Imagem: Satiro Sodré / Divulgação
E
somos líderes, à condição, ex-aequo com o Vitória, pelo menos
até amanhã. É um grande começo obter sete pontos contra candidatos ao título.
Teoricamente Bahia e Ponte Preta são adversários tecnicamente inferiores ao
Botafogo e poderemos terminar bem estas cinco rodadas iniciais.
Antes
de comentar a partida, gostaria de referir um aspecto que me chamou a atenção.
A comissão técnica definiu como objetivo que o Botafogo terminasse as cinco
rodadas no G4. Ora, o estabelecimento de objetivos e metas é fundamental para
controlo da comissão técnica, mas jamais devem ser verbalizados esses objetivos,
pela simples razão que os atletas não precisam e não devem conhecer os objetivos
e as metas, mas entrar em campo, em cada jogo, para vencer. O conhecimento de
objetivos e metas pode fazer com que os atletas se acomodem e percam a
concentração. Por isso, os atletas têm que entrar em campo para ganhar, sempre
para ganhar, e com uma única intenção: vencer!
É
dos livros!
Quanto
à partida vou fazer uma 1ª nota relativamente aos primeiros 6’ de jogo. O
Cruzeiro iniciou a partida fazendo pressão no Botafogo através de marcação cerrada,
mas sem levar qualquer perigo a gol. Quando o Botafogo inaugurou o marcador, o
comentarista teve esta simples ‘pérola’ com um comentário em que eu adivinhei a
tristeza que lhe ia no rosto: – “O Cruzeiro que começou tão bem a partida. O
Botafogo se assustou com o início da partida do Cruzeiro que marcava sob
pressão e não deixava o Botafogo sair.”
Alguém
viu o Botafogo assustado? Ou, antes, um Cruzeiro afobado durante todo o jogo?
Bem,
na verdade a história do jogo começa aos 6’ com três protagonistas: Leandro
Guerreiro – eterno entregador de jogos – entrega uma bola de graça a Vitinho,
que arranca velozmente para a baliza e, como é timbre dele, avançou sozinho e
chutou. O goleiro defendeu e Lodeiro, à boca da baliza, inaugurou o marcador.
Um erro do Cruzeiro: um gol do Botafogo.
A
partida seguiu equilibrada e o Cruzeiro, mercê de forte marcação, roubava muitas
bolas ao Botafogo, terminando o 1º tempo com 11 roubadas contra apenas 1 do
Glorioso. À medida que o jogo foi rolando o Cruzeiro aparecia mais à frente,
embora sem perigo, até que aos 23’ Renan fez uma excelente defesa evitando gol do
Cruzeiro, mas dois minutos depois, com grande dose de azar, um adversário chuta
enviesado da esquerda do ataque, a bola bate num zagueiro, engana Renan, bate
na trave, bate em Renan e entra. Eu diria que Jefferson teria mais reflexos do
que Renan para dar mais um tapa na bola, mas dou o benefício da dúvida ao nosso
goleiro.
Daí
para afrente o Cruzeiro continuou a pressionar sem grande perigo, mas viu-se
claramente a falta que faz Fellype Gabriel. Na verdade, tenho muitas dúvidas
sobre a escalação inicial do Botafogo. Sabemos que o nosso figurino de jogo é a
posse de bola, muitas trocas de passe e aproveitamento dos erros adversários –
e é neles que o nosso time aposta. Então, apesar de eu não gostar de
Andrezinho, creio que o seu modo de jogar se encaixa melhor no figurino do que
o estilo de Vitinho. Vitinho não troca passes e não se adequa ao jogo preferencial
do Botafogo: é carregador de bola, arranca, não dá o passe, tenta driblar tudo
e todos e acaba por perder o esférico. Só uma vez resultou e com a ajuda de um
zagueiro e a sorte de Lodeiro: a jogada do 1º gol.
Em
suma, eu preferiria Andrezinho de início e guardaria Vitinho para a 2ª parte,
partindo com as pernas descansadas para cima da defesa do Cruzeiro já cansada.
Ainda
na 1ª parte foram visíveis diversas coisas: (a) a defesa não sai a jogar desde
que Antônio Carlos regressou; (b) em consequência, o chutão aumentou,
designadamente o de Antônio Carlos; (c) Gabriel falhou muitas interceções; (d)
Seedorf não tem corrida, e quando não está em plena forma os anos pesam nas
pernas; (e) não pressionamos a marcação ao Cruzeiro, não corremos
suficientemente para as interceções e as roubadas de bola do Cruzeiro
sucederam-se.
Apesar
disso, o Botafogo conseguiu alguma contenção de bola por virtude de muitos
passes errados do Cruzeiro e incapacidade de entrar na nossa área, apesar de se
aproximar algumas vezes com perigo.
Na
2ª parte o Cruzeiro iniciou da mesma forma o jogo, adiantando a marcação e
começando a entrar com alguma facilidade na nossa defesa. Durante a 1ª dezena
de minutos o Cruzeiro mostrou querer virar o resultado e a nossa defesa
acantonava-se, sem, contudo, perder o sentido do chute pragmático para a frente
e para os lados, travando in extremis
as investidas do Cruzeiro. E eis que aos 11’ um jogador do Cruzeiro comete um
erro de palmatória: eleva a perna excessiva e perigosamente e o árbitro
assinala a grande penalidade. Lodeiro na cobrança faz o chute de segurança: a
meio da baliza. Botafogo 2x1 no erro do Cruzeiro.
A
sorte bafejou-nos e o jogo mudou de figura: após o 2º gol o Botafogo domina a
partida, gerindo o resultado e esperando pacientemente um 3º erro do Cruzeiro.
O clube mineiro acumulou, então, um número elevado de faltas, travando os
nossos atletas a qualquer custo.
O
Cruzeiro faz as três substituições à procura de empatar, mas nada se altera e
acaba por tomar novo susto com uma bola do Botafogo no travessão. Assustado
desde o 2º gol botafoguense, o Cruzeiro desorganizou-se completamente e só por
uma vez conseguiu entrar na área, levando perigo à baliza com uma bola no
poste, que sobrou para Renan.
Daí
para afrente o Botafogo geriu a partida à sua vontade, não permitiu mais
nenhuma ameaça e desgastou severamente o Cruzeiro, mostrando segurança e
categoria na dosagem das jogadas. Seedorf segurava bem a bola, Lodeiro também,
e mais tarde entrou Renato para cadenciar ainda mais o jogo.
Se
algum gol ainda surgisse, certamente seria do Botafogo, talvez numa das
arrancadas de Vitinho, que tinha as pernas ainda em forma. Mas ele dribla tanto
que acaba quase sempre num grande vazio, mostrando ser atleta apenas para a 2ª
parte enquanto não aprender a jogar coletivamente.
Creio
que Oswaldo Oliveira também começou a errar menos, embora duvide de algumas
escalações que faz e, sobretudo, dos tempos de substituição, que me parecem
algo tardios, especialmente quanto à entrada de Renato no lugar de um Seedorf já
sem fôlego.
Quanto
a Rafael Marques, eu esperava mais um gol dele. Não o fez, mas jogou bem
coletivamente, oferecendo de bandeja um gol que foi desperdiçado.
Renan
não comprometeu, mas Jefferson é o craque. Dória e Fellype Gabriel fizeram
muita faltam, especialmente o segundo.
Entretanto,
Elias e Alezx estarão à disposição de Oswaldo. Poderá ser positivo a sua
chegada, mas espero que não entrem com
vontade de fazer gols à força e não trabalharem para o coletivo. Se respeitarem
o figurino de jogo podem ser úteis na frente de ataque.
Considero
que houve mais uma arbitragem acertada.
E
vão 19 jogos de invencibilidade. Se não houver nenhum cataclismo com a
diretoria a vender o nosso património futebolístico, Bahia e Ponte Preta bem
podem começar a tremer.
FICHA TÉCNICA
Botafogo
2x1 Cruzeiro
» Gols:
Lodeiro 6' e 56’ (pen) (Botafogo); Anselmo Ramon 25' (Cruzeiro)
» Competição: Campeonato Carioca
» Local:
Estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda (RJ)
» Data: 01.06.2013
» Público: 2.685
pagantes
» Renda: R$
89.875,00
» Árbitro:
Wilton Pereira Sampaio (GO); Auxiliares:
Evandro Gomes Ferreira (GO) e Márcio Soares Maciel (GO)
» Disciplina:
cartão amarelo – Renan (79')
Marcelo Mattos (81') e Lucas (90'+2) (Botafogo); Bruno Rodrigo (33') e Leandro
Guerreiro (43')
» Botafogo:
Renan; Lucas, Bolívar, Antônio Carlos e Júlio César; Marcelo Mattos, Gabriel
(Lucas Zen, 90'+2), Lodeiro (Renato, 84'), Seedorf (André Bahia, 88'), Vitinho;
Rafael Marques. Técnico: Oswaldo de Oliveira.
» Cruzeiro: Fábio; Ceará, Bruno Rodrigo, Dedé e Egídio; Leandro Guerreiro (Lucas Silva, intervalo), Nilton, Éverto Ribeiro (Ricardo Goulart, 72') e Diego Souza; Dagoberto (Luan 65') e Anselmo Ramon. Técnico: Marcelo Oliveira.
. » Cruzeiro: Fábio; Ceará, Bruno Rodrigo, Dedé e Egídio; Leandro Guerreiro (Lucas Silva, intervalo), Nilton, Éverto Ribeiro (Ricardo Goulart, 72') e Diego Souza; Dagoberto (Luan 65') e Anselmo Ramon. Técnico: Marcelo Oliveira.
20 comentários:
Como podemos ver, o botafogo não vem atropelando os adversários... vem jogando simples, com certa "burocracia", mas também com eficiência, aproveitando as oportunidades criadas. Vem contando com um pouco sorte (de campeão?) e com nossos bons goleiros.
O problema é o sufoco das segundas etapas. Isso é até certo ponto aceitável quando se joga contra campeão e vice paulistas e vice mineiro.
Acredito que jogar contra times menores (bahia...) também pode ser um bom parâmetro, pois espera-se que nestes casos, consigamos vencer com mais facilidade e sobras, sem sufoco. Um time campeão não passa sufoco o ano todo, até porque o sufoco traz um desgaste físico e emocional muito grandes, incompatíveis com um campeonato longo como este. Ainda mais quando se joga um mata-mata simultaneamente.
Por falar nisso, tava dando uma passada na serie b... é bom ficar de olho no figueira: bateu o sport e o américa-MG (que hoje ganhou do palmeiras).
SA
Flaviano Mendes
Flaviano, é certo que o Cruzeiro pressionou durante algum tempo, mas não me pareceu que o Botafogo estivesse no sufoco. Como diz - e bem, na minha opinião - não atropelamos, mantemos a serenidade, esperamos as falhas que acontecem com todas as equipas devido à fragilidade futebolística das equipas brasileiras e marcamos em cima dessas falhas.
Dá-me ideia que ao fim de tanto tempo, o treinador conseguiu impor algum do seu futebol ajaponesado: paciente, persistente e atento às falhas adversárias.
Mas concordo que devemos entrar melhor nos jogos para podermos marcar na 1ª parte e descansar na 2ª, gerindo o jogo como me parece que sabemos.
Quanto ao Figueirense sou da mesma opinião: todo o cuidado é pouco.
Penso que Bahia e Ponte Preta são bons para vermos como é que a equipa se comporta em jogos onde tem que tomar a iniciativa. Defender bem sabemos, resta saber se conseguimos consistência no ataque. E se Elias e ou Alex nos trazem mais valias.
Abraços Gloriosos!
ais uma boa partida do Botafogo, com alguns momentos claudicantes, mas muito bem no geral. Excelente jogo do Lodeiro e o Fellype Gabriel fez mesmo falta. Azar do Renan no gol estúpido que levou do cruzeirinho, mas fez boas defesas.
E Oswaldo foi esperto, ao dosar as substituições.
Sobre o comentarista: Roger jogou no Cruzeiro, por isto viu um jogo diferente do da maioria.
Abraços
Quando falo em sufoco, me refiro por exemplo àquela bola na trave que o cruzeiro colocou aos 33' da segunda etapa. Um empate ali, poderia significar uma derrota psicológica ou até mesmo chegar a uma derrota literal se uma possível motivação dos mineiros para os quase 20min restantes terminasse em gol.
Com certeza vejo um time paciente, equilibrado e sábio...
Gostei muito do rafael marques, ele vai ajudar muito nessa empreitada... mas é uma pena não termos aporte para um matador consagrado e experiente.
SA
Aurélio, depois de publicar os comentários ao jogo fui ler outros comentários, e há botafoguenses que acham que o Botafogo não jogou nada!!!
Inacreditável!!!
Nós jogamos com a eficiência do costume. O treinador sabe que não temos um plantel suficientemente robusto para o Brasileirão e, como diz o Flaviano, joga com um misto de eficiência e burocracia. E aposta nos erros adversários- com o que eu concordo inteiramente!
No geral fomos bem, em minha opinião. Mesmo sem o coringão F. Gabriel. Renan ainda conseguiu aproximar-se de Jefferson, mas de Fellype Gabriel ninguém se consegue aproximar. É único no sistema do Botafogo.
Abraços Gloriosos!
Sim, eu percebo, Flaviano, mas isso são contingências de qualquer jogo. A sorte e o azar existem realmente. Antes da bola deles bater na trave poderíamos ter matado o jogo se a nossa bola não fosse à... trave! Visto do lado do torcedor cruzeirense, ele pensa o mesmo relativamente aos sufocos que o cruzeiro sifreu em diversas ocasiões. E sem falar que além de um gol de muita sorte e uma bola na trave, não tiveram mais chances, enquanto nós desfrutamos de cinco oportunidades claras. Quer dizer: jogamos no erro deles, e eles não jogaram no nosso erro.
Pois, bom definidor não teremos. Por isso o 4-2-3-1 do Oswaldo com R. Marques a ir buscar bolas e a atacarem, os laterais a subir e o meio campo avançado a entrar nos buracos da defesa parece-me uma coisa acertada.
Veremos se Alex e ou o Elias poderão acrescentar mais valias ao ataque.
Eu estou contente com o rendimento da equipa. Como o Flaviano diz - e bem - o time é paciente, equilibrado e, sobretudo, sábio. Não embarcam em oba-oba e já vão no 19º jogo invencíveis. Sem esquecer que ganhamos quase todos os clássicos. E se não passamos pelo Flamengo na nossa única derrota creio que ainda se deveu ao complexo que ainda temos com o tri roubado em 2007-08-09.
Abraços Gloriosos!
E Vitinho continua com a mania de não passar a bola, às vezes..
Exatamente, Aurélio. Por isso acho que não deve entrar a titular. Apesar de não gostar do Andrezinho, ele adapta-se melhor ao nosso modelo de jogo do que o Vitinho. Acho que o Vitinho é, por enquanto jogador de reserva, a entrar quando for necessário desbaratar a defesa adversária já meio cansada.
Lembra-se que o Caio resolvia jogos e quando entrou a titular não rendeu? O mesmo com Vitinho. As precipitações nunca são boas conselheiras.
Abraços Gloriosos!
Tem razão, Rui. É a burocracia a que me refiro. É que como autêntico botafoguense tenho uma qualidade-defeito mui ingrata: sou pessimista. A lembrar a máxima desse ponto de vista é que quando eu penso no pior, o que vier é sempre lucro. (Risos). Apesar de pessimista, quero ancorar minhas análises em um time campeão de brasileiro no estilo campeão carioca 2013... e isso é inviável não é mesmo?
Nascido como torcedor no final da década de 90, não pude desfrutar plenamente das alegrias que esta época nos proporcionou. Minhas primeiras memórias lúcidas são já da "Juventude-RS". Cresci um botafoguense meio cascudo, escaldado, "degolado", "tri-pudiado", "encucado", sufocado... Mas Loco Abreu e Seedorf tem colocado um facho de luz nesse meu botafoguismo desconfiado.
Pois bem, realmente o botafogo foi superior, soube aproveitar os erros do cruzeiro e, se eles erraram a este ponto e nós acertamos com isto, é porque eles mereciam perder e nós vencer!
SA
Flaviano, esse pessimismo - que ao mesmo tempo acredita - faz parte do nosso DNA. Foi assim desde sempre, ou talvez desde 1907 quando o Fluminense inaugurou o 'tapetão'. E é, no fundo, a nossa forma de minorar as desilusões. Conheço isso muito bem, porque o meu pai é assim.
No entanto, parecendo pessimista, fatalista e etc., nós acreditamos. Acreditamos sempre que a Estrela há-de brilhar e que o céu será nosso. Mas chegaremos lá duvidando. Sempre.
Ontem, por exemplo, não tivemos uma atuação esmagadora, mas ontem não estavamos disputando o campeonato carioca, não estavamos enfrentando o Vasco da Gama pelo Brasileirão, não tínhamos Fellype Gabriel e praticamente não tivemos Seedorf. E tínhamos, pela frente, um Cruzeiro forte e candidato ao título.
Eles não nos deixaram jogar durante certos períodos de tempo, mas acaso deixamo-los jogar? Muito pouco. Em dois períodos (1ª e 2ª parte) o Cruzeiro jogou bem, mas não teve continuidade. Rondaram muito a área, entraram poucas vezes e a posse de bola era inócua. Jogavam próximo da nossa baliza, mas quantas oportunidades tiveram? Duas. E nós? 4 ou 5.
E, repare, o gol deles foi um gol bate-que-bate. Bateu em todo o lado antes de entrar. Como se diz em português europeu, foi um 'chouriça'. Isto é, na área e próximo da área não tivemos grandes falhas, e quenado tínhamos havia sempre um jogador a fazer a dobra. Portanmto, não erramos. Eles erraram duas vezes. Muito do futebol de hoje faz-se dos erros dos outros, das bolas paradas, isto é, ganha-se nos 'detalhes'. Nós ganhamos nos detalhes ontem: dois erros deles, dois gols nossos; um de bola parada - grande penalidade.
Ademais, o Manchester United, o Real, o Barça, nem sempre jogam bem quando ganham, e sentem a falta do Rooney, do CR7, do Messi. E jogam menos. E têm um plantel e reservas muitíssimo superiores aos nossos. E sem salários agrasados nem Estádio interditado.
Pedir ao supercampeão carioca que faça mais de 7 pontos contra Corinthians, Santos e Cruzeiro, é muita exigência. Especialmente tendo a equipa que temos, em que os reservas são atletas como Antônio Carlos, Bruno Mendes, Andrezinho, Lucas Zen...
É a minha opinião, Flaviano.
Abraços Gloriosos!
Muito pertinente. Esta é mesmo a análise mais sóbria. Assino embaixo.
É também por essas coisas, por ter a oportunidade de interagir com pessoas deste elevado nível, por ter o privilégio de aprender futebol com você, Rui, que tenho orgulho de ser botafoguense.
Torcedores de times comuns jamais entenderão!
SA
Flaviano, o Botafogo foi sempre o clube carioca das pessoas que querem aprender, que querem saber, que querem escrutinar os segredos do Universo e não se limitam a viver Nele.
Por isso somos os mais cépticos, os mais desconfiados, aqueles que antevêm que para lá da cortina é que está a verdade, a essência de todas as coisas.
Não somos 'maria vai com as outras', como os cathartiformes, não somos os que jogam 'debaixo da mesa', como os floriformes, mas também não somos um clube da zona norte do Rio, onde os intelectuais escasseiam. Ao Botafogo confluiram sempre os intelectuais, aqueles cujo ângulo de observação acrescenta algo mais àquilo que já foi observado milhares de vezes por outros.
Temos orgulho em nós mesmos enquanto botafoguenses porque sabemos que cada um de nós está acima do comum dos torcedores.
Sem desmerecer no paixão de outros torcedores pelos seus times, ser Botafogo é uma sensação muito especial, de muita liberdade, de muita crítica, mas de uma paixão tremenda.
Pablo Neruda era Botafogo. Fernando Pessoa era Botafogo. Quem não acredita é porque também não acredita que Olavo Bilac, Vinícius de Moraes, Augusto Frederico Schmidt e mais uma quantidade de craques do saber eram botafoguenses.
Eu só podia ser Botafogo. E pessoas como os leitores que frequentam este blogue, cujo nível educacional e formativo será, provavelmente, o mais elevado dos leitores de blogues desportivos, confrontados pela 1ª vez com o Botafogo, não tiveram dúvidas: sabiam, com o conhecimento que vem dos confins do Universo, que estavam perante a sua entidade gémea e viraram botafoguenses na hora.
Mas isso... torcedores de times comuns jamais entenderão! (rs)
Abraços Gloriosos!
Eu achei Antônio Carlos bem ontem.
Até agora, não comprometeu.
Concordo que não foi mau de todo, Aurélio. À parte algumas falhas, das quais conseguiu recuperar devido a uma persistência que não era comum nele (como faz bem o banco...), não comprometeu. Todavia, não sabe sair com a bola nem dá-la em boas condições aos companheiros. Faz chutão. Ontem como sempre. E isso não é o jogo do Botafogo, que gosta de sair com a bola e de forçar o erro do adversário para marcar. Em minha opinião, isso indicia que só deva ser utilizado em 2º plano.
Abraços Gloriosos!
Rui, o torcedor botafoguense acha que jogar contra Cruzeiro, Santos, Corintians, eetc, é o mesmo que jogar contra os times do carioca. Contra times de qualidade é natural que aja um equilíbrio, pois esses times tentam se impor e aí os torcedores acham que o time do Botafogo jogou mal. Esse é um erro que tenho observado em vários comentários a respeito das duas últimas partidas. Não acho que o time tenha jogado mal, os adversários é que tem qualidade e isso naturalmente dificulta para o Botafogo. Mas de qualquer maneira, o FG faz muita falta e, continuo acreditando no Fogão se não venderem ninguém. Abs e SB!
Rui, acho que o Botafogo adaptou seu esquema de jogo e dosou o ímpeto da marcação ao adversário da ocasião. O Cruzeiro me parece mais bem preparado fisicament que a média dos clubes da série A -- assim como o Botafogo -- e, mais forte que a nossa equipe enquanto o gás dura. Ou seja, mesmo com Fellype Gabriel, acho que sofreríamos com a maior força física -- não digo preparo -- do adversário.
Mesmo assim senti uma certa apatia no primeiro tempo (salários atrasados?) e acredito que o Lodeiro saiu no intervalo contrariado com isso -- uma impressão minha.
Minha aposta era a de que o conceito fosse o de tentar conter o adversário sem se desgastar demais, cozinhando o jogo, para finalmente endurecer e avançar a marcação quando o desgaste viesse do outro lado. Lá pelos 20 do segundo tempo isso aconteceu.
Acredito que o time jogou de forma extremamente inteligente, com uma estratégia programática, com ótimo conhecimento do adversário, e aí estão mais 3 pontos.
Saudações botafoguenses!
Creio que vimos o mesmo filme, Sérgio. O Botafogo sabe que não tem um time esmagador, que possa ir para cima desses três adversários com ousadia e peito aberto. Time bastante experiente, com diversos jogadores entre 29 e 37 anos, mesclado por alguns jovens, sabe bem que com grandes times temos que ser matreiros, provocar os erros e marcar nessas ocasiões. Em clássicos, ganha-se geralmente nos detalhes. Toda agente sabe isso. Por essa razão a concentração nos 90 minutos é essencial; não como antes, em que a equipa se desconcentrava muito.
Isso exige uma boa defesa, e foi extamente isso que construímos este ano. Um goleiro como Jefferson e um quarteto defensivo com Lucas, Bolívar, Dória e Júlio César são garantes para praticarmos um futebol mais seguro e de expectativa.
Ontem não vi no decorrer do jogo aquilo que li em alguns sítios: Cruzeiro muito superior, Botafogo jogando mal, etc. Ainda bem que também existem outros sítios que pensam como nós.
Eu pergunto: como é que o Chelsea foi campeão da Europa com um time bem inferior? Com matreirice, experiência e, sobretudo, assente numa boa defesa e um meio campo à espera do lançamento fatal para o homem da frente. E pode-se dizer que o Chelsea foi tão dominado que não merecia vencer? Creio que não.
Vi o Internazionale de Mourinho ser campeão da Europa com 36% de posse de bola… Jogar sem bola também é uma arte…
O domínio adversário é muitas vezes ilusório. O Botafogo deixa que esse domínio aconteça para dar mais confiança ao adversário para ousar, e quando perdem a bola sujeitam-se aos nossos contra-ataques rápidos, felinos e mortais. Foi assim o 1º gol. O 2º foi noutro momento característico do futebol de hoje: bola parada em mais um erro do adversário.
Se o BFR jogar o resto do campeonato como jogou no conjunto destes três jogos, fico satisfeito. Esperando, evidentemente, que contra equipas menos preparadas vençamos com folga, caso contrário acabaremos 'estourando' fisicamente.
O que receio é a qualidade do plantel nas reservas e, sobretudo, que esta diretoria comece a vender atletas ao desbarato. Neste momento não tenho receios pela comissão técncica, pelos suportes médicos e físicos, pelos psicólogos e pelo plantel. O que me causa arrepios é quando esta diretoria age ou fala...
Também receio as arbitragens e a falta das receitas do Engenhão…
Se jogarmos ‘adequadamente’ em cada jogo veremos que a sorte procura-se… o azar encontra-se…
Abraços Gloriosos!
Certíssimo, Luiz!
Eu penso que não houve apatia, o que houve foi que o Botafogo não esperava essa preponderância física nem a rapidez nas roubadas de bola. Os números do jogo são equilibrados e ligeiramente favoráveis a nós. Só num aspecto perdemos de goleada: nas roubadas de bola, sobretudo na 1ª parte em que o gás deles era maior. Precisamente por isso - em minha opinião - é que o Botafogo pareceu apático, porque ao não ser tão rápido sobre a bola, permitia muitas roubadas que davam ataque deles. Mas um ataque que esbarrava numa defesa bem segura e bem orientada pelo conhecimento do adversário. As oportunidades deles foram escassas. As duas ou três boas defesas de Renan também faziam parte do programa...
Espiar bem as outras equipas e estudá-las a fundo é um trunfo decisivo para nós. Acho que ganhamos na matreirice e... na sorte que procuramos ao provocar os erros adversários.
Abraços Gloriosos!
Rui, após uma sumida estou na area de novo..olha, o AC não existe.No auge de seus 31 anos esse rapaz ainda insiste em marcar a bola, tem falhas gritantes de colocação e não sabe fazer cobertura(vide jogo contra o Santos).Se vamos ficar sem o Dória, poderiamos testar o André bahia.Existe uma falha de marcação na entrada da area, acho q gabriel caiu um pouco de produção e essa pode ser a razão.O Vitinho é uma promessa , mas vc definiu bem:não sabe jogar coletivamente, tem muito q amadurecer, pois parte pra cima quando tem q passar a bola e as vezes acontece o contrario.sò o tempo vai conserta-lo e orientações dos mais experientes.No mais, temos padrão de jogo, o time não se desespera quando pressionado e quando sente q o jgoo q está em suas mãos , está sabendo conduzi-lo a seu bel prazer, sabendo de suas limitações e de suas qualidades.Ainda espero a volta do Alex, para vermos se ele nos será util realmente, pois se movimenta bem, sabe fazer o pivô e sabe fazer gols.no mais, abraços ao amigo e quero te dizer q vibrei bastante com o BENFICA nesse fim de temporada.parecia o nosso Sporting....rss...
Salve, Fávio!
Pois é, o AC é um desastre. Há dias que não compromete, mas por pura sorte. No último jogo ainda se esforço para recuperar bolas depois de ser batido. Mas é fraco. Eu alinharia por testar mais o André Bahia.
O Vitinho é isso que diz, e o Alex talvez venha mais maduro. Deve ser experimentado. Todavia, como o Rafael Marques está de pedra e cal no lugar, não sei como o OdeO faria para testar o Alex, porque ou alterava o sistema tática ou colocava o R. Marques mais atrás. Alterar o padrão de jogo eu não aconselharia ao OdeO neste momento, já que estamos a consolidá-lo.
Sobre o Benfica: quando ganharam na Madeira a quatro rodadas do fim, os jogadores do Benfica comemoraram a conquista do campeonato com uma volta olímpica, porque bastava ganhar os dois jogos em casa contra adversários muito mais frágeis e até poderiam perder contra o Porto que seriam campeões. Saiu o tiro pela culatra como quase sempre acontece a quem comemora antes. E tinham muita fé que ganhariam a Liga Europa. Foram para a final da Taça de Portugal com as comemorações já preparadas. Resultado: perderam três finais em 3 semans e não ganharam nada. O treinador é bom, apesar de ser arrogante e semianalfabeto a falar, mas puxa demais pelos jogadores e eles chegam ao final da temporada ficicamente estourados. Foi assim em 2012 e foi assim em 2013. Os últimos 10 minutos de jogos são-lhes fatais, porque não já têm pernas e tomam os gols das derrotas. Duas das derrotas foram no tempo dos acréscimos!!!
Sobre o Sporting: há um novo presidente, jovem (41 anos), que ganhou as eleições contra a velha guarda que tornava o clube empedernido e transformou-se no 'presidente do povo'. Está ao ataque, mas vai ser uma época 2013/2014 difícil, porque o SCP não se classificou para a Europa e tem um passivo enorme. O treinador também é outro e jovem (39 anos) e já comprovou noutros clubes que é bom. E é sportinguista do coração. Veremos.
Abraços Gloriosos!
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