sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Incautos e incultos

Semelhante a este recebi inúmeros dislates ao longo de vários anos. Vou partilhar com os estimados leitores apenas um (porque muitos são repletos dos mais grosseiros palavrões) de muitos exemplos ‘simpáticos’ de frequentadores do Mundo Botafogo – que espero sejam sempre ocasionais e se ponham daqui para fora porque não pertencem cá –, naturalmente sem cultura humanística nem educação, que ignoram que Botafogo e Santos tiveram nos seus elencos as maiores estrelas do futebol brasileiro tricampeão do mundo, que comparam o grande e seleto Carlito Rocha à indescritível figura de Eurico Miranda e que acham que eu sou um ‘palhaço’, um estrangeiro emigrante que não pertenço ao país e que estou “tomando lugar de brasileiro desempregado”.

Aos incautos e incultos palermas cathartiformes e afins informo que vivi a minha infância e juventude no Rio de Janeiro, mas nunca trabalhei como emigrante em nenhum país com contrato de trabalho local; coopero no desenvolvimento de estudos realizados em todos os países de língua portuguesa, entre os quais o governo brasileiro (três projetos concluídos), contratado por organizações mundiais como o Banco Mundial, a União Europeia, a Organização das Nações Unidas, etc., sendo remunerado em euros.

Mas se fosse emigrante, tal como milhões de portugueses e milhões de brasileiros, e muitos outros milhões de seres humanos em todo o planeta, muito me honraria trabalhar num país amigo que me acolhesse e oferecesse trabalho honesto e produtivo.

Ademais, orgulho-me de ser produto de uma variada cultura afro-luso-brasileira que os incautos e incultos cathartiformes que frequentem o blogue para vomitar as suas ofensas gratuitas, desconhecem completamente.

E já agora, para essa gentalha geralmente adepta da xenofobia, do racismo, da homofobia, da misoginia e do autoritarismo, segue um presente antecipado de Natal – a fim de tempo suficiente de interiorizar –, relativo a cinco índices mundiais da classificação do país onde vive o “palhaço português” nos domínios de negócios, inovação, paz, liberdade e desenvolvimento humano.

23º País no Índice Doing Business
Fonte: World Bank Group

30º País no Global Inovation Index
Fonte: WIPO – World Intelectual Property Organization

41º País no IDH [0,822] – Índice de Desenvolvimento Humano 0,944 a 0,808
[classificação qualitativa máxima]
Fonte: United Nations

8º País no Índice de Liberdade Pessoal
[classificação qualitativa máxima]
Fonte: Frase Institute

1º Holanda, 9.5
2º Uruguai, 9.4
3º Japão, Noruega e Nova Zelândia, 9.2
6º Islândia, Irlanda, 9.0
8º PORTUGAL, Estônia, Dinamarca, 8.9

11º País no Índice de Paz Global
[classificação qualitativa máxima]
Fonte: Institute for Economic & Peace

01º Islândia, 1.148
02º Dinamarca, 1.150
03º Áustria, 1.198
04º Nova Zelândia, 1.221
05º Suíça, 1.275
06º Finlândia, 1.277
07º Canadá, 1.287
08º Japão, 1.322
09º Austrália, 1.329
10º Rep. Checa, 1.341
11º PORTUGAL, 1.344

Por fim faço relembrar – espero que os incautos e incultos cathartiformes consigam entender, o que não é certamente seguro que ocorra – dois expoentes máximos da cultura luso-brasileira:

A Pátria não é a raça, não é o meio, não é o conjunto dos aparelhos econômicos e políticos: é o idioma criado ou herdado pelo povo.” – Olavo Bilac, poeta brasileiro.

A minha Pátria é a língua portuguesa”. – Fernando Pessoa, poeta português.

Pesquisa de Rui Moura (blogue Mundo Botafogo)

9 comentários:

Lorismario disse...

Caro Rui. Peço desculpas a você pelo comportamento inadequado e hostil desta pessoa, quiçá um humano que muito inadequadamente não sabe que somos todos nós, imigrantes vez que, mesmo os habitantes antecessores ao descobrimento do Brasil, são imigrantes africanos, que da África, berço descendente de todos nós, chegou em longa jornada até a América do Sul. Cada um de nós, de pátria da língua portuguesa, descendeu de alguém que chegou aqui no Brasil, cada um a seu tempo - por exemplo, meu avô italiano aqui aportou em 1866- e nem por isto, ou seja, ter chegado antes de muitos outros, deixo de considerar aqueles que decidiram amar ao Brasil, como você faz, temos o direito de desrespeitar as escolhas das pátrias feitas pelos seus respectivos antecessores. E eu, como legítimo botafoguense e creio que em nome de muitos outros, inclusive não botafoguenses, considero-o mais brasileiro do que incultos e ignorantes que servindo-se de um simples esporte, aproveita-se para produzir ofensas inaceitáveis por qualquer pessoa que tenha tido uma boa educação familiar e acadêmica. Mil vivas a você, ao Botafogo e aos torcedores educados dos demais clubes de futebol brasileiro. L. E. Simonassi

hangman disse...

Confesso ter lido a postagem em diversas etapas, tamanha a indignação.
As primeiras tentativas de leitura foram interrompidas sentimentos mistos de indignação, vergonha, pena etc.
É impressionante como as pessoas extravasam sua pobreza de espírito num local onde foram gentilmente convidadas a entrar, e a pensar com a cabeça; foi dado a elas o privilégio de colaborarem com uns dos maiores blogs de literatura portuguesa, independente da maior partes das postagens exprimirem a paixão esportiva dos aficionados pelo nosso Glorioso.
E o que elas fazem? Exprimem sua fraqueza de caráter...
Peço-lhes mil desculpas por elas!
Abraços estelares!

Ruy Moura disse...

Muito obrigado pela solidariedade, meus amigos! As vossas palavras são uma alegria para mim!

Abraços Gloriosos.

José Carlos Milito disse...

É uma velha mania brasileira: a culpa de tudo de ruim que acontece aqui é dos outros. Já foi de Portugal, agora é dos USA, daqui a pouco será da China.
Fica aqui a minha solidariedade ao Rui, a meu avô italiano e a todos os "palhaços" de ultramar, que ajudaram a tornar esse circo chamado Brasil um pouco melhor.

Ruy Moura disse...

É bem verdade, amigo José Carlos, a tendência para culpar os outros é tentadora. Li há pouco o osvaldo oliveira que, após a 7ª derrota do flamengo em 8 jogos, continua depositando as culpas nos outros, tal e qual como fazia no Botafogo.

Obrigado pela solidariedade, companheiro!

Abraços Gloriosos.

Antonio Oswaldo Cruz disse...

Faço minhas as palavras dos colegas. Inaceitáveis esses comentários, e muito entristecedor saber que não foi um caso isolado, mas recorrente.

Por outro lado, é sempre bom ver a forma demolidora, porém elegante, com a qual o Rui lida com esse tipo de pessoa e sua coprolalia.

Um abraço fraterno de um neto de refugiado dos nazistas que foi muito bem acolhido nessas paragens.

SA

Ruy Moura disse...

Caro Antonio, obrigado pelas suas palavras. Impressiona a dialética de algumas pessoas num país em que a sua riqueza humana é de uma diversidade fantástica: indígenas, africanos, europeus, asiáticos... Uns descendem de italianos, outros de portugueses, outros ainda de alemães, mas também de japoneses e recentemente ucranianos, entre muitos outros que fizeram da miscigenação o principal e mais fundo traço da 'brasilidade'.

Veja o belo texto de Marcos Almeida em http://nossabrasilidade.com.br/tempoeeternidadeverdeeamarela/

A nossa brasilidade é essa contradição, um Brasil dentro de outro Brasil. Brasis que se misturam: cidadãos forasteiros juntos aos que se dizem apenas cidadãos. Nós somos um povo paradoxal; a nossa brasilidade é a brasilidade de nativos estrangeiros em convívio com os que se dizem apenas nativos. Somos assim desde tempos remotos. Tempo e eternidade, verde e amarela.

“Os cristãos, efetivamente, não se distinguem dos demais homens nem por sua terra, nem por sua fala, nem por seus costumes. Porque não habitam cidades exclusivamente suas, nem falam uma língua estranha, nem levam um estilo de vida à parte dos demais […]. Mas, habitando cidades gregas ou bárbaras, segundo a sorte que coube a cada um, e adaptando-se na vestimenta, alimentação e demais aspectos da vida aos usos e costumes de cada país, dão mostras de um teor particular de conduta, admirável e , por confissão de todos, surpreendente. Habitam suas próprias pátrias, mas como forasteiros; participam de tudo como cidadãos e suportam tudo como estrangeiros; toda terra estranha é para eles pátria, e toda pátria, terra estranha” (Carta a Diogneto – séc. 2 D.C.)

Gil disse...

Grande Rui,

O meu sentimento é o mesmo que foi expresso por todos os Amigos do Mundo Botafogo. Vergonha!

Por essas e outras repito as frases de dois Grandes Amigos que o Botafogo me presenteou:

"Como adoraria viver em uma bolha", ou,
"Adoro a Vida e Odeio o Mundo".

Abs e Sds, Botafoguenses!!!

Ruy Moura disse...

Essas duas frases são muito boas, Gil! Os autores delas são muito espertos... (rsrsrs)

Abraços Gloriosos.

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