenhuma defesa difícil. Então,
aos 33, recebendo de Didi, Bauer inicia o contra-ataque. Lança Hélio, que
atrasa para Didi. Didi amacia no peito e serve magistralmente a Paulinho, que
arremata. Chamorro toca no couro, mas permite que ele passe sob o corpo e entre
no seu canto esquerdo: 1x0. Bauer e Didi tomam conta da meia-cancha. O Botafogo
equilibra e passa a levar o pânico à defesa rubro-negra. Paulinho, lançado por
Garrincha, perde uma chance de ouro. O Flamengo responde perigosamente, mas a
defesa alvinegra está uma rocha.
Na segunda fase, o Botafogo ataca contra
o gol à esquerda das cabines de rádio. Logo aos 2 minutos, Paulinho parte em
velocidade pela direita e só quando domina o couro, o bandeirinha Pedro Vilas
Boas acusa um off-side. Insatisfeito com seus erros anteriores, Mário
Vianna fixa-se justamente nessa faixa do campo. Está em boa posição e manda o
jogo seguir. A defesa para. Paulinho cruza do fundo e Alarcón, vindo na
corrida, balança a roseira: 2x0. Uma testada espetacular! Em seguida, Alarcón
perde o terceiro, com Chamorro batido. Uma linda bicicleta de Paulinho raspa o
poste. Aos 12, para proteger o gol do disparo à queima-roupa de Paulinho, Thomé
atira-se de carrinho sobre a bola e cai sobre o braço esquerdo, fraturando o
úmero. Orlando Maia vai para o miolo e Garrincha passa a jogar de lateral. O
Flamengo então afrouxa a marcação sobre Paulinho e Alarcón e se manda para o
ataque. Amaury pratica defesas de vulto, secundado por Orlando Maia, um leão.
Aos 17, Bauer faz sensacional jogada e entrega a Garrincha, que passa por
Jordan e estica para Alarcón. Sai Chamorro até a risca da grande área.
Perseguido por Pavão, Alarcón penetra, dribla o goleiro e empurra mansamente
para o canto esquerdo, apesar do esforço de Pavão: 3x0. Golaço! Aos 19,
Paulinho vai marcar quando é agarrado por Chamorro. Pênalti! Didi cobra com um
tiro forte, no canto direito alto: 4x0. O Botafogo passa a andar em campo.
Garrincha, Orlando Maia e Nilton Santos trocam passes sem pressa, uma, duas,
três, quatro vezes. E daí para Amaury. Olééé! Aos 37, Hélio corre pela ponta e
atira rasteiro. Chamorro salta para agarrar, mas Pavão se antecipa e o encobre.
A bola toma o caminho do gol. Vem Paulinho e balança a roseira: 5x0. Do ataque
até Amaury. Olééé! Paulinho perde o sexto, cara a cara com Chamorro, chutando
por cima. Garrincha para Nilton Santos. Santos para Bauer. Bauer para
Garrincha. Garrincha para Nilton Santos. Santos para Amaury. Olééé! O Botafogo
lavou a alma.
Zagalo prometeu vingança: “Ele
[Garrincha] driblou demais, tentando me desmoralizar. Penso como Duca e
Paulinho: que devemos tirar uma desforra no returno”.
No vestiário, aos prantos, Geninho
caminhava de um lado para o outro. Após o apito final, ele subiu e ficou à
espera dos jogadores, cumprimentando-os um a um: “Muito obrigado”. Adhemar
Bebianno refugiou-se num canto do vestiário e desabafou: “Meu Deus, eu não pedi
tanto”.
No domingo, Armando Nogueira lançou o
veneno: “Contra o Hino do Botafogo - No vestiário estranhou-se que
não tivesse tocado o hino do Botafogo nos alto-falantes do Maracanã: Arno Frank
explicou que a ADEM recebeu, há algum tempo, um apelo do presidente Paulo
Azeredo, no sentido de que não fizessem tocar o disco, pois o Botafogo, por
seus homens mais representativos, entende que a marcha de Lamartine não exalta
na medida ideal as glórias alvinegras. Aliás, dessa opinião era o querido e
saudoso Nelson Cintra, que implicava com aquela história de ‘campeão de 1910’
(como se o Botafogo não tivesse outros títulos mais recentes)”.
O tal “hino” (junto com outros nove)
fora lançado por Lamartine Babo, Yara Salles e Héber de Bôscoli (o Trio de
Osso) num show de homenagem ao Flamengo (“Até Breve, Rio”), no Teatro João
Caetano, em 10/01/1944.
Acontece que o Hino do Botafogo era
outro, criação dos botafoguenses Eduardo Souto (música) - o maior compositor
popular de sua geração - e Octacílio Gomes (letra). (link para letra do
hino http://www.bfr.com.br/oclube/hino.asp )No ano de 1921, um grupo de apaixonadas torcedoras quis presentear o
Botafogo com uma rica bandeira de seda: senhorita Lúcia Monteiro (madrinha) e
senhoras Antenor Las Casas, Bernardino de Carvalho, Francisco Guimarães Romano
e Oldemar Murtinho (alvinegros de primeira linha). Em 29 de junho, General
Severiano lotou. A jovem Lygia Raposo Murtinho conduziu o pavilhão. Seguiram-se
a benção do Monsenhor Castorelli e os discursos de Oldemar Murtinho, Miguel de
Pino Machado (padrinho) e Renato Pacheco (presidente do Botafogo). Uma comissão
de alunos do Colégio Botafogo formou a Guarda de Honra para o ato de
hasteamento. Neste momento, o “GLORIOSO” fez sua estreia oficial, executado por
coro de sócios e banda militar regidos por Eduardo Souto. A festa prosseguiu
até as 22 horas: música, dança e Buffet fornecido pela Confeitaria
Colombo.
Em 12 de julho, a imprensa já anunciava
a venda do disco, na Casa Carlos Gomes – Instrumentos de Música (Rua do
Ouvidor, 153), de Eduardo Souto.
A primeira audição do “GLORIOSO”, fora
do Botafogo, ocorreu no Trianon (Rua Treze de Maio), centro das atividades
artísticas da Capital. Oduvaldo Vianna vinha de arrendar o famoso teatro,
dando-lhe uma nova fisionomia (inclusão do cinema). Surgiu o “Movimento
Trianon”. Em 29 de julho, o Hino foi apresentado ao grande público. Os ingressos
esgotaram. A direção do Programa coube ao jovem Lyra Tavares (20 anos), com
especial participação de Francisco G. Romano, fazendo caricaturas no palco.
Romano (seu nome de guerra) fazia então muito sucesso na Dom Quixote (revista
de sátira política). A interpretação do “GLORIOSO” coube à atriz Abigail Maia
(botafoguense), grande estrela de seu tempo.
https://www.youtube.com/watch?v=n9eubiXerB8 (link para o hino)
O “GLORIOSO” era cantado em todas as
ocasiões: jogos, bailes, solenidades, etc. No carnaval de 1922, por exemplo, no
salão de Wenceslau Braz, com a massa em polvorosa, foi ele que encerrou o
concurso de fantasias. Entretanto, em 1950, a marcha de Lamartine Babo foi
gravada em disco, caindo rapidamente no gosto do público mais jovem com a ajuda
poderosa do Rádio. O Botafogo reagiu. Em 16/03/1955, Armando Nogueira fez o
registro, mantendo-se à distância: “Não é o Hino – Um grupo de
associados do Botafogo articula um movimento para levar o clube a reagir contra
a difusão da marcha ‘Botafogo, Botafogo, campeão de 1910’, da autoria de
Lamartine Babo. Recusam-se os alvinegros a aceitá-la como o hino do Botafogo”.
Armando sabia perfeitamente que a recusa tinha fundamento, pois “o Hino
era outro”.
Voltemos a 1956. Na segunda-feira, 1º de
outubro, Nelson Eduardo Souto (filho de Eduardo Souto) escreveu uma carta ao
Botafogo: “Só nos resta fazer o que agora fazemos: oferecer ao Botafogo uma
gravação do seu verdadeiro Hino. Creio que essa gravação está de acordo com a
atitude da Diretoria, pois musicalmente será feita com o que de melhor existe.
Radamés Gnattali fará a orquestração. A orquestra e o coro da Rádio Nacional se
incumbirão da execução. O disco, assim que tivermos em mãos, entregaremos ao
Sr. Paulo Azeredo”. Na quarta-feira, o (genial) botafoguense Radamés Gnattali
cumpriu a incumbência com enorme prazer.
Na terça-feira, embora não pudesse
ignorar a mobilização alvinegra em torno do resgate do “GLORIOSO”, Armando
Nogueira optou por promover as queixas de Lamartine Babo, feitas na véspera:
“Se falo, na música, no campeonato de 1910, é porque foi esse o fato mais
destacado de toda a História do Botafogo. Reconheço que de lá para cá, o
Botafogo conquistou outras glórias, mas o meu objetivo era ressaltar o
acontecimento mais expressivo, tradicional”.
Sobre o autor:
Carlos Ferreira Vilarinho, 58 anos,
carioca, é bacharel em Comunicação Social pela UFRJ (1978) e em Direito pela
UERJ (2004). É autor de QUEM DERRUBOU JOÃO SALDANHA (2010), denúncia de uma
conspiração política, livro que conquistou, em 2011, o troféu de prata no
Prêmio João Saldanha de Jornalismo Esportivo – categoria literatura – conferido
pela Associação de Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro - ACERJ.
Nas décadas de 1970 e 1980, foi ativo
participante da luta pela derrocada do regime nazista imposto pelo golpe
militar de 1964. Exerceu diversas funções de direção no Sindicato dos Bancários
do Rio de Janeiro (1979-1981). Participou da fundação da CUT – Central Única
dos Trabalhadores (1983), de cuja direção estadual tomou parte (1985). No terreno
da cultura popular, desde 1969, dedica-se à pesquisa da trajetória do Botafogo
de Futebol e Regatas, clube do qual já foi conselheiro (2003-2005).
Sou aposentado. Sempre fui bancário
(Banerj e Banco do Brasil) por opção. Jamais desejei ser jornalista porque
morreria de fome, não seguiria as pautas e seria sempre demitido. Exerci a
função de redator somente na imprensa sindical e em algumas publicações
clandestinas (por motivos óbvios). Só escrevo por prazer e por dever de
consciência.
Serviço:
O livro (edição do autor) pode ser
encontrado (pela internet) nas Livrarias Saraiva, Travessa, Siciliano e Folha
Seca. Também pode ser adquirido nas Lojas Oficiais do Botafogo, pessoalmente ou
pela internet. No Botafogo, o livro está sendo vendido a R$49,90. Nas demais
livrarias, a R$38,00.
sexta-feira, 28 de junho de 2013
Um dia de 1924…
Dia 29 de junho de 1924, Botafogo x Flamengo.
O Botafogo obtivera três vitórias sucessivas, mas os cariocas ainda não estavam
convencidos, pois o Flamengo era dado como favorito.
O dito favorito iniciou a partida atacando
insistentemente, mas a defesa do Glorioso suportou bem os ataques, assim como
o goleiro Baby. Depois, comandado por Alfredinho, o Botafogo tornou a exibir um
futebol estonteante que desarmou completamente o Flamengo.
Porém, o jogo mantinha-se zero a zero, até
que “nos últimos 21 minutos [da 1ª parte], ante geral estupôr, cinco
indefensáveis bolas foram dormir nas redes de Amaro, impulsionadas por Orlando,
com violento tiro enviezado de fora da área; Jolibel com incrível cabeçada;
Néco com tremenda marreta e Orlando por mais duas vezes.Estavafindo o 1º tempo
com o placar de 5x0” (Castro, 1951: 243).
No 2º tempo o Botafogo limitou-se a gerir a
goleada de 5x0 e não houve mais alterações no marcador.
Todos jogaram bem e terminaram a partida
felizes. Em 1927, falando a ‘O Sport’ sobre a maior emoção experimentada na sua
vida de futebolista, Alemão respondeu assim: “Foi quando o Botafogo derrotou o
Flamengo por 5x0, em 1924.Nesse dia eu fui, modéstia à parte, uma das grandes
figuras do gramado. Baby acompanhou-me também na magestosa façanha, para a
esplêndida vitória.Jogamos como gente grande, meu caro redator. Essa vitória
deve ser mais encarecida, porquanto se sabe que naquela época, o team do
Glorioso estava muito aquém do bando rubro-negro”.
O Botafogo alinhou com Baby, Couto e Alemão;
Jerônimo, Alfredinho e Lagreaca; Leite, Nequinho, Jolibel, Orlando e
Claudionor.
[Nota de Carlos
Vilarinho, historiador do Botafogo: O atleta Jerônimo, do Botafogo, tornou-se
no brigadeiro Jerônimo Bastos, que mais tarde representou a Confederação
Brasileira de Desportos (extinta) aos Jogos Olímpicos de Roma, Tóquio e México.
Em 1970 também chefiou a delegação brasileira à Copa do Mundo. Foi presidente
do Conselho Nacional dos Desportos e vice-presidente do Comitê Olímpico
Brasileiro. Faleceu a 24 de junho de 1987, aos 84 anos, no Rio de Janeiro.]
Pesquisa de Rui
Moura (blogue Mundo Botafogo); fontes: Alceu Mendes de Oliveira Castro: O Futebol no Botafogo (1904-1950), Rio de Janeiro, 1951; ‘O Sport’
(1927).
quinta-feira, 27 de junho de 2013
O Bar da Eva
O Bar da Eva, situado no bairro do
Grajaú, foi inaugurado a 26 de Setembro de 2012. O estabelecimento tem o futebol
como tema tanto no cardápio quanto na decoração do ambiente, com quadros de
jogadores famosos.
Os petiscos também são ‘batizados’ em
homenagem a estrelas do futebol nacional e internacional como o sanduíche Pelé, Ghiggia, Beckenbauer,
entre tantos outros.
A casa não
tem foco somente em um tipo de tira-gosto, mas também sanduíches, porções
variadas e batidas de
diversos sabores. Para beber, a dica são os drinques
de sabores variados, e Mané Garrincha é o mote para se beber com moderação.
Os últimos eventos botafoguenses
homenagearam Amarildo, Mané Garrincha, Nílson e Afonsinho.
Em abril, Amarildo, o ‘Possesso’,
assistiu no Bar da Eva à passagem do jogo Brasil x Espanha da Copa do Mundo de
1962, quando substituiu Pelé e marcou dois gols.
Em maio o Bar da Eva teve uma noite
de autógrafos de Gerson Suares, enteado de Garrincha, que lançou o livro ‘De
pernas para o ar – minhas memórias com Garrincha’.
No passado dia 11 de Junho, os
ex-craques botafoguenses Nílson e Afonsinho foram as Estrelas do Bar da Eva.
Veja a ficha completa do estabelecimento:
Endereço: Rua Mearim, 110 – Grajaú – Rio de
Janeiro – RJ.
Telefone: (21) 3647-9125 / (21) 3647-9126.
Culinária: Brasileira.
Tipo: Botequim.
Especialidades: Petiscos e drinques.
Faixa de preço: 15 a 40 R$.
Horário de funcionamento: Terça a domingo, das 17h às 2h.
Pesquisa
de Rui Moura (blogue Mundo Botafogo)
quarta-feira, 26 de junho de 2013
Voz de Tostão
“Hoje, o que mais existe no Brasil, do meio para a frente, são jogadores
velozes, que correm demais com a bola e que trocam poucos passes.” – Tostão, ex-jogador de futebol da
Seleção Brasileira.
Nota de Mundo
Botafogo: – Ah… Didi! Que saudades tenho de ti!
1994: Taça Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (Rio de Janeiro)
O Botafogo foi agraciado com a Taça Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos (Rio de Janeiro), no dia 20 de março de 1994, no Rio de Janeiro, em empate
de 1x1 com o Flamengo.
BOTAFOGO 1x1
FLAMENGO
» Gol: Túlio, aos 9’ (Botafogo); Charles
Baiano, aos 48’ (Flamengo)
» Competição: Campeonato Carioca
» Data: 20.03.1994
» Local: Estádio do Maracanã, Rio de
Janeiro
» Público: 38.845
» Renda: Cr$ 141.324.000,00
» Árbitro: Cláudio Vinícius Cerdeira; Assistentes:
Ademir Gomes Crespo e Faiça Abrahão Filho
» Botafogo: Wagner, Eliomar, André
Santos, Wilson Gottardo e Eduardo; Márcio Borges, Roberto Cavalo (Perivaldo),
Grizzo e Sérgio Manoel; Róbson (Clei) e Túlio. Técnico: Dé.
» Flamengo: Gilmar, Charles Guerreiro
(Carlos Alberto Dias, depois Valdeir), Gélson, Rogério e Marcos Adriano;
Fabiano, Boiadeiro, Marquinhos e Nélio; Charles Baiano e Sávio. Técnico: Júnior.
Pesquisa de Pedro Varanda (investigador esportivo e
colaborador do Mundo Botafogo); Fontes: Botafogo FR e Jornal dos Sports
(20 e 21.03.1994)
terça-feira, 25 de junho de 2013
Futebolista, caçador e pescador
por Pedro Motta
Gueiros
excertos de O
Globo
20.01.2013
Despido das convenções sociais, o craque preferia
viver no mato, caçar passarinhos e flechar corações. Ainda na infância, as
onças não o intimidavam, assim como as cobras e as assombrações. Apelidado com
o nome de um pássaro, Garrincha é a própria lenda que vive para sempre na raiz
da serra fluminense.
– “Nunca vi camarada tão sortudo. Era bom na
espingarda, aquela de socar a pólvora com chumbo” - diz Malvino [amigo de
infância], antes de revelar outras habilidades do amigo. – “A gente ia pescar
com bomba de estopim amarrada numa pedra. Tinha que entrar na água para o peixe
vir. Na explosão, subia tudo: cará, mandi. Depois de frito, a gente ia para o
coreto da igreja destrinchar tudo com cachaça”.
De caçador a caça, Garrincha tinha que ser tirado da
mata para entrar em campo nos jogos do Pau Grande, um clube alvinegro e
centenário como o Botafogo. Mesmo reduzido pela construção de muros, o campo
atual, com 113 metros de comprimento por 80 metros de largura, ainda é maior
que o da maioria dos estádios brasileiros. Cercado por montanhas baixas que
pintam de verde um contorno semelhante ao das arquibancadas do Maracanã, o
gramado tem a dimensão da natureza livre e exuberante de Garrincha.
“Ele não tremia, não tinha medo de nada. Podia ter
medo só de onça, que tinha muita nessa mata quando a gente era criança.” –
completa Malvino.
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