sábado, 1 de junho de 2013

Um dia de 1920...

Imagem: Digitalização de Alceu Mendes de Oliveira Castro (1951): O Futebol no Botafogo (1904-1950)

Dia 7 de Novembro de 1920. Botafogo x Fluminense. O Botafogo queria a revanche sobre o Fluminense, que desde 1917 não perdia para o Glorioso. Dia inesquecível em que o Botafogo ganhou de virada ao Fluminense nos 1ºs quadros (2x1), nos 2ºs quadros (4x3) e nos 3º quadros (3x1), além de conquistar o torneio juvenil.

Sobre o jogo principal dos 1ºs quadros, Alceu Mendes (1951: 184) descreve assim o acontecimento:

“O Fluminense abre o score por intermédio de Welfare e o Glorioso reage jogando muito melhor e passando a dominá-lo por completo, no segundo tempo. Petiot, Leite e Nequinho fazem prodígios. (…) Franco, Alfredinho e Police formam uma barreira no meio da arena e o grande Palamone, que reapareceu òtimamente, mais de uma vez leva a bola à área tricolor. Faltam 14 minutos para terminar a luta, quando Leite evita C. Neto e fecha ràpidamente. Gerdal vai ao seu encontro mas Leite dribla-o e, de longe, com umtiro rasteiro e enviezado, coloca a bola nas redes tricolores, empatando o jôgo. Cinco minutos após, o grande Petiot carrega a esfera e passa-a a Vadinho, que a envia a Arlindo. Êste, por sua vez, atira-a a Nequinho que dribla dois rivais, fecha resoluto e com formidável shoot rasteiro e enviezado, conquista o goal da tão desejada vitória. Terminado o jôgo, a torcida alvinegra, alucinada, invade o campo e carrega em triunfo os dois terríveis ‘guris’. Leite entusiasmado bradava ‘Botafô… go’! E Nequinho, comovido e mudo, estendia as mãos a milhares de fanáticos.

‘O Jornal’ destacou:

“É justo porém frizar que o Botafogo, que mais atacara e com mais insistência, logrando a justa e brilhante vitória de ontem, deve-a exclusivamente ao extraordinário esfôrço individual de três players: Leite, Nequinho, que ainda não são efetivos do 1º team e Petiot.

Alceu Mendes (1951; 184-185) acrescenta que:

“A vitória foi gosada como a de uma conquista de campeonato: pequenos panfletos espalhados no final do jogo; passeata e exposição da bola na Farmácia Pinto, do alvi-negro Joaquim Pinto; réco-réco no campo, com impagável ‘marche aux flambleaux’, puxada por Nilo Martinho, com danças cômicas;grande jantar na Brahma e ruidosas manifestações durante tôda a semana na Galeria Cruzeiro, chefiadas por Paulo Lyra, nos quais os alvi-negros escreviam a giz, nos bondes, os já famosos’2x1’. Tais manifestações, parecendo excessivas foram criticadas, mas a verdade é que elas significaram (…) uma resposta às salvas de canhão, com que foram comemoradas as nossas derrotas em 1918 e 1919. Encerraram-se com um grande baile no sábado, 13 de novembro, no qual foram entregues, por iniciativa dos sócios, medalhas de ouro aos jogadores do 1º quadros e prata aos do segundo e terceiro quadros.”

Pesquisa de Rui Moura (blogue Mundo Botafogo); fontes: Alceu Mendes de Oliveira Castro (1951). O Futebol no Botafogo (1904-1950), Rio de Janeiro: Gráfica Milone; ‘O Jornal’ (8 de novembro de 1920).

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