[Juro que foi por mero acaso que encontrei este texto –
escrito em português europeu – quando navegava no Linkedin. A propósito da vida
nas empresas, um dos meus contatos dessa rede profissional simulou uma edição
do ‘National Geografic’ e efetuou o paralelo. Reproduzo apenas um excerto
porque o artigo é longo. A reprodução obedece ao original escrito em português europeu.]
Um dos fenómenos mais comuns nos
ecossistemas das empresas e no tema da negatividade tem a ver com a vivência e
convivência de todo o tipo de espécies.
Hoje, na nossa edição do “National
Geographic”, gostaria de me centrar na espécie Urubu.
Pelo nome não deve estar a ver quem
são, mas se eu começar a descrevê-los talvez identifique uns quantos na sua
empresa.
Vestem normalmente de negro, ou não.
Chegam de manhã, trazendo atrás de si
um rasto de destruição emocional, eléctrica e biológica.
Quando passam, as luzes fundem-se, as
plantas murcham e de repente todos à sua volta começam a sentir os efeitos
nefastos das suas palavras ou, melhor dizendo, das suas corrosivas.
É de facto uma espécie estranha.
Quando à sexta-feira estamos todos
contentes porque o fim-de-semana está à porta e caímos na asneira de comentar
esse facto com eles, o seu comentário típico passa por algo do género:
- “Só faltam dois dias para segunda-feira”.
Esta espécie tem também características
vampíricas.
Quando lhes falamos de um eventual
projecto com o qual estamos entusiasmados, têm sempre uma palavra “simpática”
para o deitar por terra.
Mas sempre com a “melhor” das
intenções.
Já os identificou?
Claro que sim.
Este tipo de pessoas normalmente não se
dá conta do mal que provoca nas empresas.
[…]
A gestão emocional do líder pode ser
tão simples como não “despejarmos” as nossas frustrações em cima dos liderados,
ou tão complexa como não deixarmos transparecer para baixo questões mais
complexas que estejam a existir.
Por vezes o trabalho do líder é
precisamente conseguir funcionar como almofada para “pancadas” maiores que
venham dos lados ou de cima.
Este escudo que o líder propicia à sua
equipa é por vezes fundamental ao bom funcionamento da mesma.
Em muitas situações do meu passado como
gestor tive precisamente de adoptar esta postura.
A do “Farol”, que guia o barco através
da tempestade.
E por vezes é precisamente em momentos
de tempestade que os líderes se afirmam ou se forjam de uma forma mais eficaz.
E quando troveja e o mar fica agitado é
quando surgem com mais frequência os “Urubus”.
Sejam eles o líder, que não aguenta a
pressão emocional da situação e a descarrega na sua equipa, seja no seio da
equipa algum dos elementos que por medo se erga como um “Urubu”.
*****
Mundo Botafogo: Eis, então, a grande diferença entre o
líder ‘urubu’ e o líder ‘farol’: o primeiro amedronta-se quando ‘troveja e o
mar fica agitado’; o segundo é um ‘facho de luz’ que atravessa a tempestade e
que jamais se renderá…
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