Nenhuma
oposição ao desfecho do jogo. O último clube invicto nas competições nacionais
quedou-se fragorosamente em Guimarães.
As boas
exibições do Sporting ficaram algures à sombra em Lisboa. Avalio a equipe
assim: meio-campo de luxo – que diversos olheiros europeus acompanham – ataque
razoável, mas apenas com um ponta de lança de raiz, e uma defesa que depois da
saída de Marcos Rojo tornou-se uma peneira.
Uma equipe
europeia com aspirações a título nacional não pode, jogo após jogo, tomar gols
elementares por falhas dos zagueiros. Antes Maurício tinha o apoio de Rojo, mas
sem esse apoio deixou de haver ‘xerife’ na defesa. Sarr ofereceu diversos gols
aos adversários e acabou sendo preterido em favor de Paulo Oliveira, que tem
feito um bom trabalho. A zaga chegou ao cúmulo de Sarr, em um dos seus últimos
jogos como titular, dar um passe para trás na sua grande área e Maurício
completar de cabeça ainda mais para a frente do atacante adversário. Paulo
Oliveira é uma revelação, mas é muito jovem e Maurício não sabe jogar sem um
líder na zaga.
A verdade é
que o Sporting tem apenas um zagueiro competente, precisa de outros zagueiro
titular e de mais dois zagueiros reservas. Faria bem se vendesse Maurício e
Sarr para adquirir quem precisa. E carece, pelo menos, de outro atacante de
área.
Ontem o
Guimarães fez os três gols de bola parada, o que é inaceitável para uma grande
equipe e revela falhas gritantes. Os dois primeiros gols ocorreram na sequência
de dois escanteios. No primeiro o técnico do Vitória percebeu que a defesa do
Sporting estava distraída e mandou o seu atleta bater rapidamente o escanteio.
No segundo gol, na sequência de outro escanteio, Maurício cabeceou absurdamente
para o fundo da própria baliza. Finalmente, já no final do jogo, um pênalti
infantil oferece o terceiro gol aos vimaranenses.
Evidentemente
que o terreno do Guimarães é dificílimo, mas o Sporting teria que sair com um
empate e, afinal, foi praticamente goleado. Creio que uma equipe que toma três gols
de bola parada e não faz nenhum certamente não pode aspirar a vitória em
competições por pontos. Com esta equipe a cometer erros atrás de erros na zaga,
coisa para a qual venho alertando desde o início do campeonato, dificilmente
pode competir com o Porto e o Benfica que têm planteis superiores – devendo
privilegiar as competições de mata-mata. O ponto forte do Sporting em relação
aos dois rivais teria que ser a força do coletivo, mas não oferecendo gols
assim. Quase todos os gols sofridos pelo Sporting ao longo das competições
nacionais foram ofertas de Maurício e Sarr.
Ainda se
poderia dizer algo da arbitragem, que, em casos de dúvida, favoreceu sempre o
Guimarães. Isto justifica-se porque o árbitro é de Lisboa e o Benfica tem muita
força de bastidores. Aliás, isso foi visível na sexta-feira em que o árbitro
marcou impedimento de um adversário do Benfica quando este ficaria frente a
frente ao goleiro – evitando que o Benfica se ficasse pelo empate. Por via das
dúvidas é melhor começar desde logo os favorecimentos ao Benfica e os prejuízos
ao Sporting para garantir uma distância psicologicamente segura. Porém,
observando a panorâmica dos 90 minutos o árbitro não influenciou os três pontos
ganhos pelo Guimarães; quem influenciou por demérito próprio foi a equipe do
Sporting.
Desta vez
nem Nani, o líder da equipe, conseguiu influenciar positivamente o placar.
Se a defesa
não for remontada na abertura da ‘caça aos talentos’, em Dezembro, dificilmente
os Leões poderão disputar o título nacional, quedando-se em 3º ou 4º lugar,
admitindo-se que a forte equipe do Guimarães se mantenha a jogar com
inteligência como até aqui.
Vida que
segue.
FICHA
TÉCNICA
Sporting 0x3 Vitória de Guimarães
» Gols:
Bouba, aos 15’, Maurício, aos 41’ (contra) e André, aos 82’ (pen.)
»
Competição: Campeonato Português
» Data:
01.11.2014
» Local:
Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães
» Público:
25.108 espectadores
» Árbitro: Hugo
Miguel (Lisboa); Ricardo Santos e Hernâni Fernandes
» Sporting:
Rui Patrício; Cédric, Paulo Oliveira, Maurício e Jonathan; (Capel), Adrien
Silva e William Carvalho; Nani, (Carlos Mané) e (Slimani). Técnico: Marco
Silva. Táticas: inicial, 4x3x3; final, 4x4x2.
» Vitória de
Guimarães: Assis; Bruno Gaspar, João Afonso, Josué e Traoré; André, Bouba,
Hernâni (Cafú), Bernard (Ricardo Gomes) e Alex (Bruno Alves); Tomané. Técnico:
Rui Vitória. Táticas: inicial, 4x2x3x1; fina, 4x2x3x1.
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